Hoje falarei mais dos mesmos assuntos, recorrentes neste blog. A diferença – e que diferença – é que abordarei os mesmos assuntos através da visão de terceiros. Pincei textos na rede e na imprensa e transcrevo trechos, intercalando comentários pessoais.
Começo pelo Supremo Tribunal Federal, para iniciar bem por cima, eis que se trata da mais alta corte de justiça do país.
Com a palavra Miriam Leitão:
“O país chegou a um ponto estranho da nossa democracia em que onze pessoas decidem sobre assuntos aleatórios, substituem o congresso, confirmam ou negam decisões do chefe do executivo, submetem os estados, criam despesas públicas, interferem na vida privada. Na condições de oráculos da vida cotidiana, política e econômica eles deixam o país dependurado em algumas questões e são definitivos e outras. Já se sabe agora, graça a eles, que o órgão sexual é um “plus”,* mas não se sabe se o imposto reduzido graças a incentivos fiscais já concedidos será um plus no passivo das empresas ou não.”
Digo eu:
Comentei e citei a frase, uma das mais idiotas que já ouvi (acompanhei, via TV, a sessão do STF) e li, reproduzida na imprensa, de que “O órgão sexual é um plus, um bônus, um regalo da natureza (frase completa). Quanto a questão da composição do STF ser de apenas onze ministros, não vejo qualquer anormalidade, haja vista que nos Estados Unidos o Tribunal equivalente conta com nove juízes. A grande diferença é que muitas das questões que aqui chegam a até a mais alta corte, lá jamais ultrapassariam os limites de cortes regionias, quem sabe, municipais. Outra enorme diferença é que no Brasil, os ministros vivem na chamada mídia, dando entrevistas e manifestando aqui e acolá opinião sobre os mais variados temas. E têm os holofotes e câmeras de TV para se exibirem. E como alguns gostam. Nos USA são honoráveis juízes, austeros, low profile, de ilibada conduta e notável saber jurídico, mesmo.
Com a palavra Joaquim Ferreira dos Santos:
“Cesare Battisti conseguiu visto de residência no Brasil, mas periga não vir ao Rio. A Câmara votará projeto que o declara persona non grata.”
Digo eu:
Fantástico e surpreendente . Estou surpreso, pois jamais pensei que a Câmara do Rio de Janeiro fosse capaz de uma iniciativa deste quilate. Torço fervorosamente para que seja aprovado. E torço mais ainda para que esta medida seja copiada pelo país afora, de sorte a que todas as Assembléia Legislativas ou que outras Câmaras Municipais aprovem lei ou moção declarando Battisti persona non grata em seus territórios.
Assim corrigiríamos a decisão mais vergonhosa adotada no STF (pior do que referendar o confisco da poupança na era Collor).
Digo mais, se estivesse nestas redes sociais e tivesse menos quarenta anos, estaria tentando insuflar participantes a que organizássemos passeatas contra o STF e a favor da extradição do assassino italiano. Segundo o próprio STF, em decisão unânime, ao julgar o caso da chamada passeata da maconha, é absolutamente livre a manifestação do pensamento não podendo ser tolhida pelas autoridades públicas. Ora, assim sendo, uma marcha contra o STF é absolutamente legal. E a favor da extradição muito mais ainda.
Estou decepcionado com a camorra. Se tivessem um mínimo de dignidade, amor à pátria e respeito como cidadãos italianos, saberiam resolver este caso. Os israelenses poderiam ensinar algumas coisas.
Com a palavra Luiz Antônio Simas**:
"Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.
Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".
"Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. "
"Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens."
"Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil."
Digo eu:
Já publiquei post sob o título Afrodescendentezinho da Beija-Flor, rechaçando o exagero do politicamente correto.
Com a palavra Miriam Rita Moro Mine***:
“No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade."
"Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha".
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
"Um bom exemplo do erro grosseiro seria: A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta."
"Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
Digo eu:
Também já abordei esta bobagem da presidente Dilma, aludindo, inclusive, uma bela matéria do João Ubaldo Ribeiro, na qual afirmava que ela quer ser presidente mas certamente não quer ser governanta. Se ela quer ser referida como governante da nação, não pode pretender inventar ser presidenta.
Ninguém disse:
As mochilas são uma praga a ser combatida.
Digo eu:
Esta minha implicância com os mochileiros encontra resistência no seio da família, como já disse.
Ma não desistirei enquanto não ver todos os mal educados portadores de mochilas, tendo que usar colar cervical, tomar muitos analgésicos para combater dores provenientes de artroses, bicos de papagaio e hérnias de disco.
Hoje encontrei um que deveria estar com complexo ou as necessidades de um caracol. Levava nas cotas todo o apartamento. Era um mochila enorme, onde transportava, um 4 quartos (sendo 3 suites), varanda e 3 vagas na garage.
Ele, muito grande (gordo) e a mochila, acabaram com a capacidade do elevador. Há anos bastavam os bolsos das calças e camisas; depois vieram as pochetes; e agora as mochilas. Como estas pessoas viviam ao tempo das pochetes?
* Foi o ministro/relator Carlos Ayres Britto, do STF
** Luiz Antônio Simas - Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio.
***Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná
8 comentários:
Você tem fixação por mochilas. No mal sentido.
Elas são úteis e práticas. Educação algumas pessoas não têm mesmo, com ou sem mochilas.
Quanto ao outros temas estou de acordo.
Abraço
Gusmão
Sou um adepto de mochilas. Quando trabalhava terminei por adotar essa solução no cotidiano, substituindo as pastas 007 e depois outras pastas mais sofisticadas. A mochila deixa as mãos livres.
No entanto, gordo que sempre fui, tinha consciência do fato. Ao entrar em ônibus, metrô ou elevador, tirava-a das costas e a carregava na mão.
E PRINCIPALMENTE ao entrar em lojas! Imagine um gordo com uma mochila nas costas numa loja de cristais !!! Fecha o pano!
Falei das mochilas e não do resto. Porque o resto hoje em dia me cansa... Abre-se o jornal e fica-se imerso em falcatruas e bobagens e ditos estapafúrdios. OK, hoje em dia tudo isso ao menos é divulgado, mas a metodologia é sobrecarregar-nos com elas de modo que o que lemos hoje nos faz esquecer do ontem.
E mesmo assim sendo, não consigo esquecer da Lei Seca... Se ao menos houvessem instalado um bafômetro na porta do escritório presidencial nos recentes anos...
OK. Carlos Frederico,
Tenho ressaltado, sempre, que não tenho nada de pessoal (rsrsrs) contra as mochilas e sim contra os portadores mal educados.
Abraço
Reclamar das mochilas e da falta de educação é um direito seu. Pode até sair em passeata. Mas reclamar de gordo!!!!! Pra mim é ofensa pessoal. Esteja ciente que está cortado da lista de Natal. rssss.
Quem disse que você é gorda, Ana Maria?
Antes que seja mal interpretado, deixe-me explicar a questão da consulta aos israelenses. Eles têm "know how". O esquadrão de caça aos nazistas teve muitos êxitos.
Quanto a conclamação da máfia, não se trata de apologia ao crime. Não precisaria matar o bandido, bastaria sequestra-lo e levar para a Itália, onde cumpriria sua pena.
Com o deficiente controle de fronteiras do país com o assassino.
E o Brasil, na hipótese de sequestro dentro de nossas fronteiras, não teria amparo para questionar pois o país que não honra tratados internacionais não tem moral pra julgar ninguém.
Bom relato sobre o funcionamento da Suprema Corte dos EEUU.
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/o-mundo-fora-dos-autos/como-assistir-a-uma-sessao-da-suprema-corte-dos-eua-13082018
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