Trabalhei durante anos no centro da cidade do Rio de Janeiro. Primeiro na Rua da Carioca, no Banco Metropolitano (Sociedade Cooperativa de Crédito) que ficava ao lado de uma loja grande e popular, de eletrodomésticos, chamada Castelo do Rio. Tanto o banco quanto a loja pertenciam ao Comendador Clarimar Fernandez Maia. Foi meu primeiro emprego e, acreditem ou não, depois de 2 meses de serviços no banco, sem registro (em treinamento), fui admitido como “Chefe de Contas Correntes”.
Você comprava a crédito, no Castelo do Rio, com financiamento do Banco, e o comendador ganhava dos dois lados: vendendo os produtos e nos juros cobrados pelo banco.
Depois trabalhei na Rua Visconde de Inhaúma, perto do Largo de Santa Rita, na Cia. Fiat Luz, de Fósforos de Segurança. Lotado no Departamento Jurídico (já cursava a faculdade) e, posteriormente, como Gerente de Recursos Humanos.
Não, calma, não estou fazendo um curriculum não quero emprego.
Obviamente conheci muito bem o centro antigo da cidade, seu comércio, seus cinemas e teatros e até o bas fond; afinal foram 12 anos trabalhando por lá. Da Praça Mauá até a Cinelândia e da Praça XV até a Praça Tiradentes, eu conhecia bem.
Grandes lojas de eletrodomésticos, com seus letreiros luminosos, disputavam o mercado, sobretudo, das geladeiras Frigidaire, Philco, GE, Fhillips, Admiral, e dos televisores RCA, Emerson, Invictus (nacional). Algumas desta slojas estavam num só ponto da ciadade, mas algumas delas formavam cadeias abrindo filiais.
Uma das mais conceituadas era o Rei da Voz, mas tinha a Casa Neno, Bemoreira, J.Isnard, Lojas Murray (onde era possível comprara LPs importados). Outra importante loja era a Palermo Discos, que como indica seu nome, também vendia os lançamentos em discos de 78, 45 e 33 rpm, chamados de bolachões.
Nas bancas, eram vendidos jornais e revistas, muitos dos quais não mais existem. Outros, todavia, resistem bravamente, e alguns poucos até expandiram sua atuação. Eis alguns dos principais jornais: Correio da Manhã, O Globo, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, Tribuna da Imprensa, Jornal dos Sports, Diário de Notícias, O Dia, A Noite, Última Hora. E as revistas O Cruzeiro, Manchete, Revista do Rádio, Radiolândia, Sétimo Céu, Vida Doméstica, A Cigarra, Tico-Tico, Tiquinho, Pato Donald, Mandrake, Fantasma, Super Homem, Zorro, entre outras.
Em alguns pontos da cidade, engraxates com suas cadeiras altas, faziam reluzir nossos calçados. Alguns deles eram figuras folclóricas, como um que conseguia reproduzir uma batucada ao passar a flanela para o brilho final. Em geral ficavam estabelecidos em galerias ou lobbies de grandes edifícios.
Grandes lojas de eletrodomésticos, com seus letreiros luminosos, disputavam o mercado, sobretudo, das geladeiras Frigidaire, Philco, GE, Fhillips, Admiral, e dos televisores RCA, Emerson, Invictus (nacional). Algumas desta slojas estavam num só ponto da ciadade, mas algumas delas formavam cadeias abrindo filiais.
Uma das mais conceituadas era o Rei da Voz, mas tinha a Casa Neno, Bemoreira, J.Isnard, Lojas Murray (onde era possível comprara LPs importados). Outra importante loja era a Palermo Discos, que como indica seu nome, também vendia os lançamentos em discos de 78, 45 e 33 rpm, chamados de bolachões.
Nas bancas, eram vendidos jornais e revistas, muitos dos quais não mais existem. Outros, todavia, resistem bravamente, e alguns poucos até expandiram sua atuação. Eis alguns dos principais jornais: Correio da Manhã, O Globo, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, Tribuna da Imprensa, Jornal dos Sports, Diário de Notícias, O Dia, A Noite, Última Hora. E as revistas O Cruzeiro, Manchete, Revista do Rádio, Radiolândia, Sétimo Céu, Vida Doméstica, A Cigarra, Tico-Tico, Tiquinho, Pato Donald, Mandrake, Fantasma, Super Homem, Zorro, entre outras.
Em alguns pontos da cidade, engraxates com suas cadeiras altas, faziam reluzir nossos calçados. Alguns deles eram figuras folclóricas, como um que conseguia reproduzir uma batucada ao passar a flanela para o brilho final. Em geral ficavam estabelecidos em galerias ou lobbies de grandes edifícios.
O rádio era o veículo de comunicação mais importante e as mais populares emissoras se localizavam na Praça Mauá (Rádio Nacional), Av. Venezuela (Rádio Tupi) e Rua Mayrink Veiga, a emissora de mesmo nome. A Rádio Gunabara ficava na Av. Treze de Maio. Acertavamos nossos relógios pelo Repórter Esso, noticiário que tinha a fama de entar no ar rigorosamente no mesmo horário (corresponderia ao Jornal Nacional, da TV Globo, hoje).Acompanhavamos novelas e seriados como Jerônimo (o herói do sertão) e O Anjo. Alguns programas de rádio eram imperdíveis, tais como Papel Carbono (Renato Murce) e A Hora do Pato (Jorge Cury), que eram programas de calouros; Nada Além de Dois Minutos (Paulo Roberto), programa de variedades; e vários humorísticos, muitos dos quais mais tarde migraram para a TV: Balança Mas Não Cai, Piadas do Manduca,Tancredo e Trancado.
Éramos massacrados com jingles e frases de propaganda, de produtos e pontos comerciais, que acabavamos por decorar sem perceber. Estamos no final da década de 1950 e início da de 1960.
Éramos massacrados com jingles e frases de propaganda, de produtos e pontos comerciais, que acabavamos por decorar sem perceber. Estamos no final da década de 1950 e início da de 1960.
Eis alguns até hoje lembrados:
Vesúvio, “o príncipe das sombrinhas e o imperador dos guarda-chuvas”, claro que se tratava de loja que vendia (e consertava) sombrinhas e guarda-chuvas, de boa qualidade, nada parecidos com estes chineses vendidos em camelôs.
Príncipe, “veste hoje o homem de amanhã", deixa claro que era especialiazada em roupas infantis masculinas.
O Dragão, “a fera da rua Larga”, era um grande bazar que ficava na Rua Mal. Floriano, antigamente denominada rua Larga.
Ducal ‘o primeiro nome em roupas”. Esta rede de lojas lançou, e fez sucesso, os ternos de duas calças. Os homens gastavam mais as calças do que os paletós. Estes ficavam nas costas das cadeiras, nos escritórios, bancos e repartições públicas, e por isso duravam mais e sujavam menos.
Bazar Francês, “brinquedos p’ra mim e p’ra vocês”, o paraíso da criançada com sua variedade de brinquedos. A musiquinha completa era: "Na Rua da Carioca nº. 5 .....(Bazar Francês)....é com este que eu brinco, tem brinquedos de corda, tem boneca que fala, tem ursinho que canta, tem revolver que estala !!!! Rua da Carioca nº 5, Bazar Francê, brinquedos p'ra mim e p'ra voces."
Niterói tinha um comércio pobre com poucas alternativas, embora fosse capital do Estado do rio de Janeiro. Mas a proximidade com a capital federal, instalada na cidade do Rio de Janeiro, atrasava o crescimento e desenvolvimento da cidade sorriso (?)
barca |
As famílias iam ao Rio de Janeiro, atravessando a Baia da Guanabara nas barcas da Cantareira. Mais tarde nas lanchas mais velozes da Frota Carioca, para compras e lazer. Não havia, ainda, a ligação por ponte, de sorte que também os veículos utilizavam as barcas e barcaças para a travessia. Na Ponta D’Areia havia um outro serviço de barcaças, com partidas mais irregulares, da empresa chamada Valda.
O comércio no centro do Rio era muito movimentado e existiam lojas tradicionalíssimas, em geral especializadas em determinados itens de produtos. Assim é que, os homens tinham como alternativas além da rede da Ducal, já mencionada, a Casa José Silva, a Barki, e outras. As mulheres tinham a Sloper, A Exposição, a loja da Prêt-à-porter, uma das lojas das Casas Olga, para compra das famosas e agora fora de uso meias de seda, a peleteria Luvaria Gomes para compra de luvas, a Casa Pedro, que forrava os sapatos com o mesmo tecido do vestido, para a inescapável combinação, os chapéus eram comprado na Ramenzoni, que também os alugava.
Para a petizada, além da supracitada loja Príncipe e da Herdeiro, que vestia os meninos, havia a Casa da Criança .
Material escolara e artigos de papelaria eram adquiridos na Casa Cruz ou na Casa Mattos. Na rua da Carioca, onde ficava o banco em que trabalhei, tinha o Bazar Francês e a loja da Vesúvio (guarda-chuva e sombrinhas). Já que falei no Bazar Francês, que vendia brinquedos, imendo citando as outras duas lojas especializadas a Casa Valério e a Feira dos Brinquedos.
O tradicional Bar Luiz ficava a cômodos poucos passos do banco.
Se era época carnavalesca uma visita a Casa Turuna era inevitável, eis que lá eram encontradas as fantasias, ou os tecidos própros para confecciona-las, e miudezas como lantejoulas e outros adereços momescos. Ah! Sim, confetes, serpentinas e as disputadíssimas lança-perfumes Rodouro.
Manon - antiga Cavé |
Na hora do lanche, ou chá da tarde, as opções eram muitas. Além da Confeitaria Colombo, um must, havia as casas de chá como as Cavé e Manon. Tomei chá, uma tarde, na Cavé, que normalmente não poderia frequentar, levado por uma sobrinha deficiente auditiva do Comendador, que estagiava no Banco. Acho que pelo fato de eu ser o único a me dispor conversar com ela em face da extrema dificuldade que era entender o que ela queria dizer. Emitia sons realmente difíceis de entender, não obstante o esforço que ela fazia. Como eu não sabia a linguagem dos sinais, optamos por fazer leitura labial. Em geral funcionava.
Colombo |
Bem, havia outras até boas opções de lanches, seja nas Lojas Americanas, seja na Mesbla, uma grande loja de departamentos que mais tarde instalou filial em Niterói. Seja na Mesbla, seja na Americana, podia-se saborear um bom milk-shak , ou sundae ou banana split. E tinha as leiterias Bols, Silvestre e Mineira.
Meu pai era cliente cativo da Casa José Silva, onde adquiria os ternos e as camisas Epson. Jóias e relógios eram compradas na Casa Masson. E nossos sapatos (toda a família) eram da Clark, na loja da Avenida Rio Branco. Bem mais tarde esta loja abriu filial em Niterói.
Outras opções de bares, bons e bem frequentados por boêmios, jornalistas e intelectuais, eram o Amarelinho, o Bar da Brahma, o Bar Flora, Café Nice, Assiryus, Alvariño e o Paladino. Todos com histórias de acolhimento aos poetas populares e à intelectualidade, aos quais ofereciam, além das tulipas, petiscos os mais variados. Alguns sobrevivem.
Voltarei para nova sessão de regressão a tempo pasados. É mais do que uma promessa, é uma ameaça.
Fotos: Google imagens
129 comentários:
O Dragão... Eu ainda fiz compras ali, quando trabalhava na Embratel, pertinho.
Mas o que me fez voltar mesmo no tempo foi a Palomar. Na época, nós tínhamos um consórcio de discos importados na nossa turma de bairro e a Palomar era um dos "celeiros". Foi-se para construção do metrô da Carioca.
Caro Carlos Frederico,
No Largo da Carioca, ficavam a Livraria Freitas Bastos e a Casa Palermo, de discos, por trás da Galeria Cruzeiro, esta situada sob o imponente Hotel Avenida, que desde 1960 virou o Edifício Avenida Central, no nº 156 da Av. Rio Branco.
Meu caro Jorge Carrano,
inicialmente parabéns pelo seu trabalho. Muito interessante a recordação de um outro Rio, que fazia jus ao epíteto Cidade Maravilhosa.
Tenho um colega de trabalho que afirma que, em frente à Loja Palermo, havia um laguinho e dentro dele um pequeno jacaré, que servia de ornamentação da loja.
É verdadeiro?
Abraços
Mario Gonçalves - mariogoncalves.33@gmail.com
Caro Mario Gonçalves,
Obrigado pela visita e pelo generoso comentário elogioso.
Quanto a Loja Palermo, onde era possível comprar os últimos lançamentos internacionais, em LP de 33 e 45 rpm, lembro de haver, sim, um lago (se bem me lembro, com chafariz), mas não sei do jacaré. Nunca vi o tal jacaré, embora tenha trabalhado bem próximo e ir com certa frequência a loja.
Lembro, entretanto, que no sobrado funcionava um dancing, chamado Maximus, que foi provavelmente um dos últimos entre os mais conhecidos do Rio de Janeiro.
Havia uma história, não sei se verdadeira, de que o proprietário - Palermo - que dava nome a loja, era um contraventor (bicheiro).
Apareça quando quiser e, sendo o caso, complemente com informações adicionais, ou, ainda, corrija o que não correponda a realidade.
Abraço
Meu caro Jorge Carrano,
Meu amigo admite que o jacaré pode ser fantasia de criança (uma escultura ou coisas que tais).
Obrigadíssimo e mais uma vez minhas congratulações pelo conteúdo do seu blog.
Mario Gonçalves
Caro Mario Gonçalves,
Eu sim devo agradecer sua visita virtual e sua participação.
A questão foi bem suscitada porque embora eu não tivesse lembrança do jacaré, poderia ter existido e minha memória é que não fixou.
Abraço
Meu pai trabalhou na Castelo do Rio, o Clarimar era tio dele. Ele contava muitas estórias desse tio.
Caro Haroldo,
O único parente do Comendador Maia que trabalhou na loja ao tempo em que trabalhei no banco, foi Olival Coutinho. Pelo menos que eu saiba e lembre.
Obrigado pela visita virtual.
Abraço
- Na década de 70, sempre que de férias voltava ao Rio, depois de enfrentar a Belém-Rio, pedia ao motorista de táxi para sintonizar a rádio Jornal do Brasil para ouvir Eliakim Araújo anunciar: "Banorte um amigo na praça e o tempo no Rio."
Muito bem lembrado, Montenegro.
Grato pela visita, volte sempre!
Gente, eu cansei de ver o tal jacaré no tal laguinho na frente da Loja Palermo no Largo da Carioca. Era princípio dos anos 60 e eu e outros garotos da minha escola(Colégio estadual Sousa Aguiar) íamos escutar os lançamentos nas cabines individuais da Palermo. Os hits eram os cantores da jovem guarda, o Elvis, Ray Conniff, o Waldyr Calmon, o Ed Lincoln, a Rita Pavone, a Françoise Hardy,o Chubby Checker, o Miltinho, a Connie Francis, o Roberto Carlos,o Renato e seus blue caps,os Golden Boys.. enfim toda essa gente fantástica em princípio de carreira... O ponto alto era ir no recém inaugurado Bob´s comer um hamburger, coisa que era a maior novidade no Brasil !!!
Julio Cezar,
Preliminarmente agradeço a visita virtual.
Quanto ao laguinho acho que não restou dúvida quanto a sua existência. O que não assegurei, e ninguém o fez, pelo menos aqui neste espaço, foi confirmar que havia um jacaré.
Seja por falta de memória, seja porque o jacaré ainda não fora trazido para o laguinho, seja poque, na via oposta, já morrera ou fora retirado do local.
Mas vale seu testemunho.
Abraço
Sim , houve um jacaré no laguinho da Loja Palermo...
Minha mãe trabalhou ali muitos anos, Sr. Luis palermo era um homem distinto (embora acoberta-se, não era um contraventor...), e ali colocou o animal , ganho de presente , como forma de chamar atenção, nada mais .
Obrigado pela visita, Luiz, e pelo depoimento confirmando que o jacaré realmente habitou o laguinho.
As Lojas Palermo já foram citadas aqui no blog inúmeras vezes porque muitos dos internautas que passam por aqui, ou são frequentadores assíduos, compravam os lançamentos em vinil naquela loja.
SABE QUE NÃO ME LEMBRO DO JACARE, COITADO, MAS NÃO RESISTI A FAZER ESTE COMENTÁRIO, QUANDO LI SOBRE O ED. AV. CENTRAL. EU O ESTREEI AQUELE PRÉDIO, SENDO ALUNA DO YASIGY (O UNICO CURSO DE INGLES DA ÉPOCA QUE TINHA AULA DE CONVERSAÇÃO). O YASIGY FOI O PRIMEIRO A SE MUDAR QUANDO SAIU O HABITE-SE DO AV. CENTRAL. ERA ASSUSTADOR AQUELE PRÉDIO TODO VAZIO! E NÃO ME LEMBRO O ANDAR, MAS ERA LÁ NO ALTO...
OS ELEVADORES FALAVAM AS INFORMAÇÕES,
NÃO TINHAM CABINEIROS, E DIZIAM: DÉCIMO QUARTO ANDAR... E AO ENTRAR, OUVÍAMOS, "POR FAVOR, APERTE O SEU ANDAR..." VOCÊS DE LEMBRAM DISSO? E OS ELEVADORES SUBIAM ZUNINDO, NUMA VELOCIDADE ASSUSTADORA PARA MIM NA ÉPOCA... KKKKK
E O MEU PROFESSOR ERA O LUIZ FELIPE LAMPREIA, MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DO FHC, POR SINAL UM GATINHO... ME LEMBRO QUANDO ELE ENTROU NO ITAMARATI E MUDOU-SE PARA BRASÍLIA... LOL AGORA SOMOS COMPANHEIROS NO LINKEDIN... KKKKK
BEIJOS
BETH
AH! LEMBREI TAMBÉM COMO ERA FANTÁSTICO SER CLIENTE DO BEG, BANCO DO ESTADO DA GUANABARA, ONDE SÓ SE ENTRAVA POR CONCURSO E OS FUNCIONARIOS ERAM A NATA DA SOCIEDADE PENSANTE CARIOCA. AS FUNCIONÁRIAS UNIFORMIZADAS ELEGANTÉRRIMAS NAQUELA SEDE MARAVILHOSA, COMPETINDO COM OS CITYBANKS DA VIDA. POXA, COMO ERAM BONS AQUELES TEMPOS. ERA REALMENTE UM ORGULHO SER CARIOCA!
BETH
Esse blog é notável !!
Foi legal a iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro, criando a categoria de patrimônio imaterial da cidade, em 2013, e conferindo o título a nove estabelecimentos comerciais dos mais tradicionais da cidade: bar Luiz, Vesúvio, A Guitarra de Prata, Ponto Masculino, Padaria e Confeitaria Nova Carioca, Mariu’s Sport, Mala de Ouro, Irmãos Castro e Casa Nova Zurita.
Agora novos estabelecimentos estão sendo incluídos nesta categoria de patrimônio imaterial, tais como, Leiteria Mineira, Ao Bandolim de Ouro, as chapelarias Alberto, Esmeralda e Porto, as tabacarias e charutarias Syria e Africana e outros que me escapam porque não estiveram fixados em minhas memórias.
Acho uma boa medida tentar preservar as tradições destes estabelecimentos, o mais das vezes fruto de trabalho e dedicação de uma família, e que se mantém operando no ramo de negócio original. Não sei exatamente que incentivos ou benefícios estes comércios receberão do município, mas acho legítimo que tenham.
Fsltou falar dos calçados Motinha, acho que ficava na rua do Senado. Fazia sapatos sob medida. Parabéns pelo trabalho, boas lembranças, nosso patrimônio imaterial pessoal.
Bem lembrado, Guilherme. Obrigado pela visita virtual e pelo comentário que, acrescendo, enriqueceu estas lembranças.
Olá Jorge... Reportando a comentário bem antigo, quando Haroldo Maia diz que seu pai, também meu já falecido pai, trabalhou na Castelo do Rio, possa ter havido engano de ter sido ali empregado, mas seus irmãos (nossos tios) Hoeltz Maia, José Campanelli Maia ou Acácio Maia, possam ter ali trabalhado... mas existem realmente muitas estórias contadas pelo nosso pai. Informo inclusive que Clarimar Maia e seu irmão José Fernandez Maia, vieram para o Brasil como refugiados da 1ª Guerra Mundial, quando não tiveram esperanças de sobreviver em Portugal, e aqui chegaram por volta de 1905/15.
De qualquer forma, é bom saber que ainda existe um vínculo entre os que já foram.
ABÇs. Carlos Maia.
Desculpe pelo erro de objeto, mas meus parentes trabalharam na loja, inclusive meu pai se tornou contador como era o desejo de meu avô, mas apenas um dos quatro filhos seguiu na profissão, José Campanelli Maia.
Não há o que desculpar José Carlos.
Quando conheci o Comendador, porque fui trabalhar no Banco Metropolitano, ele já era um empresário bem-sucedido.
Elegante no trajar, empertigado. Falava com voz firme e enérgica.
A loja Castelo do Rio, também de sua propriedade, era uma das mais conceituadas do ramo de eletrodomésticos.
O gerente do banco, ainda lembro, chamava-se Mévio Paoletti e o Contador, se não me engano, Olival Coutinho.
Como curiosidade, para os mais novos que estão lendo, naquela época os bancos abriam aos sábados até o meio-dia. E a conta corrente era remunerada com 0,5% ao mês.
Obrigado pela visita virtual.
cARO AMIGO
bOA NOITE ...hOJE SOU MORADORA DE CABO FRIO .MAS POSSO AFIRMAR QUE NA LOJA PALERMO NÃO TINHA NEHUM JACARE ...FUI FUUNCIONARIA DE LÁ DESDE A ANTIGA GALERIA CRUZEIRO ATÉ O LARGO DA CARIOCA N 14 ...FAZIA OS COMERCIAIS DA LOJA EFILMES TAMBEM ...PORTANTO POSSO AFIRMAR ]
ABRÇAOS E MATANDO A SAUDADE DE BON E BELOS TEMPOS BEM VIVIDOS
BOA NOITE
Obrigado, Neyde, dissipamos todas as dúvidas graças ao seu testemunho.
bons tempos,em que trabalhando na Casa da Moeda,praça da República,vindo de Campo Grande, caminhava desde a Av. Venezuela ´,, vislumbrando e saboreando pequenos detalhes do dia a dia.........
Pois é, Lord Gin.
Por isso em recente postagem mencionei a música do Chico Anysio, “Rio Antigo”, que poderá ser ouvida na voz de Alcione, com utilização do link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=2q5zgzxqol8
(copy and paste)
Obrigado pela visita virtual e pelo comentário.
Acabei de ouvir Rio Antigo....reminiscências vividas e outras provavelmente atávicas....valeu Carrano...
Foram bons tempos, embora tenhamos tido outros um pouco mais recentemente. Mas piorando pouco a pouco.
Não sei se fomos nós que não evoluímos ou realmente os valores estão degradando. O que contava e era prazeroso perdeu encanto, desapareceu. Nem sempre substituídas no mesmo nível.
As vedetes do Carlos Machado eram mais autênticas do que estas siliconadas artificiais de hoje em dia, não acha?
E na música popular? Estes bate-estacas - punk, funk, ou sei lá que nome dão -
comparados as canções de Cartola, Nelson Cavaquinho, Ary Barroso, Orestes Barbosa ...
Provavelmente os mais jovens nos lendo aqui, irão nos classificar como titanossauros (rsrsrs). Leia a matéria em:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/10/pesquisadores-anunciam-descoberta-do-maior-dinossauro-do-brasil.html
(selecione e cole na barra do navegador)
Como admirador do Lavoisier, na teoria e na prática do nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, costumava junto com um colega de trabalho minerar nos brechós das cercanias em busca de sucatas perdidas. O Palácio das Ferramentas expunha sempre algumas preciosidades diárias, a preço de bananas, em uma banca externa. Era festa.
LORD GIN,
Se você navegou pelo blog, há de ter verificado muitos posts com reminiscências, de minha lavra e de amigos e parentes.
Falando de bairros, folguedos e brincadeiras infantis, cinemas de rua, enfim muita coisa que nos remete ao passado.
Quer se expor e publicar aqui no espaço, algumas de suas memorias afetivas?
Não ganha nada, mas tem muito a perder (rsrsrs).
ET: segundo minha mulher a banana "anda pela hora da morte" (outra expressão da mesma época).
...por falar em bananas, lembrei da padaria Bassil na senhor dos passos,que ainda existe e resiste...excelentes esfihas,kibes e pães árabes..muitas vezes, para aproveitar melhor o tempo do almoço e utizar nas incursões pela área, fazíamos ali uma breve pausa degustativa, por sinal deliciosa. Quanto às memórias afetivas, só as fraternais....rrssss
Não lembro dessa padaria. Pela localização apontada ficava contramão para mim.
Havia uma casa de produtos árabes, cujo nome me foge, onde era possível comer bons beirutes: pão sírio, recheado de presunto, queijo, ovo frito e fatia de tomate, que saia do forno e era servido ainda quente.
...Quanto tempo passado de algo aqui lido, teriam todos sumido, dentro de uma integral com limites do zero ao infinito?
Bem-vindo de volta Lord Gin.
Valeu!
Só posso repetir meu comentário da época do post .... notável !
Quanto tempo vive um jacaré ?
Será que ainda está por aí ?
Pesquise, Riva, em https://super.abril.com.br/ciencia/jacares-campeoes-de-sobrevivencia/
"Vivem em bandos e obedecem a uma rígida escala hierárquica na qual o macho tem cada vez mais privilégios à medida que envelhece, inclusive para acasalar. Com uma vida média de 70 anos, tornam-se mais férteis e potentes sexualmente à medida que o tempo passa. Apesar do aspecto externo, seus órgãos internos têm muito mais a ver com os das aves que com os dos lagartos."
Cá entre nós, talvez fosse melhor ser um jacaré. Vejam bem: "tornam-se mais férteis e potentes sexualmente à medida que o tempo passa."
E ainda: "obedecem a uma rígida escala hierárquica na qual o macho tem cada vez mais privilégios à medida que envelhece."
Do alto de meus 78 anos, invejo um pouco os jacarés.
Como diria o Riva: "pano rápido".
....Por falar em integral e dando uma derivada para o espaço de tempo decorrido desde o último comentário em 2016 alguns, como eu, entraram no rol dos septuagenários,fazendo lembrar um texto de Frei Boff, "oficialmente velho". Levei tempo para completar a leitura , pois a regressão de memórias e projeção de possibilidades evocadas causaram arrepios e lágrimas.
Pena, Anônimo, que você não tenha se identificado. Com um apelidinho que fosse.
Pela norma do blog seu comentário não seria publicado (pelo anonimato), mas está poético e seria um pecado. Ademais me sensibilizei com as emoções despertadas.
Obrigado.
....desculpe-me Carrano, o comentário foi meu, que uso o codinome LORD GIN. Houve falha de minha parte na aposição correta do dito....mais tarde farei outra consideração sobre os jacarés velhos e machos.
Fazendo uma correlação entre os jacarés e humanos septuagenários e machos, ainda plenos de testosterona , Pantanal e Amazônia, que tal uma piranha assada ou um caldo?
Caro Lord Gin,
Pincei na WEB:
"Fato é que o caldo de piranha sempre foi tratado como “indutor do sexo” (expressão apropriada para os mais conservadores), ou “revigorante sexual”. Se funciona ou não, cabe a cada um contar a sua história pós-caldo. Alguns donos de restaurantes, mais empolgados, garantem ser o “Viagra do Pantanal” a um custo bem acessível."
Parece que o caldo é mesmo o afrodisíaco pantaneiro. Não lembro de haver comido pirananha, digamos,assada.
Já os jacarés têm na piranha um prato dos deuses.
...voltando às derivadas de tempos passados , que praticamente é o que temos, lembro de uma visita à Universidade Rural, em Seropédica, onde estudei nos anos 60. Lá, nos lindos corredores internos de estilo colonial, tendo ao centro um lago e jardins ficam afixadas as placas dos formandos de várias décadas , inclusive da minha turma de 70, e também algumas placas menores onde os remanescentes de turmas de formandos de décadas anteriores manifestam sua homenagem aos colegas que já passaram pelo portal rumo ao infinito. Em uma dessas placas com os dizeres ...aqui estiveram os X remanescentes da turma do ano Y....Fica difícil de ler sem pensar que somos parte do sistema universal e envoltos pela rede invisível de energia cósmica . Senti uma epifania indescritível.....dito isto vamos ao futuro....
Caro LORD GIN,
1) Você não deve gostar de futebol. Postou comentário na hora do jogo entre Inglaterra e Colômbia.
2) O passeio com visita à Universidade Rural, na antiga Rio-São Paulo, era um must na minha época de secundarista. Outros colégios da cidade organizavam este passeio. Bons tempos, boas lembranças.
Caro marrano,digo Carrano. Gostar ou não de futebol é de pouca relevância, tendo em vista que o meu pensamento no momento do comentário estava a nível espiritual com reminiscências vivenciadas em várias épocas da vida e mormente porque era um jogo que não representa nada para mim. E mesmo que fosse do Brasil, hj já nem vejo mais o jogo todo,só alguns lances, tendo em vista a corrupção vigente entre dirigentes, treinadores, emissoras de TV, marcas comerciais e afins e o comportamento mercenário de muitos jogadores , me dando a certeza que na atualidade a seleção de futebol não representa nossa brasilidade.Fazendo uma conjuminação entre pensamentos anteriores aqui emitidos e relativos a sete décadas, te digo que copa mesmo foi a de 70.
LORD GIN,
O que mencionei sobre seu comentário coincidir com o horário do jogo, era um mero chiste. Não era para ser levado a sério.
Entretanto todas as suas observações são pertinentes.
A seleção de 1970 foi, com efeito, a melhor que já tivemos.
..Olá Carrano, nada de velho ou de novo no front?
Olá, LORD GIN!
Mencione você novas notícias do front. Ou mesmo velhas não veiculadas aqui.
Abraço.
Olá Carrano....já que vale o antigo, mais uma da Rural....nos idos de 70 tendo concluído minha graduação em Eng. Química e sem emprego ainda, consegui um estágio na Universidade Rural, no instituto de Tecnologia , num programa de controle microbiológico de alimentos. Tempo passava e nada de emprego...Num dia chuvoso, numa estrada de barro que ligava a estrada Rio São Paulo ao local de estágio, a tabatinga ia aderindo ao solado do sapato, pesando cada vez mais..Nessa sequência de acontecimentos e tendo em vista minha situação eu chorei....Mais a frente já no prédio do Instituto de Tecnologia me deparei com um painel de um congresso de Química, contendo um trecho de lusíadas,do velho Camões, Canto I, versículo 40 onde dizia: E tu,Padre de grande fortaleza/Da determinação que tens tomada/Não tornes por detrás,pois é fraqueza/Desistir-se da cousa começada. A simples leitura me revigorou...um mês depois estava empregado no mesmo local que ainda hoje labuto.
Caro LORD GIN,
Percebe-se, sem dificuldade, que a par de ricas experiências de vida, você articula o pensamento com desenvoltura. Por isso, sem mais delongas, gostaria de colocar a sua disposição este espaço virtual para publicar postagens de sua lavra, de livre escolha de tema, contribuindo deste modo para o enriquecimento do conteúdo do blog. Aceito o convite informe, por favor, seu endereço eletrônico para que eu faça contato.
Abraço
Caro Carrano, grato pelo encômio e convite a expor minha larva, digo lavra, mas nada tenho arquivado pois o pouco que escrevo é devido a estímulos de assuntos que despertam algo lá no recôndito e ou advindos da memória atávica. De qualquer maneira estarei por aqui sempre observando e caso lembre de algumas outras passagens interessantes terei o maior prazer em participar.
Não foram encômios e sim reconhecimento de mérito, de talento.
Fica a oferta/convite com meus agradecimentos pela observação continuada e com a enorme torcida de que você lembre de "algumas outras passagens interessantes".
Abraço.
Interessante ter descoberto esse blog. Procurei justamente porque me lembrava vivamente desse jacaré e queria demonstrar para amigos meus.
Hoje é 20/10/2018, não sei se chegarão a ver meus comentários, mas eis aqui uma testemunha do fato, e não são fantasias de criança.
Anônimo, bom dia!
Seu comentário está em desacordo com o da Neyde Marçal, publicado ha mais de dois anos e que reproduzo a seguir:
"NEYDE MARÇAL disse...
cARO AMIGO
bOA NOITE ...hOJE SOU MORADORA DE CABO FRIO .MAS POSSO AFIRMAR QUE NA LOJA PALERMO NÃO TINHA NEHUM JACARE ...FUI FUUNCIONARIA DE LÁ DESDE A ANTIGA GALERIA CRUZEIRO ATÉ O LARGO DA CARIOCA N 14 ...FAZIA OS COMERCIAIS DA LOJA EFILMES TAMBEM ...PORTANTO POSSO AFIRMAR ]
ABRÇAOS E MATANDO A SAUDADE DE BON E BELOS TEMPOS BEM VIVIDOS
BOA NOITE
17/06/2016 23:05"
Numa próxima oportunidade, por favor, identifique-se. Nem que usando um nickname.
Este blog tem regras e uma delas é não publicar comentários de anônimos.
E não vale fazer piada dizendo que se tem regras precisa usar "Modess".
Olá Carrano, por falar em saudade e recordações de tempos idos, mas mantidos vívidos no desgastado registro de memórias , tenho a comentar a existência de um local situado bem distante do nosso charmoso centro do Rio de Janeiro e chamado de Beco dos Crioulos.No caso hoje é uma rua nomeada travessa Manoel de Jesus. Esse local situado na periferia de Campo Grande foi habitat de antigos escravos alforriados onde na década de 80 ainda morava uma senhora de idade centenária filha de escravos, a qual conheci.Futuramente contarei algumas passagens ocorridas nesse beco e com a descrição das condições de algumas habitações lá existentes, por essa época.
Olá! Lord Gin; seja bem-vindo como sempre.
Com alegria recebo sua promessa de relatos de fatos e passagens d'antanho ocorridas no Beco dos Crioulos.
Tentarei conter a ansiedade.
Abraço
Passado algum tempo volto à narrativa....O dito Beco liga a Av. Cesário de Melo à Estrada do Cabuçu. A Cesário de Melo é a antiga Estrada Real, que conheci ainda sem asfalto e com postes de transmissão de energia, feitos de troncos de eucalipto. A referida estrada real era a via de locomoção da família real do palácio em São Cristovão para sua casa de campo,situada em Santa Cruz, um casarão que pertenceu aos jesuitas, dentro de uma enorme fazenda que abrangia toda aquela região até a Costa Verde. Hoje esse imóvel é ocupado por uma unidade de engenharia do exército.A dita estrada real tinha os marcos de distanciamento feitos de granito e com o símbolo imperial,tendo inclusive um local entre Bangu e Campo Grande denominado Marco Sete, onde obviamente existe o marco de nº 7. Ao longo da via ainda existem alguns outros marcos. A Estrada do Cabuçu do outro lado do Beco liga Campo Grande ao Rio da Prata, onde está localizado o ponto culminante da cidade que é o pico da Pedra Branca.Não deu tempo para falar do Keké verdureiro e os irmãos Periquito e Tico Tico, moradores do Beco, porque o mundo gira e a Lusitana roda.
Obrigado, LORD GIN, pelo relato informativo.
Vou cogitar fazer uma compilação de seus cometários e publicar como um post.
O que acha?
fala Carrano...pode compilar, mas dá um tempo que tem muita estória na história à medida que uma suscita outra......histórias de bar.....imagina....
Vai para o prelo, LORD GIN. Edição, formatação...
Vou cuidar para que saia bem.
...voltando ao Beco, que neste caso tem duas saídas....O Keké era um negro forte ,ajudante de caminhão e possuidor de uma voz potente, que gostava muito de cantar músicas interpretadas por Jamelão. Mais tarde, já definhando fisicamente e com visão prejudicada vendia verduras na vizinhança em um carrinho de mão .Os irmãos Periquito e Tico Tico, negros franzinos viviam de pequenos expedientes.Periquito tinha algum dote musical e tocava num conjunto musical de chorinho nomeado pancada no saco.A morada dos irmãos ,em pleno Beco e herança dos pais era uma construção de pau a a pique com teto de zinco e o piso de terra batida onde dentro, alem de pessoas circulavam patos ,galinhas ,gatos e cães. O banheiro , do lado de fora, continha um simples buraco do boi e a água para banho, um luxo, vinha de um poço artesiano com ajuda de baldes. Tico Tico tinha uns dois quartinhos para alugar, também construídos daquela forma rudimentar. Nessa época eu tinha um bar e depósito de bebidas em frente ao Beco, num imóvel que herdei do meu pai, um imigrante português de Vilela Seca e que tinha se estabelecido anteriormente nesse local com uma carvoaria, que vendia tocos de lenha,querosene e óleo diesel. Advindo dessa atividade e ajudando o velho nesse trabalho veio meu apelido de Paulinho carvoeiro. Outro dia conto mais, do Beco e do bar.....
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....Certo dia chuvoso, caia uma garoa fininha, entrei no Beco onde conhecia a maioria dos moradores pois tinha vivido ali perto a minha juventude e ao passar pela casa do Tico Tico avistei o Keké verdureiro que me saudou todo triste e choramingando,pois estava ao relento, num cubículo sem cobertura e todo molhado. Perguntei por que ele estava ali assim e não dentro da casa, onde geralmente ficava. Segundo ele o Tico Tico o tinha retirado da casa. Questionei a razão daquilo ao Tico Tico que logo me disse que o Keké tinha urinado lá dentro . Para apaziguar a contenda e tirar o Keké daquela situação adentrei na casa e mandei buscar unas cervas e uns pastéis numa das muitas barracas do Beco. A partir daí e já tendo alterado o estado de consciência do Tico Tico para melhor, fiz uma proposta ao dito. Perguntei se ele aceitaria uma quantia em dinheiro para uma estadia de cerca de três dias para o Keké, que era a previsão da duração da chuva. A proposta foi logo aceita e o Keké ganhou abrigo, que incluía até comida. Feito o pagamento perguntei se já teria algo para o Keké mastigar e o Tico Tico imediatamente começou a cozinhar uns ovos´colhidos ali mesmo das galinhas que circulavam na casa. Na sequência, sentado num sofá bem castigado pelo uso, bebi mais umas cervas e contemplei em epifania o desenrolar daquela situação inusitada que guardo na mente até hoje e tenho prazer em relatar.
Caro LORD GIN
Já inclui a passagem aqui narrada no post específico.
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Outro personagem característico do Beco era o Machado, um negro de pouca altura ,voz mansa e muito amigável.Tinha sido o treinador do time de futebol da área, o Santa Rosa. Muito conhecido na periferia Machado vivia numa casa simples no Beco , com mulher e filhos. A casa ,mais organizada que a do Tico Tico, já tinha um piso de cimento com vermelhão.Ele Sobrevivia de pequenos trabalhos de limpeza,capina e mandados, inclusive lá da minha casa. Certo dia chamei o Machado para me ajudar na capina de um terreno que tinha comprado para fazer uma casa , pois o capim navalha que o cobria já tinha altura de mais de dois metros.Peguei meu Jeep da segunda guerra,um WW2 MB Willys e partimos para o terreno. Levamos uns três dias para findar o trabalho pois na realidade queria conhecer melhor a área onde moraria futuramente. Nos intervalos que eram maiores do que o trabalho em si as cervas matavam a sede.Terminada a capina resolvi voltar ao Beco e levando o Machado para sua casa, pelos fundos do Beco ,ou seja, entrando pela estrada do Cabuçu, num trecho que era transitável só para pedestres. Nesta época uma verdadeira trilha off road para veículos. Com meu jeep pintado de Olive Drab e alguns símbolos do exército americano adentrei com certa velocidade na trilha. Embaixo de uma árvore , numa área desabitada, estavam reunidos em torno de um tabuleiro mais de 20 pessoas no famoso jogo de Ronda , naquela época proibido. Quando o jeep foi avistado a rapaziada saiu em disparada, largando tabuleiro ,cartas e até dinheiro de apostas. Um pouco depois ,reconhecendo Machado e a mim vieram se reagrupando.Pensaram que era o exército invadindo a área. Voltaram ao jogo e tudo terminou na boa.
Acessem: (copy and paste)
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O Madureira nasceu ali na meiuca da Rua Carius com o Beco. A maioria dos terrenos tinha passagem sem cercas de um lado para o outro.Esse personagem ganhou tal apelido no Beco por ter sido roupeiro do Madureira A. C durante muitos anos. No Madureira seu apelido era Rato
pois tinha um rosto peculiar, com uma barbicha rala e bigode fininho, que justificavam o dito apelido. Através dele soube de muitas histórias que aconteciam nos bastidores do futebol, no dia a dia com jogadores , nos vestiários e nos hotéis em que se hospedavam na ocasião dos jogos fora.Também contava coisas que ouvia em conversas da diretoria quando reunidos com dirigentes de outros clubes tratando do empréstimo de jogadores que despontavam e demonstravam boas habilidades futebolísticas. Infelizmente o Madureira foi
vítima do alcoolismo,sendo despedido do emprego.Passou então a viver de pequenos expedientes na área , inclusive no depósito de bebidas e bar que eu mantinha na época. Mesmo tendo bebido ele mantinha uma conduta digna no dia a dia.Ele gostava muito de pescar e inúmeras vezes fomos ao Grumari , praia que gosto muito e sobre a qual descreverei alguns aspectos muito interessantes, mais adiante.
Para acompanhar toda a história, condensada, até aqui, acesse:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2019/02/afinal-quem-e-lord-gin.html
A praia do Grumari fica numa área de preservação ambiental e tem cerca de 2,5 km extensão. Situada entre a Prainha ,no Recreio, e as praias só acessíveis por caminhada e nominadas de Inferno,Perigoso,do Meio,da Tartaruga e no extremo a praia da Barra de Guaratiba, junto à Restinga de Marambaia.Uma paisagem excepcional que vale a pena ser vista. O Grumari é um verdadeiro anfiteatro natural formado por um semi círculo de montanhas cercado pelo mar. Muito tempo atrás eu pertencia ao Grêmio Excursionista de Campo Grande e acampávamos nas praias já comentadas e fazíamos caminhadas até o pontal, em frente à praia da Macumba, voltando depois pela estrada da Grota Funda até a Ilha de guaratiba onde pegávamos um onibus até Campo Grande. Esse nome de Ilha de Guaratiba nada tem a ver com a geografia do local em si pois advém do nome do Sr Willians , um inglês morador em Guaratiba, que administrava a antiga linha de bondes que fazia a ligação de Campo Grande à região de Guaratiba e Rio da Prata.Por essa razão e importância do personagem o local se tornou a Ilha de Guaratiba. Bons tempos.........
Pouco a pouco, LORD GIN, vamos conhecendo um pouco de seu passado, em meio às lembranças relatadas.
Não demora iremos conhecer sua identidade.
Obrigado, de novo.
Carnaval na bocada e uma reminiscência veio à tona...Formado por moradores do Beco e Rua Carius havia o bloco denominado Sinfonia dos Tamancos cuja peculiaridade marcante alem dos carnavalescos muito animados era o uso por todos os integrantes dos ditos tamancos. O bloco era bem constituído, com fantasias simples e criativas e uma boa bateria.O destaque da coisa era a paradinha, executada de tempos em tempos nos locais de desfile com maior platéia, onde todos retiravam os tamancos e executavam toques manuais com os tamancos que arrepiavam. Também executavam passos de dança tocando os tamancos no chão ao toque do surdo.Contando com alguns desses participantes que também faziam parte do conjunto Pancada no Saco, já mencionado e do bloco Solta os Bichos do Rio da Prata, tive a idéia de fazer um bloquinho que chamei de Bloco da Pipa. Nesse tempo eu tocava de forma sofrível um trompete e só sabia algumas músicas , principalmente a relativa à música das pipas ..... tá com medo tabaréu a minha pipa é de papel e uma música de introdução ao carnaval.....Daí veio a idéia de fazer o Bloco da Pipa..continua.....
E o trompetista? Estava mais para Chet Baker ou Miles Davis?
Ou quem sabe Louis Armstrong?
O trompetista como adrede afirmado era sofrível e anos luz distante de qualquer comparação. Mas foi bom que lembrei de um lance ou lances em que usando a peça da embocadura do trompete aliada a uma mangueira de 20 metros e acoplados a um funil de grande diâmetro, num corredor com enorme ressonância , eu executava um toque simulando a alvorada, para início dos trabalhos e estimulado pelos colegas.....num determinado local a ser dito à posteriori rsssss
O questionamento comparativo visava conhecer sua proximidade com o jazz, e faz parte da tarefa investigativa de descobrir o nome atras do pseudônimo.
A pipa em si era o estandarte do bloco pois era constituída de três varas de bambu em cruz, formando a armação de uma pipa cafifa , a mais utilizada naqueles tempos. Outras duas variações de estilo de pipas eram a pipa pião e a arraia.A vara central tinha cerca de 4 metros de altura e as duas laterais uns três metros. Eram aparafusadas nas junções e feitas as delimitações da armação com barbante crú. O revestimento era com jornal e cola de farinha de trigo,tal qual na feitura das cafifas para cruza, naquela época.Os candidatos a desfilar no bloco ajudavam a montar a bicha, no chão em frente à minha casa.Feita a pipa,reunida a bateria e o trompetista sofrível, amante de músicas clássicas, e os componentes era hora de iniciar a coisa. Antes disso eu pegava na encolha, o velho penico de ágata da minha mãe, já desgastado pelo tempo de uso e cheio de fissuras internas que deviam abrigar milhares de colônias de estreptococus e outras de nome mais complexo. O dito penico era preenchido com cerveja e se tornava o rito de iniciação dos novatos pretendentes a desfilar no bloco.Tinham que tomar uma boa porção de cerveja acondicionada no vasilhame para serem considerados iniciados.....continua....
O bloco tomava o rumo da estação de Campo Grande , mas no caminho era de lei uma parada na casa da Madame Odete, costureira e carnavalesca famosa, mulher de um ex bicheiro. Ali nos eram fornecidas algumas fantasias já usadas em outros carnavais mas que se adequavam perfeitamente ao nosso propósito de pura farra carnavalesca. A pipa empinada dominava o cenário e era admirada pela platéia circundante, mormente quando eu executava a música de introdução do carnaval, uma marchinha antiga, e depois o tá com medo tabaréu a minha pipa é de papel. Na sequência mais foliões se juntavam a nós e sempre fazendo o ritual do penico.A pipa , pelas suas descomunais dimensões, quando encostada às arvores de algum terreno vazio servia de parede de mictório também.E lá íamos naquela animação até a rua Coronel Agostinho, hoje o calçadão de Campo grande. Numa dessas idas fomos respeitosamente abordados por um cineasta de Campo Grande, o Waldir Onofre que estava filmando um episódio de um filme que se passava no carnaval e nos convidou para participar do mesmo, só que no outro dia. Concordamos, mas como acontecia todo ano o desfile era só de um dia porque a turma nunca se reunia duas vezes seguidas..infelizmente não cabe descrever aqui algumas cenas picantes que aconteciam durante o evento.....bons tempos...
Bem que eu gostaria de conhecer as cenas picantes, LORD GIN, mas como é sabido este espaço é frequentado por senhoras pudicas, recatadas, já avançadas na idade, diria mesmo provectas, e não seria oportuno o detalhamento de tais cenas.
Algumas das senhoras e senhoritas que nos visitam virtualmente até dirão, entre dentes, pouco movendo os lábio: BONS TEMPOS!
Tendo em vista a sua intimidade e experiência no trato com as senhoritas visitantes é uma verdadeira picardia priva-las do conteúdo dos assuntos relativos ao Pícaro, nas cenas ocorridas nos carnavais de antanho......
Rsrsrsrs
Diga-me uma coisa LORD GIN. Ou melhor, duas coisas:
Nós nos conhecemos?
Já nos encontramos pessoalmente?
Já fiz cruzamento das poucas informações a seu respeito, pinçadas em seus relatos, com o perfil e dados de qualificação de amigos do passado e pessoas com as quais me relacionei de algum modo e não cheguei a ninguém.
Passou aqui na minha rua um bloco de moradores da cercania bem animado, com um conjunto de instrumentos de sopro afinadíssimos constando de tuba ,sax,trombones e trompete que me fez lembrar o ancião Bloco da Pipa.Aproveito para relatar um dos lances ocorridos numa das saídas do bloco. Como disse anteriormente apesar da farra, existia uma certa disciplina a ser seguida. No decorrer de uma delas um grupo de meninos travestidos pediu para participar e foram aceitos. Eram muito animadas e executavam coreografias que valorizaram o desfile. No final da coisa , depois do ritual de queimar a pipa e um toque de silêncio executado no trompete, em respeito ao estandarte querido ( RIP ), dois rapazes vieram pedir a mão das meninas aos diretores do Bloco. A coisa foi concedida com a recomendação de que o tratamento a ser despendido a elas fosse o melhor possível. E assim se encerrou mais um desfile do Bloco da Pipa. OBS: se as senhoritas reclamarem será culpa sua de publicar tal acontecimento.
E aí, LORD GIN? Já estivemos frente a frente?
Ou o contado virtual não tem antecedentes presencias?
Olá Carrano e não marrano como eu, de provável origem sefardita em diásporas de tempos idos na velha Lusitânia e Galícia e talvez um cristão novo, tendo em vista alguns aspectos de genealogia e sobrenome..... Na realidade te respondi, mas parece que por um acidente de TI a msg não foi enviada. Nela eu respondi que vim a te conhecer por aqui e nestes dias comecei a ler algo sobre vc e suas atividades pertinentes. Interessante a sua cultura e verve prolixa em vários campos. Por falar em diásporas, filósofos e península Ibérica tenho uma admiração imensa pelo Spinoza , sua coragem de enfrentar o poder das igrejas,tanto judia como católica e isto há mais de 500 anos, alem da sua visão do mundo, da qual compartilho até onde alcança a minha pouca condição de entendimento no assunto em epígrafe.
Não foi possível editar, então ficou o trecho: "Interessante a sua cultura e verve prolixa em vários campos".
OPS!!! Prolixo?
Transitar por vários campos deve-se a falta de "simancol", uma vacina indicada para aqueles que não têm senso comum.
Obrigado pela resposta.
Agora caiu a ficha. O LORD GIN queria escrever pro lixo, ou seja, o conteúdo do blog deveria ir pro lixo.
O espaçamento (a falta de) me salvou do vexame.
Por falar em cruzamento de dados,dado a época de entregar o suado ganho à RFB, explico aqui o codinome LORD GIN. Na década passada eu era contumaz frequentador de sala de chat, no caso a sala A do Terra e inicialmente entrei com o codinome Mr Walker, homenagem ao meu personagem preferido das histórias em quadrinhos o fantasma voador da baia de Bengala, na sua identidade civil quando ia namorar a Diana Palmer e em outras atividades específicas.Troquei depois para o LORD GIN, que era uma paródia não muito entendida do personagem LORD JIM do livro do Joseph Conrad. Nessa época gostava de GIN e o personagem se adequou à conjuminação biunívoca.Um LORD bebedor de Gin. Muitas vezes, na sala A, dialogando até com cinco colegas ao mesmo tempo e em assuntos variados, era questionado porque escrevia errado o nome do personagem do livro. Explicava a razão da coisa e nem me LIXAVA com certos comentários......bons tempos.....
Você me leva a fazer uma longa jornada de volta no tempo. Tempo em que diariamente meu pai chegava em casa com o jornal O Globo.
E começava a disputa para ver quem primeiro leria as tirinhas com as histórias em quadrinhos. Meu pai só recomendava, não me embaralhem o jornal.
Tinha o detetive Dick Tracy, tinha o Nick Holmes, tinha Marocas e Pafúncio, tinha a família do Ferdinando Buscapé ... e tinha o Fantasma, com sua namorada Diana Palmer, o lobo domesticado de nome Capeto e seu cavalo Herói.
Vivia numa caverna tendo como fiel escudeiro um pigmeu de nome Guran, da tribo Bandar. O personagem era imortal porque era sempre substituído por um descendente.
Ah! Sim, tinha o famoso anel com a caveira.
Já que vc ampliou a descrição do personagem devo lembrar que o fantasma era o misterioso comandante de uma unidade do exército e sua entrada no quartel era por uma caverna /túnel secreta. Que me lembre seu ancestral naquelas paragens tinha sido um náufrago vítima de piratas e acolhido pelos bandar, dai evoluindo para o fantasma que voa atual. Aliás hj um octogenário que anda rsssss.
E já que você mencionou octogenário, dá outra pista.
Para mim faltarão dois anos, a partir do próximo mês.
E você, anda por perto?
Seu cruzamento de dados anda falho, pois mais acima iniciei um comentário.......Por falar em integral e dando uma derivada para o espaço de tempo decorrido desde o último comentário em 2016 alguns, como eu, entraram no rol dos septuagenários.....
Agora imagina se faço uma leitura apenas perfunctória de peça de um processo e acabo por pedir a absolvição da testemunha e a condenação do escrivão nas custas?
Somos, com que então, de uma mesma geração que sofreu com algumas limitações decorrentes da guerra. Por exemplo o racionamento de pão, eis que não tínhamos farinha de trigo. O miolo de pão era escuro em decorrência da mistura de farináceos.
Meu pai conseguia, num destes abastecimentos clandestinos, comprar duas bisnagas por semana.Chegava em casa com as mesmas cortadas ao meio de sorte a que o formato do embrulho, feito com papel vermelho (e não o tradicional papel pardo), não denunciasse que se tratava de pão. O embrulho ficava meio retangular.
E a festa com a chegada de um grupo de pracinhas na Baia da Guanabara? Portava uma flâmula com as cores brasileiras, presa à ponta de uma vareta daquelas de foguetão.
Com aquelas mesmas varetas fabricávamos as pipas grandes. Daquele tipo das citadas por você.
Somo de uma geração que, modéstia a parte, deu certo. Apesar dos pesares foram bons tempos. Pés descalços e braços nus corríamos atrás de qualquer coisa que simulasse uma bola.
Empinávamos cafifas (pandorgas, pipas, morcegos, etc), jogávamos bola de gude (bola ou búlica), rodávamos piões, e tinha os jogos de pique, escambida, carniça, tudo ao ar livre, nas ruas e praças. Eram raríssimos os condomínios. Raríssimos? Na década de 1940 nem conhecia.
Calça curta, com suspensórios, que eu odiava. Tão logo quando possível, troquei pelo cinto. Mais tarde, sexagenário, por opção, voltei ao suspensório, que conservo até hoje (tenho uma pequena coleção).
Somos uma espécie em extinção. Não faz muito tempo publiquei uma postagem na qual denunciei que meu filho, com pouco mais de 40 anos, não conhecia tamarindo.
Imagina abricó, abio, sapoti, carambola, pitanga ...
boa regressão...Embora num tempo pouco depois do seu participei de todas essas brincadeiras e comi dessas frutas colhidas num terreno baldio ao lado de casa , inclusive coquinho baba de boi, coco de catarro, tamarindo, abio, carambola , manga carlotinha. Hoje, num terreno contíguo à minha casa, tenho coco, fruta de conde ,pitanga ,carambola,limão e anemoia. Tenho também como recordação dos pracinhas um jeep da segunda guerra que pertenceu à FEB e esteve nos campos de batalha, no teatro de operações da Itália , fazendo parte do 5º exército americano. Na armação do para-brisa veio inscrita na cor branca, a palavra BOLD. Um verdadeiro brinquedo que preservo há 43 anos.
Touché!
Caramba, um jeep? Deito meu rei.
Para os não iniciados na língua, pinçado via Google.
Bold adjetivo:
negrito adj (negrita f sing, negritos m pl, negritas f pl)
corajoso adj (corajosa f sing, corajosos m pl, corajosas f pl)
Bold people like risks and challenges. Pessoas corajosas gostam de riscos e desafios.
ousado adj
The employee got a promotion thanks to his bold ideas. O funcionário conseguiu uma promoção graças às suas ideias ousadas.
ambicioso adj (ambiciosa f sing, ambiciosos m pl, ambiciosas f pl)
The bold player decided to take a chance. O jogador ambicioso decidiu arriscar.
Exatamente. A ideia era essa, um intrépido guerreiro. Na realidade esse jeep foi protagonista lá no comentário sobre a entrada triunfal pelo lado off road do Beco,junto com o Machado (REQUIESCAT IN PACE) e o susto na rapaziada do jogo de ronda. O que se conta sobre os jeeps é que no pós guerra os ditos eram praticamente abandonados pelos americanos e os pracinhas brasileiros aproveitavam para trocar as melhores partes do body , modificando os jeeps que voltariam para o Brasil para a melhor forma possível. Era tradição dos americanos pintar nomes nos seus jeeps,inclusive das namoradas, o que me induz a pensar que essa parte do meu jeep com a inscrição BOLD pertenceu a um dos abandoned.
Atenção desatentos, desavisados e distraídos em geral: o Generalidades espacializadas também é cultura.
Valeu! Caro LORD GIN.
Acho que para atrairmos outras pessoas para essa nossa conversa, teremos que falar de futebol e mulheres.
Qual o teu clube do coração, ou da razão?
Tem muita gente na encolha...futebol não acompanho mais, porem já fui Campo Grande , aliás campeão da taça de prata nos idos de 80....hj a série B do campeonato brasileiro....quanto às mulheres só admiro de longe, pois estou casado há 45 anos com a mesma.
A sugestão de falarmos de mulher e futebol, foi para fazermos jus ao pensamento corrente no passado, entre as mulheres, que quando homens se reuniam era para falar deste dois assuntos relevantes.
Não era para ser levado a sério.
Mas vamos lá. O Campo Grande Atlético Clube foi um celeiro de grandes talentos que brilharam no futebol brasileiro e internacional. Um de seus carinhosos apelidos era Campusca. Aqui do outro lado da Baia da Guanabara, tínhamos o Cantusca (Canto do Rio Foot-Ball Club).
No quesito mulher, especificamente esposa, estou com a mesma há 54 anos. Contados os dois de namoro e os dois de noivado (na época se usava), são 58 anos de afeto, respeito, parceria e cumplicidade.
Um dos jogadores mais conhecidos do Campusca foi o Dadá Maravilha , que iniciou sua carreira com o apelido de pangaré, pois tinha um modo de correr em campo que lembrava o bicho, projetando a cabeça e membros meio desajeitados como se fosse cair. Mesmo assim era um excelente cabeceador e goleador. Sua profissão anterior era de pedreiro, tendo ascendido até à seleção brasileira como jogador. A formação do meio de campo do Campo Grande sempre foi o forte do time.Eu acompanhava os jogos desde o tempo dos amadores .O primeiro jogo profissional do Campusca no campeonato carioca foi em 61 ou 62 , tendo vencido o Botafogo, que foi o nosso maior freguês.
Pois é, LORD GIN, logo o Botafogo igualmente alvinegro.
Dadá, que dizia pairar no ar como um beija-flor, era excelente frasista.
Uma de suas frases mais conhecidas é: "tragam-me a problemática que eu arranjo a solucionática."
Parabéns pela ótima explanação do Rio Antigo. Morei no Rio numa época, digamos, mais recente. Estudei, em 1973, fiz cursinho numa sobreloja do Edifício Marquês do Herval, bem próximo ao Largo da Carioca. Normalmente chegava com folga para o início das aulas, então ia à loja Palermo ouvir músicas naquelas cabines com fone de ouvido. Tempos bons que não voltam mais. Poste mais coisas daquele tempo
Caro Anônimo,
Pelas normas adotadas desde há muito, o blog não publica comentários anônimos. Entretanto seria um desperdício não dar divulgação ao seu comentário.
Na maioria das vezes, com frequência menor do que a que eu gostaria, são os comentários dos visitantes ocasionais ou daqueles que me distinguem acompanhando o blog, é que enriquecem o texto.
O seu comentário é um exemplo do que afirmo, ao lembrar das cabines dotadas de fones de ouvido que existiam nas Lojas Palermo, onde encontrávamos primeiro os últimos sucessos internacionais.
Conforme você pode constatar gerou polêmica aqui neste cantinho virtual, a existência ou não de um jacaré, no chafariz defronte.
Obrigado.
Já que o antigo voltou, me reporto à década de 50 e início dos 60 quando o fornecimento de água na Zona Oeste era caótico. Só as ruas principais , mormente no centro de Campo Grande tinham água encanada. A Estrada Real onde eu morava era uma das beneficiadas pois a tubulação principal passava ali. Na periferia a população sofria e se abastecia em poços, cuja boca era formada por um círculo de tijolos e tinha uma trave com uma roldana de madeira improvisada que girava e por meio de cordas permitia o levantamento da água em baldes, como na casa do Periquito e aqui descrito anteriormente. Na entrada do Beco dos Crioulos tinha água encanada numa famosa bica comunitária , onde a turma vinha buscar água seja em latas de banha equilibradas no topo da cabeça ou em barris antigos onde a inventividade dos usuários criava sistemas de tracionamento por meio de ferros de vergalhão dobrados,formando alças que deslizavam internamente nas abas desses tambores de 180 litros , possibilitando o giro dos referidos para longas distâncias.Já nesse tempo existiam os famosos gatos de água ou ratões do banhado ,formando um emaranhado de canos saindo da bica e adentrando no Beco.
Nas décadas de 50 e 60, o abastecimento de água era caótico não só na Zona Oeste, senão em toda a cidade.
Inclusive em Niterói. Minha mãe comprava pipa d'água e também tínhamos um tambor de 180 litros que funcionava como reserva da caixa. Nossos vizinhos, quase todos, construíram cisternas.
Carreguei, menino, alguns baldes de água, recolhida numa nascente no Morro da Penha. Como construíram um poço em torno da nascente, a água ali acumulada era contaminada e seu uso era restrito.
Foi Lacerda quem, quando tomou posse no Governo, solucionou o problema no sistema Guandu.
As duas ruas Cesário de Melo e Cabuçu que limitam o Beco se encontram antes do infinito,numa esquina.Nessa esquina havia o entroncamentos dos trilhos dos bondes que seguiam para o Rio da Prata, Monteiro, Pedra de Guaratiba e willians digo, Ilha de Guaratiba, sub bairros de Campo Grande.Ali os bondes tinham uma parada para aguardar seu horário e a liberação das linhas para seus respectivos destinos.Em cada um dos quatro cantos existia um bar. Nesse tempo, de poucos serviços de transporte, era um verdadeiro terminal onde as pessoas aguardavam seus bondes, tomavam umas e outras , faziam amizades , iniciavam papos de conquista e ou futuros encontros.O resultado desses encontros furtivos geravam inúmeros casos de amores proibidos,dai originando para o local o nome de Esquina do Pecado, que se mantem até hoje. Obs: sem mais pecados, pois não existem mais os bondes e os bares.Tiraram o sofá da sala........
Caro LORD GIM,
Venho compilando suas memórias num post específico, que está em
https://jorgecarrano.blogspot.com/2019/02/afinal-quem-e-lord-gin.html
(precisa selecionar e colar este endereço na barra do navegador)
A mim me parece mais prático para quem quer acompanhar suas narrativas que os comentários que você faz acrescentando fatos e circunstâncias, sejam feitos diretamente lá no citado post.
Repito, está em https://jorgecarrano.blogspot.com/2019/02/afinal-quem-e-lord-gin.html
Certa feita, por acaso no dia do meu aniversário, alguns amigos resolveram fazer uma festa. Um deles era dono de açougue e outro um militar reformado que adorava festas , foguetórios e churrascadas.Instalaram um sistema de som potente e rolava de pagode até música clássica. O local era em frente ao Beco e a música, de som potente, ia até aos confins do pé do morro dos caboclos , no corredor de propagação de som formado pelo Beco e Rua Carius. Cerveja e carne rolavam à vontade e a galera ia se aproximando, na tentativa de pegar uma Xêpa. A coisa estava tão farta que não faltava nada, inclusive umas moças bonitas e formosas como você gosta e já insinuado aqui no site. Um dos amigos estava de posse de dezenas de cédulas antigas, achadas no colchão da sua falecida mãe, já sem valor e não mais emitidas, cuja cor predominante se equiparava à das cédulas em circulação e de maior valor daquela época. Num dado momento o dono das cédulas começou a queima-las uma a uma na churrasqueira, numa coreografia que simulava serem verdadeiras. A notícia se espalhou no Beco, como rastilho de pólvora aceso , causando enorme comoção inclusive entre as belas meninas, que pediam misericórdia para aqueles velhos pedaços de fibras de algodão impressos em calcografia , offset e tipografia. A partir daí o que rolou é mera imaginação... ou .... realidade plena......
Meus neurônios gastos já não fazem a sinapse convenientemente, por isso custo a me adaptar às novas situações.....
O jacaré do pequeno lago da loja Palermo era de verdade.
Sim, era de verdade.
O jacaré era verdadeiro. Eu brincava com ele todas as vezes que ia a loja.
EXPLICAÇÃO
São três, em sequência, os comentários do Henrique, aparentemente repetitivos, porque ele respondeu cada um de outros comentários anteriores, separadamente.
Só que o programa não associou cada um de seus comentários aos que ele pretendia replicar. Ou eu não soube como fazê-lo.
Obrigado Henrique, pela visita virtual e comentários.
MT bom ter encontrado aqui, os versos da música, jingle, do Bazar Francês.
Brincando on LINE c meu grupo de 11 amigas, eu pedi q pesquisasse nós jingles de comerciais de TV.
Vamos brincar amanhã.Entre outros 12 famosos, encontrei aqui este!
Valeu MT!
Parabéns pela sua pesquisa TB!
Obrigado Heloisa, pela visita e comentário.
Lembro de muitos outros jingles, dos tempos áureos do rádio. ou fazer um post sobre o assunto futuramente.
Tem um nem regional, porque de uma loja de venda de bicicletas e acessórios em Niterói. Mas quem não morava na cidade nas décadas de 1940/1950, não tem como lembrar.
"Pedalando, pedalando
A favor ou contra o vento
Tenha sua bicicleta
Compre no Cicle São Bento"
Quando criança ouvia muito o slogan do Regulador Xavier, que tinha como frase de propaganda "o remédio e confiança da mulher".
Passados muitos anos, mais de 50, acabei diretor do laboratório que fabricava este produto.
O slogan era: "Número um excesso, número dois escassez, Regulador Xavier o remédio de confiança da mulher".
O produto regulava a ciclo menstrual e tinha duas apresentações, números um e dois, cada qual com uma finalidade.
Queria grafar "bem regional" e não como publicado "nem regional".
Eu me lembro da loja e do laguinho com o jacaré. Essa loja só foi demolida algum tempo depois da construção do Edifício Di Paoli. O edifício ficou pronto e alguns prédios que davam para o Largo da Carioca ainda resistiram por algum tempo até que foram demolidos para que o edifício ocupasse sozinho todo o quarteirão.
Eu tenho 71 anos e quando era criança até os meus vinte anos eu sempre ia ver o jacaré que era realmente um animal vivo e ele se movia de vez em quando.
Regis,
Obrigado pela visita virtual e pelo testemunho de que havia um jacaré no laguinho defronte a Loja Palermo.
Volte sempre.
Meu pai trabalhava no sítio do Luiz Palermo no Recreio dos Bandeirantes isso a muitos anos em 1956
Meu tio Antônio Jocoud (falecido)trabalhou nessa loja
Bem-vindo Alceu, grato pela visita virtual.
E aí, tinha ou não tinha jacaré?
Os comentários até aqui publicados ainda deixam um resto de dúvida.
Entrei procurando a letra completa do jingle do bazar francês e matei saudades que eu nem sabia que existiam...moro fora do Rio há 23 anos,espero ter a oportunidade de andar ainda por esse centro que já foi tão romântico.
A loja Palermo pertenceu a minha família. Fui criado em meio à essa casa. Saudades
Se quiser ampliar seu comentário fique a vontade.
Pelo que se infere dos comentários não é só você a sentir saudade.
Grato pela visita virtual.
A Loja Palermo era de Luiz Palermo. Ele nasceu em 1907 em Satriano di Lucania, na Itália. Era filho de Rocco Antônio Palermo Langoni e Rosa Lia Brancato Palermo, e veio pro Brasil em meados de 1930. Ele tinha um irmão, Raphael Palermo. O nome da empresa era Palermo, irmão e cia. Luiz tinha um sítio localizado à estrada dos Bandeirantes 29.460. O estabelecimento funcionou entre 1941 e 1974, quando vários prédios do largo começaram a ser demolidos. O sr Palermo morreu em 1983, deixando viúva Carmen Rosa Palermo e não deixando filhos. Foi sepultado no jazigo de número 14.001, mesmo de seu irmão, no cemitério de São João Baptista em Botafogo.
Caro Raphael,
Muitíssimo grato por suas informações complementares.
Muito embora a postagem não tivesse como foco o citado estabelecimento comercial, pela importância do mesmo, na época, acabou ganhando o protagonismo nos comentários.
Na Palermo, tanto eu quanto amigos e conhecidos comprávamos, basicamente, discos.
Residia em Niterói e atravessava a Baia da Guanabara para comprar lá alguns lançamentos.
Agradeço, de novo, sua visita e comentário.
A Palermo, como a Vesúvio (sombrinhas e guarda-chuvas), a Olga (meias), o Castelo do Rio (eletrodomésticos), o Príncipe ("veste hoje o homem de amanhã"), o Dragão ("a fera da rua Larga") e alguns outros estabelecimentos foram símbolos de uma época.
Oi Alceu qual era o nome do seu pai ? Hj conheci a Teresa Meneses Mendonca que me concontou a historia
Caro Anônimo,
Penso que se você se identificar, ao invés de se escudar no anonimato, dará mais confiança ao Alceu para atender seu pedido.
Ademais a norma do blog é de mão publicar comentários anônimos.
Aqui estamos todos de boa-fé, num cenário de trasparência.
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