28 de fevereiro de 2013

O crime do padre

O padre pedófilo de Niterói/São Gonçalo,  remete-me a dois escritores que  admiro: Eça de Queirós e Nelson Rodrigues.

O Eça por causa do titulo de uma de suas mais conhecidas obras: “O crime do padre Amaro”. No caso real, o padre se chama Emilson.

E o Nelson porque  nas crônicas que escrevia sob o titulo de “A vida como ele é”, jamais conseguiu chegar nem perto do caso do padre Emilson, que vem a tona, com ingredientes que causam repugnância, asco.

É uma história de vilania sem vítimas inocentes, onde todos são culpados, em maior ou menor grau.

Ora, uma das mulheres que teriam sido estupradas, e que era afilhada do tarado, iniciou a vida sexual bastante cedo, em princípio seduzida pelo vigário. Mas depois acostumou e aceitou passivamente, seja por causa dos presentes que recebeu (moto, carro, etc), seja por que gostou da coisa.

A afilhada não tem antecedentes criminais, mas um ex-namorado sim, já tendo sido preso. A malandra levou anos para denunciar o caso, explorando a situação o quanto pode.

O pai dela, um safado pior do que o padre pedófilo e estuprador, tentou  extorquir dinheiro dele utilizando imagens que  mostram o sacerdote em pleno ato sexual com adolescente de 15 anos.

Uma outra filha deste chantagista, agora com 9 anos, teria sido abusada sexualmente  desde os 7 anos. É irmã da primeira  que foi seduzida pelo padre, mas  só por parte dele, pai.

Teve uma outra menor que aceitou participar de uma armação, com vistas a gravação de um vídeo para incriminar o pároco.

Bem, esta narrativa surrealista pode não estar absolutamente correta porque não costumo acompanhar estes casos da crônica policial.

Mas mencionei o caso apenas por causa do papel do advogado que o padre contratou. Diz o advogado do diabo, embora  travestido de padre, que ele foi seduzido pela menor, “porque a carne é fraca”. De vitimas as estupradas virarão sedutoras imorais que não respeitam nem o intermediário de Deus aqui na Terra.

Esta história está tão mal alinhavada quanto a do outro advogado de São Paulo, que fez das tripas coração, um enorme esforço, com uma história fantasiosa para incriminar seu cliente. Isso mesmo, seu próprio cliente, afirmando não ter dúvidas de que ele é culpado pelo acidente fatal com o sinalizador marítimo lá na Bolívia.

Esses advogados são umas figuras patéticas, ou não são?

E o lema deste padre deve ser "ajoelhou tem que rezar".

27 de fevereiro de 2013

Clipping, com comentários marginais


Deu na imprensa nos últimos dias, e tempero a meu gosto:

Não é só de Roberto Carlos, Rubem Braga e Carlos Imperial que vive a cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
A cidade exportou para o Rio, também,  Daniela Bahiense, a musa do carnaval de rua carioca, eleita no prêmio “Serpentina de Ouro”. E isso tudo em APENAS 8 anos de Rio  de Janeiro.
Não é pouca porcaria, não!
                                                        X-X

A cadeira nº 10 - e o número não podia ser mais apropriado, pois foi o número de  Pelé, o maior de todos - fundada por Ruy  Barbosa, vinha sendo ocupada por  Lêdo  Ivo, que nunca chegou a desempenhos fantásticos, embora não fosse um perna-de-pau. Você se lembra de um golaço dele?
Pois bem, consta que, de novo, como faz há mais de 20 anos, Felisbelo da Silva é candidato à vaga no time dos velhinhos bons de letras, no lugar do  falecido Lêdo. Sergipano com 83 anos, que se intitula o brasileiro com mais livros publicados, quer chegar à marca de 850.
São dele os conhecidíssimos ... não lembro.
Ora bolas, já publiquei, aqui neste blog, 812 posts, da própria lavra e de amigos, e nem por isso o “Generalidades especializadas” postula uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Desculpem a piada. Já estou arrependido, pois nem de brincadeira seria colega de fardão do Sarney.
Falando sério, se é para eleger sergipano, porque não o ex-ministro Ayres Britto?
                                                      X-X

As escolhas de membro da ABL, assim como para ganhar Oscar, para ganhar Nobel, para ganhar Escola de Samba, ou para promoção a Desembargador, têm sempre um quesito, como direi, questionável.
O fator político pesa muito mais do que deveria e isso ficou explícito quando a primeira dama americana, em pessoa, anunciou o ganhador do Oscar.
Os fatores “grana” ou alguma outra espécie de retribuição, simpatia pessoal, entre outros, pesam também.
Agora teremos escolha de Papa, e o fator político, e o trafico de influências de novo estarão presentes; o “toma lá, dá cá”, a ideologia e sabe-se lá que outras coisas estranhas.
                                                        X-X
Aguardo com ansiedade incontrolável o lançamento da biografia de Luiza Brunet.  E dou uma sugestão à  ex-modelo: ilustre farta e ricamente com fotos em trajes mínimos e lingeries. Certamente venderá  mais de 100 exemplares.
Bem, ainda não comprei a de Anderson  Silva, porque não sei se já está nas livrarias. Papel deve estar muito barato.

                                                        X-X

Fico feliz em saber que o Country Club, do Rio de Janeiro, mantém a tradição de filtrar o ingresso em seu quadro associativo, de pessoas que não têm comportamento social adequado.
As bolas pretas (ou cilindros pretos, na tradição inglesa),  continuam sendo meio de rejeição de candidaturas indesejáveis.
O rol de barrados no Country inclui nomes conhecidos, nos meios sociais, econômicos e artísticos: Walter Clark, Ibrahim Sued e outros.
Já contei aqui  que há muitos anos, estando eu num coquetel  no Harmonia de Tênis,  seleto clube paulistano, ouvi numa roda onde por coincidência havia dois sócios, que o Silvio Santos estaria se candidatando a adquirir um título e foi dissuadido porque dinheiro só não contava, faltaria berço.
Berço que não falta a Guilhermina Guinle, por exemplo, que acaba de receber , no Country, mais bolas pretas do que as que as de fogo que atingiram a Russia. No caso pesou o fator comportamento social... do marido.

                                                            X-X

Seguindo os passos de Pelé (Xuxa), Renato Gaucho (Luma de Oliveira), Neymar está dando uns amassos numa celebridade da mídia mundana, no caso a atriz Bruna Marquesine. Que ainda não é uma Luma, mas chega lá (tem só 17 anos), pois atributos físicos não lhe faltam.

                                                            X-X

Os mensaleiros e seus advogados já colocaram em gestação os seus recursos. Ainda nem foi publicado o acórdão, eis que tem voto sendo reescrito e ajustado. Este julgamento, como muitos outros, acabará em pizza. Quem viver verá.
                                                               
                                                             X-X

Ontem, em pleno Camp Nou, pela Copa do Rei, na Espanha, o Real Madrid sapecou três a um (3X1) no Barcelona. 
Foi obra de nó tático engendrado pelo Mourinho ou o Barça já não é o mesmo?
As duas coisas.

26 de fevereiro de 2013

Sarrabulhos, açordas, burrego, migas e túberas



Minha avó materna nasceu e foi criada em Portugal. Na região de Trás-os-Montes. Segundo minha irmã, mais precisamente em Lamego.




Cada uma das regiões em Portugal tem sua culinária típica, mas algumas das iguarias são nacionais e estão presentes nas diferentes províncias.

Numa homenagem ao cada vez mais crescente número de acessos ao blog, desde o “Jardim da Europa a beira mar plantado”, coloco hoje algumas receitas bem conhecidas por lá e pouco difundidas aqui. Pelo menos com os nomes originais com que são conhecidas na santa terrinha.

Minha avó gostava de pão embebido em vinho. Assim como no Natal fazia algumas rabanadas ao vinho no lugar do leite.

Tivemos por vizinhos na Rua São Diogo, na Ponta D'Areia, uma família de alentejanos: Armando e Isaura.  Ele era quem me levava, ainda garoto,  aos estádios para ver o Vasco jogar, com ingressos obtidos por meu pai. Ele  (Armando), claro, também vascaíno.

Bem, esta família preparava alguns pratos à moda. Certa feita nos levou, como contrapartida ao pão-de-ló que minha mãe fazia para eles, uma terrina de sarrabulho. Rim e figado, argh!!!! Perdão patrícios.



Sarrabulho

(Ingredientes)

     1/2 kg. de figado bovino
       2 pares de rim
   1/2 kg. de carne moída
         2 kg. de batata 
         2 cebolas
         100g de azeitona preta
         100g de azeitona verde
         3 dentes de alho
         1 litro de vinho tinto seco
         1 litro de óleo
         200g de linguiça calabresa
         150g de paio
         1 lata de ervilhas
         1 vidro demolho de pimenta
         1 amarrado de folha de louro
         2 tomates médios
         2 pimentões médios

(Modo de Preparo)

Corte em cubos o fígado, os rins, a calabresa, o paio, a batata, a cebola, os tomates, o alho e os pimentões. 
Refogue a cebola, alho, pimentão e tomates, junte os miúdos e a carne moída. Deixe cozinhar. 

Açordas
(Ingredientes)

Para 4 pessoas
1 bom molho de coentros (ou um molho pequeno de poejos ou uma mistura das duas ervas
2 a 4 dentes de alho
1 colher de sopa bem cheia de sal grosso
4 colheres de sopa de azeite
1,5 litro de água a ferver
400 grs de pão caseiro (duro)
4 ovos

(Modo de preparo)

Pisam-se num almofariz, reduzindo-os a papa, os coentros (ou os poejos) com os dentes de alho, a que se retirou o grelo, e o sal grosso.
Deita-se esta papa na terrina ou numa tigela de meia cozinha, que neste caso fará ofícios de terrina.
Rega-se com o azeite e escalda-se com a água a ferver, onde previamente se escalfaram os ovos (de onde se retiraram).
Mexe-se a açorda com uma fatia de pão grande, com que se prova a sopa.
A esta sopa dá-se o nome de sopa «azeiteira» ou «sopa mestra».
Introduz-se então no caldo o pão, que foi ou não cortado em fatias ou em cubos com uma faca, ou partido à mão, conforme o gosto.
Depois, tapa-se ou não a açorda, pois uns gostam dela mole e outros apreciam as suas sopas duras.
Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina, também conforme o gosto.
*A açorda é, fora do Alentejo, o prato mais conhecido da culinária alentejana.
Vai à mesa do pobre e do rico e raro é o dia que não constitui o almoço do trabalhador rural.
Tem muitas variantes, mais influenciadas pela mudança de estações do que, como é regra em cozinha tradicionais, de terra para terra.
É sempre um caldo quente e transparente, aromatizado com coentros ou poejos, ou os dois, alhos pisados com sal grosso e condimentado com azeite.
Dão-lhe consistência fatias ou bocados de pão de trigo, de preferência caseiro e duro.
Acompanha-se geralmente com ovos escalfados, que também podem ser cozidos, e azeitonas.
Muitas vezes, na água utilizada já se cozeu uma posta de pescada ou de bacalhau.
Também pode ser acompanhada com sardinhas assadas ou fritas e, no Outono, é muitas vezes enriquecida com tiras finas de pimento verde, que se escaldam com a água ao mesmo tempo que as ervas, e acompanhada com figos maduros ou um cacho de uvas brancas de mesa.

Migas
(Ingredientes)
Para 4 a 6 pessoas

500 g de entrecosto ;
250 g de lombo ou de costelas de porco (sem osso) ;
150 g de toucinho salgado ;
800 g de pão de trigo caseiro (duro) ;
3 dentes de alho ;
3 colheres de sopa de massa de pimentão ;
sal a gosto


(Modo de preparo)

Corta-se o entrecosto e a carne em pedaços regulares e barram-se bem com os alhos pisados e a massa de pimentão. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.
Corta-se o toucinho em bocadinhos. Numa tigela de fogo (tigela de barro vidrado muito estreita na base e larga em cima) levam-se a fritar as carnes e o toucinho juntando uma pinguinha de água (para não deixar queimar). Retiram-se as carnes à medida que forem alourando.
A gordura (pingo) resultante da fritura das carnes é passada por um passador.
Tem-se o pão cortado em fatias. Deita-se o pão na tigela, rega-se com um pouco de água a ferver e bate-se imediatamente com uma colher de pau, esmagando-o. Tempera-se com o pingo necessário, batendo as migas. Estas devem ficar bem temperadas mas não encharcadas de gordura.
Sacode-se a tigela, sobre o lume, enrolando as migas numa omeleta grossa.
A esta operação dá-se o nome de enrolar as migas.
Quando as migas estiverem envolvidas numa crosta dourada e fina, colocam-se na travessa, untam-se com pingo e enfeitam-se com as carnes.
O entrecosto pode ser suprimido aumentando-se a quantidade de carne de febra.
Os dentes de alho podem ser fritos no pingo e retirados antes de se juntar o pão.

Túberas de Fricassé

(Ingredientes) Para 4 pessoa
Túberas
1 kg de túberas
1 cebola
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de banha
1 folha de louro
4 gemas
1 limão
1 ramo de salsa
sal a gosto

                                                    (Modo de preparo)


Põem-se as túberas de molho e esfregam-se com uma escovinha.

Lavam-se muito bem, descascam-se e cortam-se em rodelas grossas.

Faz-se um refogado com a cebola picada, o azeite, a banha e o louro.
Juntam-se as túberas, temperam-se com sal e deixam-se apurar.
Isto leva um certo tempo, pois as túberas largam muita água.
à parte misturam-se as gemas com o sumo de limão e salsa picada.
Retiram-se as túberas do lume, adicionam-se as gemas com o limão e leva-se novamente a lume brando, deixando cozer cuidadosamente para evitar que os ovos talhem.


Ensopado de Borrego

(Ingredientes)

Para 8 pessoas



Borregos
2 kg de carne de borrego (costeletas e sela)
500 g de cebolas 
2 colheres de sopa de farinha 
200 g de banha 
5 dentes de alho 
1 folha de louro 
1 colher de sopa de pimenta em grão 


1 colher de sobremesa de colorau doce 
1 ponta 1 kg de pão (caseiro ou                                                                                                                                                                                                        de segunda)
 sal  a gosto

(Modo de preparo)


Corta-se a carne em bocados, que se passam pela farinha. Retiram-se 3 colheres de sopa de banha e aquece-se a restante num tacho de barro. Introduz-se a carne neste tacho e deixa-se alourar.

À parte, noutro tacho de barro, faz-se um refogado com a restante banha, as cebolas cortadas ás rodelas, os dentes de alho cortados, o louro e a pimenta em grão.

Introduz-se a carne bem loirinha no refogado, assim como os restantes temperos e a água necessária para o ensopado, que pode ser acrescentada quando se julgar necessário.
Na altura de servir, tem-se o pão cortado em fatias numa terrina, sobre a qual se deita o caldo do ensopado depois dos temperos rectificados.
A carne serve-se à parte numa travessa, mas ao mesmo tempo.



 BOM APETITE!



Imagens: obtidas no Google.

25 de fevereiro de 2013

Torcidas (des) organizadas, antros de banditismo


Antigamente, muito antigamente, frequentei estádio de futebol. Seleção brasileira, então, não perdia jogo.

Eu era tão aficionado que, lembro bem, em 1966, na fase preparatória de nossa seleção para a Copa da Inglaterra, fui ao Maracanã assistir a duas partidas, uma  em sequência à outra. Para quem é muito jovem ou tem memória ruim, informo que o treinador (Vicente Feola) convocou três seleções.

Na primeira partida, uma de nossas equipes  enfrentou o Peru e na outra partida logo após, jogamos contra a Polonia. Logo, 180 minutos de seleção brasileira.

E tem mais. Acreditem! Chegando em casa, assisti pela TV ao jogo da seleção paulista (refugo de jogadores não convocados para a seleção brasileira), contra a Hungria. E a seleção paulista ganhou da seleção húngara que,  na copa, valendo de verdade, venceu nossa seleção principal, com Gerson, Tostão e Garrincha por 3X1. Pela segunda vez, posto que em 1954 os húngaros também nos mandaram para casa.

Isso é só para dar uma ideia do quanto eu gostava de futebol: três jogos num só dia. Dois da seleção nacional e um da paulista.

Bem, nesta época, fosse  nos “alçapões”, da Rua Bariri (Olaria), da Figueira de Melo (São Cristovão), da Teixeira de Freitas (Bonsucesso), Italo del Cima (Campo Grande), fosse no Maracanã, o pau cantava por vezes entre os torcedores.

Mas era briga na mão. Você levava e dava tapas, que ardiam um pouco na hora e deixava o rosto vermelho momentaneamente, mas ao chegar em casa já estava curado.

Esse negócio de lavar armas – até de fogo – para os estádios é coisa de agora. Isso nada tem a ver com torcida, tira o assunto da página esportiva para a policial dos jornais.

É banditismo mesmo, coisa covarde. Como foi covarde o corintiano que direcionou o aviso (utilizado em emergência pela marinha), para o torcedor boliviano.

Este sinalizador libera um projetil plástico de 23 cm de comprimento e 2 de diâmetro. É uma arma letal se utilizado com o propósito com que foi.

O bandido (não torcedor) cometeu um crime doloso, com a intenção de causar o dano, ou pelo menos assumindo o risco consciente  de alcança-lo.

São urgentes e imperiosas as medidas a serem tomadas pelos clubes e pelas autoridades policiais e desportivas. É preciso acabar com a manutenção destas quadrilhas, travestidas de torcedores, que ganham ingressos e têm como propósito o  enfrentamento da torcida (ou quadrilha) rival.

Estes bandidos devem ser banidos. As próprias torcidas que se intitulam organizadas, devem tratar de depurar seus quadros eliminando ou rejeitando os violentos.

As autoridades policiais e judiciais, devem ser mais rigorosas  na prisão, julgamento e condenação dos bandidos/torcedores. É possível banir estes criminosos dos estádios. Basta vontade de faze-lo e agir neste sentido.

Os mais antigos se lembram dos hooligans, uma das mais violentas torcidas do mundo, que nasceu em clubes ingleses e se estendeu à própria seleção inglesa.


Imagem pinçada no Google
Pois bem, quem assiste presentemente aos jogos da Premier League, constata surpreso que inexistem fossos ou alambrados separando a torcida do gramado de jogo, que são raríssimas as invasões de campo e mais raras ainda as brigas dentro e fora dos estádios.

A torcida chega quase em cima do horário das partidas, pois os lugares são numerados e respeitados pelos demais, a venda de bebidas é livre em vários bares dentro do próprio estádio  e ninguém é besta de brigar ou invadir o campo pois as sanções são severíssimas.

Ou seja, a lei é cumprida.

Estas torcidas que aqui no Brasil, em todos os lugares, chegam a marcar seus confrontos pela internet, não têm ligação com a paixão que o futebol desperta.  Se prestarem atenção, durante as partidas mal acompanham seu desenrolar.


Ramalho

Ficou no passado a possibilidade de uma mulher, como a Dulce Rosalina, liderar uma torcida como a do Vasco e o grito de guerra ser o toque executado pelo Ramalho num talo de mamoeiro. O paradigma da torcida do Flamengo era a charanga (bandinha) do Jaime de Carvalho.




















Tempos românticos, civilizados, com estádios lotados, muita gozação, muitas lágrimas e muitos sorrisos.

Imagens colhidas no Google.

24 de fevereiro de 2013

Os últimos quinze dias


Os últimos 15 dias foram ricos em notícias inesperadas e outras nem tanto pois os fatores desencadeantes estravam em gestação.

Tivemos Papa anunciando que renunciará. Tivemos bombardeio de bolas de fogo na Russia. Tivemos o Barcelona inteiramente inerte, dominado pelo Milan. Tivemos o Fluminense levando uma tunda do Grêmio. Tivemos o meu xará  (Jorge Lemann) consolidando a posição de brasileiro mais rico, deixando para trás o Eike. Tivemos a fusão das empresas American Airlines com a US Airways (vide foto). Tivemos minha crise renal com cirurgia de emergência. Assunto é que não faltou.

O que mais me chocou foi o (assunto) do idiota torcedor do Corinthians, que matou um jovem boliviano ao atirar em sua direção um daqueles avisos luminosos. Este deveria ser o assunto que iria abordar. Mas estou tão revoltado com a estupidez do ato, que esperarei me acalmar para falar (escrever)  de torcidas e torcedores numa outra oportunidade.


Elejo para desenvolver um pouco mais, o crescimento  do Fundo 3G, comandado com muita competência e arrojo pelos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O Banco Garantia, criado pelo trio, a partir dos anos 1980, deu início a um processo desenfreado de aquisições de grandes empresas, como as Lojas Americanas,  seguindo-se a Brahma, ainda na mesma década.

A compra da Brahma,  e a subsequente criação da Ambev foram o ponto de partida para o enorme salto representado pela associação com a Interbrew , da Belgica,  e a compra da Anheuser –Busch,  proprietária da marca Budweiser. Pronto! Estava criada a maior cervejaria do mundo.

Com eficiência nos controles, em especial dos custos, e busca permanente de melhor produtividade, criaram um estilo de gestão que já é marca registrada do Grupo e elogiada no mundo empresarial.

Há algumas poucas décadas, nós brasileiros íamos para as ruas, com cartazes e faixas de protesto contra o capitalismo americano. Lembram?

E agora somos imperialistas com muito orgulho e sem pudor.

Pois é, agora estamos presentes em vários países, através de multinacionais, que utilizam mão-de-obra e matéria- prima locais, mas com capital  e, principalmente, comando operacional de brasileiros.

A última aquisição do Grupo foi a Heinz, cujo principal produto é o ketchup conhecidíssimo dos brasileiros que frequentam  os USA regularmente.

Já haviam adquirido o Burger King, que aqui em Niterói vai ocupar o prédio onde funcionava o restaurante Trattoria Torna, na Gavião Peixoto.

23 de fevereiro de 2013

Uma Yoani incomoda muita gente. Precisamos de mais Yoanis.



Por 
Ricardo W Carrano
Greenville - Carolina do Sul - USA


Primeiramente devo esclarecer aos amigos do blog que eu não sou PTista, PSDBista, Republicano nem Democrata (do partido), sou independente e apenas apreciador dos principios do libertarianismo.

Portanto este post é a meu ver mais ideológico do que político. 

Assim sendo, devo dizer também que como já enviei posts sobre a passagem de furacões aqui nos EUA, venho desta vez então falar sobre a passagem do furacão Yoani, meu caro primo, e de sua colega blogeira cubana Yoani Sanchez.

O mais importante a meu ver neste evento é o fato de que Yoani está ajudando a tornar a ditadura cubana cada vez mais irrelevante do que sempre foi, apesar do poder, deixando também claro que o “embargo” americano a Cuba apenas ajuda ao regime neste ponto da historia, coisa que concordo totalmente.

Alias, concordo e inclusive já participei de um debate sobre este assunto por aqui, onde eu e outros defendemos o fato de que a ditadura cubana não teria como mascarar a penúria vivida pelo povo, penúria esta que não seria resolvida com o fim do embargo porque os brothers ditadores não permitem acesso a bens e serviços de países capitalistas a seus cidadãos, simples assim, o fim do “embargo”, estabelecido em Outubro de 1962 pelo Presidente JFK, é ainda apenas uma das heranças malditas da Guerra Fria, e os EUA depois de aventuras militares desnecessárias dos anos Bush, estariam demonstrando um pouco de apreço aos cubanos (não ao governo), os quais também têm muitos descendentes, dissidentes e amigos eleitores aqui nos EUA.


Considero que um dos piores defeitos do brasileiro é a incapacidade histórica que temos de reconhecer o obvio, e isso nos custa muito caro como nação, assim sendo e diretamente, Yoani Sanchez também ajuda o povo brasileiro a chegar a várias conclusões obvias, mas eu só vou citar as duas mais obvias :


1- Você não pode ser contra uma ditadura militar como a de 1964 e a favor da ditadura cubana, porque ser a favor de um e/ou regime totalitário, faz de você também um ser anti-democratico e anti-liberdades individuais característica tipica de qualquer tirano ou projeto de ditador bananeiro.

2- Você deve lealdade a Patria e não ao governo, voce deve respeito às instituicões do governo e não as pessoas que exercem cargos no governo, e por fim você tem que obedecer a constituicão e não a pessoas no que no desempenho de uma funcão governamental desreispeitam qualquer das afirmacões acima citadas. Esta frase não é minha. Foi pronunciada por um general dos Marines durante audiencia no Congresso americano, nos anos 90, quando este recebeu uma pergunta idiota sobre se ele tinha conhecimento suficiente de sua funcão a servico do pais, a frase é parte de um pronunciamento contundente e eu fiz uma pequena sintese aqui, porque a ideia cai como uma luva quando se questiona
a lealdade de Yoani Sanchez, e a nossa própria, questionamento este que sempre é feito por aqueles a quem me referi no item 1. 

Ironicamente, ja fui chamado de golpista algumas vezes que a usei apesar de ficar claro o respeito a constiuição e ordem estabelecida, mas isso foi porque como vocês sabem eu fui milico da gloriosa FAB e a frase também é de um “brother”.

Não posso deixar de fazer também uma observacão sobre os protestos contra a visita de Yoani Sanchez. A observacão mais interessante partiu da própria que disse que ainda bem que no Brasil
não é como no pais dela onde não se pode fazer tais manifestacões e protestos. Bem, tem ainda um detalhe e este eu sempre observo na figura do militante que participa deste tipo de protesto: Todos estes militantes são anti-americanos e vão sempre ao protesto que foi combinado no Facebook através da sua conexão de Internet Banda-Larga usando seus i-Pads, i-Phones ou Netbooksvestindo normalmente jeans, t-shirts (me disseram que agora falam assim no Brasil), tenis Nike ou Rebook, escutando rock’roll no seu i-Pod durante o trajeto, e quando dá fome após a manifestação, vão comer no McDonald’s tomando, inclusive uma Coca-Cola para matar a sede apos tanta gritaria, isso para citar apenas algumas das características da vida incoerente com seus princípios, levada por este tipo único e rocambolesco de individuo.

Para terminar, outra conclusão interesante sobre esta mulher inteligente e de beleza singela: sim singela porque ela é uma beleza como se chama por aqui (pelos homens) de natural beauty o que seria algo como uma beleza cara-limpa, natural, sacou ?


Yoani Sanchez (http://www.desdecuba.com/generationy/) é uma “mulher-elefante” porque incomoda muita gente, e é relevante porque tem mais “culhones” que muito cabra que se diz macho, sendo visivel sua aititude “live free or die hard”.

Incomoda porque leva a todos nos a mensagem de sim, alguém bem intencionado pode fazer a diferença, e de que não temos que nos submeter aos desmandos de alguém que está no governo e pronto. 

Assim, incomoda porque imagine que gente como os bothers-dictators, ou mesmo os “9-fingers” da vida dentre outros fica mesmo é irada com isso e assim usam e abusam da intolerância característica do totalitarismo, que por ser normalmente estabelecido pelo caos e por gente de valores e mentalidades egocêntricas e egoísticas, dispara em algum instante a espiral de retorno negativo de conflitos internos que historicamente causa decadência e fim dos regimes ditatoriais e/ou totalitários.

Que venham mais Yoanis...

Fotos de Yoani Sanchez:  fonte O globo on line.

22 de fevereiro de 2013

Lendas envolvendo animais


Prometi que escreveria de como o relincho de um cavalo levou ao poder, na Persia, um Dario ou Xerxes de tantos quantos por lá passaram, depois de Ciro.

Lembrei do fato ao mencionar que Shakespeare, pela boca de Ricardo III, bradou que trocaria seu reino por uma cavalo. Ai lembrei que o relincho de um cavalo levara ao trono persa.

Esta história, que teria sido relatada por Herodoto, eu iria explorar quando escrevi sobre lendas envolvendo animais, como o galo de Siena, encontrável em   http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2009/12/os-animais.html   um dos meus primeiros posts aqui.

Naquele momento, isto foi no final de 2009, minha pesquisa para comprovação da história ficou frustrada. Não encontrei em lugar nenhum o relato de Herodoto. Sem a comprovação não me aventurei a escrever sobre o episódio.

Apenas com base na memória (já comprometida) diria que teria havido um desafio entre guerreiros postulantes ao trono persa, que consistia no seguinte: o cavalo que nas primeiras horas da manhã seguinte relinchasse faria de seu dono/montador, o chefe incontestável.

Assim, um Dario ou Xerxes ou Artaxerxes teria virado rei.

Peço, encarecidamente, a quem souber desta história que a confirme ou a desminta. Sendo verdadeiro, não necessariamente o fato em si, mas que existe relato do pai da história sobre o episódio, alerte este escriba amador que ousa perpetrar na internet as bobagens que deveria manter restritas aos seus alfarrábios.

Bem, em 2009 não houve um só comentário ao post http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2009/12/os-animais.html



21 de fevereiro de 2013

Da boca para fora


Ontem, de novo, brinquei com a questão de frases feitas, destas que a gente repete nas rodinhas de eventos sociais e na mesa do bar com amigos. Mas também em eventos mais formais, como palestras, aulas, etc.

Por vezes a frase é repetida tão automática e irrefletidamente, que a dizemos sem muita convicção. Mas não faz mal pois a oportunidade assim o exige.

Gosto de exemplos. Pois vamos lá. Se o assunto da conversa é sobre um AVC ou um infarto do interlocutor, não demora caberá a frase “saúde é o mais importante”.

São frases da boca p’ra fora, só admissíveis naquele dado momento.

Mas esta frase, “saúde é o mais importante”, é validada quando você é apanhado num  acidente vascular ou mesmo numa dengue. Aí a gente para para pensar e chega a conclusão que ela encerra uma enorme verdade.

Se Ricardo III daria seu reino por um cavalo, segundo a pena de Shakespeare, você daria todo o seu parco saldo de poupança para livrar-se do desconforto, da dor, por exemplo, de uma crise renal.

Abro aqui um parêntese para prometer qualquer dia associar a pseudo frase de Ricardo III com a conquista do poder persa por Dario, por causa do cavalo.

Bem, acreditem, saúde é mesmo um bem que devemos tentar preservar o quanto possível. Assim como a educação é o problema nacional, a saúde é o problema individual. Na minha idade principalmente.

Agora vamos ao porque deste tema aqui hoje.

Deu-se que em outubro de 2010 fiz um AVC. Um pequeno acidente isquêmico, mas que nem por sua pequena extensão (felizmente) deixou de produzir sequelas.

Afastado o risco maior, dei início, por recomendação médica, a uma série de exames (quase um check-up), a partir de todos os ligados ao coração. Muitos foram os fatores que me levaram ao AIT (acidente isquêmico transitório, para o caso de ter algum médico nos lendo agora). Mas o que desencadeou foi a pressão arterial que bateu nos 23, daí porque o cardiologista depois assumiu o papel principal em meu tratamento.

Entre os exames de imagem que realizei, um deles foi o abdominal total. No resultado coisas preocupantes, além de gordura no fígado. Ligeiro crescimento da próstata e dois cálculos renais, um em cada rim: 0,9 no direito e 0,8 no esquerdo.

Durante o ultrassom, feito por simpática e competente médica, quando informado sobre os cálculos renais perguntei o que ela sugeria dado que o urologista não estava em meus planos mais imediatos. Indaguei então: o que devo fazer? A resposta me surpreendeu.  – “ Nada! Deixa elas quietinhas onde estão” Sábio conselho. Enquanto quietinhas, acomodadas no rim, não incomodam. Mas se se deslocam, valha-me Deus!

No meu caso, na semana passada, a tal que estava no rim direito deslocou-se e se engastalhou no ureter (claro que no direito) e lá ficou obstruindo a passagem e provocando uma dor desesperadora. Se corresponde a de um parto, eu tive trigêmeos.

Não vou ficar aqui dramatizando o que por si só já é de chorar lágrimas de esguicho (licença NR).

Antes pelo contrário vou colocar um ponto final neste relato com um conselho precioso: se você já detectou a existência de um cálculo renal, embora não esteja causando desconforto, prepare uma valise com um kit internação de emergência (escova de dentes, escova ou pente, creme dental, estas coisas básicas) pois certamente você precisará  delas numa internação inesperada.

ET: como disse o Freddy no outro dia, a semana foi de bombardeio de pedras, vindas do céu e das profundezas de órgãos humanos.