29 de outubro de 2012

HALLOWEEN





Por
Carlos Frederico March
(Freddy)



O famoso Halloween, muito festejado nos Estados Unidos e outros países anglo-saxônicos no próximo dia 31, é uma controvérsia aqui no Brasil. Não raro a gente dá de cara com cartazes e outdoors espalhados na cidade criticando a adesão a essa festa. Sua denominação como Dia das Bruxas é exclusiva de povos de língua portuguesa.

Entrar em detalhes sobre como apareceu o Halloween é chover no molhado, na Wikipedia o assunto é dissecado aos ossos. Para ser bem conciso, a palavra parece descender da expressão Hallow Evening (ou All Hallows Even) que se refere à véspera do Dia de Todos os Santos. Sua origem na Idade Média e uma relação direta com a Santa Inquisição perpetrada pela Igreja Católica fazem parte da história do Halloween.

Para as crianças dos países onde o Halloween é tradicional, ele é motivo de brincadeiras o dia todo, as árvores sendo enfeitadas com doces e adereços alusivos à data. Elas alegres, inocentemente fantasiadas com temas vampirescos e cavernosos,  passeiam de casa em casa e o mote "trick or treat"  faz parte de suas tentativas de angariar guloseimas em geral.

Jack o' Lantern,
o mais conhecido símbolo do Halloween
Tradições e origens à parte, para mim é como se fosse um carnaval de um dia só, uma festa como outra qualquer. Participar dessas alegres reuniões, com muita música e dança, fantasiados com temas ligados à bruxaria, parece-me uma despreocupada maneira de passar uma noite. Nada relacionado com devoção ao Diabo ou adesão a ritos macabros.

Em nosso âmbito familiar, nós temos realizado diversas festas de Halloween. Decoramos nosso apartamento a caráter, montamos som e luzes e estimulamos as pessoas a se fantasiar. Coisas bizarras podem ser eventualmente usadas para aderência maior ao tema. Exemplos?

- ratos, lagartixas e aranhas de plástico são espalhados em locais estratégicos
- fantasmas, bruxas, morcegos, são pendurados a esmo pelos ambientes.
- corvos empalhados foram usados, eu tenho 2 muito convincentes
- o banheiro pode ter uma placa identificando-o como "necrotério"
- na mesa, alguns acepipes podem ser identificados como:
-- "vermes em conserva"=  uma deliciosa berinjela ao vinagrete
-- "bolinhos de cadáver de boi" = quibes
-- "ovos de cem anos" = ovinhos de codorna

Ou seja, um animado e estranho baile de máscaras. Vejo, decerto, uma limitação. Na minha opinião, a festa tem de ser exclusivamente familiar, com participação de amigos bem chegados. Festas de Halloween públicas são frequentemente palco de confusão e desentendimento, com gente ligada a seitas macabras usando-as para ritos selvagens ou coisas similares, tornando sua frequência por pessoas comuns um tanto arriscada, para não dizer perigosa.


Família do autor e amigos num Halloween caseiro

O que mais me incomoda, no entanto, é o clamor popular de que o Halloween é uma festa "importada". Estaríamos nos rendendo a uma cultura estrangeira, maculando valores de nosso povo.  Que valores?

Nosso Natal tem algodão nas árvores emulando neve e Papai Noel vem numa carruagem puxada por renas!  Servimos castanhas e nozes na nossa mesa da ceia, além de frutas secas e doces típicos de um inverno rigoroso que raramente temos aqui e, quando o temos, certamente não é em dezembro.

O que é uma festa junina a não ser uma tradição europeia? As danças de quadrilha são marcadas até hoje, meus amigos, em francês !! Celebramos com alegria uma Oktoberfest tipicamente alemã, sendo que a de Blumenau já é considerada a 2ª maior do mundo, perdendo apenas para a original em Munique!

Até o Carnaval, ao qual demos enorme contribuição em conteúdo e forma, chegando a exportá-lo, teve origem na antiguidade, alcançou grande expressão na França e veio para o Brasil através do Entrudo português.

Muito pouco de nossa "cultura" tem raízes originadas em nossa própria terra - teríamos apenas festas indígenas.

Apesar disso tudo, Halloween não pode. Só consigo identificar nessa restrição uma hipocrisia imensa de gente que não tem o que fazer e adora estragar a alegria alheia. 

Autor, esposa e cão a caráter para a festa

28 de outubro de 2012

Essa novela já vi


Nos tempos idos d’ O Pasquim, hebdomadário com viés humorístico que fazia contestação política, não sei porque a equipe (não todos) pegava no pé do Jorge Amado, então nosso escritor mais afamado (sem trocadilho) e autor nacional  campeão de vendas de romances (não havia Paulo Coelho).

A critica de Millôr, Jaguar, Ziraldo, Henfil, Tarso, Sergio Cabral, Francis, Lessa e outros apontava que Jorge Amado era repetitivo. Seus romances estavam sempre ambientados na área do cacau, os personagens de cada romance tinham perfis semelhantes aos dos anteriores, enfim era tudo igual.

Lembro que quando da publicação de “Teresa Batista” saiu uma notinha tipo “não li e não gostei” numa alusão a que seria igual aos demais.

Tenho um amigo, intelectual, escritor, que não considera Amado boa literatura. Regionalismos só admite o de Guimarães Rosa, quiçá o de Érico Veríssimo. Que preconceito, não?

Bem, esta introdução foi para preparar o terreno para o que vou escrever agora: já ví esta novela que começou na segunda-feira, chamada “Salve Jorge!”.

Nela estão e estarão presentes todos os ingrediente tradicionais do gênero e da espécie, que trata de cultura diversa da nossa, como esta do caso em tela, ambientada parcialmente na Turquia, que exibirá cenários exóticos para nós.

Haverá (já há) triangulo amoroso, encontros e desencontros de casais, núcleo de samba/pagode, abordagem de crítica social, no caso representado pelo tráfico de mulheres e crianças, aquelas  para fins de exploração sexual, doses cavalares de palavras e expressões estrangeiras que serão repetidas ad nauseam e músicas típicas, que no caso serão as turcas; e certamente muita dança do ventre porque afinal sensualidade faz parte da fórmula vencedora.

A gastronomia com certeza será enfatizada. E quem prestar atenção aprenderá um pouquinho de geografia.

Já falei das mulheres gostosinhas (mesmo sem provar, só de aparência) que povoarão a trama, quando admiti haver assistida ao primeiro capítulo.

Nanda Costa
Mariana Rios



Bem já vi o suficiente.

Fui informado por minha irmã de que os evangélicos estão contra a novela sob considerar a presença de Ogum, que eles rejeitam. Se prevalecer a campanha,  a novela perderá muitos acompanhantes porque os evangélicos formam um enorme contingente que já ultrapassa o número de católicos.

Com ou sem novela, Salve Jorge!

N do A: o amigo, seguidor e colaborador do blog - Gusmão - já teve um post aqui publicado abordando uma receita de novela, com mais propriedade.

27 de outubro de 2012

Pegando o fio da meada


No post anterior pretendi tranquilizar minha mulher no sentido de que me manterei nos estritos limites da legalidade, do exercício da cidadania, criticando sem cometer calúnia ou injúria.

Quanto a difamação (outro delito) não terei sido o desencadeador. Alguns ficarão difamados por seus próprios atos, independentemente de minha opinião.

Casos do ministro Dias Tóffoli, que se comporta como vaca de presépio aderindo sempre ao voto do ministro-revisor.

Ele tem irritado tanto e a tantos que tem seu curriculum circulando na rede numa tentativa de demonstrar o que é óbvio. Ele não tem aparato intelectual, de erudição e cultura jurídica para o exercício da função judicante na mais alta corte.

Faltam-lhe, além dos títulos acadêmicos de doutorado ou mestrado que seja, o saber formal e a sabedoria fruto da experiência de vida.

Pelo curriculum da Wikipedia foi reprovado em duas oportunidades em concursos  para Juiz substituto.

Em suma foi presenteado com nomeação par uma função que é muito maior do que sua envergadura de juiz, que nunca foi antes, e está além (a função) do seu aparato intelectual. Como bem agradecido mantem-se fiel aos seus padrinhos políticos do PT, partido que defendeu, como advogado,  até não muito tempo.

Numa toada próxima encontra-se a ministra Rosa Weber que demonstra visivelmente suas inseguranças. Embora comparativamente tenha mais arcabouço do que Dias Tóffoli mercê de sua experiência no magistério, e judicatura  no Tribunal da Trabalho onde foi juíza concursada.

Para quem não sabe, vale registrar que todos os ministros contam com assessoria de profissionais qualificados (de suas escolhas e nomeação) que lhes dão suporte. Alguns assessores são magistrados experientes. Num processo como este o trabalho da assessoria é fundamental.

Mas um bom ministro com larga experiência de magistratura, boa cultura geral e domínio de pelo menos duas línguas (idealmente francês e alemão), tem ganhos com uma boa assessoria, potencializando-a. Mas se estamos falando de monoglota, sem experiência  de magistratura  (apenas advocacia) e pouca experiência de vida, não há assessoria que supra as deficiências que ficam visíveis.

Tóffoli foi presenteado. Bem,  Marco Aurélio Mello também teria sido. Mas em favor deste registre-se seu empenho em crescer, o bom proveito que fez  da infraestrutura a sua disposição. E principalmente louve-se a equidistância que manteve quando do julgamento, na mesma corte,  do primo (distante) que o nomeara.

O ministro Joaquim Barbosa tem saber jurídico e ilibada conduta até onde conhecido seu comportamento social e profissional, como membro do ministério publico (procuradoria federal).

Mas existe uma versão que o presidente queria nomear um negro. Logo, a cor da pele , a origem racial, foi o critério primeiro. Depois buscou-se um bem qualificado. E chegaram no ministro. Menos mal que possui muito boa cultura e títulos que o qualificam para a função.

Mas faltam-lhe dotes de oratória. Tem dificuldade até mesmo para ler e sua dicção não é boa. Mas é o “mocinho” do filme.

Em contrapartida o ministro Ricardo Lewandowski, antagonista principal no filme, que conta com um fiel escudeiro, tem ótima retórica, e intercala com muita propriedade  a leitura do voto escrito com comentários paralelos de improviso. Revela agilidade mental e fluência verbal.

Como já mencionei em texto anterior, não concordo com o comportamento de S. Exa. e  muito menos com seu propósito absolutório, mas inegavelmente tem arcabouço para a função, sem entrar no mérito dos aspectos éticos e morais.

Assacar aleivosias, fazer acusações levianas me colocaria fora dos limites da livre manifestação do pensamento.

APÊNDICE: A procuradoria-geral da República pleiteou a retenção dos passaportes dos condenados. Não sei se será atendido, ou pelo ministro-relator ou pelo plenário se for levada a este a decisão.
Por outro lado, a caracterização como julgamento político, já sendo alardeada pelo PT, propiciaria o asilo político nas embaixadas das Venezuelas e Bolivias da vida. Logo, reter passaporte será inócuo para evitar a fuga e obrigar ao cumprimento da pena.
Outra medida que está sendo arquitetada é no sentido de que a perda de mandato não poderá ser automática, com a simples decisão do STF. Terá que ser referendada pelo Congresso.
Acabo concordando com os céticos no sentido de que a pizzaria não fechou.
Agora é o seguinte: meu nojo em relação a esta corja só aumenta. Me dá  engulhos a só visão na TV e nos jornais da cara de Dirceu e seus asseclas. Principalmente pela covardia. Depois que se estrepa nas tentativas espúrias de projeto de poder, foge, faz plástica, muda de nome e não assume suas posições. É um poltrão.
  

26 de outubro de 2012

BOTANDO EM PRATOS LIMPOS


Aqui quem escreve é um cidadão em pleno exercício de seus direitos civis, que a par  e independentemente de possuir parcos conhecimentos jurídicos é um amante da ciência do Direito.

Outrossim, mantenho intacta minha capacidade de indignação. Toda indignação há de provocar reação. A indignação sem ato ou ação consequente, é algo estéril, e por isso inócua .

Como não posso (em tese) assomar à tribuna do plenário do STF e fazer o papel de assistente de acusação, no caso da Procuradoria Geral da República, para dizer o que penso da engrenagem de corrupção engendrada por uma quadrilha que tinha um projeto não de governo, mas de poder, utilizo os meios de que disponho.

Por isso escrevo para os jornais comentários com criticas, nem sempre publicados.

E ainda, neste espaço virtual, tenho dedicado alguns posts à análise, a meu sentir, do que está ocorrendo nas sessões de julgamento.

Para minha mulher que acha que não devia escrever certas coisas e não me meter, e para os amigos e conhecidos que por razões que não cabe discutir preferem se omitir, silenciar, endereço as seguintes palavras tranquilizadoras: o inciso IV, do art. 5º, da Constituição Federal, assegura a livre manifestação do pensamento.

Com base neste preceito da Lei Maior, a própria egrégia corte que tenho aqui censurado, com as devidas vênias, por decisões contrárias a minha compreensão, entendeu legítima a chamada “Marcha da Maconha”, assegurando o direito aos manifestantes.

Ora, se é possível fazer manifestação pública a favor da liberação da maconha, tida e havida como droga nociva e capaz de prejudicar a sociedade, porque não posso eu me manifestar a favor da legalidade?

Acho que como regra geral sempre tive opinião. A idade, se por um lado nos trás a clareza de que nem sempre as coisas são como imaginamos, e portanto devemos sopesar nossas verdades, por  outro lado faz-nos perder a vergonha de assumir posições que estão definitivamente  sedimentadas em nossa carta de navegação rumo ao fim da vida.

Minhas poucas certezas são inegociáveis.

Bem, dito isto, continuo com minha opinião sobre o que está acontecendo e sendo transmitido em cadeia nacional de TV (pública).

Está sendo julgada uma quadrilha, e assim podemos denominar porque este entendimento já foi assentado pela mais alta corte de justiça. Ficou, na opinião da maioria dos ministros do STF, caracterizado o crime de formação de quadrilha ou bando.

Pode parecer, em face de manifestações anteriores, que estou alinhado incondicionalmente com o ministro Joaquim Barbosa e o considero um herói, paladino da justiça. Não é fato.

Discordo da maneira agressiva, por vezes até desrespeitosa com que S. Exa. se comporta. Ontem, por exemplo, fez um comentário seguido de risinho de deboche, de desdém, de ironia, após o advogado de um dos réus (sócio do Marcos Valério) ter requerido, da tribuna, fosse declarado (explicitado) o voto que o ex-ministro Cesar Peluso deixou antecipadamente (antes de se aposentar).

Ora, era absolutamente dispensável, se não o comentário (e era), pelo menos o riso debochado. Foi um desrespeito. O comentário era no sentido de que aconteceria a prescrição, objetivo do advogado.

Também fez comentários agressivos em relação ao ministro Lewandowski, em vários oportunidades.

Vejam, eu posso dizer, até porque penso assim, que o ministro Lewandowski se comporta muito mais como advogado dos acusados do que como ministro-revisor. Mas o ministro Joaquim não deveria.

Mais ainda, vou além, dizendo que a exemplo do que fazem alguns advogados, ele utiliza TODOS os recursos, éticos ou não, na defesa de sua posição sempre leniente em favor dos transgressores. Inclusive  a condenável chicana.

Ontem mesmo, ao final de uma coleta de votos na qual ficou vencido, pediu a palavra pela ordem para, acenando uma folha de papel, dizer que não poderia se calar face ao documento que tinha em mãos (uma peça do processo) que comprovava a época do delito e que pela melhor regra de direito tornaria aplicável a lei vigente à época do fato delituoso. Ofereceu-se para distribuir cópia do tal documento (que está nos autos).

Ora, o ministro-relator havia levado em consideração tal fato e em sua propositura de quantificação da pena, aplicou a lei que vigorava à época. Seria possível afirmar que o ministro estava desatento? Não em absoluto. Ele gastou um bocado de tempo (recurso que utiliza desde o início) de sorte a retardar o final do julgamento. E tumultuar.

No mês que vem outro ministro se aposenta. Restarão apenas 9 para a sequência do julgamento. No caso o ministro-presidente Ayres Britto.

Com isso assumirá a presidência o ministro Joaquim Barbosa que se já tem se excedido sem o status de presidente da corte, imaginemos investido de outras prerrogativas. Há um risco de conflitos decorrentes de arbitrariedades.

Este número ímpar me remete a outro ponto que quero destacar. O princípio romano, consagrado nas leis penais de vários países, consubstanciado na máxima “in dubio pro reo” já foi, por deliberação da maioria, aplicado em favor dos acusados, em dois momentos distintos do processo.

O primeiro momento, na fase de conhecimento, quando havendo 5 votos pela condenação e 5 pela absolvição, entenderam que se havia duvida (tanto que houve empate) tal fato deveria militar em favor dos acusados. Com isso, 15 dos 37 réus foram inocentados logo de saída.

Depois na fixação do quantum da pena, também houve empate num determinado caso, eis que 5 ministros apoiavam a proposta (mais severa) do relator e outros 5 aderiram à proposta do revisor (mais branda). Pelo mesmo princípio prevaleceu a pena mais suave.E com isso o Marcos Valério, para um determinado delito, teve a pena reduzida em 5 anos. A proposta do relator daria 11 anos e quebrados e pela do revisor 6 anos e pouco.

Se está cansativo para ler, imaginem para escrever. Portanto voltarei ao assunto amanhã. Ou não.

25 de outubro de 2012

Vocação para Geni


Vocação para Geni


Estou para ver alguém com tanta vocação para Geni, segundo descrita por Chico Buarque.
Lembrem estes versos:

“Joga pedra na Geni”
Joga bosta na Gení!
Ela é feita paraapanhar
Ela é boa de cuspir”

Estou me referindo ao ministro Ricardo Lewandowski. Como tem apanhado dos homens de bem, amantes da decência (mister no serviço público), cultuadores da ordem e cumpridores da lei.

E também por boa parte da imprensa, não comprometida com o status quo, principalmente os jornalistas mais respeitados e respeitáveis.

E tem apanhado do ministro Joaquim Barbosa. Ontem, uma vez mais o ministro-relator do processo do mensalão perdeu as estribeiras e desancou o ministro-revisor, taxando-o de advogado de defesa dos Réus.

Uma coisa é eu ter dito aqui neste blog e existirem algumas outras pessoas que comungam da mesma opinião. Outra é um dos seus pares fazer esta acusação.

Fez mais Sua Excelência o ministro Barbosa, disse textualmente que o ministro Lewandowski está plantando para colher no futuro (aludindo certamente ao momento da dosimetria das penas de Dirceu e seus asseclas).

É verdade que no retorno do intervalo da sessão o ministro Barbosa desculpou-se pelos excessos verborrágicos. Mas aí já era tarde.

Lembro da minha infância quando nos desentendimentos, principalmente nas brincadeiras, os divergentes belicosos ficavam com ameaças recíprocas, com incentivo dos demais meninos, naquela linha do “vou te dar uma porrada”. O outro redarguia, “dá se tu é homem” e ficavam assim até que  a turma do deixa disso  interviesse e acabasse a discórdia.

Pois bem, havia um de nós que tinha uma filosofia, confirmada na prática: quem dá a primeiro soco (ou tapa), fica no lucro.

Isto porque enquanto a terreno era o das ameaças e ofensas às genitoras, poucos intervinham. Antes pelo contrário incentivavam. Mas saindo das palavras para as ações sempre havia quem segurasse os contendores par acabar com a briga.

Ora, quem tinha dado o primeiro ficava mesmo no lucro. O outro ficava com o tapa engasgado pela intervenção da “turma do deixa disso” ficava no prejuízo por vezes como o olho roxo.

Assim foi ontem. O ministro Barbosa acusou o ministro Lewandowski de “advogado de defesa”. Os ânimos foram aplacados pelos demais e houve até pedido de desculpas mas ficou lá gravado e constando dos anais, como ficava roxo o olho do que primeiro levava o murro: Lewndowski se comporta como advogado dos marginais, delinquentes membros de quadrilha.

São ainda de Chico Buarque os versos a seguir:
“É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
..........................................
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
Joga pedra na Geni!"

Ele lembra ou não lembra a Geni?

23 de outubro de 2012

Salve Jorge!


Bem, não é novidade, a não ser para quem está chegando agora no blog e não me conhece pessoalmente, minha fé inabalável em São Jorge, ou seu Ogum, como se referem a esta Entidade de luz e energia os seguidores e adeptos da Umbanda.

Logo, tudo que envolva direta ou indiretamente o Santo Guerreiro me interessa.

Tenho minhas imagens, em casa e no escritório e trago no pescoço a medalhinha clássica.

Há alguns anos minha irmã Ana Maria me presenteou com um CD que contém várias músicas, de diferentes autores e intérpretes, que mencionam o legionário romano, célebre por sua defesa dos oprimidos.

Pois bem, esta digressão, melhor, este introito foi necessário para explicar porque, não sendo noveleiro resolvi assistir, ontem, ao capítulo de estreia da nova novela da Globo, chamada “Salve Jorge!”

Com os esmeros de sempre na produção, a novela será parcialmente  ambientada em Istambul, capital da Turquia, única cidade que tem área territorial em dois continentes.

Haverá locações em terras turcas porque, segundo pesquisadores e historiadores, Jorge teria nascido na Capadócia, região hoje pertencente a Turquia.

No elenco algumas belas mulheres e boas atrizes. Duas delas novatas (para mim), deixaram boa impressão. Uma delas, que parece será a protagonista, só merece uma restrição: é um pouco baixinha. A outra, que faz a filha de uma delegada (nada desprezível) que não lembro de ter visto nas telhinhas, também me impressionou positivamente pela plástica.

Falo daquela que vai casar na Turquia e fez uma pequeno strip-tease. Que corpinho hein?!

Neste primeiro capítulo ninguém comeu ninguém.

E não teve merchandising, ou teve e nem percebi?


N do A: sobre o santo em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/04/sao-jorge-ou-seu-ogum.html

22 de outubro de 2012

Viva a decência!


Estou contente por demais. Como diz o outro, feliz como pinto no lixo.

Antecipei minha aposentadoria, a par de  razões outras de somenos, principalmente  em função de minha descrença, decepção e vergonha do que acontece no Judiciário. E a degradação vem numa escalada assustadora.

A decisão de hoje, entretanto, acatando a denúncia da procuradoria-geral da República, que imputa a José Dirceu e seus asseclas o crime de formação de quadrilha, reacendeu minha fé no colegiado da mais alta corte de Justiça.

Foi apertado, 6X4, mas se desconsiderarmos os votos parciais dos ministros Lewandowski e Dias Tóffoli, houve apenas duas dissensões: as das ministras, que se deixaram seduzir pelo canto retórico elogioso de ministro-revisor.

Tirante os ministros comprometidos com as causas do PT, Lewandiwski e Dias Tóffoli, os demais membros da corte acompanharam o Relator no sentido da condenação dos Réus denunciados por formação de quadrilha.

É bem verdade que as duas ministras, Rosa Weber e Carmem Lucia, que foram cooptadas pelo ministro Lewandowski, que em seu voto aludiu às duas com muitos encômios, empolgaram-se e abraçando tese sem embasamento jurídico  sustentável também absolveram Dirceu et caterva.

Acabaram votos vencidos as duas ministras cujos argumentos estavam lastreados em má interpretação doutrinária. Tanto é assim que os mesmos renomados doutrinadores que citaram foram, com outra hermenêutica, citados pelos demais ministros que votaram, com muito mais consistência, pela condenação.

Se não havia dúvidas quanto as questões fáticas, tanto que o plenário já condenara alguns dos denunciados por outros delitos, tais como corrupção ativa e passiva, evasão de divisas, peculato e lavagem de dinheiro, restava a questão de direito que permeia e tipifica o crime de formação de quadrilha.

A insegurança decorrente da fragilidade dos argumentos das duas ministras ficou patente em seus votos.

Foram massacradas pela leitura mais consentânea dos mesmos magistérios dos conceituados doutrinadores estrangeiros e pátrios. Assim é que, na sequência de seus equivocados votos, tirante Dias Tóffoli que sequer explicitou suas razões, limitando-se a dizer que juntaria o voto escrito, os demais ministros, com muito mais densidade, profundidade e segurança sepultaram a frágil argumentação das duas ministras.

E a jurisprudência levada a colação pelos demais vogais, emanada inclusive do próprio STF, foi ignorada pelas ministras posto que os arestos eram contrários a tese que já tinham resolvido agasalhar.

E asseguro aos caros leitores o seguinte. Com raríssimas exceções, em qualquer processo o julgador pode, querendo, decidir se caminhará na direção  da procedência ou da improcedência, independentemente da leitura dos autos. Tomada a decisão, digamos, pela procedência, certamente encontrará no acervo probatório, na doutrina e na jurisprudência, argumentos para dar sustentação a sua sentença.

Em outras palavras, é possível decidir de trás para frente. A intuição (ou interesse escuso) indica que deve condenar. Basta buscar argumentos e os encontrará, dentro do processo.

As ministras Rosa e Carmem Lucia foram de uma infelicidade inquestionável , e se fossem tomadas por um momento de lucidez e humildade reformulariam seus votos no sentido de acatar a tese do Relator de que está mais do que caracterizado o crime de formação de quadrilha.

Aliás, se aquilo não era uma quadrilha, o comando vermelho é uma cooperativa de malfeitores.

No dizer do ministro Celso de Mello, que tem anos de magistratura, e é o decano do tribunal,  jamais S.Exa. se deparou com um caso tão claro, tão insofismável de formação de quadrilha.

Viva a decência!

21 de outubro de 2012

SHOW! Obama e Paul no ritmo do rock



No outro dia escrevi aqui sobre a próxima edição do Rock in Rio, no ano próximo. E pincelei que muitos dos artistas já convidados apresentaram-se em edições anteriores.

Não estive  quando mais moço e, portanto, não irei ao próximo quando estarei então com 73. Não irei menos por causa da idade e sim pelo elenco e consequente repertório.

Se o nível fosse o deste show disponível na rede, quem sabe me animaria. Confiram:

20 de outubro de 2012

Novembro não começou, mas já acabou em Niterói


Olhem a folhinha, o calendário. Se você, como eu, mora em Niterói, terá menos um mês para trabalhar ou resolver seus problemas, suas pendências ou obrigações. Pode programar férias e passeios.

O fato é que teremos vários feriados, oficiais, e vários dias que em função de decretação de pontos facultativos ou simplesmente “enforcamentos” não haverá trabalho na cidade.

Senão vejamos: dia 2 teremos o finados, dia 15 a proclamação da República, dia 20 comemora-se a consciência negra e no dia 22 a emancipação do município.

Considerando que alguns destes feriados caem em quinta-feira, ou terça-feira, certamente muita gente fará a chamada “ponte”, emendando as folgas com os sábados e domingos.

Bom porque assim poderemos planejar com calma as festas de final de ano porque ninguém é de ferro.
Feliz Ano Novo! Salve 2013!

19 de outubro de 2012

ALHEIO


Sem ter CPF, antigo CIC, você não existe. Sem acesso à internet, hoje, você não trabalha. Se não assiste a novelas não tem assunto.

Como não estou em nenhuma das redes sociais e não assisto as novelas da Globo (exceção feita a Gabriela, que estou acompanhando), estou mais por fora  “que umbigo de vedete” para usar gíria de minha infância/adolescência em consonância com meu  atraso em relação a estas manifestações culturais e virtuais da moda.

Logo mais, segundo sou informado, queira ou não, pelos meios de comunicação em geral ou conversas  entreouvidas nos ônibus e elevadores, ou, ainda, nas discussões entre vizinhos de mesa no restaurante , ficaremos sabendo o fim da Carminha e, de quebra, quem matou alguém de quem não tenho notícia. Estou seguro de que não se trata de Salomão Ayala, pois esta epidemia é coisa do passado, já resolvida. Há uma nova epidemia fora de controle: a novela Avenida Brasil.

Para facilitar a vida do caro leitor, relaciono alguns adjetivos que poderão utilizar para me qualificar: elitista, preconceituoso, mascarado, alienado, arrogante, pretensioso, metido, pseudointelectual ou simplesmente bobalhão.

Estes rótulos acima sugeridos se aplicam, por certo, a quem como eu não assiste a esta novela e disto se orgulha e faz alarde (com licença do Zé Cândido de Carvalho).

Juro que não vi um só capítulo. Está acima de minha capacidade de aceitação do surrealismo, do nonsense, do absurdo, do inverossímil.

Então, não tendo futebol, estarei lendo nem que sejam bulas antigas de remédios com prazo vencido. Prefiro.

18 de outubro de 2012

Rir da desgraça alheia


Deve ser pecado, além, certamente, de uma patologia, um desvio a ser analisado pelos psicanalistas e/ou psicólogos de plantão, o fato de alguém sentir prazer com o infortúnio, a má sorte ou a infelicidade de um semelhante.

Mas o fato concreto é que estou contente com a apreensão dos torcedores do Flamengo com a – remota, admito – possibilidade de serem rebaixados para a 2ª Divisão. Já estive lá e sei o quanto dói, é muito difícil de aceitar, leva-se tempo pensando ser pesadelo e que não aconteceu. Depois cicatriza, mas leva tempo.

Duas questões quero colocar de início:

Primeira: o Flamengo não vai ser rebaixado. O Flamengo tem uma equipe que está na média dos demais competidores. Só não tem administração. Mas até aí morreu Neves, posto que o Vasco também não tem. Ou seja, os dois clubes de maior torcida no Rio de Janeiro estão entregues a incompetentes.

Ambos os clubes, por suas histórias, glórias e tradições deveriam estar no ranking dos 10 maiores e melhores clubes do mundo.

A segunda questão que quero colocar é a seguinte. Não gosto de falar do Flamengo neste blog. Até algum tempo sequer escrevia o nome do clube, referia-me a ele com os pejorativos que eles mesmos elegeram: urubus e bonde. Que, vamos combinar, nem a ave e nem o meio de transporte são símbolos de grandeza.

Depois que o Ricardo Wagner, meu distante primo passou a frequentar o espaço, como seguidor, debatedor e até colaborador, deixei inclusive de falar mal do rubro-negro em respeito a ele.  Afinal ele estava isolado aqui no blog.

Mas agora sinto uma pontinha de prazer em ver que a torcida do “mais querido” está preocupada, fazendo contas e beirando a linha demarcatória do infortúnio.

Pena que não irá se concretizar o rebaixamento e digo isto com sinceridade. Estou convicto que não acontecerá.

Mas se acontecer, será com a maior alegria que confessarei aqui que vaticinei errado, que nada entendo de futebol.

Será primeira vez que passarei atestado de burro, de falta de visão e de desconhecimento de futebol.

Mas com um prazer inenarrável.

16 de outubro de 2012

A Alemanha pisou na bola, e outros temas

Roberto Gurgel

O ministro Joaquim Barbosa deu um puxão de orelha no procurador-geral da república Roberto Gurgel.

Ocorre que para caracterizar o crime de lavagem de dinheiro é necessário que tenha havido um delito anterior, ou seja, o dinheiro tenha uma origem inidônea.

No caso de Duda Mendonça, que recebeu mais de R$ 10 milhões no exterior, em paraíso fiscal, o crime antecedente seria o de evasão de divisas. Só que na peça acusatória o ministério público não fez esta acusação com todas as letras. Ficou dúbia.

Por isso, embora o ministro-relator tenha votado pela condenação de Duda Mendonça, o homem que apresentou o Romanée  Conti a Lula, a maioria dos outros não o acompanhou, ficando com o voto do revisor, pela absolvição.

Daí que, muito puto, o ministro Joaquim verberou: “dá vontade de mudar meu voto para o ministério público aprender a fazer denúncia”.

E, cá para nós, está com a razão.

Sobre futebol pretendia me limitar ao comentário sobre a qualidade dos gramados europeus. Que coisa linda de ver... e certamente ótimos para jogar. Ainda bem que o Alecsandro nunca jogou por lá, seria um pecado ve-lo destruir o campo.

Mas o resultado estranho e injustificável do jogo entre Alemanha e Suécia, não pode passar em brancas nuvens. O jogo terminou 4 a 4, depois da Alemanha, em casa, ter colocado 4 a 0 no placard. E permitiu a reação e o empate. Por isso o futebol é apaixonante.

Os deuses do futebol punem, com rigor.

Mas não vamos tirar conclusões açodadas. A Alemanha continua sendo uma seleção muito superior. A Suécia não é páreo nem para ... o Brasil. Ganhamos recentemente, jogando lá em Estocolmo.

Tirante o Ibraimovitch, pouca gente lá, no momento, joga futebol. Mas vontade e determinação são componentes importantes no futebol. E faltou justo a quem: Alemanha.

Ibrahimovitch
Hoje houve uma rodada completa e, de um modo geral, os resultados foram lógicos (o futebol tem lógica? O que é lógica?). Fora o caso da Alemanha, teve o empate de Portugal, em casa, com a Irlanda.

Estou torcendo, nestas eliminatórias, pelo Messi, Cristiano Ronaldo, Iniesta, Falcão Garcia, Rooney, Ibrahimovitch, pois entendo que seria um pecado os melhores jogadores do mundo, na atualidade, não estarem presentes na maior festa do futebol.

E vem aí, ano que vem, mais uma edição do Rock’ in Rio. Teremos mais dos mesmos.

N'outro dia, num post aqui publicado. o Paulo March fez um comentário sobre aeroportos europeus, comparando-os aos nossos. E ele nem sabia que um avião cargueiro iria quebrar no meio da pista de Viracopos e ficar ali por 46 horas interrompendo a operação do aeroporto, por falta de equipamento adequado para a remoção.

14 de outubro de 2012

Boas e más notícias


A partir do próximo dia 23, poderemos apreciar, sem ter que ir a Paris, 85 das 154.000 obras que compõem o acervo do Museu d’Orsay, localizado na margem esquerda do rio Sena, na capital francesa.

Dentre as 85 telas que aqui estarão em exposição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), encontram-se algumas das obras mais importantes da escola impressionista, assinadas por mestres renomados, tais como Manet, Monet, Degas, Renoir, Van Gogh e Gauguin.

IMPERDÍVEL!

Agora tem o seguinte: será necessária muita paciência para enfrentar filas que deverão ser muito grandes. 

Também pudera, sem passaporte, sem gastar um só euro, poder apreciar estas relíquias é muita sopa. Tem um preço: paciência. O acesso, por vez, a cada sala, será limitado por razões de segurança e conforto para o visitante da exposição.

Consta que em São Paulo, onde esta mesma exposição esteve no período entre julho e setembro, 320.000 pessoa foram  ver ou rever este tesouro.

A boa era só essa, passemos às más.

Fiquei estarrecido com uma retificação, uma correção, feita no Jornal Nacional, da Rede Globo, na sexta-feira, dia 12, a propósito do ocorrido com um avião da TAM que sairia de Paris quinta-feira com destino ao Rio de Janeiro e teve que regressar ao aeroporto parisiense por causa de pane numa das turbinas.

Deu-se que na edição de quinta-feira, o noticiário mais famoso da TV, deu a notícia sobre o problema com o avião,  apresentando  uma gravação feita com um dos passageiros, que se referiu a pânico entre passageiros e tripulação.

Na sexta, no desmentido, admitiu que a gravação feita e exibida no dia anterior com aquele passageiro, referia-se a um outro acidente, do início do ano.

Na matéria de sexta-feira, entrevistados alguns passageiros que finalmente chegaram ao Rio em outro voo especial da mesma TAM, informaram que o piloto foi extremamente hábil e não houve maiores problemas. Uma passageira relatou que ficou muito assustada, que teria sido o pior momento de sua vida, mas só. Se não tivesse ficado preocupada seria um caso extremo de frieza, de tranquilidade.

Reputo como inadmissível um episódio como este. A credibilidade do informativo fica seriamente comprometida. É um erro, para não dizer fraude, imperdoável.

Desleixo, irresponsabilidade dos editores. Acho que a TAM deveria interpelar a emissora.

Sou do tempo em que alguns noticiários eram referência até para acertar os relógios. Os da minha geração hão de lembrar que acertávamos nossos relógios pelo "Repórter Esso", noticiário radiofônico da maior importância no anos 1940 e parte dos anos 1950, que entrava no ar no horário aprazado, regularmente.

Este mesmo Jornal Nacional era tido e havido como veiculador oficial, por assim dizer, dos fatos. Se não fora noticiado neste telejornal, então não aconteceu.

Bem, eu já estava decepcionado desde o episódio da Proconsult, quando a Globo louvada em dados de  pesquisa manipulados, fraude mesmo, vaticinou derrota de Brizola para Moreira Franco, em 1982.

Agora, de mal a pior.

A seleção nacional de futebol continua encantando com vitórias contundentes contra China e Iraque. Me engana que eu gosto.

Ano que vem, quando a disputa for de futebol, na Copa das Confederações, vamos ver se esta seleção do Mano tem banana para vender.

Na Copa, em 2014, com Itália, Holanda, Espanha, Alemanha, Inglaterra e Argentina na disputa, vamos sofrer uma enorme decepção. Pela segunda vez o público sairá emudecido e lacrimejante do Maracanã. 

Não o mesmo público. Mas o brasileiro.

Não, não estou torcendo contra e tampouco sou pessimista. Mas em primeiro lugar conheço futebol, acompanho há anos desde as arquibancadas e agora via TV,  e joguei um pouquinho de peladas com gente de respeito.

Desta seleção do Mano, até agora, Tiago Silva tem lugar na minha,  e um jogador só recentemente convocado também me agrada: Paulinho, volante do Corinthians. Em todas as outras posições, todas, ninguém tem vaga garantida.

As fotos a seguir, que me trazem imensa saudade de um tempo risonho e franco, confirmam que joguei sempre com pouco talento e muita disposição.

Não coloco fotos de equipe de futebol de campo para não pagar mico com minha touca, já devidamente achincalhada pelo Carlos Augusto Lopes Filho (Juiz aposentado e contemporâneo do Liceu), em seu livro "Lembranças do Meu Liceu: 1953 - 1959".

Aqui estão dois momentos do 2º time de futebol de salão: na quadra do Liceu e em Marambaia. Este 2º time era muito melhor do que a maioria das equipes principais de outros colégios.

Em1958, na quadra do Liceu, amistoso contra o Colégio Plinio Leite (o blogueiro está em pé,  à direita do goleiro)

Aqui numa excursão a Angra dos Reis e Marambaia. O blogueiro agora está à esquerda do goleiro.

13 de outubro de 2012

Billie Holiday e/ou Ella Fitzgerald ?


Quem foi a melhor?

Esta dúvida, tema desgastado em crônicas, análises e resenhas de críticos profissionais e diletantes como eu, jamais foi enfocada neste espaço virtual.

Ótimo! Agora chegou o momento.

E as razões são duas, basicamente. A primeira foi a compra recente de um novo toca-discos (conte aqui), o que está me permitindo tornar a ouvir algumas relíquias que não tenho em outras mídias, senão os velhos LPs de vinil.

A segunda razão, mais imediata, foi um email recebido do Ricardo dos Anjos, com um link para um vídeo de uma apresentação do Dick Farney Trio. No citado show, ou pelo menos no trecho que está contido no vídeo, o irmão do famoso galã (Cyl Farney) interpreta peças de Dorival Caymi e Tom Jobim.

Mas foi na abertura, executando um tema jazzístico, com extrema habilidade e sensibilidade, que minha atenção foi despertada. A levada do Dick muito se aproxima da dos melhores pianistas de jazz (segundo meus critérios), tais como Teddy Wilson e Earl Hines.

Com efeito o interprete de “Teresa da Praia”, sua interpretação mais conhecida - entre as vocalizadas - sofreu uma enorme influência da música americana, em especial do jazz, e assimilou o swing característico.

Respondi ao Ricardo agradecendo e falando de meu gosto por jazz/blues. Ele replicou dizendo ser também apreciador e que lamentou muito o fechamento da Music Sound, em Copacabana, porque sempre à tardinha promovia, em seu bistrô, uma jamsession com um trio sensacional e um bom crooner que era um dos vendedores da loja (figura bem conhecida).

Bem, ao final declara-se, o prezado Amigo, fã de John Lee Hooker, que como  sabem é um dos grandes nomes do blues.

Bem, colocadas as razões pelas quais resolvi escrever – hoje - sobre Billie e Ella, vamos a minha opinião.

E minha opinião, e não aceito discuti-la, pois estou convencido o suficiente, é que a melhor coisa é que podemos desfrutar das duas: as duas gozam indistintamente de minha preferência. Os momentos é que podem variar.

Num dado momento acho mais adequado, mais conforme o clima, ouvir Billie Holiday. Em outros a Ella Ftzgerald é insubstituível.

São duas excelentes interpretes da música popular. E notem que não afirmei que são interpretes de jazz. Pertenço a linha que acha que jazz não é um estilo, mas sim uma maneira de executar, de interpretar.

Ambas estiveram sempre muito próximas dos grandes nomes do jazz/blues e por isso muitas vezes são incluídas na categoria de cantoras de jazz.

Um dos disco que estou tendo o prazer de poder ouvir é o “The Quintessential Billie Holiday” (dois volumes). É uma covardia cantar acompanhada por gente do tamanho de Teddy Wilson, Ben Webster, John Kirby, Cozy Cole e Artie Shaw, somente para mencionar alguns.

Billie
No estilo antigo, em cada track, os acompanhantes fazem uma longa introdução, que só não se lamenta a interrupção pois a voz da Billie quando entra está tão harmonizada, tão cheia de emoção e sentimento que cria uma atmosfera única. No dizer de alguns, a Billie era uma orquestra.

E que dizer das gravações de Ella Fitzgerald que contou com o luxuosíssimo acompanhamento de orquestras da importância de Nelson Riddle, Paul Weston, Duke Ellington, Buddy Bregman e Billy May, pelo menos no álbum (versão CD) que ouço enquanto dedilho o teclado do  notebook, entitulado “The Best of de Song Books”, que é um extrato, imaginem, do “The Complete Ella Fitzgeraldo Song Books”, caixa com 16 CDs, abrangendo o melhor da obra da cantora.

Ella
Mesmo quando não está acompanhada de grande banda, os músicos que a acompanham são do quilate de Ben Wbster, Paul Smith, Alvin Stoller e Joe Mondragon.

Em suma, entre Ella Fitzgerald e Billie Holiday, prefiro as duas. Sei que não estou sendo original, mas não é disso que se trata aqui – originalidade - o que cabe é fazer justiça e expressar minha verdade. Cada qual terá a sua.