30 de junho de 2010

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!”

Portugal alçou velas e partiu. Brincadeirinha, foi de avião mesmo que eles deixaram a África do Sul.

Seu goleiro – Eduardo – chorou copiosamente e me fez lembrar de Fernando Pessoa.

A participação de Portugal foi digna. Não havia como assinar um tratado com a Espanha e repartir ... a classificação.
Três brasileiros naturalizados, não foram suficientes para encorpar a equipe lusitana. Até porque nenhum dos três envergaria a camisa da seleção brasileira. Talvez o Deco, se estivesse jogando como há 4 anos, pudesse ser um reserva do Kaká.

Cristiano Ronaldo, mascarado, simulador de faltas e reclamante contumaz, mas sem dúvida bom jogador, isolado no ataque, sem ter com quem jogar, foi anulado inteiramente.

“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.”

29 de junho de 2010

I will see you on 2014

Or not. Teremos que aguardar, ao longo dos próximos 4 anos, os acontecimentos e providências da Liga profissional deles. Desta vez os ingleses decepcionaram; again.

Se nas copas anteriores, desde a de 1966, eles vêm realizando campanhas pífias, com a justificativa de que faltavam comando técnico e boa geração de jogadores, desta vez atribuem à arbitragem, com boa dose de razão, o seu insucesso.

Será que a validação, como seria correto, do segundo goal alteraria o resultado da partida? Vai saber.

O fato é que a Alemanha mostrou-se, uma vez mais, uma equipe pragmática, que adota tática militar, com disciplina de caserna mesmo. E vencedora, inegavelmente.

Assim, a geração de Lampard, Gerrard, Terry, Rooney e Cia., tida e havida como uma das melhores dos últimos anos (concordo) na Inglaterra, e com um técnico de 10 milhões de dólares anuais (Fábio Capello), deixou a África de forma melancólica, na fase de grupos.

Existem teorias para justificar o fracasso dos ingleses e também dos italianos. A causa estaria no excessivo número de estrangeiros nas equipes de ponta dos dois países. Isto é verdade. No Arsenal, meu time na Inglaterra, houve ocasiões, quando o Walcott esteve lesionado, que os 11 jogadores em campo, e mais todo o banco de reservas, era de estrangeiros. Assim como foi a Internazionale Milano em 2009/2010, na Itália.

Tal política, que visa constituir grandes equipes, que por sua vez geram altas rendas, por outro lado prejudicaria a renovação/revelação de novos valores. Será?

26 de junho de 2010

Nota zero

Havia um locutor esportivo, cujo nome não me ocorre, que ao final de um jogo ruim, que terminou empatado em zero a zero, fez o seguinte pertinente e espirituoso comentário: isso não é placar, é nota.

Este comentário se aplica, à perfeição, ao jogo Brasil com Portugal, ontem realizado.

Que coisa feia, não?

Jogo ao qual faltou técnica e sobrou disposição. Por vezes até excessiva.

Em conversa antes do jogo, com meu filho Ricardo, por telefone, até admiti a hipótese de um empate. Mas imaginei que com goals.

O jogo tinha tudo para ser aberto e franco, com as equipes buscando a vitória, jogando na bola. Afinal estavam praticamente classificados. O Brasil até garantido.

Mas o que se viu foi uma pancadaria desnecessária. O Brasil ganhou no quesito traulitada, pois a certa altura do jogo, depois de uma entrada mais violenta do Pepe no Felipe Melo, o português (naturalizado) fez com os dedos indicadores das duas mãos que estava 1 a 1, pois ele levara uma paulada do Felipe poucos minutos antes.

O que se viu, na jogada seguinte, foi o brasileiro dar uma bordoada no Pepe, fazendo 2 a 1, e levar o cartão amarelo do juiz.

Bem, não continuou o duelo marcial entre os dois porque o Dunga substituiu o Felipe, pelo risco do jogador acabar expulso de campo.

O jogo foi tão ruim que a única coisa que me ocorreu comentar foi a disputa entre Felipe Melo e Pepe, que estavam na arena errada. Ao invés do gramado, deveriam estar num tatame.

Os dois zeroz do marcador, um para cada um, refletem as notas a que fizeram jus as duas equipes.

24 de junho de 2010

Má che é sutchesso?

O que sucedeu é que a seleção italiana, tetra campeã mundial, foi eliminada da Copa em curso, que está sendo disputada na África do Sul, ainda na primeira fase, ficando em último lugar, com apenas dois pontos conquistados, num grupo em que tinha a Nova Zelândia.

A verdade é que a seleção da Itália está envelhecida, com média de idade, entre os jogadores, de quase 30 anos. Vale notar que esta mesma seleção, basicamente, conquistou a Copa anterior, sem brilho, numa disputa por penalties com a França, que por sua vez estava desfalcada de seu maior jogador – Zidane – que havia sido expulso de campo.

Ou seja, a seleção italiana já não empolgou naquela ocasião, quando jogou um futebol defensivista muito feio.

Agora, a squadra azzurra, quase a mesma de há 4 anos, é uma caricatura ruim de uma má figura.

E o tal de Cannavaro, gente! O que é aquilo? O cara desaprendeu tudo e perdeu todas as características que fizeram dele o melhor jogador da Copa de 2006, segundo eleição da FIFA.

O Buffon, fora de jogo, bufava no banco de reservas. Que sofrimento para aquele que era considerado, até o outro dia, o melhor goleiro do mundo. Coitado, sofreu muito.

Alguém poderá dizer que a Internazionale de Milão, além de campeã nacional na Itália, conquistou a Copa dos Campeões da Europa, um dos torneios mais difíceis, se não o mais competitivo deles, vencendo rivais da estirpe do Barcelona e do Chelsea.

Mas lembram-se qual era o elenco da equipe? Todo internacional, o que de resto justifica seu nome. Durante a competição eram 11 estrangeiros em campo com o uniforme da Inter. Inclusive 3 brasileiros. E os 3 são titulares de nossa seleção. Pela ordem, Julio Cesar, Maicon e Lúcio.

Já que falei da França, lá ao alto, atual vice-campeã, que vexame também, não? Vejam só a reviravolta ocorrida no futebol nos últimos anos. Campeão e vice eliminados logo na primeira fase.
França, au revoir!  Itália, arrivederci !

18 de junho de 2010

Mais tipos inesquecíveis

Minha lista de tipos inesquecíveis, há dias publicada, não era limitativa. Era tudo questão de tempo e espaço. Tempo para redigir e espaço ocupado pelo texto.

Muitos outros personagens, com os quais convivi, podem ser incluídos na galeria de tipos inesquecíveis. A todos admirei ou admiro, seja pela inteligência privilegiada, seja pela cultura, pela criatividade, pela história de vida, pelas lições e pelo caráter.

Terminei aquela primeira lista com meus filhos e começo esta com meu pai. Como expliquei, a ordem de nomeação, nesta e na lista anterior, nada tem a ver com mais ou menos importância, estima, respeito ou afeto. Se assim fosse meu pai teria encabeçado, com meus filhos, a lista antes publicada.

1 ) Fernando da Motta Carrano

Em seu sepultamento, seus irmãos maçons, de mãos dadas, formaram um círculo em volta do túmulo. O mais graduado dos presentes, suponho, apregoava o nome de meu pai “Fernando da Motta Carrano” . Ao que, em uníssono, respondiam os demais: “presente”. Por três vezes assim o fizeram.

E Fernando Carrano está presente até hoje. No meu caráter, na minha formação ética e moral. E até em alguns defeitos.

Self made man, na acepção literal, transitou por várias atividades obtendo êxitos bem consistentes, malgrado as limitações que a vida e ele mesmo se impôs.

Era, por profissão, jornalista. Com registro na carteira profissional, feita pelo Ministério do Trabalho, conditio sine qua non para o exercício da profissão, antes da criação dos cursos de comunicação social. Coisas do Estado Novo, que promoveu um rigoroso controle nos meios de comunicação. Era o governo de Getúlio Vargas, ditador.

Sabia tudo de edição de jornal. Foi tipógrafo, copy desk, redator e, finalmente, diretor. Esta última função exercida no Diário Oficial, do Estado do Rio de Janeiro, antes da fusão.

Apresentou, também, um jornal falado, na Rádio Mauá, do Rio de Janeiro, onde era também um dos redatores.

Era espírita, mas por minha mãe, católica, deixou suas obrigações.

Ainda muito jovem abandonou o colégio, onde estava internado, por causa da gripe espanhola, refugiando-se na casa de uma tia.

Pertenceu à Cavalaria da Polícia Militar e esteve convocado para ir ao palco da guerra, nos campos da Itália. O final do conflito salvou-o.

Na vida civil, foi baterista em grupo musical que se apresentava em casa noturna. Nesta mesma casa noturna, tipo nigth club, chegou a ganhar medalha em concurso de dança de salão.

Juiz do Tribunal de Justiça Desportiva, também antes da fusão. Quando faleceu era presidente deste tribunal.

Foi, ainda, presidente da Associação das Escolas de Samba, presidente de dois clubes esportivos, que disputavam campeonatos em Niterói e São Gonçalo: o Sepetiba e o Carioca, respectivamente.

Não resistia a um microfone, e fazia discurso até em aniversários de filhos, mesmo quando presentes apenas familiares. Em função disto, era orador oficial de alguns clubes sociais na cidade e, até, creiam, na Associação Recreativa e Social da Covanca, bairro de São Gonçalo, onde jamais residimos.

Caso único, imagino, de Fiscal de Rendas do Estado que morou de aluguel até sua morte. Além de não ter acumulado bens, nem mesmo uma casa própria para residir, ao falecer deixou pequenas dividas com editora de livros, na padaria da esquina, e na J. Isnard loja que vendia aparelhos eletro-domésticos, pela compra de um aparelho aspirador de pó.

Não há registro de caso semelhante. Isto demonstra sua honestidade, o que muito embora não devesse ser classificado como virtude, tendo em vista as práticas ilegítimas que pontificam no meio, vira uma honrosa exceção. Ou pelo menos uma das honrosas. Seria, mal comparando, como conviver com viciados em coca e jamais ter experimentado a droga.

Uma vida rica, com experiências tão díspares quanto incomuns.

Foi um bom marido e bom pai. Amava demais os filhos. Uma perda enorme para nós e muito prematura, se considerarmos que ocorreu aos 57 anos de idade.

Seu traço mais marcante para mim, era a seriedade e paixão com que entregava ao cumprimento de seus deveres e encargos.

2 ) Comandante Paulo Pessoa

Quando eu o conheci, com a patente de Capitão de Mar-e-Guerra, já não comandava belonaves de nossa frota de então. Mas comandara vários navios e submarino.

Era, então, professor de balística na Escola Naval. Sabia tudo e um pouco mais de matemática.

Em razão disso, duas vezes por semana, na garagem de sua casa, preparava jovens que aspiravam a carreira militar nas forças armadas. Formávamos, aproximadamente, um grupo de 12 alunos. Inclusive um filho dele.

Muito agitado, rigoroso, como sói acontecer com militares chiítas, mas era extremamente simpático e gozador. Todos eramos chamados de burros, inclusive o filho. Este, coitado, era mais exigido e alvo do apagador arremessado pelo comandante em seus momentos de maior inconformismo com o erro.

E foi com este adjetivo – burro - que recebeu minha notícia de que fora reprovado no exame médico, para ingresso na Escola Preparatória de Cadetes do Ar que, à época, estava localizada em Barbacena-MG: “Quer dizer que além de burro é daltônico?”

Algumas passagens ilustram muito bem seu espírito de humor irônico e de gozador. Paulo Roberto Gavião, um dos alunos, faltava com freqüência. Certa feita ficou sem aparecer durante a semana. Quando finalmente compareceu, aula já iniciada, o comandante parou a explanação que fazia e, gritando para fora da garagem: “Maria, trás água gelada e café porque hoje temos visita”.

Num outro episódio, com outro colega cujo nome omitirei, por razões éticas, quando este não conseguia, no quadro negro, desenvolver um simples problema algébrico, o Paulo Pessoa retira, com vagar, de forma estudada, os seus óculos, e comenta “Fulano, o problema maior é que será muito difícil formar uma parelha com você”.

Ele se referia, é óbvio, ao fato de que numa parelha, os animais de tração (burros, bois ou cavalos), precisam caminhar num mesmo compasso, numa mesma marcha. Um não pode ser mais célere do que o outro. No caso do Fulano, ele seria extremamente mais lento.

Assim era o comandante Pessoa que, ao que saiba, jamais teve um aluno seu reprovado nos exames de ingresso na Marinha ou na Aeronáutica.

Muitos, como eu, não ingressaram na carreira por problemas de ordem física. O exame era muito rigorozo e pequenos problemas eliminavam o candidato, como aconteceu com Roberto Durão, que tinha desvio de septo e não queria operar. Com o Eurico César Rodrigues da Costa, que tinha deficiência auditiva. E outros casos como o meu daltonismo.

3) Luigi Quattrino

Italiano que ainda falava português com sotaque. Quando o conheci, ele era subgerente da fábrica da Fiat Lux que havia no bairro de Neves, em São Gonçalo.

Mais tarde, ainda na mesma empresa, foi promovido a Diretor Técnico, responsável pelas áreas de produção de toda a empresa, composta então de várias fábricas espalhadas pelo Brasil: duas no Paraná (uma em Curitiba e outra em Piraí do Sul); uma em São Paulo; uma em São Lourenço da Mata, Pernambuco; e outra em Belém/Icoaraci, Pará. Além da já citada em São Gonçalo-RJ.

Embora a primeira impressão fosse de que se tratava de alguém muito antipático, constatei depois de que na verdade ele era apenas rigoroso com o trabalho. O coração era muito generoso. Não fora assim, teria perdido algumas oportunidades de ir namorar em Cachoeiro de Itapemirim, onde morava Wanda, com quem vim a me casar.

Ele me permitia, uma vez ou outra, compensar o horário de trabalho, para folgar um sexta ou uma segunda-feira, a fim de poder viajar.

Quando me levou à seção que eu supervisionaria, no primeiro dia de trabalho, falando das atividades ali desenvolvidas (era o setor que fabricava as caixas e gavetas), apontou para uma grande mesa retangular, localizada bem no meio do grande galpão, com algumas peças de máquinas em cima e tendo um homem de macacão azul nela encostado: “Aqueles ali são os únicos ociosos que admito”. E arrematou: “Ali trabalham os mecânicos de manutenção, quanto menos eles trabalharem melhor, significa que as máquinas estão produzindo”.

Havia, esclareço aos engenheiros que me leem, que havia um programa de manutenção preventiva. Aquela manutenção, no interior do setor produtivo, era a emergencial que implicava paralisação da máquina em momento inoportuno.

Os mecânicos da manutenção, quanto menos trabalhassem melhor. Mas os demais tinham que produzir. Lembro que certa manhã ele passou pelo setor de trabalho, como fazia diariamente, e me parabenizou por ter resolvido algo que ele recomendara. “Vi que você mandou fazer aquilo (não lembro o que era)”. Ao que respondi que ordens devem ser cumpridas.

E ele, “é, mas infelizmente nem todos agem assim”.

Na última vez em que o vi, em local de trabalho, estava de gravata, sentado atrás de uma mesa, no escritório central do Fiat Lux. Porta entreaberta, bati e perguntei: may I come in? E ele prontamente: between. Era uma brincadeira antiga, dos tempos de chão de fábrica, em São Gonçalo.

Já não o vejo caminhando no calçadão há muitos anos. Mas lembro sempre dele com muito carinho.

4) Outros personagens poderiam ser arrolados, como por exemplo Joubert Santos, médico, empresário, presidente do Laboratório Hepacholan, empreendedor na área imobiliária, lançador de loteamentos e condomínios classe “A” no Guarujá, em São Paulo, de quem ouvi, entre outras coisas, de que só existe uma maneira certa de fazer as coisas. Até mesmo para abrir uma porta tem a maneira correta. Se não estiver de frente para ela, com a chave posicionada adequadamente, há risco de quebra-la. Tirante o exagero do exemplo, não há dúvidas de que existe mesmo uma única maneira inequivocamente correta de realizar qualquer tarefa.

Outro que poderia citar seria o Claudio Antonio Tordino, administrador, executivo em empresa siderúrgica de pequeno porte, defendia a tese de que o fato de ser pequeno tem lá suas vantagens e tal vantagem pode ser explorada com inteligência e criatividade. Dava como exemplo que seria um diferencial fabricar o aço especial que serviria para fabricar a mola da porta do Skylab, satélite da moda. Para as empresas gigantes da siderurgia, com instalações para grandes corridas de aço, fabricação de muitas toneladas, tal negócio seria inviável pela escala de produção. Assim como a mobilidade para variar a fabricação de produtos, identificando nichos episódicos. Uma empresa grande move-se como um paquiderme, dizia.

Enfim, muitas pessoas são ou foram tipos inesquecíveis. Quem sabe volto ao assunto.

14 de junho de 2010

João Gilberto

Como diria o João Ubaldo, muita gente vai encarar esta afirmação que se seguirá, como “sacrílega”. Paciência. Mas o fato é que o João Gilberto nunca me disse de perto. Nunca me encantou.

Todavia, na Revista Veja Rio, nº 23 deste ano, foi publicada uma entrevista dele, na qual ele informa: “Sou órfão de país. Quero um país só para mim”.

Esta posição ele assumiu num contexto político, aludindo à corrupção nos meios políticos.

Eu gostei da imagem de “órfão de país”, por razões muito mais abrangentes.

Com efeito, no meu país ideal, nada a ver com Parsárgada, pois não quero ser amigo do rei, não haveria, por exemplo, motocicleta. E nem mochila.

O meu país ideal teria a paisagem da área rural da Toscana, na primavera/verão europeu. Ou a do vale do Loire. Como diria aquela emergente* - “vale do luar” - imaginando que o que da nome a região é a luz irradiada nas noites de lua cheia, ignorando que estamos falando do rio Loire.

Ainda no terreno das paisagens, o trecho que vai de Londres até Windsor, passando pelo Palácio de Blenheim, em Woodstock, no Oxfordshire, residência dos duques de Marlborough, onde nasceu Winston Churchill, é de uma beleza extraordinária.

A natureza foi pródiga também com a região dos lagos andinos (Chile/Argentina) e com a costa amalfitana, na Itália.

Mas a paisagem de meu país ideal poderia ser a da região de Angra dos Reis/Paraty, porque não?

Mas o povo, por certo, não seria o brasileiro. Nós fracassamos, não conseguindo fazer desta vasta extensão de terra, abençoada por Deus, um país decente, civilizado. Somos acomodados. Resolvemos as coisas na base do jeitinho. Somos tolerantes em demasia. Não, com efeito eu prefiro o rigor da lei, que deve ser respeitada sem tolerância. Sou favorável à obediência aos protocolos e normas de convívio social. Sou apologista do respeito aos mais idosos, que têm os orientais, por exemplo.

Gostaria que tivéssemos uma Justiça célere e imparcial. A nossa não é nem uma coisa nem outra. Queria governantes que, se tentados, viessem a cometer fraudes ou corrupção, fizessem harakiri.

Sou favorável à pena de morte.

Como se pode ver, meu país seria um hibrido, com adoção de coisas boas de vários outros países.

Nunca fui e jamais serei nacionalista chiita.

Apóio o xenofobismo reinante em alguns países europeus. Também acho, como Thomas Jefferson, que o cavalo já foi um erro. O turismo predatório é um horror. E turistas mal educados são nocivos e indesejáveis mesmo.

No meu país ideal, as mulheres seriam as brasileiras mesmo, muito embora as italianas não façam feio.

*Aos emergentes podemos atribuir outras coisas do mesmo jaez, tais como achar que petit gateau (a sobremesa) é pequeno gatinho ou que Paris é chamada de cidade luz por causa de sua iluminação noturna, ignorando por completo o iluminismo.

12 de junho de 2010

A Star Is Born

Nasce uma estrela é título de uma história que teve até hoje três versões cinematográficas. A primeira estrelada por Janet Gaynor; depois, anos mais tarde, uma segunda refilmagem teve Judy Garland no papel da estrela em ascensão e, finalmente, a última e mais recente versão com elenco encabeçado por Barbara Streisand.

Este título me veio à mente quando assisti, hoje, no Teatro Abel, a encenação da peça infantil/juvenil intitulada João e Maria.

A menina-moça que interpretou a Maria me impressionou vivamente. É um talento.

Impressionou pela segurança no palco, pela postura corporal, gestos e expressões faciais condizentes com o texto. Além do que é muito graciosa.

Enfim, assisti ao nascimento de uma estrela. Ela se chama Juliana. Juliana Carrano. Minha neta.

Sorry periferia, como diria a Ibrahin.

11 de junho de 2010

11 de junho de 2010

Este 11 de junho, em Johannesburgo, ao contrário do 11 de setembro, em New York, há alguns anos, é dia de festa. No mundo todo. Diversamente do 11 de setembro, quando houve susto, horror e pânico. Também no mundo todo incertezas e medo.

Daqui a poucos minutos terá início o Campeonato Mundial de seleções nacionais. A partida inaugural está prevista para ter início às 11:00 h, pelo horário brasileiro.

Jogarão as seleções da África do Sul (país sede) e a do México.

No Brasil, só se fala em copa. Acho que no mundo todo. Mas aqui é o único assunto que mobiliza toda a sociedade.

Seja nos momentos preliminares das reuniões de executivos em suas empresas, seja nos bares, seja no fórum, seja nos elevadores, seja nos locais nos quais duas ou mais pessoa se encontrem, a primeira conversa vai girar em torno da copa.

As ruas e lojas estão embandeiradas. São feitos bolões nas firmas, nas repartições públicas e nos condomínios. Mesmo quem não acompanha futebol acaba por se envolver, pois não tem alternativa. Os namorados, os filhos, os vizinhos os empregados, todos só falam de copa.

As vuvuzelas também são sopradas aqui no Brasil. Em suma, o clima é de festa. E a disputa está lá no continente africano.

Imagino em 2014, quando a competição será realizada aqui no Brasil. Certamente a piada, muito boa, que circulou na rede mundial de computadores e também de boca em boca, de que vamos “enforcar” o ano de 2015, está muito próxima de realidade.

Se com jogos tão distantes de nós o país está parando, imaginem com os jogos aqui entre nós. Vai ser feriado o ano todo. E como os jogos olímpicos também serão realizados aqui, em 2016, o que deverá mais uma vez paralisar o país, é mesmo o caso de fazer um feriadão e todo mundo festejar 3 anos consecutivos.

Aproveito para reiterar o que já escrevi neste blog, há tempos. O campeão sairá de uma lista composta por Brasil, Espanha, Argentina, Holanda e Inglaterra, não necessariamente nesta ordem de maior probabilidade.

Se houvesse uma “zebra”, improvável, apostaria na Costa do Marfim. Todavia a lesão do seu maior jogador – Drogba – irá reduzir um pouco as chances desta “zebra”.

2 de junho de 2010

Edição nº 100

Esta é a edição número 100 deste blog, lançado há 6 meses.

Foram 99 posts através dos quais falei de mulheres bonitas e charmosas, de cinema e de música, de meus filhos, de amigos, de política externa, de futebol, de outros esportes, como golfe e tênis e seus praticantes, falei da infância e da adolescência.

Falei, sempre mal, de Nelson Jobim, Marco Aurélio Garcia, Paulo Arns, Eurico Miranda, Sidney Sheldon, Zico e outras figuras que abomino ou abominava. Falei, também mal, de motocicletas e mochilas.

Falei, sempre bem, de Woody Allen, de Monet, de José Saramago, de Clint Eastwood, do Millôr e do Veríssimo. Do Vasco da Gama e da Portela.

Falei de galinhas e de canários roller.

Falei com muito carinho de meu pai. E dos meus netos.

Listei tipos inesquecíveis, que cruzaram minha vida, que pela inteligência, cultura, caráter ou estilo de vida ficaram em minha memória afetiva.

Falei do Liceu Nilo Peçanha, não o atual, mas o das décadas de 50 e 60, referência de ensino na cidade e no estado.

Fiz propaganda, como vô coruja, das poesias de minha neta. E falei de meu neto, que não se chama Jorge Carrano III.

Fiz publicidade da Tau Virtual, firma que atua na área de comunicação social, que tem um portfólio de clientes invejável. Fruto da excelência de seus projetos e trabalhos. Está em http://www.tauvirtual.com.br/

Publiquei textos meus e de terceiros.

Falei de comidas, de vinhos e doces.

Falei da Europa. Ah! A Inglaterra, pais onde eu viveria “numa nice”, se me permitem a heresia linguística.

Fiz prognósticos e dei palpites.

Em todos os temas, de uma maneira ou de outra, me coloquei assumindo posição. Tentei associar idéias, fatos e situações, sempre limitado por minha cultura geral, nível almanaque.