31 de julho de 2014

O Ministério da Saúde adverte: cuidado, médicos cubanos à solta

Mais uma vez o mundo se curva em homenagem à medicina cubana.

Depois de tantos anos de profícuo estudo, descobriram que uma virose - aliás, de difícil, mesmo - sem ironia, diagnóstico certo, transformou-se em bacteriana.Tal união biológica é em fenômeno.

Invoco Pasteur e outros idiotas que não perceberam a genialidade. Leiam abaixo:



Programa Mais Carimbo: como é a orientação à distância do "Mais Médicos". Para ajudar o pseudomédico cubano a não errar prescrições, governo dá caixa com carimbos com prescrições padrão. Essa é a saúde petista. 


Observem a caixa com os carimbos sobre a mesa e na foto baixo

Detalhe ampliado da caixa com os carimbos

E o SUS, hein?! Autorização para exames demorou 2 anos.




Nossa falência ética e moral chegou à Cruz Vermelha (brasileira). Viram o desvio de verbas ? É um crime que não merece perdão. Leiam:  http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/07/1490958-cruz-vermelha-desviou-doacao-de-campanhas-humanitarias-diz-auditoria.shtml


Nota do blogueiro: agradeço ao Paulo Bouhid o envio das mensagens sobre médicos cubanos.

30 de julho de 2014

Por que a Inglaterra?

Quem acompanha este blog, além de me deixar muito alegre, como pinto no lixo, todo pipão, já está careca de saber que não faço juras de amor à Inglaterra, mas que Londres é a  cidade onde moraria por opção, não por circunstâncias.

Chegaria a mais de 10.000 posts se fosse escrever sobre cada um dos exemplos de educação, civilidade, humor inteligente, dignidade e tradições daquele país pequeno e que fica numa ilha.

Esta matéria de hoje, porque oportuna frente ao quadro político do Brasil, que enfrenta corrupção no mais alto grau e a impunidade campeia, é só um pequeno exemplo de civilização.

Mantive o texto, que não é de minha autoria, tal e qual o recebi.

"Em 2003, um deputado inglês chamado Chris Huhne foi pego por um radar dirigindo em alta velocidade. Para não perder a carteira, pois na Inglaterra é feio uma autoridade infringir a Lei, a mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa.O tempo passa, o deputado vira Ministro da Energia, o casamento acaba, a Vicky decide se vingar e conta a história para imprensa.

Como é na Inglaterra, o tal do Chris Huhne é obrigado a se demitir primeiro do ministério e depois do Parlamento.

ACABOU A HISTORIA?

NÃO.

Na Inglaterra é crime mentir para a Justiça e ontem a Justiça sentenciou o casal envolvido na fraude do radar em 8 meses de cadeia pra cada um. E vão ter de pagar multa de 120 mil libras, uns 350 mil reais.

Segredo de Justiça? Nem pensar, julgamento aberto ao público e à imprensa.

Segurança nacional? Nem pensar, infrator é infrator.

Privilégio porque é político? Nadica de nada!

E o que disse o Primeiro Ministro David Cameron quando soube da condenação do seu ex-ministro: 'É uma conspiração da mídia conservadora para denegrir a imagem do meu governo.'

Certo? Errado.

O que disse o Primeiro Ministro David Cameron acerca do seu ex-ministro foi o seguinte: 'É para todo mundo ficar sabendo que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei.'

Estes ingleses são um bando de botocudos.

Só mesmo nesses paizinhos capitalistas europeus um ministro perde o cargo por mentir para um guarda de trânsito.

Porque aqui sim,  neste maravilhoso paraíso chamado Brasil, a primeira lei que um guarda de trânsito aprende é "saber com quem está falando".

Diplomacia tupiniquim




Procurem no Google e leiam a repercussão, no Brasil e no exterior,  da medida adotada pelo Itamaraty de chamar apara consultas nosso embaixador em Tel Aviv, quando ele deveria era exatamente estar lá juntando-se ao esforço de busca pela paz. Dois links colocarei ao final.

Mais uma vez viramos alvo de chacotas, por causa de uma política diplomática de alinhamento com republiquetas pseudo-socialistas, de viés retrógrodo, tal como caracterizado na charge abaixo:



E tem mais ironia, gozação, sacaneada e humilhação:






http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?blogadmin=true&cod_post=543745&ch=n

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2014/07/26/militancia-diplomatica-por-ruy-fabiano-543746.asp

29 de julho de 2014

Experiências Escolares





Por
Carlos Frederico March
(Freddy)







No Marília Mattoso

Quem, em nossa faixa etária, há de negar que a primeira escola teve um lugar marcante em nossas vidas? Hoje em dia receio que esse ícone não exista mais, dado que não raro a primeira escola é uma creche, seguida de um pré-escolar e então a alfabetização já está praticamente feita quando a criança ingressa no ensino regular.

No meu tempo (nasci em 1/1/51), decerto algumas crianças iam para o Jardim da Infância, mas não eram muitas. Desculpe quem foi mas a avaliação de meus pais era de que quem gostava realmente dos filhos adiava até o último instante a liberação de seus pimpolhos para o mundo, geralmente com 6 anos. Naturalmente a sociedade evoluiu, cada vez menos mulheres conseguem ser apenas mães pois têm sua vida profissional independente, essas coisas todas... 

O fato é que minhas primeiras lembranças mais persistentes de vida se referem aos momentos que antecederam o “desmame”. Meu pai, funcionário público do IAPI (um dos institutos que se juntaram mais tarde para formar INPS e INSS), trabalhava nas horas vagas com títulos de capitalização (Cibrasil) e eu comecei toscamente a ter contato com letras e números preenchendo aleatoriamente campos de formulários que ele liberava para que eu brincasse.

Corria o ano de 1957 quando a escola escolhida para mim foi o então chamado Curso Marília Mattoso, nome de sua proprietária e diretora. Quem me alfabetizou foi Dona Léia, que foi um doce de pessoa e correspondeu a todas as expectativas que possamos ter com respeito a uma orientadora educacional. Assim que aprendi a ler descobri nos livros uma companhia inseparável.

O Marília Mattoso tinha um terceirizado que fazia o transporte das crianças. Isso era muito cômodo, porque morávamos no Pé Pequeno e a escola era, como é até hoje, em São Domingos (R. José Bonifácio, 39). O trajeto na modalidade circular era relativamente longo, o que apesar de parecer demorado facilitava bastante nossa interação social com os colegas, pois na escola só tínhamos o momento do recreio para tal, em parte dedicado ao lanche.

Um desdobramento “educativo” do longo caminho percorrido diariamente era nos mostrar a cidade. O percurso era realizado na mesma sequência de modo que se na ida você não via Icaraí, ou Vital Brazil, Santa Rosa, etc, na volta certamente veria.

Praia de Icaraí com trampolim
Praia das Flexas, no Ingá

A propósito desse micro-ônibus escolar, num determinado dia meu irmão (o Riva deste blog), afoito como sempre foi, saltou e saiu em disparada para nosso portão pela frente do mesmo. Vinha subindo a rua e ultrapassando o veículo parado um dos raros carros que transitavam àquela época no bairro. Paulo (Riva) foi atropelado! Foi coisa pouca, recuperou-se rápido. Esse acidente nos ensinou a nunca cruzar a rua à frente de um ônibus parado, e enquanto motorista, ultrapassá-lo com muito cuidado, pois sempre pode aparecer do nada um “Riva” afoito.

Lembranças... Muitas, como sempre desconexas e individuais. O cheiro da lancheira, com a onipresente garrafinha de café com leite frio. Deus meu, quando me vi livre disso nunca mais quis ver leite na vida! A proibição de comprar docinhos com o baleiro, porque “era sujo”. Cuscuz, quebra-queixo, cocada de corte, nem pensar! Mui raramente balas industrializadas.

Nosso primeiro livro eu não lembro o nome, mas consegui guardar o título de dois de seus contos: “O macaco buliçoso” e um muito curioso e que resgatei no Google, que tem realmente tudo: “O dervixe e o galo” de Malba Tahan. O articulista afirma que todos que foram alfabetizados o leram. Verdade? Confira o link:

http://pbnoticias.com/index.php?categoryid=28&p2_articleid=1547

Em casa, escrever em cadernos que eu comprava na papelaria anexa ao Cinema Mandaro (no Largo do Marrão) era um prazer, bem como adquirir lápis de cor, canetas esferográficas (novidade), borrachas macias... Brincar de  “dar aula” num quadro negro logo foi um de meus passatempos preferidos. Quanta alegria quando eu conseguia que me comprassem giz colorido!

Destaco uma providência de Dona Marília no sentido de aumentar o nível cultural dos alunos: curso de língua estrangeira. Não me lembro se havia escolha, mas o fato é que cursei um ano inteiro de francês. No Liceu Nilo Peçanha, anos mais tarde, tive aulas de língua estrangeira constantes da grade de ensino regular. Estudei um ano de francês, um de latim e dois de inglês. Por conta da base adquirida no Marília Mattoso, meu melhor desempenho foi justo em francês.

Tive, decerto, alguns bons amigos na escola. No Marília Mattoso o mais significativo deles foi José Eduardo Martins Felício, o Dudu. No entanto, foi uma amizade que não teve condições de se desenvolver pelos anos à frente porque Dudu foi obrigado a sair da escola e seguir com a família para o exterior, por motivos particulares. Soube que estudou diplomacia e hoje (ref. maio/2014) é embaixador do Brasil no Paraguai.
 
José Eduardo Martins Felício

Poderia citar alguns nomes de coleguinhas que ficaram em minha memória por um motivo ou outro, mas prefiro não fazer. Não sei se seria importante porque testemunhei que, ao longo da vida, nossos amigos sempre se referem ao momento em que estamos vivendo: cidade ou local de moradia, familiares “anexados” por casamento, trabalho...

Raros são aqueles amigos de uma vida inteira. Sorte de quem os tem. A Internet pode até ajudar a resgatar colegas que um dia tivemos mas, daqueles que foram meus amigos ou parceiros no passado distante, não mantive nenhum... Falha minha com toda a certeza.

Vamos a alguns fatos da “era Marília Mattoso”, que se estendeu de 1957 a 1960: jamais esquecerei o dia da explosão do depósito de armas do Exército no bairro de Deodoro, no Rio de Janeiro. Era 2 de agosto de 1958 e os vidrinhos de remédio na mesa de cabeceira de minha mãe, além de copos na cristaleira, passearam desordenados sobre as superfícies com a vibração do solo! Olha que eu morava no Pé Pequeno, Niterói!

Foi em 22 de maio de 1959 que aconteceu a revolta popular que culminou com o incêndio da estação de passageiros da Cantareira em Niterói. Havia grande insatisfação popular com a administração do serviço, a cargo do grupo Carreteiro. Uma greve deflagrada na madrugada daquele dia acabou deixando a população sem transporte marítimo e na confusão em frente à estação houve incitação ao quebra-quebra. A turba enfurecida ainda marchou pela cidade e incendiou 3 casas da família, que teve de fugir para não sofrer linchamento.
 
Incêndio da estação das barcas em Niterói - 1959

Foi também em 1959 que comecei, com 8 anos, a estudar piano (D. Helda, no Pé Pequeno) e teoria musical (D. Lourdes Drumond, em Santa Rosa), anseio materno e que seria um hobby para a vida inteira, apesar da intensa frustração que foi para ela o acidente que eu tive em 1968 e que cortou de vez sua meta (dela, não minha) de me ver pianista clássico profissional. Paradoxalmente foi o que me fez me apaixonar por piano, desconectando-me de vez da obrigação de tocar com alto desempenho.

Fechando o assunto como um todo, pouco me lembro de fatos ocorridos nos anos anteriores a 1957, ano em que entrei no Marília Mattoso. Foi a partir daí que tenho minhas memórias cada vez mais vivas, presentes. Ele simboliza também a definição de como minha vida ia se desenvolver dali até 1973: estudo, estudo e estudo!


Créditos:
Icaraí: www.niteroiontemehoje.blogspot.com.br
Praia das Flexas: www.niteroitv.com.br
Incêndio Cantareira: luartehistoria.blogspot.com.br
José Eduardo: Google

Sobre o mesmo tema, consultar post publicado em 01/06/2014:
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2014/06/no-alzira-bittencourt.html


28 de julho de 2014

De tudo um pouco

Há bastante tempo não publicamos um post abordando diferentes assuntos. Gosto de fazê-lo porque é uma maneira de registrar acontecimentos que repercutiram  e se prestam a debates de ideias.

Por exemplo:

Se hoje viajar de avião na classe econômica já é um enorme sacrifício para algumas pessoas, imagine se vingar a ideia – já patenteada – da Airbus – de equipar aeronaves com assentos ainda menores, parecidos com selins de bicicleta, visando aumentar a capacidade de ocupação.

O discurso é que estes aviões se destinariam a percursos menores. Em primeiro lugar o que seria um percurso menor? Em segundo lugar, como as pessoas, como direi, uma pouco mais gordinhas, acomodarão suas bundas em assentos tão pequenos e de formato desconfortável?

Só falta, e não duvido que já tenham pensado nisso, arranjar uma maneira de acomodar passageiros em pé nas aeronaves. E ai como seria, por exemplo, eu de pé e um jovem atlético (e educado), resolver ceder seu lugar para o idoso logo ali na sua frente?

Sendo o preço da passagem menor, pelo desconforto da viagem em pé, bem que alguém  poderia dar o golpe de comprar mais barato e com caras e bocas fingir, já em pleno voo, estar muito mal e alguém levantar para lhe ceder seu lugar. Ou não? E o bilhete da passagem nem precisaria ter o nº 171.

Dos aviões para os ônibus. Aqui em Niterói foi implantado um sistema biométrico para liberação das catracas de embarque para os idosos, que por lei têm direito a gratuidade.

Só que, ou por falhas do sistema, ou por falta de habilidade dos usuários, ou até por incapacidades fisiológicas (desgaste ou falta de digitais), muitos velhinhos e velinhas passam muitas dificuldades para passar pelas borboletas (catracas ou roletas).

Quando o veículo está em movimento (sim, porque depois do passageiro subir os degraus de embarque o motorista já arrranca), a dificuldade para fazer deslizar a falange no aparelhinho é muito grande por causa do balanço.

E se a pessoa tem as mãos ocupadas (bolsas, pastas, etc) é pior ainda porque com uma das mãos tem que passar o cartão na leitora e, em seguida, passar o dedo (falange) no aparelho que faz a identificação digital. Vejam que estamos falando de idosos, alguns já com limitações de equilíbrio e deficiência de visão.

Onde entra o problema da deficiência de visão? Entra na dificuldade para ler as mensagens dos aparelhos de leitura digital: aproxime seu cartão, passe o dedo, torne a aproximar seu cartão, e por ai vai.

E se houver erro de leitura, é necessário repetir a operação com outro dedo da outra mão. É um tal de troca a bolsa, ou sacola, de uma para a outra mão, sem ter como se segurar, que é um perigo. Lembrem-se que em geral o veículo já está em movimento, sacolejando ou até fazendo curvas.

Quem inventou o negócio não deve ter mãe. Não têm. Meus botões, com os quais confabulo, afirmam que em geral estes entes públicos que têm caneta nas mãos e intestino na cabeça, baixam normas e resoluções absurdas.

Já as empresas privadas, preocupadas com lucros a qualquer preço, aceitam a incumbência de fabricar e vender estes mecanismos  de tortura dos velhinhos.

Só no Brasil para submeter os idosos, que têm um direito constitucional adquirido, a uma dupla comprovação de sua idade: uma a posse da carteira, com chip, emitida pelo órgão competente, depois de filas e exigências. A outra, controle digital (biométrico).

E o Dunga, hein?! Nova chance na seleção. Bem, o Telê Santana teve duas também. E embora tendo perdido as duas oportunidades não foi execrado pela torcida.

E os times dele – Telê - também acabaram até sendo louvados como tendo praticado um bonito futebol.

Já vou antecipando que nada tenho contra o Dunga, muito antes pelo contrário. Admiro muitas de suas qualidades.

Torcerei muito por ele, ao contrário do que fiz com a seleção da copa. Aquelas exibições foram decepcionantes. Tirante Camarões, porque um cata-cata entre seguidores do blog, com um treino apenas, ganharia daquele time ruim e que veio de má vontade, as outras seleções nos deram sufoco.

Contra a Croácia foi necessário um pênalti Mandrake para nos abrir o caminho da vitória, lembram? E se o chileno não bate aquele pênalti na trave poderíamos ter ficado antes no meio do caminho. E teria sido melhor, pensando bem.  Não teríamos vivido aqueles 7X1 que entraram para a história, e serão lembrados nos próximos milênios.

Espero que o Dunga conheça o Felipe Coutinho, ora no Liverpool, tenha acompanhado as atuações de Felipe Luiz no Atlético de Madrid, dê outra oportunidade ao Lucas, do PSG, e desista, de uma vez, de Hulk, Bernard, Fernandinho, Henrique e outros perebas* que o Scolari convocou.

As eleições se aproximam e espero que as pessoas mais esclarecidas rejeitem os candidatos do PT em todos os níveis do poder. Não nos esqueçamos que câmaras municipais, assembleias legislativas e congresso (câmara e senado) subservientes, ajudam a perpetrar as maracutaias, a escudar os desmandos e implantar projetos espúrios dos executivos municipais, estaduais e federal.

É só opinar, querendo, nos espaços para comentários a seguir. Vale  a favor e contra.

Agora em agosto terão início os melhores campeonatos de futebol... na Europa. Imaginem um confronto entre Real Madrid e Barcelona: de um lado o ataque com Messi, Neymar e Luis Suárez; de outro Cristiano Ronaldo, Di Maria e James Rodriguez.

Alias, sobre a contratação do James Rodriguez pelo Real Madrid, está sendo noticiado que já foram vendidas cerca de 350.000 camisas do novo astro da equipe. Ou qualquer coisa como 45% do que custaram os direitos  federativos (passe) do colombiano.

Por fim, para minha vergonha (quase permanente) em face deste (des)governo, tive que engolir do porta-voz do governo israelense, que desproporcional foi o resultado de 7X1. Isto porque, na ONU o Brasil se manifestou contra a ofensiva israelense em Gaza, por reputa-la desproporcional

É claro que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não tomo partido nesta disputa entre palestinos e israelenses, mas quem sabe como responder aos ataques dos palestinos são os judeus. É lá em Israel que as bombas estão acaindo.

Vejam e ouçam para entender a versão de um dos lados: https://www.youtube.com/watch?v=FIhAwU2voxA

E para aumentar ainda mais minha vergonha, ouço e vejo (via telejornal) e leio (nos jornais) o comentário de um certo Yigal Palmor, porta-voz do ministério das relações exteriores de Israel (chancelaria), a propósito do Brasil ter chamado de volta nosso embaixador em Tel Aviv: "É uma demonstração de que porque o Brasil, um gigante econômico e cultural, se mantém um anão diplomático".

E engolimos isto porque é uma verdade, originária da partidarização da diplomacia brasileira. Fruto de personagens como Marco Aurélio Garcia (o do to-top). E nós pretendemos ter assento permanente no conselho de segurança. Só rindo!

Acho que vale a pena acessar e ler: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/historia/comparar-o-que-faz-israel-hoje-com-o-holocausto-e-simplesmente-absurdo/


Nota do autor: pereba, ou perna-de-pau, eram expressões usadas antigamente para designar jogadores sem habilidade, que não sabem jogar.

27 de julho de 2014

Meu pequeno e distante Cachoeiro


Por
Wanda Carrano






Fui uma verdadeira “menino de rua”. Até pião, podem acreditar, eu sabia fazer rodar. E não era daqueles de bombear não.  Era  os de cordinha mesmo.

Brincava muito mais com meus irmãos e os colegas deles do que com minhas irmãs. No caso apenas uma mais velha. Já os “meninos” mais velhos eram três.

É preciso frisar que não havia TV, nem em nossa casa e mesmo em outras da cidade. Até mesmo o telefone era restrito a uma central da companhia, para uso coletivo. As ligações interurbanas levavam horas.

As brincadeiras de “chicotinho queimado”, amarelinha, e outras serviam para integrar os meninos com as meninas.

Era principalmente a avó Antonia que ficava do lado de fora ada casa, sentada num degrau, na calçada, tomando conta da gente e dos coleguinhas.

Na infância, fosse pela situação econômica, fosse pelas minhas preferências, não vestia ou calçava nada de especial. Alias do que gostava mesmo era de andar descalça. Depois, na juventude, gostava  que minha mãe, ótima costureira, fizesse umas roupas inspiradas nas personagens dos filmes americanos, ou seguindo modelos da moda: saias rodadas, plissadas, estilo godê.

E muitas anáguas sob os vestidos. Sem exagero, por vezes até três.

Nada lembro  de Leopoldina, Minas Gerais, cidade onde nasci. Minhas memórias mais antigas já são de Cachoeiro de Itapemirim, para onde meus pais se mudaram, fui criada e vivi até meu casamento.

A cidade era menor do que é hoje (rs)  e todo mundo conhecia todo mundo.

A autora (12) com as colegas do Liceu de Cachoeiro de Itapemirim
A família foi crescendo e meus pais chegaram aos 7 filhos naturais e acolheram mais uma querida irmã que amamos como do mesmo sangue.

A dificuldade para alimentar tantas bocas era muito grande. Principalmente numa pequena cidade. Meu pai sempre tentou negócios próprios para ganhar o dinheiro necessário ao nosso sustento.

Alguns deram mais certo do que outros, e eram de áreas de atividade as mais diversas: sapateiro, primeiro com consertos e depois com fabricação de botas, chinelos e sandálias; bar/padaria/ restaurante, na década de 1950  e, finalmente, em seus últimos dias de vida,  uma serraria.

Toda a família frequentava muito os poucos cinemas da cidade, porque era uma das poucas diversões possíveis. Eram três na minha infância: São Luiz, Cacique e Brodway.

Com a melhor amiga, Tereza.
Este cine Brodway se prestava, também, para apresentações de artistas famosos no Rio de janeiro, como por  exemplo o cantor Francisco Carlos (conhecido como El Broto) e o humorista Colé.

Vez ou noutra apareciam parques de diversão e circos na cidade, e sempre eram um acontecimento.

Com todas as limitações financeiras, ainda assim foram muito bons tempos porque  éramos bastante unidos e tínhamos sempre muitos amigos em casa.


Nota do editor: as imagens foram selecionadas e colocadas pelo blogueiro, depois do post escrito por sua esposa.

26 de julho de 2014

Minha infância




Por
João Danillo






Minha mãe me pediu para escrever um texto falando da minha vida, então vamos lá!!! Eu tenho 14 anos J.

Nasci em São Paulo. Em 26/02/2000.

A maior parte da minha infância morei em Alvorada-RS (região metropolitana de Porto Alegre). Lá vivia com minha mãe e com minha avó e meu avô. Meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos.

Bom, eu brincava com varias coisas, por exemplo: pião, beyblade, ioiô, vídeo game, computador, andava de bicicleta, skate, jogava bola, pega pega, bolita, futebol de botão, esconde esconde,etc..

Hoje em dia, a maioria das pessoas tem celular; só não tem quem não quer. No celular você faz tudo: joga, conversa, escuta música, vê vídeos, vê fotos, etc...

Também têm os outros eletrônicos. Os meus preferidos: computador, Xbox, tablet e celular. Adoro jogar no Xbox, e os jogos que eu mais gosto são: GTA 5(Grand Theft Auto V),Fifa 14, Battlefield 3 e 4, Need for Speed Undergroun 2, entre outros.

No computador são: Runescape, Cross Fire AL, Grinderscape,  Minecraft, e Team Fortress 2.

No tablet são: Subway Surf, Traffic Racer, Temple Run 1 e 2, entre outros.

Hoje em dia a população adolescente no Brasil é divida em dois estilos musicais que são Funk e Rock. Mas minhas preferências em relação a musicas são: eletrônicas, rock, dubstep (os de mais idades acho que nunca ouviram falar L) e algumas internacionais.

Durante uns tempos eu morei com minha avó, e na casa dela eu podia brincar com meus amigos todos os dias. Com minha mãe era só sábado e domingo.

A gente dormia um na casa do outro todo final de semana. Jogávamos a noite toda, brincávamos de jogar pião e jogar bola.


Eu adorava brincar com os meus melhores amigos, (Angelo, Daniel, Gabriel e Luan) A gente brincava todos os dias. No horário de verão a gente saia de casa as 13:00 e voltava as 20:00 porque ainda estava claro.

Ficávamos jogando bola, andando de skate, esconde esconde, dando a volta no quarteirão (o que a gente mais gostava de fazer), e jogando pião. OBS: Isso quando eu morava com minha avó.

Minha mãe sempre foi legal comigo, minha avó também. Mas hoje em dia a gente mora longe, (em estados diferentes), e ainda assim, conseguimos nos falar todos os dias... J

Hoje o que eu mais gosto de ver na TV é: The Walking Dead, Icarly, The Simpsons, Pânico na Band, Programa do Silvio Santos, etc..

Gostava de ir a escola, e frequentei algumas públicas e particulares. A que eu mais gostei foi a Rede Adventista, onde fiz minhas melhores amigas (Mariana Nascimento, Paola Oliveira, Dyulia Lupak, Sandy Paz e Helen Stefany).

Eu gostei da minha infância (hoje sou adolescente); não pediria para ter outra. Gostei muitos dos amigos que tenho até hoje. Relembro de mil e umas coisas da minha infância! Foi tudo de bom!!!

Mas a minha vida também não é só jogar. Tenho que estudar, ajudar a mãe nos serviços da casa, passear com minha cadela Meg, minha fiel escudeira e ler. 

Ah!!! Isso não gosto muito L.


Nota do editor: a grande maioria dos colaboradores deste blog tem mais de 50 anos anos de idade. Então quando surgiu a oportunidade de contar com alguém que se dispunha a escrever sobre a geração atual, não vacilei. Conforme ele mesmo informa, João Danillo tem 14 anos e conta para nós um pouco de sua (ainda curta) vivência.

25 de julho de 2014

Sweet Memories





Por
AlessandraTappes











Embora minha época tenha sido dividida em duas etapas, acho que me saí bem dentro do esperado pela minha família.

1º etapa: RS - anos 70

No RS éramos criados “solto das patas” como dizem por lá. Principalmente no interior do sul. Crescíamos entre cidades fronteiriças, brincando na rua, tomando banho em rio, chupando bergamota no pé, comendo manga com casca, queimando a boca com figo.

Mas fora isso, brincávamos com telefone sem fio (feito com potes de iogurte e um barbante ligando-os) o vai-e-vem, aquele amarelo laranja mesmo, com alça verde, as 5 marias, peteca. Dentro de casa podíamos chamar uma coleguinha por vez para brincar de vareta, dominó, a palavra é e até mesmo um quebra-cabeça.

Depois passamos para fase egoísta, onde um apenas brinca um por vez: aquaplay, cubo mágico e elo maluco.  No fim do ano, aquele que passava de ano e já atingia os 8 anos podia então sonhar em encher a casa e os bolsos do pai com bilhetinhos apelativos: “Pai, não esqueça da minha Caloi” e ele nunca esqueceu...de nenhum dos filhos.




A vida era dividida também entre sonhos e realidade. Entre um livro e outro, uma nota 9, lição de casa feito todo dia ao retorno da escola, entrega de boletins somente com a presença dos pais, víamos na única TV que a casa tinha O sítio do pica-pau amarelo

Lá ia eu embarcar nos contos de Monteiro Lobato naquele trem que passava todos os dias, as 5 da tarde.  Quem não torcia pelo herói japonês Ultraseven derrotar aqueles monstros que apareciam para acabar com tudo? Ou quem nunca sonhou em ir ao Elo Perdido e fazer companhia para Tchaca? Ou simplesmente balançar o cabelo e mexer o nariz como Sabrina a Feiticeiria e Jeannie é o Gênio?





 Quando nos foi permitido, assistíamos ensandecidos uma das melhores senão a melhor minissérie sobre beleza e vaidade feminina: As Panteras! Ah, foi ali que descobri o poder da palavra “não!”, pois eu queria muito ter um batom da Farrah Fawcett, por anos seguintes, elas ditaram a moda entre cabelos, maquiagens e foram sinônimos da independência feminina. Mas meu sonho não se resumia em ser uma das “panteras” não! Eu queria mais, queria voar direto para Ilha da Fantasia e desvendar antes mesmo de Ricardo Montalban e Tatu os crimes que rondavam aquela ilha paradisíaca.




Era proibido ver Dancin Days, mas eu cheguei a usar sim aquelas meias que brilhavam na tela da TV.




Nessa mesma época, os jingles comerciais incendiavam a TV e entravam na mente da gente com maior facilidade. Não tinha como não sair cantarolando “Apanho um sabonete pego um canção e vou cantando sorridente. Duchas corona um banho de alegria num mundo de água quente...https://www.youtube.com/watch?v=UmeiRcZ7CvY

Ou “Roda, roda, roda baleiro, atenção! Quando o baleiro parar ponha a mão! Pegue a bala mais gostosa do planeta, não deixe que a sorte se intrometa...https://www.youtube.com/watch?v=IptSDxS248c

 Eu quase quebrava o orçamento familiar querendo que minha mãe comprasse o café seleto. “... na hora de tomar café, é o café seleto, que a mamãe prepara com todo o carinho...”e eu nem tomava café puro.... https://www.youtube.com/watch?v=hs3kwgFCTPw


2º etapa- SP- anos 80.

Em 1981 deixei junto no sul o sonho do vestido de prenda, as férias na fronteira, a bergamota no pé, o figo que queimava a boca, a banguela de São Sebastião do Caí e fui cair em SP, meu estado natal. Conheci outros costumes, provei outros gostos, outras brincadeiras.
Foi então que senti o que era paixão. Meu peito batia, não, ele pulava toda vez que Macgiver entrava em cena. Ah torcia tanto para que ele se salvasse no final e por sorte ele sempre tinha tudo ali pra fazer uma bomba. Poxa!

Ficava dividida entre ele e Bruce Willis em seu papel de detetive na série “A gata e o Rato”, outro ícone dos anos 80.

Mas quem levou a melhor no quesito paixonite juvenil foi Vincent (Ron Perlman) do seriado “A Bela e a Fera”. Não resta dúvida que a criatura nesse caso era sem dúvida alguma melhor que seu criador. (no caso o ator.)






Já com sintomas de adolescente, numa cidade feita de concreto puro que é São Paulo, largamos de lado as brincadeiras de criança e fomos conhecer os famosos “Shoppings” que eram novidades lançados nas novelas e em seriados também. Barrados no Baile era prova real disso. Ah, elas ditavam sim as modas! E com o sentido de consumistas, descobrimos que para ter o LP da novela “Ti, Ti, Ti” tínhamos que batalhar.

Se quiséssemos Os bailinhos da época que podíamos fazer em casa, eram ao som de: Blitz, Metrô, RPM, Klayton e Kledir, The Manhattans, Peter Cetera, Spandau ballet, Duran Duran e muitos outros por aí afora.

Passei boa parte dos meus dias de vida em São Paulo. Conhecendo culturas diferentes, consumindo culturas diferentes. Adquirindo hábitos diferentes. Na minha turma de escola tinha coreanos, chineses, árabes, italianos, portugueses. Todos com seus sotaques presentes, hábitos, jeitos. E mesmo entre tantas nações, falávamos a mesma língua quando se citava criação, educação, família: falávamos em respeito. Bastava o professor entrar na classe que a turma toda sentava. Cantávamos o hino Nacional e da cidade todos os dias, enfileirados e com a mão no ombro do colega da frente. 

Fazíamos festa do folclore valendo nota em Português e História pelas pesquisas. Dessa forma sabíamos exatamente o que era Bumba meu Boi, ou quem era Curupira, Saci Pererê e outros mitos e lendas. Nunca vi meu filho pesquisar a mando das escolas que ele já passou sobre isso e olha que ele sempre passa por média...

Fazíamos trabalho em grupo na casa do colega ou na escola consultando a biblioteca real. Essas forradas de livros, com cheiro de livros. Tínhamos que ter carteirinha da biblioteca municipal e valia mais pontos se fôssemos até uma para fazer o trabalho. 

Minha mãe e as outras mães não nos rastreavam. Ao contrário: confiavam em nossa palavra. Sabíamos onde estávamos com quem e fazendo o que. Hoje, os filhos não se reúnem mais, não existem trabalhos em grupos, idas a bibliotecas. Hoje existe internet. 

As escolas aceitam trabalhos copiados da internet desde que se de os devidos créditos da consulta (um absurdo isso). Meu filho chegou até tirar um ponto a menos num trabalho escolar simplesmente porque eu quis que ele redigisse a mão... a professora queria digitado...que diferença fazia? O que vale não era a pesquisa? O trabalho não era sobre informática... a matéria não era de informática.


3º etapa- SP- Anos 90

No fim dos anos 80 e já com os filhos tornando-se adultos, meus pais rebolavam para manter um padrão familiar confortável. Não faltava nada em casa. Tínhamos Freezer, máquina de lavar louça (meu irmão foi salvo pelo Congo máquina... rsrs, sempre sobrava pra ele à louça), máquina de lava roupa, forno microondas. 3x1(aqueles que eram toca discos + toca-fitas + AM-Fm).

O nosso era da Sharp. Lembro com detalhes do Grilo Feliz o desenho propaganda da Sharp. Eu chegava a reproduzir na capa de meus cadernos. O famoso 3x1 fora substituído pelo aparelho de CD e antes mesmo deste fazer parte da nossa casa, comecei a colecionar os CDs de filmes que eu via nos cinemas.
  

Não foi difícil para eu fazer uma coletânea maravilhosa dos filmes que eu considerava um clássico na época: Perfume de Mulher, Cinema Paradiso, Era uma Vez na América. Fora outros e mais outros e outros.


Os anos 90 também foram marcados pelo surgimento da TV a cabo, fazendo com que eu ficasse um tanto dependente de cada episódio novo de Seinfeld, Friends e Baywatch.



Gosto muito de me lembrar da época em que eu enchia os bolsos do meu pai com bilhetinhos para que ele não se esquecesse da minha caloi. Onde eu sonhava em ter o batom da Farrah ou até mesmo em me encontrar numa noite qualquer com Vincent e ser salva por ele...mas prefiro os dias de hoje. Se eu não tivesse visto tudo que eu vi, vivido todas essas emoções, sentido todos esses gostos, sonhado com tantos beijos cinematográficos, certamente não teria memória para aqui descrever. E nem teria motivo para cobrar, de meu filho os valores da vida.

O passado pertence a todos nós, cada um a sua forma, com suas doces lembranças. Mas o que é presente que se faz futuro amanhã senão a semente que plantamos no ontem e colhemos no hoje? Somos feitos de lembranças sim, lembranças passadas, mas com uma alma carregada na esperança de melhores dias, dias que estão por vir.

E que venham então!