Lamentável tal como o “jeitinho brasileiro”

Por: 
Ricardo Wagner Carrano
South Carolina - USA



Patricia Poeta e Zeca Camargo

Ontem  (dia 5 de junho) assisti a uma reportagem do programa “Fantástico” a respeito de brasileiros que, como não conseguem entrar em uma faculdade de Medicina do país, entram em escolas de países da America Latina, acreditando que poderão se credenciar no Brasil.

A reportagem mostra estudantes tentando justificar a decisão de estudar nestas escolas, por motivos financerios, mais as dificuldades de se passar para uma escola brasileira, além de reclamarem também do íivel de dificuldade do exame de habilitacão onde quase todos sao reprovados; e, obviamente, já mostra “médicos” formados nestas escolas até já exercendo a profissão sem o devido CRM e outros que povavelmente vão seguir o mesmo caminho. Como sempre, aparecem os “coitadinhos” chorando por que estão longe da mamãe, que trabalha que nem burro de carga para realizar o sonho do filho, e outros dizendo ser um absurdo um exame tão dificil.

Neste ponto me lembrei de uma reportagem semelhante, sobre formandos de Direito que não conseguem passar no exame da OAB, e as muitas fraudes já descobertas neste exame. Lembrei também de um colega da faculdade de engenharia (25 anos atras) que colava de todos mas arrumou ou arrumaram-lhe um emprego em uma empresa governamental pois era filho/neto de figurões.

Você (o blogueiro) foi a um dos pontos cruciais de algo que muitos, inclusive eu, chamam de a destruição deliberada da educaçao/cultura brasileira, que tem o objetivo de acabar com o pouco de democracia que ainda existe, sem a necessidade de golpes ou convulsões sociais, mas pela imposição da ignorância e estupidez obrigatória. Assim sendo, ontem a televisão contribuiu de novo, negativamente, ao mostrar tais pessoas como prejudicados pelo sistema, uma vez que o Brasil precisa de mais médicos.

Portanto, também neste caso o famoso jeitinho brasileiro é confirmado como uma instituição nacional, coisa que vejo desde meus tempos de estudante. Triste, pois vemos que apenas uma minoria vive, estuda, se esforça e trabalha de acordo com as normas.

No entanto, hoje, isso me parece pior, pois as pessoas como não têm capacidade e não conseguem lutar para ter, decidiram ter como meta apenas parecer, sem se importar com a ética profissional. As dificuldades que deveriam servir de incentivo, a luta por um sonho, são assimiladas apenas como desculpas para a transgressão, assim como aquele que diz que falar “os livro” esta’ correto, fraudar uma habilitacão também está, pelo mesmo motivo.

O maior bem que o ser humano adquire na vida é a cultura/educação. Por analogia, é uma total infantilidade acreditar que um país vai se colocar entre super potências sem que possua cérebros capazes de impulsionar e sustentar esta posição.

Foto: Google imagens