31 de outubro de 2016

Chão de fábrica, sim senhor!

Para chegar às 7 da manhã, no Barreto, eu acordava às 6 horas. Banho, café e ônibus até a fábrica de fósforos da Cia. Fiat Lux. Corria o ano de 1962.

Eu era chefe de contas correntes no Banco Metropolitano, função que herdei de meu amigo Hermes Santos, que havia me levado para o banco um ano antes.

O Hermes foi trabalhar no departamento de pessoal da Cia. Fiat Lux, levado por seu colega de faculdade de psicologia, chamado Abigacyr Ribeiro, que era o aplicador dos testes psicotécnicos tão em moda na época.

Ora vejam só, apresentado pelo Hermes ao Abigacyr, acabei convidado pera trabalhar na empresa fabricante de fósforos, numa nova função que estava sendo criada. Haveria aplicação dos famigerados testes (Rorschach, PMK, etc.), no Escritório Central, no 8º andar do prédio 134, na Rua Visconde Inhaúma, no Centro do Rio de Janeiro.

Aparentemente seria um retrocesso. Deixar o centro do Rio de Janeiro (Rua da Carioca) onde trabalhava das 9 às 16 horas, de gravata, para ir trabalhar num fábrica em São Gonçalo seria uma aposta de risco. Mas arrisquei.

Passados dois anos fui transferido da fábrica para o Escritório Central, porque a função que eu exercia na fábrica seria extinta. Éramos quatro nesta função, e três de nós fomos transferidos, para diferentes áreas na administração central. Como já cursava a faculdade de Direito, acabei sendo lotado no Departamento Legal.

Nunca deixei e nem deixarei de ser grato a esta empresa, que na época tinha controle acionário inglês.

Tive muitas oportunidades, aproveitei algumas e negligenciei outras. Aprendi muito. Em vários sentidos.

No departamento legal acabei, pelas circunstâncias, ficando especialista em Direito do Trabalho. Ainda não era formado, mas este fato não me impediu de, à curto prazo, fazer audiências, representando a empresa como preposto, fazendo a defesa oral.

A empresa tinha sob contrato (advocacia de partido) o Escritório do Nélio Reis, uma dos mais festejados advogados trabalhistas do Rio de Janeiro, professor na PUC e com livros publicados.

Assim, as causas de maior complexidade ou que envolviam maiores valores, eram acompanhadas pelos advogados Mario Cálcia ou Chermont de Brito, dois dos advogados que trabalhavam no escritório do Nélio Reis.

A par disto, tinha a minha disposição, nas estantes do setor legal, além da legislação em vigor, algumas coleções de autoria de consagrados autores, como Evaristo de Moraes (pai), Orozimbo Nonato, Mozart Vitor Russomano (na época o mais respeitado doutrinador, depois ministro do TST) e outros.

Acrescente-se que na Faculdade de Direito de Niterói (UFF), tive como professor da matéria (Direito do Trabalho) ninguém menos do que Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, jurista e professor, fundador e primeiro presidente do TST.

Acreditem que nos três anos em que permaneci no setor legal da Fiat Lux aprendi muito sobre legislação trabalhista e previdenciária. Sabia mesmo. A CLT tinha de cor.

Por conta disto viajei bastante pelo Brasil, visitando as diversas unidades da Companhia (São Paulo, Jundiaí, Curitiba, Piraí do Sul), para treinar e supervisionar o trabalho dos funcionários das seções de pessoal.

A cada norma legal trabalhista ou previdenciária, interpretava e emitia circulares com instruções para as fábricas e escritórios regionais.

Consolidada minha reputação como bem preparado advogado (já diplomado), da área trabalhista, fui consultado se aceitava migrar para a área administrativa, para implantar a gerencia de Relações Industriais, denominação originária da área de Recursos Humanos, nome importado dos USA.

Aceitei, claro, pois seria elevado ao nível gerencial e receberia mais dindim. O projeto básico era da Deloitte consultoria e auditoria internacional contratada. Minha tarefa seria a implantação do projeto, compreendendo seleção e contratação da equipe.

O organograma previa criação de setores de recrutamento e seleção; cargos e salários; treinamento e desenvolvimento; serviço social e setor de pessoal.

Bem, conhecer a legislação trabalhista ajudaria mas não seria o suficiente para a empreitada. Então a empresa me propiciou os cursos necessários, sendo os dois mais importantes os que fiz no IAG da PUC, com foco em administração de recursos humanos, e o básico de administração, realizado na Fundação Getúlio Vargas.

Foi assim e por conta disto, que nos anos 1970 conheci cidades na época desconhecidas e até bastante atrasadas em termos econômicos. São exemplos São Lourenço da Mata, em Pernambuco, que agora tem até Arena que foi utilizada na Copa de 2014; e Icoaraci,  no Pará. Nenhuma destas cidades tinha atividades industriais, senão artesanais e a atividade principal era rural mesmo.



Orla de Icoaraci - antes
Orla de Icoaraci - atualmente








Projeto aprovado da SUDENE, a fábrica de São Lourenço do Mata, levou-me a trabalhar na fase pré-inaugural cuidando de seleção e treinamento de mão-de-obra. Mais capacitação. E pouco tempo depois, em Icoaraci, em projeto aprovado pela SUDAM.

Muçuã ou jurará
Bem, nem tudo era trabalho nestas viagens. No Pará jantei mais de uma vez no Circulo Militar, e até comi uma espécie de tartaruga chamada muçuã, de aspecto desagradável mais gosto aceitável.


E também comi boas peixadas e moquecas paraenses em Icoaraci. A cerveja era a regional Cerpa.


Cerpa, versão atual
Trabalhando nestas cidades de poucos recursos (Icoaraci e São Lourenço da Mata), a saída era ficar hospedado em Belém e Recife, respectivamente.

A lagosta ao thermidor do Leite, um dos mais tradicionais restaurantes da capital pernambucana, com música ao vivo (pianista), ficou em minha memória gustativa.

Sobre trabalho voltarei outro dia, agora vou jantar pensando na moqueca de Icoaraci e na lagosta de Recife.

30 de outubro de 2016

A esquerda abriga vândalos, baderneiros e predadores

Vocês já viram, pela menos nas imagens de TV, a ação dos “black bloc” destruindo vitrines, bancas de jornais, atirando fogos contra a polícia.

Já viram "sem terra" invadindo propriedade alheia, destruindo plantações, viveiros de mudas transgênicas (fruto de anos de pesquisa) e até entrando em conflito armado. Invadindo repartições públicas, como o INCRA.

Segundo Lula, formam o exército do Stédile. 

Já viram "sem teto" invadindo casas e apartamentos destinados a programas habitacionais.

Todos estes vândalos, estes baderneiros, destruidores, têm por trás grupos de esquerda.  Sem falar das antigas guerrilhas armadas, dos assaltantes de bancos e sequestradores de autoridades estrangeiras.

Agora estudantes, crianças imaturas (que chamávamos de secundaristas no passado) e sem qualquer formação politico-ideológica, são manipulados pela esquerda covarde, retrógrada, assim como faziam sindicalistas que colocavam nas invasões de fábricas  e piquetes, mulheres com crianças no colo, sem nenhuma piedade ou senso de responsabilidade, porque tudo o que mais queriam era um mártir, uma vítima, para ostentar como bandeira.

Vi isso de perto em São José dos Campos, em ações do Sindicato dos Metalúrgicos vinculado a CUT.

Na GM, submeteram gerentes e chefes de setores a cárcere privado numa das inúmeras greves que convocavam. Sentados no pátio, estes trabalhadores eram rodeados por grevistas agressivos, e ficavam ouvindo ameaças e xingamentos sem qualquer sentido, senão intimidar, fazer sofrer. Principalmente os familiares destes empregados mais graduados (que não eram os acionistas).

E esses sindicalistas broncos, incultos, praticavam agressões físicas também.

Esta esquerda me dá nojo, raiva, angústia e desânimo, tudo ao mesmo tempo, porque só acredito em oposição no campo das ideias, do debate civilizado, de preferência no parlamento.

Fazer greve remunerada, inclusive funcionários públicos, é coisa de brasileiros. Em países civilizados quem cobre os salários descontado dos grevistas, é um fundo sindical.

Vejam o absurdo da coisa. Funcionário público em greve, está punindo a população, deixando de prestar serviços, e não correm qualquer risco porque os dias parados são remunerados, com os impostos pagos por aqueles que eles puniram com a greve. Êta equação surrealista.

E os líderes das greves, dirigentes sindicais, são em geral, parasitas que se perpetuam no poder dentro das organizações de classe, não podendo inclusive ser demitidos porque gozam de estabilidade provisória em seus empregos. Ou seja, nada colocam em risco. Arriscam, sim, o pescoço dos mais tolos que são manipulados.

Aqui as grandes somas arrecadadas com a contribuição sindical obrigatória, são usadas para compra de carros de som, fazer faixas e cartazes e financiar baderneiros.

Ou você pensa que em greve de bancários, por exemplo, não tem muito bandido infiltrado, a soldo. Trogloditas que enfrentam até mesmo a polícia nos casos de reintegração de posse.

Escrevi sobre isso porque queria chegar ao seguinte ponto, tendo em vista  invasão de algumas escolas, país afora, por estudantes do nível médio (no meu tempo secundaristas), crianças, usadas como massa de manobra por inescrupulosos com motivação política.

Duvido que alguma destas crianças saiba o que significa a sigla PEC. Mas estão nas escolas criticando a PEC 241, atrapalhando quem quer estudar.

E os pais, bem, os pais agora são moderninhos e acham que seus filhos podem se autodeterminar.

Crianças, assim como mudas ainda tenras, ainda arbustos, muitas vezes precisam de espeques para que cresçam eretas, e se transformem em árvores fortes e frondosas.

Encerro com opinião de Lech Walesa, para quem fazer revolução socialista em país organizado, com instituições funcionando, é fácil. É como acender um fogo debaixo de um aquário bem planejado, decorado com plantas e peixes. 

Difícil, mesmo, é organizar um pais a partir do caos. Sem qualquer planejamento ou ordem. Ou seja, construir o aquário é complicado.

Dentre outras, eis algumas frases deste que, como Lula, mas com mais cultura e formação política, também foi líder sindical e chegou à presidência de seu país.





29 de outubro de 2016

Antiga, mas atual


"Quando Gandhi estudava Direito na Universidade de Londres tinha um professor chamado  Peters, que não gostava dele, mas Gandhi não baixava a cabeça.

Um dia o prof. estava comendo no refeitório e sentaram-se juntos.

O prof. disse:
- Sr. Gandhi, você sabe que um porco e um pássaro não comem juntos?

Ele: Ok, Prof..... Já estou voando...... e foi para outra mesa.

O prof. aborrecido resolve vingar-se no exame seguinte, mas ele responde, brilhantemente, todas as perguntas.

Então resolve fazer a seguinte pergunta:

- Sr. Gandhi,
indo o Sr. por uma rua e encontrando uma bolsa, abre-a e encontra a Sabedoria e um pacote com muito dinheiro.

Com qual deles ficava?

Gandhi respondeu....
- Claro que com o dinheiro, Prof.!

- Ah! Pois eu no seu lugar Gandhi, ficaria com a sabedoria.

- Tem razão prof, cada um ficaria com o que não tem!

O prof. furioso escreveu na prova "IDIOTA" e lhe entregou.

Gandhi recebeu a prova, leu e voltou:
E disse...

- Prof. o Sr. assinou a prova, mas não deu a nota!

😂😂😂

Moral da historia.
Semeie a Paz, Amor, Compreensão. Mas trate com firmeza quem te trata com desprezo. Ser gentil não é ser capacho, nem saco de pancadas!



Notas do editor:
José Datrino - o Gentileza
1) esta historinha, uma das muitas apócrifas que correm o mundo, tem pitadas de fino humor e encerra conceito tão sólido que até mesmo o folclórico Gentileza, personagem das ruas do Rio e Niterói, no século passado pregava: "gentileza gera gentileza."

2) Publicada tal e qual recebi, por e-mail, de uma amiga.

27 de outubro de 2016

Onde me achar

Não diria que é pouco provável que eu "tire a sorte grande", como se dizia em priscas eras, quando ainda era adolescente.  Devo dizer que é impossível que tal aconteça porque não jogo em loterias.

Nasci em berço pobre e meus pais não me deixaram bens, senão imateriais. De grande valor, mas sem cotação no mercado.

Casar com mulher rica, perdi a oportunidade quando era jovem e "bem apessoado". Acreditem que fui, tanto jovem quanto "boa pinta", segundo gíria nas décadas de 1950 e 1960.

Portanto estou no campo da teoria, falando em tese, ad argumentandum tantum, como diria um advogado metido a besta, quando avento a possibilidade de poder acompanhar o sol e viver em paraísos banhados pelo mar.

Vide postagem em :

Estes lugares não exaurem a lista, são apenas exemplos.



Seychelles, conjunto de arquipélagos, perto de Madagascar

Republica de Seychelles, 115 ilhas, no Oceano Índico (outra ilha)

Sant'Agata sui due Golfi, entre os golfos de Napoles e Salerno

Promenade des Anglais, Nice, Mediterraneo

Positano, Costa Amalfitana

Praiano, Costa Amalfitana

Faraglioni, Capri, Mar Tirreno

Èze, Côte D'Azur

Canoa Quebrada, Ceará

Angra dos Reis, RJ

Fernando de Noronha, PE







Imagens obtidas via Google.

26 de outubro de 2016

Agnóstico com muita fé

Quem me conhece, ou mesmo não me conhecendo acompanha este blog, sabe que sou agnóstico.

Mesmo quando fui coroinha ia à igreja mais pela farra infantil, pela atividade envolvida, que fascinava a criança que eu era.

Assim de chofre, digo que agradava-me acionar o sino (ao lado da igreja) convocando os fiéis;  ganhar as gorjetinhas  dos padrinhos nos batizados; ir até a Ilha da Conceição, de barco (na época, único meio de lá chegar), quando uma vez por mês o padre ia rezar uma missa e uma das beatas nos recepcionava em sua casa com lautos cafés matinais. Eventualmente almoço.

Sim, era interessante vestir aqueles paramentos parecidos com os do padre e fazer vibrar os pequenos sinos na hora da consagração da hóstia e do cálice sagrado. E colocar o vinho no cálice para o padre beber com gosto.

Mas estar concentrado, pensando em Deus e na doutrina,  francamente não lembro. Quando nas duas ou três vezes em que me confessei, achava um absurdo ter que contar que me masturbei (juro que era considerado um pecado).

Nunca fui um católico de fé. Nunca fui um umbandista concentrado nas duas ou três vezes em que fui a centros espíritas. A um deles fui também pela possibilidade da viagem. Afinal seria em Mangaratiba e fui levado pelo amigo Doraly  (já citado no blog algumas vezes), porque o irmão dele mais velho (Mindo) era o babalorixá.

Outra vez, na verdade, não era um centro espírita. Era uma reunião em torno de uma mesa, e foi na casa de um casal  vizinho nosso (Marieta e Lourival). Não gostei nem um pouco, não me senti à vontade.

Abandonei a função de coroinha e nunca mais voltei a centros espiritas, seja levado, seja de moto próprio. Aí “deu-se a melódia”. Wanda (e principalmente a família dela) queria casamento na igreja. Foi um parto da montanha porque casar em outro estado, na jurisdição de outra paróquia, exigia um protocolo absurdo. Precisava de autorização do padre da igreja onde eu fora, na infância coroinha.

Foi surreal a burocracia exigida e não fosse a interveniência de minha mãe não teria obtido o tal documento. Minha irmã, que costuma acompanhar os posts, deve lembrar melhor do que eu porque já me encontrava a mais de quatrocentos quilômetros, no Espírito Santo, onde casaria.

Todo este introito foi necessário para poder afirmar que não tenho religião. Tenho fé, o que é diferente.

Esta semana atendi uma cliente espírita, muito estudiosa da filosofia de Hippolyte Leon Denizard Rivail, ou simplesmente Allan Kardec, codificador do Espiritismo.

Naquele approach inicial, começamos pela crise econômica e, conduzida por ela, a conversa migrou para o espiritismo.

Olha gente, não é e nem será meu caso, pois já passei da idade de começar qualquer coisa, mas ouvindo as teses e os argumentos de um estudioso, fica claro que há consistência em muitos pontos do espiritismo de Kardec.

Claro que não duvido, racionalmente, da imortalidade do espírito. Acredito que vivemos várias vidas, seja como aperfeiçoamento, como dizem na doutrina, ou não.

É difícil aceitar que a morte física implica morte espiritual também. Não faria sentido e ficaria faltando um elo para explicar como algumas crianças se revelam talentosas (na música, na pintura, etc.) senão porque tiveram experiências nestes campos em vidas passadas e que não são deletadas.

Algumas pessoas nascem com insuficiências, que lhes obriga a uma vida com limitações físicas e/ou mentais. Pode-se aceitar que aquele espírito precisava passar por aquelas  provações para corrigir ou melhorar algum aspecto de sua evolução – e elevação.

Fiquei preocupado e me assustei com a ideia, quando ela disse acreditar que poderíamos ter sido nós – ou alguém próximo de nós - que crucificamos Jesus, e participamos dos tribunais  de inquisição, com apoio na imortalidade do espirito e da reencarnação. Achei melhor atalhar e mudar o rumo da prosa.

Houve apenas tempo para ela arrematar com o exemplo de Da Vinci, que segundo ela era um espirito evoluído, de muitas vivências anteriores que lhe permitiram acumular muito conhecimento em várias áreas do conhecimento.

Não tenho conhecimentos teológicos, sou inteiramente ignorante quanto à filosofia budista, os valores judaicos, a fé protestante, as religiões africanas.











Mas fiquei depois matutando o que teriam feito em vidas passadas os espíritos ora ocupando os corpos de Lula e Cunha, por exemplo, para estarem reencarnados nestes personagens do mal.

Tenho uma certeza. Alguém que não está entre nós, com vida material, zela por mim. E eu confio muito nesta Entidade, porque tenho motivos para acreditar e confiar. Simples assim. O resto são realidades incognoscíveis.

Religião não me faz falta. A fé sim ajuda.

25 de outubro de 2016

Homenagem do blog ao grande capitão

Palavras são palavras, nada mais do que palavras.

Ou Shakespeare: words, words, words!

Mas esta obra prima será lembrada para sempre. Desde a saída da bola com o Clodoaldo, até a conclusão do Carlos Alberto Torres.

Assistam:

 

24 de outubro de 2016

Comércio tradicional

Terminei o post anterior mencionando, de passagem, os dois grandes magazines onde se comprava de tudo. Ambos estavam instalados em grandes e confortáveis prédios no Rio de Janeiro. A "Sears" em Botafogo e a "Mesbla" na Cinelândia.

A "Mesbla" veio primeiro  para Niterói, e abriu sua loja na rua Visc. de Rio Branco, 511. Anos depois a "Sears" também  abriu filial aqui, na Rua São João, 34.

Como boas lojas de departamentos vendiam de tudo, ou quase tudo. Os anúncios a seguir dão uma ideia da variedade de produtos que comercializavam.




Não lembro de meus pais comprando roupas e calçados nestes magazines. Eu,  com certeza, nunca.

Meu pai comprava seus ternos na "Casa José Silva", que a exemplo das lojas de departamento supracitadas,  inicialmente só tinha loja no Rio de Janeiro. Anos mais tarde abriu filial na Rua da Conceição,  59, em Niterói.

Lá ele comprava ternos e camisas,  estas da marca Epson (exclusividade da casa). Os calçados, para toda a afamília, eram da Clark, que tinha filial na Av. Amaral Peixoto.


Vale lembrar que o Rio de Janeiro era a capital da República e durante muitos anos tínhamos que atravessar a baia, nas velhas barcas da "Cantareira", para fazer compras no Rio.

Assim, estes hábitos de meu pai passaram para mim, e acabei freguês da "Casa José Silva", onde comprei  roupas até o fechamento da rede de lojas. Em sua fase final, a frase de propaganda da "José Silva" era: “a maior butique do país.”

Antes da "Casa Josè Silva" desembarcar em Niterói, chegou aqui a "Ducal",  outra cadeia de lojas  que inovou no mercado de cionfecções masculinas, lançando o terno com duas calças (daí o nome da loja). Com efeito as calças "acabavam" primeiro do que os paletós, por várias razões.

As roupas da "Ducal" eram mais, digamos assim, populares e o inconveniente é que todo mundo se trajava igual (bancários, comerciários, funcionários menos graduados). Mesmo corte, mesmo tecido, mesmas padronagens.

Eu, muito pobre, mas muito vaidoso, nunca usei roupa da "Ducal".

Nos anos 1960 foi lançado o "Tergal" tecido sintético que não amarrotava. Pouco depois surgiu o "Nycron", com a mesma propriedade. A ênfase da propaganda do "Nycron" era a frase "senta, levanta, senta, levanta" para reafirmar que não amarrotava e nem perdia o vinco.


No link a seguir um pequeno comercial do tecido "Nycron".
https://www.youtube.com/watch?v=RbZrDKlmfe4


Poderia ter iniciado esta matéria falando dos restaurantes de antigamente, posto que nas postagens anteriores tratei de culinária e de comidas, mas não me ocorreu.

Como nem eram tantos, que eu conheci, passo agora a enumera-los, sem ordem de preferência ou cardápio.

Começo pelo "Samangauiá", já citado no blog quando falei de minha tarefa, como gerente administrativo da "Siderúrgica Hime", planejar e contratar o local para a confraternização de final de ano.

Este hotel/restaurante ficava na rua Carlos Ermelindo Marias, 494 em Jurujuba.  

Outro que não posso omitir, até porque lá comia, vez ou outra, até relativamente pouco tempo, é o "Monteiro", que funcionava no nº 55 da Rua da Conceição, que já era frequentado por meu pai, porque era o preferido de jornalistas, políticos e alguns profissionais liberais.

Lamentei seu fechamento, e ainda lamento quando passo defronte ao prédio porque a placa do restaurante ainda está lá.

Ainda na Rua da Conceição, funcionou o restaurante "City Niterói", na sobreloja do prédio nº 13.

Outros ícones da cidade fecharam as portas, como a exaustivamente citada "Leiteria Brasil", o restaurante "Arcádia", na Av. Amaral `Peixoto, 43, no centro, e o "Bier-Strand", na Praia de Icaraí, 219.

Ainda na Praia de Icaraí, que inapropriadamente mudou de nome (nada pessoal com o jornalista homenageado), funcionaram a "Churracaria Venezia", no nº 75 e e o "Texas", no nº 275.

Na Comendador Queiróiz, logo no início, tinha o "Bom Canto".

A "Gruta de Capri", na Rua Miguel de Frias, 37,  não cerrou as portras, mas nem se compara ao que era nas décadas de 1950 e 1960. A pizza "brotinho" vendia como se fosse água no deserto. Acompanhada de chopinhos bem tirados.

A "Esportiva", os dois italiano das pizzas, no centro da cidade, a "Imbhuí", e outros que não lembro agora, também desapareceram.


Nota do editor: as imagens foram obtidas no sitio a seguir.
http://memoriasoswaldohernandez.blogspot.com.br/2012/10/anuncios-de-moda-e-acessorios-nos-anos.html

22 de outubro de 2016

Torrada Petrópolis

Estava, desde há muito, para escrever sobre o comércio tradicional no centro de Niterói, de meus tempos de infância e juventude.

Tinha o tema, mas não tinha a abordagem. Eis que hoje, ao chegar mais cedo em casa, ainda no horário do lanche da tarde. Então, para minha surpresa, Wanda coloca sobre a mesa um belo (e saboroso) pão Petrópolis que ela mesma fez, a partir de uma receita de programa matinal de televisão.

Pão Petrópolis
Logo associei às "torradas petrópolis" que meus pais pediam, para acompanhar o chá, na "Leiteria Brasil", na Rua da Conceição. Nós, eu e minhas irmãs, se bem me lembro tomávamos "Toddy" batido em liquidificador (ficava espumante e o leite, bem o leite era leite mesmo - bons tempos).

Torradas "petrópolis"
Este não era um programa frequente, mas quando era dia era muito prazeroso. Em seguida, na parte da frente da leiteria, meu pai comprava biscoitos amanteigados (tinha um chamado "Serenata" que era dos deuses), uva "itália", presunto cru fatiado (fantástico), manteiga e mais uma ou outra guloseima. 

Em dias de recebimento de salários (ou vencimentos, caso de meu pai), a classe média baixa fazia extravagâncias. Lá em casa os vencimentos acabavam sempre antes do mês. Conjugação de dois fatores, de uma lado as despesas eram altas (aluguel, tarifas de energia, água e telefonia, mensalidade escolar dos três filhos, uniforme, material escolar, armazém, quitanda, ufa!!!) e de outro lado a remuneração era baixa.

O milkshake, a banana split e o ice-cream sundae, das Lojas Americanas, no meu caso, era uma vez por mês e lamba. Claro, ou uma coisa ou outra.

MIlkshake
Sundae

Banana split
Mais comuns, e um pouco mais para frente no tempo, os pasteis, com caldo de cana, da "Imbhuí" ou as fatias de pizza do italiano, não o da Rua da Conceição, mas o da Trav. Alberto Victor, ao lado da Prefeitura, era o que gostava de comer (e podia).

Os salgadinhos da "Esportiva", do outro lado da Rua da Conceição, quase defronte a "Leiteria Brasil" eram saborosos. Em especial os camarões  e a língua empanados.

Falar em pão Petrópolis e não falar da padaria "Modelo" - Pão Quente -  é impossível, simplesmente porque era lá que comprávamos o pão de forma (tipo "petrópolis") para as torradas e sanduíches em geral.

Isto antes de entrarem no mercado os industrializados "Pullman" e "Plus Vita". A "Pão Quente" vendia o pão (sempre fresquinho) e fazia mais: fatiava. Comprava-se o pão e depois, num balcão no final da área de venda, pedia-se o fatiamento. Era feito numa máquina simples, pequena, que tinha lâminas verticais. Por vezes havia fila esperando o fatiamento, em especial aos sábados.









Muita gente, eu inclusive, trabalhava aos sábados. E se eu disser onde trabalhava os mais jovens não acreditarão. Trabalhava em banco, que tinha meio-expediente aos sábados (até às 12 horas). 

E tem mais - juro! - os bancos remuneravam dinheiro em conta-corrente, a razão de 6% ao ano. Estou falando do início dos anos 1960 (fui bancário até 1962). E já contei que trabalhei, chefiando as contas-correntes, no "Banco Metropolitano", na Rua da Carioca, no Rio de Janeiro. O controle era do Comendador Clarimar Maia, também dono do "Castelo do Rio", loja de eletrodomésticos.


Mesbla - Passeio
Eletrodomésticos eram vendidos na "Mesbla" e na "Sears", grandes magazines localizados no Rio de Janeiro, e que mais tarde  abriram filiais em Niterói. Depois também vieram as "Casas Neno" e o "J. Isnard", que eram cadeias de lojas.



Mas sobre este comércio mais diversificado escreverei outro dia. Hoje, fico limitado aos comestíveis, citando por último a "Loja Central", que ficava na Praça Martim Afonso (atual Arariboia), e onde era comprado o talharim fresco (era vendido ainda mole e morno) além do queijo "parmezão", nosso prato mais frequente aos domingos, acompanhado de galinha assada.




Notas do editor:
1) todas as imagens foram colhidas via Google

2) links para pão e torrada "petrópolis" e para Niterói antigo.
http://www.casacoisasesabores.com.br/2012/01/pao-petropolis-e-as-famosas-torradas.html

https://www.google.com.br/search?q=fotos+de+niteroi+antigo&newwindow=1&sa=X&espv=2&biw=1093&bih=490&tbm=isch&imgil=-S-nHHvEOdodLM%253A%253B7IspxNGlCmwfhM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.coseac.uff.br%25252Fcidades%25252Fnitfoto7.htm&source=iu&pf=m&fir=-S-nHHvEOdodLM%253A%252C7IspxNGlCmwfhM%252C_&usg=__1S0GZ9ZaZMcivpltDPFq8fdPCsg%3D&ved=0ahUKEwi16MLF8-fPAhWKEpAKHSwuBngQyjcINw&ei=wvEHWLX_CIqlwASs3JjABw#imgrc=IYKHYGRLPFX__M%3A

3) Link para comércio em geral
http://antigasternuras.blogspot.com.br/2010/06/bem-amigos-do-antigas-ternuras.html

21 de outubro de 2016

Culinária na TV

Nas emissoras de TV, abertas ou por assinatura, há uma inundação de programas com foco na culinária. Com cozinheiros amadores ou profissionais, adultos ou crianças, fazendo pratos doces e salgados, da cozinha internacional ou regional, gravados mundo afora e aqui exibidos diariamente.
















Minha mulher acompanha alguns, sobretudo os que têm as crianças como protagonistas, sejam brasileiras, sejam colombianas ou mexicanas. Crianças com 8 anos de idade e até 14, demonstram algumas habilidades que realmente  surpreendem.

Nestes programas em que as crianças são os cozinheiros, o duro é a eliminação. Quando se trata de competição eliminatória cortar os priores é sempre um momento que mexe com o emocional.

Em minha opinião,  que assisto um ou outro, o formato do MasterChefe, franquia que é utilizada em vários países, tais como Austrália, Espanha, Estados Unidos, Colômbia, Argentina, México, Canadá, Itália, aqui no Brasil  e provavelmente em outros, é o mais bem estruturado.

A produção é bem cuidada. Os cenários são padronizados. O formato é o mesmo: três chefes renomados, com restaurantes conhecidos, em alguns casos com estrelas Michelin, avaliam os pratos e escolhem os melhores e os piores.

Ao final de cada temporada o vencedor, além do troféu MasterChefe, recebe prêmio em dinheiro, direito a curso no Le Cordon Bleu e, eventualmente, publicação de um livro com suas receitas.

Assisto, quando não há nada melhor a fazer nos horários, pelo entretenimento, pelo aprendizado (já sei o que é e como se faz ganache - rsrsrs), para conhecer ingredientes e temperos que não fazem parte de nosso cotidiano, e porque vez ou outra eles saem dos estúdios de gravação e passeiam em cidades, hotéis e restaurantes interessantes, sempre cozinhando.

Algumas versões, em alguns países, têm uma apresentadora que modera a atuação dos participantes e dos jurados (geralmente chefes de cozinha). Em outros países são homens que apresentam o programa.

Quatro delas são charmosas, elegantes, simpáticas e bem articuladas. A mais bonita é a colombiana de nome Claudia Bahamón. A menos bonita a brasileira, que no caso é a Ana Paula Padrão.

As fotos a seguir, colhidas na internet dão sustentação ao que afirmei.


Ana Paula Padrão - Brasil

Ana Paula Padrão - Brasil


Ana Paula Padrão - Brasil

Ana Paula Padrão - Brasil


Anette Michel - México

Anette Michel - México

Anette Michel - México

Claudia Bahamón - Colômbia

Claudia Bahamón - Colômbia

Claudia Bahamón  -  Colômbia

Claudia Bahamón - Colômbia

Eva González - Espanha

Eva González - Espanha