Cineac Trianon |
Dando sequência às possibilidades de lazer no centro do Rio de Janeiro, nos longínquos anos 1950/1960, época em que lá trabalhava, falo inicialmente dos cinemas. Tinha o Cine Íris, o Cinema Ideal, e as "Sessões Passatempo" no Capitólio ou no Cineac Trianon, este, paraíso para Office-boy matar o tempo. Tinha, ainda, além do já anteriormente citado Capitólio, na Cinelândia, os cinemas Império, Pathé e Odeon, Plaza, Palácio e Metro Passeio. O Vitória, bem próximo, na Senador Dantas.
Teatros, tínhamos o Municipal, o Rival e o Recreio, onde eram levadas as peças musicais (chamado teatro de revistas) produzidas pelo Walter Pinto, com famosas vedetes que marcaram época, como Virginia Lane, Nélia Paula, Luz Del Fuego, Angelita Martinez e várias outras. Lá assisti as montagens de "É de Xurupito" e "Tem Bububú no Bobobó"
Peça do Walter Pinto |
As peças produzidas pelo Walter Pinto eram populares e com minha parca renda dava pra frequentar. Já os shows do Carlos Machado, na boite Night and Day, eram destinados a pessoas mais abonadas.
Para quem gostava tinha os Dancings Avenida e Elite, gafieira fina.
Durante o carnaval, desfilavam aos sábados os blocos, do Cordão do Bola Prata, Bafo da Onça e Cacique de Ramos, para ficar só em três deles bem conhecidos. Aos domingos, na Presidente Vargas, na altura da Central do Brasil, desfilavam as Escolas de Samba, Portela, Mangueira, e Salgueiro, mais populares. Nas segundas-feiras desfilavam os Ranchos e nas terças, na Av. Rio Branco, as grandes sociedades carnavalescas: Democráticos, Fenianos, Tenentes do Diabo, Pierrôs da Caverna e Embaixada do Sossego.
No tempo em que trabalhei no Banco Metropolitano, o mais das vezes almoçava numa pensão que existia num sobrado na própria Rua da Carioca onde ficava o banco. Comida caseira excelente. Vez ou outra, ia a restaurantes.
Já quando trabalhei na Fiat Lux, na Rua Visc. de Inhaúma, almoçava na própria empresa (tinha um restaurante no Escritório Central), ou então, para variar, e no dia de pagamento, ia a um dos bons restaurantes na Rua do Acre, onde almoçavam os grandes atacadistas estabelecidos naquela rua, chamados de ceboleiros, mas que tinham muita grana. Outros bons resturantes eram o Ribatejo e o Ulrich, ambos na Rua São José. E teve, por pouco tempo, o Cabeça Chata, de culinária nordestina, que pertencia ao cantor de emboladas e cocôs, chamado Manezinho Araújo. Na Rua do Mercado também havia alguns restaurantes razoáveis, cujos nomes não me ocorrem. Não se pode esquecer o conhecido e popular Spaghettilândia.
Angelita Martinez |
Nélia Paula |
Tempos bons, mas duros e difíceis.
Fotos: Google imagens.
8 comentários:
Spaghettilândia... Realmente fez parte de minha infância. A gente adorava. Mais tarde, já na juventude, voltei lá e não era mais a mesma coisa (ou fomos nós que evoluímos?)
Quanto à Visconde de Inhaúma, ficará uma pendência em minha vida: trabalhei 32 na Embratel e passei quase diariamente por ela, e nunca fui ao "Sardinha", aquele conglomerado de bares famosos pelos petiscos desse saboroso peixe...
Trabalhei num prédio ali na Visc. de Inhaúma, de 1963 até 1972. O prédio ficava próximo ao Largo de Santa Rita. Na esquina havia uma agência do Banco Irmãos Guimarães.
Sou bem rodado. Ano de fabricação 1940.
Apressei-me em colocar estas e outras lembranças no blog, antes que que se corrompam os chips e as informações se percam nas brumas do tempo.
Abraço
Faleceu sábado, dia 18, a atriz Wilza Carla.
Nos últimos anos de atividade profissional, estava muito obesa.
Ninguém diria que fora uma das mais atraentes vedetes do teatro de revista. Um mulherão, como se dizia.
RIP
Na Visc. de Inhaúma eu, em 1969, pegava o ônibus pro Caju, onde fazia um estágio remunerado no Hospital São Sebastião. Não almoçava na Spaghettilandia, mas encarava um prato da SUNAB na Primeiro de Março. Aff! Faz tempo...
Era SUNAB mesmo?
Beijo
Era sim. Superintendência de Abastecimento da Estado da Guanabara. O "Sunabão" era uma determinação do governo que obrigava os restaurantes a oferecer um opção de prato a preço popular (tabelado) onde contasse feijão, arroz, uma carne, uma salada e um copo de refresco. Naquele época vc já era burgues ...KKKKKKKK
Concordo que foram tempos duros e difíceis, mas foram tempo em que as pessoas nas ruas eram a atração da vida. A graça estava em cada um ,na diferença de cada um. Alguém aí se lembra da marchinha da Embaixada do Sossego? Queria lembrar. Acho que está perdida. Finalizava dizendo: "eu quero é sossegar".
Valter,
Até conheci a Embaixada do Sossego (as sociedades se visitavam no dia dos desfiles), mas minha Sociedade Carnavalesca, onde cheguei a "brincar" dois carnavais consecutivos, era a Democráticos.
O único amigo e companheiro destes bailes carnavalescos do final da década de 1950, e ainda vivo, mora em Vitória- ES, mas agora acho que é da Igreja Evangélica (ele não disse mas deu pistas).
Em contato por e-mail no início deste ano ele desconversou quando falei do Democráticos.
Dois de seus irmãos eram sócios.
Lamento não poder ajuda-lo com a letra da marchinha da Embaixada.
Obrigado pela visita virtual.
Postar um comentário