31 de dezembro de 2016

Novo ano com cara de déjà-vu

Amanhã, 1º de Janeiro de um novo ano, acordarei à 07:00 horas da manhã, como deverei fazer ao longo dos demais 364 dias do ano e como de resto tenho feito todos ao dias dos anos anteriores mais recentes.

O sol já estará brilhando, o que nada posso fazer a respeito. Lembram do "O Pequeno Príncipe"? Ordens e pedidos absurdos nem os reis os fazem. Pode um general voar de flor em flor, como uma borboleta?

Imagem Google
O café da manhã será frugal, como de praxe, talvez apenas com o acréscimo de panettone do tipo tradicional, e castanhas portuguesas, se sobrarem de hoje.

Irei dar uma caminhada no calçadão, talvez um pouco mais relaxado porque sem a pressão de horário, eis que não tenho compromisso profissional agendado, e ademais disso será domingo. Mas a partir do dia 9 tudo voltará ao normal, com o fim do recesso do judiciário.

Assim como a pequena e temporária mudança de horário, haverá outra igualmente temporária, a do trajar. Paletó e gravata estarão dispensados por alguns dias.

Mas voltarei a eles tão rapidamente quanto necessário. Explico o porquê. Acho que as pessoas não confiam em advogado sem paletó e gravata. 

Chico Anysio, mestre do humor e criador de muitos personagens, disse em entrevista ser difícil imitar a voz de qualquer deles se não estivesse caracterizado como tal, com os trajes que lhes foram atribuídos.

Assim penso que o personagem advogado tem que estar vestido como tal. E não será a voz a fazer diferença, senão a postura.

Mal comparando, o hábito faz o monge.

Vou pagar as taxas condominiais até o dia 5 de janeiro, do apartamento onde moro e da sala onde trabalho. Escorchantes impostos para ocupar o que me pertence.

Serão debitadas em minha conta corrente as faturas de telefonia e energia. Outras contas serão pagas até o dia 10 no caixa do banco ou na caixa eletrônica.

Minha mulher já terá recebido a mesada, não pessoal, que ela não tem, mas para as despesas do mês que não podem ser quitadas com cartão-de-crédito.

Como em todos os anos, faremos um balanço no guarda-roupa: precisamos de novos calçados? Precisarei de camisas sociais? Precisarei de meias, cuecas e lenços novos? Ou os que tenho ainda estão em bom estado e são suficientes?

Terno e blazer tenho para o gasto? Gravatas e suspensórios sei que tenho suficientes.

A partir do dia 9 receberei telefonemas, serão consultas, agendamentos, pedidos de informações. Tudo igual a todos os anos. Nem os problemas mudam, pelo menos em sua essência, embora a forma possa ter outra cara.

Como estou sem automóvel há seis anos, diariamente, de segunda à sexta-feira, entre 08:15 e 08:30 hs. deverei utilizar um ônibus das linhas 47, ou A ou B, é indiferente porque o percurso deles, desde minha casa até o centro, onde desembarco, é igualzinho.

Nada mudará no atacado em 2017. Poderemos ter  algumas mudanças significativas, no varejo. Mas não é certo.

Fontes seguras me informaram que Saturno será o astro regente de 2017. Talvez o mais belo do Universo.


Tudo a ver com Justiça. Andar na linha será fundamental.

Na Umbanda, segundo quem é do ramo, o ano de 2017 será de Oxóssi.


Na Umbanda, pelo sincretismo, São Sebastião, no
Rio de Janeiro
Israelenses e palestinos continuarão não se entendendo. E com Trump no poder, não sei não. Haverá furacões, tsumanis e maremotos na Ásia e na Costa Leste dos Estados Unidos. Protejam New Orleans. O Estado Islâmico continuará assombrando o mundo.

Se as forças da natureza são incontroláveis, por outro lado o bicho homem - sejam israelenses, palestinos ou radicais muçulmanos ou xiitas do islamismo - não deu certo. O homem é um projeto ruim e mal executado.

Por isso aceito o criacionismo. Obra imperfeita de Deus?

Por falar nos judeus, o novo ano deles começou no dia 3 de outubro passado. Estão no ano 5.777. A próxima virada - o Rosh Ashaná - ocorrerá em 21 de setembro de 2017.

Por outro lado o chinês deverá esperar um pouco mais, pois a virada de ano novo, baseado na lua, vai acontecer em 27 de janeiro. A partir de 28 será o ano do galo. Este que está terminando foi o ano do macaco. Isso explica alguma coisa?




O campeonato inglês continuará mais atraente do que o brasileiro.

Vasco disputando título nacional? Difícil! Até Papai Noel faz chiste.


Retirado na grande rede

Lula preso? Acho difícil. Processado e julgado talvez. As represas e reservatórios terão bons níveis de água? Dependerá da La Ninã, justificativa oficial da vez.

Enfim, não vejo mudanças possíveis. Palpáveis, significativas, alentadoras, positivas. O ano vai transcorrer como todos os outros. 

Nada mudará. Promessas e compromissos não serão cumpridos. As aulas de yoga, pilates ou hidromassagem, emagrecer 10 quilos, parar de fumar,  serão projetos que ficarão para depois.





Prometi a minha mulher que no próximo ano serei outro homem ....... muito pior.

E rimos muito.







Imagens pinçadas no Google

29 de dezembro de 2016

Quem se beneficiava?

Antigamente as grandes indústrias construíam Vilas Operárias nas proximidades de seus parques fabris,  e nas casas abrigavam preferencialmente os mestres e alguns profissionais que pela especialização (eletricistas, encanadores, etc.) precisavam estar por perto para atender emergências.

Com efeito tendo em vista  precariedade dos meios de transportes e considerando que os trabalhadores moravam longe do local de trabalho e a jornada em geral começava muito cedo, tipo 6:00 horas da manhã (os turnos eram das 6 às 14 e das 14 às 22 horas, para fugir do trabalho noturno, que era remunerado com acréscimo nos salários), ter os empregados nas proximidades era tranquilizador.


Ora, morar numa boa casa, bem construída, com rede de água e esgoto, em local urbanizado, com  ruas calçadas e bem iluminadas, era um benefício e tanto. Porque nem mesmo era dispendido dinheiro com condução. E estes empregados, ocupantes das casas da vila operária, poderiam almoçar em casa dispensando a marmita.

Em algumas destas vilas ainda existia um grêmio ou um clube social onde era possível a prática de jogos de salão (sinuca, bilhar, xadrez, etc.). E eram realizados bailes em épocas festivas.


Dou meu testemunho porque conheci alguns casos. O que conheci mais de perto foi o da Cia Fiat Lux, em São Gonçalo.

Na Siderúrgica Fi-El, em São José dos Campos, havia não uma vila operária, mas uma destinada às gerências.

Quando fui trabalhar lá, durante algum tempo residi numa das casas desta vila. Casas boas, amplas com quintais, numa rua fechada, sem saída.

Eram cerca de cinco casas. Logo na entrada da rua (fechada com grande portão), havia um quiosque para uso comum dos ocupantes das casas, com uma churrasqueira.

Minha mulher e meus filhos nunca chegaram a morar na tal casa, porque era uma fase em que eles não poderiam trocar de escola. Mas havia uma razão secundária: as casas estavam todas desocupadas. Nenhum gerente queria residir lá. No período em que lá morei, talvez seis meses, era uma solidão só.

Assim, mudei-me logo para um flat, na cidade, do outro lado da Dutra.

Quero direcionar o foco desta narrativa para a interrogação na indagação do título.

Quem se beneficiava mais com as vilas operárias? As empresas porque tinham por perto empregados especializados, mestres e supervisores, que assim não tinham desculpas ao perderem  o horário de trabalho, além de estarem por perto para emergências a qualquer tempo, ou os ocupantes destas casas, relativamente confortáveis?

Na verdade estas vilas não passavam de guetos?

O mesmo ocorria com os apartamentos destinados ao Zelador, em alguns condomínios. Por que era interessante o Zelador estará sempre presente no edifício?

O síndico não era molestado pelo interfone para atender reclamação de condômino sobre barulho no apartamento de cima, pequeno problemas elétricos ou hidráulicos eram resolvidos pelo zelador, que geralmente era alguém com habilidades especiais.

Ainda tinham a missão de substituir um porteiro que faltasse ou chegasse atrasado.

A maioria dos condomínios atualmente dispensa a figura do Zelador e seus imóveis, localizados normalmente no terraço junto da casa de máquinas dos elevadores, hoje são alugados para fazer receita para o Condomínio.

Este imóvel destinado a residência do Zelador, era um benefício social, ou era conveniência dos condôminos?

Era vantagem morar na praia de Icaraí, de frente para o mar, mas ficando praticamente full time a disposição do condomínio?

E os denominados fringe benefits? Eles efetivamente eram uma vantagem para a gerência? No caso dos empregados em geral, os planos de assistência médica e/ou odontológica sempre foram benefícios.

Mas a remuneração indireta, rotulada de benefícios extras ou indiretos, eram realmente de interesse dos beneficiários ou serviam apenas para as empresas que pretendiam na verdade aliviar a folha de pagamento?

Muitos empregados prefeririam ter suas remunerações aumentadas pelo custo equivalente aos benefícios que recebiam. Principalmente depois que passaram a ser alcançados pela tributação.

Imagens: Google
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28 de dezembro de 2016

Qual era a real intenção ?

No início da década de 1970 eu acabara de aportar em São Paulo, que era a meca dos jovens executivos (yuppies – Young Urban Professional).

Na empresa onde estava há dez anos e que me propiciara toda sorte de desenvolvimento e crescimento profissional, eu me considerava um pinheiro plantado num pequeno vaso. Estaria confinado em pouco espaço e jamais seria uma grande conífera. Imagem pobre e visão míope.

Cegueira de jovem. Anos mais tarde entendi o sentido das palavras de Nelson Rodrigues. Meu futuro estava lá mesmo, naquela empresa que resolvi deixar. Mas não enxerguei.

O fato é que amigos se mobilizaram e até que um deles arranjou-me um contato em São Paulo, num banco onde havia oportunidade de emprego para alguém com minha formação e experiência.

Fiz entrevista, agradei, fui contratado e seis meses depois estava desempregado. O banco era o Português do Brasil, que sofreu intervenção federal e pouco depois passou ao controle do Itaú.

A sorte é que em São Paulo, naquela época, o mercado de trabalho borbulhava e antes mesmo de fazer as malas para retornar a Niterói, onde morava anteriormente, apareceu outra oportunidade. E no maior grupo privado do país.

Assim fui parar no Grupo Matarazzo.

Em 1971 apareceram alguns casos de meningite na cidade de São Paulo, e não obstante algumas ações governamentais os casos se multiplicavam e virou uma epidemia  em 1974, ápice dos casos registrados.

A esta altura minha mulher e meus filhos já moravam comigo na cidade. Imaginem a preocupação. Não havia vacinas em quantidade suficiente nos postos de saúde. A coisa ficou preocupante.

Francisco Matarazzo Júnior,
 o segundo conde
Certa manhã, ao chegar ao trabalho, alguém comentou comigo que o conde – Francisco Matarazzo, o Junior – conseguira vacinas suficientes para imunizar um certo número de empregados do Grupo.

A par de seu prestígio pessoal e da influência no terreno da economia e negócios, o Grupo tinha um hospital entre suas várias atividades.

Nessa época, se alguém me perguntasse quais eram as atividades econômicas do Matarazzo, eu preferiria enumerar pelas exclusões, pelo que eles não exploravam. Seria mais fácil e rápido. Estavam nos segmentos de papel e papelão, têxtil, alimentício, químico, agropecuário, tinham banco e hospital. Uma potência. Um conglomerado de respeito.




E tudo verticalizado. Se do boi só se perde o berro, do algodão nem isso, pois ele não berra.

Fazem-se algodões diferentes, para indústria têxtil, para aplicação hospitalar/ farmacêutica, do caroço é extraído o óleo comestível e do que resta da extração, a pasta resultante, vira ração animal. Isso por exemplo.

Pois bem, um detrator do Conde, destas pessoas pessimistas, que criticam indiscriminadamente e em tudo enxergam maldade, segunda intenção, disse que o propósito dele – Conde Matarazzo – era se preservar.

A prioridade na vacinação seria para empregados que diretamente ou indiretamente poderiam ter contato com ele. Ele estava preocupado com ele mesmo, não com seus colaboradores.

Fiquei matutando sobre isso até que recebi o recado de que no dia seguinte deveria estar num determinado local para ser vacinado. Eu era gerente de primeira linha (recursos humanos) numa das empresas do grupo.

Qual teria sido o critério adotado para vacinação?

Imagens: Google
Post relacionado: http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2016/12/as-intencoes-mal-entendidas-ou-nao.html

27 de dezembro de 2016

As intenções mal entendidas ... ou não

Tive como vizinho e cliente, um português esclarecido e que fora muito bem sucedido em negócios na África.

Uma revolução ou guerra civil em Angola obrigou-o  a fugir praticamente com as roupas do corpo, tendo o cuidado de nelas ocultar algumas joias de valor, e com duas filhas menores.


E veio dar com os costados aqui no Brasil.

Se eu pretendesse, isso daria uma tese e um post. Alguém pode, partindo de Portugal, pretender chegar ao continente africano  e se afastar tanto, na busca por ventos favoráveis, que vem parar no Brasil.

Mas igualmente alguém pode precisar, partindo da costa africana, retornar a Portugal e pelo caminho resolve vir para o Brasil, em busca de calmaria, exatamente o que assustou Cabral.

Enfim, aceitando o que me relatou, o patrício veio para o Brasil porque constava que era o país do futuro, assim como a África ainda tinha muita coisa para ser realizada.

Inclusive uma Copa do Mundo da FIFA, muito tempo depois.

Quando nossa conversa resvalou para os guetos ele enrubesceu, não por vergonha que não tinha nem um pouco se o assunto fosse a segregação de negros em suas próprias terras de origem.

A questão da raiva era o conceito de gueto.

Quando se aquietou, percebendo que não o acusava de coisa alguma como colonizador, narrou-me o que verdadeiramente aconteceu e não foi devidamente explicado e compreendido por historiadores e antropólogos.

Europeus, civilizados há anos, tendo migrado para a África não só em busca de aventuras, senão também de riquezas e oportunidades comerciais, a horas tantas se deram conta que era difícil, dispendiosa e  pouco eficiente a ajuda humanitária que queriam – e precisavam – dar aos trabalhadores a seus serviços nas empresas que lá foram instalando; planejaram e organizaram os chamados guetos.

Na verdade o que inspirou os colonizadores, ou a maioria deles, foi maximizar os serviços de água e esgoto, e, mais ainda, o atendimento médico especialmente para as crianças que conviviam com toda sorte de doenças.


Claro que dar atendimento médico aos empregados com cada um deles morando a longa distância da sede da firma e muito longe uns dos outros, dispersos naquela enorme área geográfica, era difícil e cansativo para os dois ou três médicos e enfermeiras, obrigando-os a longas jornadas em estradas poeirentas.

O mesmo se diga em relação ao encanamento de água potável. Seria absurdamente custosa e ineficiente uma rede tão vasta de encanamentos para atingir as casas de todos, que como já mencionado moravam em pontos remotos e distantes entre eles mesmos.


A solução encontrada a partir de uma ideia de alguém isoladamente ou coletiva, num brainstorming – e sobre isso não havia provas – era juntá-los todos num mesmo local a ser urbanizado.

E com isso tornar mais fácil, menos dispendioso e mais eficaz o serviço de abastecimento de água potável, escola e assistência médica num posto de saúde, nas mesmas condições das desfrutadas pelo patrões/colonizadores.

Poetas e comunistas, em suma gente que não tem contato com realidade, que acreditam em nirvanas e paraísos, vivem no mundo da lua, e enxergam em cada situação uma exploração do homem  pelo homem, uma escravidão, uma subjugação, começou a alardear que brancos construíam guetos na África, onde confinavam os negros, isolando-os dos arianos, cultos e educados. E rotularam estes colonizadores de imperialistas, num sentido pejorativo.

Meu amigo Gusmão, em conversa antiga, tentou me alertar que os colonizadores não estavam preocupados com o bem estar dos negros, seus empregados. A postura era egoísta, interesseira.

Na verdade pretendiam tê-los mais próximos do local de trabalho podendo explorar mais ainda suas atividades laborativas, e se ficavam menos doentes não faltavam tanto e tinham mais vigor para executar tarefas mais penosas, como extração de pedras preciosas e metais nobres.

Imagens: Google.

24 de dezembro de 2016

Até o próximo ano

Conversando com minha mulher durante o almoço (como estou de férias posso almoçar em casa), acabamos por  comentar sobre os nossos cinquenta e dois anos de casados, que completaremos no próximo dia 31.

Em tom de brincadeira, mas com fundo de verdade, disse que se ela topar poderemos nos encontrar em outra encarnação e viver novo romance.

Ela não topou.

O calor estava muito forte,  o ar sufocante. O sol parecia estar a apenas uns dez metros de minha cabeça, como um maçarico. Pensei com meus botões que se o Diabo, o próprio e não um genérico, resolvesse abrir uma franquia do inferno, a cidade de Niterói ofereceria plenas condições.

E me candidataria a franqueado master.

No ônibus, inevitavelmente ouvem-se conversas. Numa delas, mãe e filha falavam de um presente que a filha ganhara num Natal.

Quando a mãe disse não ter certeza do ano, a filha, agora já uma jovem senhora, aparentando ter em torno de 25 anos, afirmou categoricamente que fora em 1999.

E fundamentou: foi o ano que a vovó se recusou a passar conosco o réveillon porque achava que o mundo ia acabar.

Coitada da referida senhora, vó da passageira do ônibus. O mundo não acabou, apenas piorou.

E nem o temido bug do milênio que comprometeria todos os sistemas informatizados ocorreu.


Esta conversa entre mãe e filha, remeteu-me a meu sogro, interiorano de poucas letras, que compensava largamente com a sabedoria da vida, relutou em acreditar que o homem pousara na lua.

Para ele era um deserto aqui mesmo no planeta. Custou a acreditar, ou por fim fingia acreditar, para não polemizar.

Ainda falta uma semana, mas para o blog o ano acabou. Ainda bem!!!

Desejo a todos que frequentam o espaço virtual, assiduamente ou esporadicamente, ou que por aqui passaram inadvertidamente, caso voltem, um ano de 2017 pleno de alegrias, conquistas, realizações, com muita saúde, paz e amor. 



Imagens: Google

23 de dezembro de 2016

As divergências que somam

Meu pai era tenentista, ou seja, gostava e até desfilava pela “Tenentes do Diabo”. Minha mãe, por razões ignoradas (seriam as cores?,  seria o nome?), gostava da “Democráticos”.



Falo das grandes sociedades carnavalescas que antes dos desfiles das escolas de samba passarem a ser profissionais, com carnavalescos, puxadores de samba e até mestre sala e porta bandeira, remunerados tendo valor comercial e mudando de escola, como jogadores de futebol, eram as grandes atrações nos desfiles.

As Escolas de Samba desfilavam na Praça Onze, em círculos. Antes de migrarem para a Presidente Vargas.

Fernando, meu pai, torcia pelo Flamengo, já Edith, minha mãe, pelo Fluminense; nunca vi ou ouvi ao longo dos anos de convivência conversarem sobre futebol.

Meu pai era espírita até casar. Minha mãe católica. Ele abandonou o espiritismo assumindo os ônus da decisão. Ela, passados alguns anos, frequentou centros espíritas, depois do falecimento de meu pai.

Minha mãe era mais liberal. Meu pai mais rígido. Por ser mais liberal minha mãe ouviu cobras e lagartos quando, num sábado a noite, permitiu que eu saísse com o carro da família, para ir a um baile no Icaraí Praia Clube (IPC).

Bem, ela foi comigo porque minha namorada na época iria  ser a apresentadora do desfile das candidatas a “Rainha do Estudantes”, por causa de seu traquejo social.

Os pais dela, minha namorada, só permitiriam que ela fosse ao baile se minha mãe fosse também. E correu tudo bem até hora de levar a namorada para casa, às 2:00 horas da manha.

Na volta caia uma chuva fina, e cai na asneira de deixar as rodas do carro sobre os trilhos do bonde (ainda havia bondes em Niterói). O Austin A70 deslizou e colidi com a traseira de um bonde parado. Não dava para ultrapassa-lo porque vinha carro em sentido contrário.

Austin A-70  parecido com o nosso

Frear não adiantou pois as rodas do lado do motorista escorregaram sobre o trilho e  o carro bateu no bonde, justo do lado do carona, onde minha mãe estava sentada.

Ninguém se feriu. Mas o para-lama dianteiro, do lado direito, inteiramente amassado, travou a roda. Surgiram pessoas que diagnosticaram o problema e fazendo força conseguiram desamassar um pouco o para-lama, o suficiente para liberar um pouco a roda.

Fiquei com jogo de direção limitado para o lado direito, mas ainda assim consegui chegar em casa e colocar o carro dentro da garagem.

Mas imaginem a broca que minha mãe levou, por assumir o empréstimo da automóvel sem pedir licença ao Fernando. Muito provavelmente seria negado. Mandaria ir da táxi, já que teríamos que pegar a Maria Luiza (namorada) em casa.

Pretendia demonstrar que divergências sobre coisas pequenas, entre um casal, ao contrário de comprometer a relação a consolida, somam. Divergências menores se anulam, ou são harmonizáveis e temperam o dia-a-dia.

O ambiente de diversidade em que vivi foi um ótimo exercício de convivência com as diferenças. Bem, para ser sincero, mais ou menos (rsrsrs).

Mas este episódio da colisão do carro acaba por revelar o quanto sou parecido com meu pai, no respeitante a preocupação com os filhos. Sim, porque quando ele me negava certas coisas, fazia, segundo seus valores e crenças, para o meu bem. E, claro, tranquilidade dele.

Herdei dele este cuidado excessivo com os filhos. Quando o primogênito foi aprovado no vestibular – e abro um parêntesis para deixar claro que em nenhum momento eu ou ele duvidávamos de que seria aprovado – resolvi presenteá-lo com um carro, um fusquinha em muito bom estado.

Cheguei à noite, de São José dos Campos, onde trabalhava na época e comprei o automóvel, entrei na garagem e não comentei nada em casa.

Na manhã seguinte, após nosso café matinal, peguei a chave do carro e entreguei ao Jorge apenas informando: está na garagem. Os olhos dele revelaram sua emoção.

Bem, como não poderia deixar de ser, foi testar o automóvel. Chamou o irmão e saíram os dois para uma volta, tipo test drive.

Em São Domingos, para não atropelar um menino na bicicleta, segundo versão que me contaram, bateu num carro estacionado. O telefone toca e informado do ocorrido corro para o local. Ricardo, o irmão carona teve um corte na testa, fruto do impacto. Primeira providência leva-lo a uma clínica ou hospital.

Como estava bem, o Jorge foi com ele.

Fiquei no local porque chegou a polícia, chama não chama perícia, bate-boca, estas coisa de praxe.  

Resumo da opereta. Ricardo medicado, foi coisa superficial, felizmente. Carro liberado, voltei para casa.

Leguei para um conhecido, policial, e pedi para ele monitorar na Delegacia o desdobramento. Não houve vítimas, mas nunca se sabe E tinha o dano material no carro que estava estacionado.

Isso tudo aconteceu num sábado, pois eu passava o final de semana em Niterói. Na segunda-feira voltei com o carro para São José dos Campos, pedi para levarem a uma oficina para reparar a lataria e coloquei à venda o automóvel.

Em suma meu filho foi proprietário de um automóvel apenas por um dia. Para sua decepção.

Pago a conserto do nosso e a franquia de seguro do que estava estacionado e foi amassado, pouco dinheiro sobrou da venda do carro.

Se querem  saber o desfecho da história, o Jorge optou por um vídeo cassete. Naquela época eram importados e precisava fazer conversão para o sistema adotado no Brasil.

Custou muito dinheiro para a época (1983?), se bem me lembro, cerca de R$ 6.000,00 com a conversão. E sem nota e sem garantia.

Hoje custa uma bagatela, o blu-ray player, melhor em qualidade de imagem.

Imagens Google.

22 de dezembro de 2016

Cadê os atores globais, esquerdistas e mercenários?

O Estado do Rio, falido, vai fechar as portas da Biblioteca Pública Estadual, agora em janeiro, por falta ade verbas para manter abertas as portas  e em funcionamento aquela casa de cultura.


Esta biblioteca, tantas e tantas vezes mencionada neste blog, por ter sido fonte a qual  o blogueiro recorreu para saciar seu desejo de conhecer as obras clássicas da literatura universal, e também dos autores nacionais mais expressivos.

Localizada há 81 anos na Praça da República, em Niterói, a confortáveis poucos passos do Liceu Nilo Peçanha, onde estudou o blog manager, funcionava muito bem, com organização, e atenção dos funcionários, atendendo a tantos quantos a ela recorriam para consultas no próprio ambiente de leitura, ou, como no meu caso, emprestando para que durante 15 dias para que pudéssemos levar para casa uma das obras do acervo, exceto livros didáticos.


Não vi uma foto de artistas protestando contra o fechamento da biblioteca. Nem uma entrevista lamentando o fato nos programas do Jô ou do Serginho Groisman. MERCENÁRIOS é o que são.

Alguns das manifestantes interesseiros
Sabem por quê? Porque a biblioteca não libera verbas para financiar suas montagens, não tem dinheiro para bancar suas aventuras “artísticas e culturais".
Ou seja,  para estes mercenários biblioteca não representa cultura, somente os incentivos da lei Rouanet  e as verbas do MinC interessam e os motivam na luta pela cultura.

Os mercenários
Mesquinhos e interesseiros.

Oi, não; ciao, ciao, addio

Darei um ciao para a Oi. Não sem razão. A maldita empresa faliu e nem aparece comprador para o restolho. O que é sintomático.

Esta empresa sempre preferiu ter mais advogados para defende-la nos tribunais, do que engenheiros e técnicos em telecomunicações para resolver os problemas apontados pelos clientes.

É bem verdade que nesta área, aqui no Brasil, não há muito o que escolher. Ficamos num dilema entre as ineficientes e as desqualificadas.

Mas tenho que arriscar numa mudança porque a tal da Oi extrapolou todos os limites de incompetência, ineficiência e desrespeito para com seu cliente.

Não passou de uma TELERJ com outro rótulo.

Estou inclinado a experimentar a GVT, e peço opinião de quem tem experiência com esta operadora que, na verdade, agora é da VIVO.

Como é o sinal de TV? E o acesso à internet, é estável e com boa velocidade?

Os serviços de telefonia fixa e móvel são satisfatórios?

Agradeço antecipadamente informações e dicas.

Se a qualquer momento eu sair do ar é porque estou de mudança para outra empresa, menos ruim do que a OI.

Estou aqui ligando e desligando o modem (junção de modulador e desmodulador) a cada 10 minutos porque perco o acesso à rede.

Esta Oi é caso para adeus! Se me fiz entender.

Nota do autor: como tem dois outros posts programados, pode não ser este o último do ano, a depender de meus entendimentos com a concessionária.

21 de dezembro de 2016

De quem é a culpa?

Eu sei. De governos corruptos e incompetentes que, somados (os governos e as duas adjetivações) resultaram no quadro que aqui temos.

Benefícios concedidos (bolsas disso e daquilo), sem fonte de custeio definida e assegurada. Programa social? Não, populismo puro.

As pessoas que, segundo estatísticas oficiais, ascenderam para à classe média, são as que mais estão sofrendo o duro golpe da falta de emprego, de crédito e dignidade.

Quando uma presidente da República reage à notícia de que uma agência de risco diminui o grau de investimento do país, dizendo não ter a menor importância, fica explicitado o quanto estávamos desgovernados.

Onde andam os investimentos estrangeiros no país? Cadê o capital externo fundamental para nosso desenvolvimento? Não me refiro ao capital especulativo que aqui aporta em busca de elevadas remunerações, de taxas de juros exorbitantes.

A política econômica arquitetada para manutenção do poder, para reeleição, represou reajustes necessários, mascarou números, concedeu benefícios e isenções fiscais para favorecer grupos. 

A renúncia fiscal, irresponsável e inconsequente, inclusive para uma entidade rica como a FIFA, deveria ser punida com cadeia. Foi criminosa. A Copa, sob todos os aspectos foi um desastre. Não gerou nem pão e nem circo.

Vejamos as consequências da política econômica, e dos desvios de conduta de autoridades e empreiteiros:

No prédio vizinho ao que moro, chamado "Edifício  Le Premier Residence Service", existem 3 lojas para alugar, fechadas há alguns meses. Das 4 existentes no edifício, apenas uma delas, um salão de cabeleireiro, está ocupada.

No prédio onde tenho escritório, são pelo menos 4 salas vazias, aguardando interessados em locação.

Não sei se já contei aqui, mas tem uma igreja evangélica devendo alugueres, em vias de ser despejada, porque segundo alegação do pastor as contribuições dos fieis reduziram cerca de 40%.

A Via Varejo, que controla as cadeias de lojas “Casas Bahia” e  “Pontofrio”, fechou 41 pontos de vendas este ano.

Estive no Cartório onde sugiro normalmente sejam lavradas escrituras de clientes. Em conversa informal com uma das escreventes, ela comentou que com a crise no setor de construção civil, por conta do envolvimento de empreiteiras em escândalos, o número de escrituras caiu bastante, tendo reduzido enormemente o movimento do Tabelionato de Notas.

Descendo o elevador com um dentista, e desejando-lhe feliz 2017, ouvi em resposta, além da clássica retribuição, que o novo ano precisa ser melhor porque houve grande queda de trabalhos no ano que se encerra. Ou seja, as pessoas não estão podendo tratar de seus dentes.

Os clientes da área de prestação de serviços, com raras exceções,  queixaram-se no curso deste ano da falta de trabalho e queda no faturamento.










Nas ruas da cidade, o que vemos são placas e cartazes anunciando não as tradicionais promoções, mas sim aluguel ou passagem do ponto.

E isto em todo o Brasil.

Rua comercial em São Paulo

Prédio em Pinheiros - São Paulo

Funcionários públicos estaduais estão recebendo seus vencimentos em doses homeopáticas, picadinho. E o 13º salário só Deus (sempre Ele) sabe quando.

Se a inadimplência de taxas condominiais e de alugueres cresce, em tese deveria aumentar o volume de serviços para os advogados. Ledo engano, as pessoas não têm recursos para pagar as custas judiciais que, cá para nós, são mesmo escorchantes.

Os bazares tradicionais de final de ano, para venda de artesanato, estão às moscas. A solução é cada um dos expositores comprar alguma coisa dos outros participantes. E eles pagam aluguel pelo espaço ocupado e têm pequenas despesas com alimentação.

Muitas pequenas empresas estão em sérias dificuldades e já atrasando o pagamento de impostos e encargos sociais, o que é o primeiro passo para o fechamento. Alias que para encerrar atividades, no Brasil, há uma enorme burocracia e despesas.

Em suma, sei de quem é a culpa pelo ano tão ruim que vivemos no terreno da economia e negócios.

Mas tem gente que é cega e surda, ou sofreu lavagem cerebral.

20 de dezembro de 2016

O bumbum mais seguido no Instagram

São 13 milhões de ... como direi? Fãs? Aficionados? Tarados? Apreciadores?


Através do link, ao final, mais fotos, em poses diferentes

Como ressaltou o Paulo, ao me enviar o link, nem é brasileira. Podem acreditar, a moça é americana do Colorado.

No passado os americanos valorizavam os peitões, tipo Jayne Mansfield. Que homem, Homem com H maiúsculo, não se lembra desta atriz? 












E Gina Lollobrigida?
















Sommer Ray tem, convenhamos, um traseiro respeitável: em volume e forma. Aff!!!















Mas há quem valorize as formas mais, por assim dizer, suaves, como as da musa das passarelas: Gisele  Bündchen. Confiram e comparem:
















Bem, é fácil notar que o manager teve uma recaída e voltou ao tema campeão  de popularidade: bunda feminina.

Espero que os marmanjos se aquietem por um bom tempo e eu possa voltar aos assuntos políticos e sociais (rsrsrs).


Nota do autor:
Através dos links a seguir, mais fotos em ângulos diferentes:


http://extra.globo.com/famosos/conheca-sommer-ray-musa-do-bumbum-mais-seguido-do-instagram-13-milhoes-de-fas-20624313.html

http://ego.globo.com/moda/noticia/2016/12/gisele-bundchen-mostra-bumbum-perfeito-ao-usar-maio-com-fio-dental.html