23 de outubro de 2015

Rock in Rio 2015



Por
Carlos Frederico March
(Freddy)











Rock in Rio visão geral
O Rock in Rio 2015, edição comemorativa do seu 30º aniversário, demorou, chegou e já se foi. Estive no primeiro deles, em 1985, uma única vez para ver o Yes no dia com o menor público daquela edição: 20.000 pessoas chafurdando-se na lama (o recorde foram 250.000 espectadores no dia em que James Taylor tocou). Nunca mais fui a quaisquer dos concertos dos Rock in Rio subsequentes.

Hoje em dia o espaço é menor e Medina toma seus cuidados. A lotação máxima atual é de 85.000 ingressos, todos vendidos ou distribuídos a patrocinadores antecipadamente. As pessoas compram sem saber quem vão ver. Minha filha Renata, que foi a todas as noites nesse ano, já comprou o passaporte para ter direito a comprar ingressos para a edição de 2017!

Com a minha idade e preferências musicais, prefiro ficar em casa. 2015 teve mordomia plena: o canal Multishow mostrou todos os concertos com qualidade de imagem e áudio elogiável. A filmagem era padrão HD e em vários ângulos, de modo que meu sofá se tornou o lugar ideal para assistir aos shows. O volume do meu home theater era compatível com o evento e os vizinhos curtiram Rock in Rio comigo até o final de cada dia, ou melhor, início de cada madrugada.

Darei a minha opinião e admito que ela é bastante limitada. Espero que leitores façam comentários que enriqueçam o tema.

Havia dois palcos montados: o Sunset e o Mundo. O Sunset abrigaria atrações menores e o Mundo seria reservado para as bandas que arrastam multidões. Contudo, para quem entende - já que quem programa está mais focado em atender a gravadoras que ao público - algumas inversões teriam sido melhor escolha.

Além dos palcos principais, havia a programação paralela: espaços para disco music, dança de rua e pequenos eventos na Rock Street, que receberam boas atrações para quem gosta e quer ficar longe do "mar de gente".

Vou direto à minha seleção de preferidos, pela ordem de apresentação:

Dia 18: OneRepublic e Queen c/Adam Lambert
Dia 19: Royal Blood e Metallica
Dia 20: Elton John
Dia 24: Halestorm e Hollywood Vampires
Dia 25: Nightwish e Steve Vai c/ Camerata Florianópolis
Dia 26: Rihanna
Dia 27: Katy Perry

Agora, meus comentários, numa ordem que tende a ser do menor para o maior em termos de gosto pessoal.
Não são preferidos mas merecem ser citados: Paralamas e Baby/Pepeu. Não aprecio a música dos Paralamas, mas confesso que tenho certa admiração por Herbert Viana em sua cadeira de rodas comandando o espetáculo. Assisti à sua apresentação (no dia 20) por respeito, portanto.

Baby e Pepeu se reencontraram para o concerto (também no dia 20, mas no palco Sunset) e Pepeu foi às lágrimas quando encarou a multidão, 30 anos depois. Não tocaram nada relevante (para mim)  mas ver o ex-casal cantando novamente juntos e o filho de Pepeu fazendo duelo de guitarra com o pai foi um momento marcante nesse Rock in Rio comemorativo.

OneRepublic (EUA, pop rock) me chamou atenção pela qualidade, usando diversos instrumentos de orquestra e também piano acústico. Aprecio bons músicos realizando seu trabalho. Não os conhecia, mas me agradei da harmonia e desempenho.

Royal Blood (Inglaterra, rock pesado) foi uma surpresa para todos que não conheciam a dupla, como eu. Um baixista e um baterista. Só. O baixista usa acordes e efeitos de distorção para emular guitarra elétrica em seu baixo e canta junto. Feche os olhos e não vai acreditar que são só dois caras no grande palco Mundo, preenchendo-o com música pesada e boa!

Steve Vai (EUA, guitarra instrumental) acompanhado da Camerata Florianópolis (Brasil): começou complicado musicalmente, achei até feio, porém mais para o final Steve deu seu costumeiro show na guitarra, que parece fazer parte de seu corpo. É um dos maiores guitarristas do mundo. O saudoso Jimi Hendrix tocava com a língua grosseiramente, mas Steve Vai fez slide-guitar com a pontinha da língua, em close para as câmeras! Nunca vi coisa igual!

Halestorm (EUA, rock) foi uma das bandas injustiçadas e que mereciam estar no palco Mundo mas tocaram no pequeno Sunset. Não a conhecia, como outras tantas que se apresentaram. A bela Lzzy Hale comandou o set list com sua voz incrivelmente forte e uma apresentação cheia de personalidade! Muita gente elogiou. Ela ainda fez uma ponta nos Hollywood Vampires, cantando Whole Lotta Love (Led Zeppelin), o que não é dizer pouco, ainda mais com aquelas feras no palco Mundo!

Rihanna (Barbados, pop meio latino, dance): assisti para passar tempo, e realmente deu para tal. Como comentou Riva comigo, em particular, a banda de apoio dela é muito boa e consistente e isso ajuda na apresentação como um todo. Claro, tem toda uma imensa legião de fãs. Dá até para assistir de novo, se for o caso de fazer um replay do Rock in Rio. 

Katy Perry (EUA, pop, dance): pra mim seguia a categoria de Rihanna em termos de entretenimento, mas juro que me lembrou a Xuxa! Em termos de visual, alegrou-me mais que Rihanna, com vários cenários e vestimentas, mas tecnicamente ficou abaixo. Contudo, admito estar de acordo com sua escolha para encerrar o Rock in Rio. Pena que as nuvens esconderam o eclipse da super lua de sangue, que se desenvolveu bem em cima da alegre multidão.

Hollywood Vampires (multinacional). Na verdade, Hollywood Vampires é um clube de beberrões liderado por Alice Cooper (cantor e performer) desde os anos 70, com representantes ilustres do cenário rock. O pessoal se encontra em Londres e em Hollywood, mas recentemente eles resolveram formar um grupo para tocar juntos. Gravaram um disco e para o concerto no Rock in Rio vieram o próprio Alice Cooper (devidamente paramentado), Joe Perry (Aerosmith), Johnny Depp (ator e guitarrista), Duff McKagan e Mat Sorum (baixista e baterista do Guns'n'Roses), Tommy Henriksen (guitarrista, produtor), Bruce Witkin (teclados) e contaram no palco com convidados especiais: Zak Starkley (filho de Ringo Star e baterista do The Who), Andreas Kisser (Sepultura) e Lzzy Hale (Halestorm).

É quase uma celebração musical, tocando covers diversos, mas a qualidade dos membros eleva o nível do conjunto a alturas respeitáveis para quem curte rock desde os anos 70.

Metallica (EUA, heavy metal, thrash e similares): figurinha fácil no Brasil, amado pelos fãs. Descrever a carreira de sucesso da banda ocuparia vários parágrafos. A Wikipédia tem várias laudas com a história de sucesso da Metallica! Fico apenas com os 8 Grammy Awards e mais de 110 milhões de discos vendidos no mundo. Fizeram seu show como de hábito, alegres e competentes, o que não se pode dizer da infraestrutura. O som parou de repente e a platéia, enquanto esperava, mandou ver no coro "Dilma, vai tomar caju". Bom, não exatamente isso...

Sir Elton John (Inglaterra, pop rock): outra figura fácil no Brasil e no mundo. A quantidade de hits que ele colocou no mercado daria para fazer uns 3 concertos sem repetir uma música! Os dados divergem entre 300 e 450 milhões de discos vendidos, além de prêmios na Academia, Grammy e Tony Awards.  Quem assistiu esse e outros concertos de Elton, há de ter notado que nesse Rock in Rio ele estava mais solto e feliz. Foi bom isso.  

Nightwish (Finlândia, metal sinfônico): quem me conhece sabe que o Nightwish é a minha banda favorita nos dias atuais, junto com Within Temptation, Epica e Delain (holandesas). Contudo, privilegiaram músicas muito recentes e o concerto foi mediano. Mesmo assim, acho que eles mereciam ter tocado no Palco Mundo. Poderiam ter desenvolvido um repertório mais longo (tocaram só 1 hora, padrão no palco Sunset) e diversificado. Tony Kakko, vocalista do Sonata Arctica (Finlândia) participou como convidado. Só no final foram apoteóticos, com a espetacular Ghost Love Score, que levou a cantora Floor Jansen a receber a já costumeira ovação do público presente.

Afinal, o melhor, logo na primeira noite: Queen (Inglaterra, rock) com Adam Lambert (EUA, vocais). Dr. Brian May (doutor em astrofísica, lead guitar e vocais) e Roger Taylor (bateria e vocais) são remanescentes do Queen original. Freddy Mercury (lead vocal e piano) faleceu em 1991 e John Deacon (baixo e vocais) não quis levar à frente o projeto pós-Queen.

O som da banda é o mesmo, consistente como sempre, uma discografia suficiente também para preencher uns 2 ou 3 concertos sem repetição. Contudo, as críticas caem como rochedos sobre o pobre do Adam Lambert, que tem a inglória tarefa de substituir Freddy nos vocais... Impossível, todos sabem.

Quem ama grandes bandas já passou por isso - a perda do vocal de referência. Meu testemunho é extenso. Tivemos de aceitar Deep Purple sem Ian Gillan, e então aprendemos a respeitar David Coverdale. O grande Genesis, ícone do progressivo dos anos 70, perdeu Peter Gabriel mas aprendemos a idolatrar Phil Collins, que chamou para si a tarefa de substituí-lo, mesmo tocando bateria. Não bastasse sustentar o Genesis ainda fez carreira solo de sucesso! Os fãs do Black Sabbath viram horrorizados a saída de Ozzy Osborne, a alma vocal da banda! Ron James Dio entrou em seu lugar e Heaven & Hell é um dos maiores discos da história do Black Sabbath! Depois Ozzy voltou, saiu, uma salada...

Fãs do Nightwish viram a saída de Tarja Turunen, a maior cantora do cenário heavy gótico atual, com imenso pesar, ainda mais que foi reposta pela inexpressiva Anette Olzon. Parecia uma camponesa, a voz do tamanho do vestidinho florido... Aí não deu certo mesmo, mas Anette se foi em 2014 e a grande Floor Jansen foi convidada. Ex-After Forever e líder do ReVamp, Floor é dona de impressionante range e potência vocal, mais que digna substituta de Tarja Turunen - que vai muito bem obrigada nas suas 2 carreiras solo (heavy metal e cantora lírica!).

Tudo isso para dizer que Adam Lambert canta e representa pra cacete! Se alguns acham que ele exagera nos trejeitos homossexuais em cena (não bastassem as roupas espalhafatosas), é porque já esqueceram como atuava Freddy Mercury.  Revejam os shows! Não vamos ter Freddy de novo nos vocais, ele se foi, infelizmente. Mas podem acreditar que Brian May e Roger Taylor acharam parceiro de peso para reviver o tão amado som do Queen nos estádios, que estarão sempre lotados para assisti-los.

Queen com Adam Lambert


Créditos:
Imagens pinçadas dos vídeos transmitidos pela TV - canal Multishow

27 comentários:

Jorge Carrano disse...

Quando ainda jovem (puxa como o tempo passa) aprendi alguns versos de “Rock Around The Clock” e até tentava acompanhar Bill Haley & his comets, enquanto tocava o vinil na eletrola.

"One, Two, Three O'clock, Four O'clock rock
Five, Six, Seven O'clock, Eight O'clock rock
Nine, Ten, Eleven O'clock, Twelve O'clock rock
We're gonna rock around the clock tonight"

O tempo correu, já casado, meus filhos começaram a aparecer com Supertramp, Dire Straits e Pink Floyd. Dava para ouvir. Mas fiquei por aí.

Não acompanhei o rock.

Riva disse...

É tudo muito pessoal, pois se trata de música. A análise geral do Freddy está muito boa.

Do METALLICA eu acrescentaria a coragem deles de tocar com parte do público (VIP, evidentemente) em cima do palco, junto com eles. Eu fico imaginando a emoção daquelas pessoas. Eu nunca tive essa sorte, de ver um ídolo tocando assim bem de perto.

A transmissão do MULTISHOW está cada vez melhor, em som, imagem, e no trabalho de backstage, com boas reportagens e entrevistas. Não sei se lá fora fazem um trabalho de qualidade assim nesses concertos ... acho até que não.

Um outro aspecto interessante é o estado de extase que os artistas estrangeiros ficam com a nossa platéia. Todos eles dizem que é inigualável, no planeta Terra. Todos, dos mais famosos e com estrada aos de pequena expressão.

Ficou nítida a sinergia de emoção entre artistas e platéia, que estavam ali para comemorar os 30 anos do RiR 1985. Eu fui a 4 noites daquela vez, e considero inesquecível a apresentação do QUEEN.

Essa banda que esteve aí esse ano é outra banda. O QUEEN acabou em 91, assim como o Led Zeppelin acabou em 1980, com a morte do baterista John Bohran. Mas para quem estava lá, eu soube, a emoção foi enorme. Pela TV, eu não gostei, com aquela bichona (ainda pode falar assim, como o Paulo Silvino falava ?) tentando cantar.

Em relação à infraestrutura do evento, é significativa a evolução. Virou um produto, já exportado e aceito em outros países. É sucesso total. Defeitos, problemas ? Sim, falaram até de trabalho escravo a serviço do evnto, mas não vi evolução nesse assunto. Houve um enorme esforço e planejamento da Prefeitura em relação à mobilidade urbana no entorno, e no final, não foi perfeito, mas funcionou.

Eu fico imaginando Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin, Janis Joplin e tantos outros tocando nos dias de hoje com essa tecnologia toda ..... Deus não dá asas a cobras mesmo ....

Para finalizar, se me lembro ainda, minha preferência dessa edição do RiR foram, não nessa ordem exatamente :
Rihanna, Halestorm, Elton John, Nightwish, Hollywood Vampires, One Republic

Nacional ? Nenhum. Sorry. Centenas de furos abaixo dos estrangeiros em qualquer aspecto musical.

Aliás, esse poderia ser um tema para a mesa do pub. É impressionante a qualidade dos artistas estrangeiros, principalmente americanos e ingleses. E eu posso dizer por que ...porque ESTUDAM MÚSICA, teoria e prática, porque definem aquilo como sua profissão, se dedicam mesmo, e estudam 8 a 10 horas por dia seu instrumento, respiram sua profissão. E como ganham dinheiro.

Infelizmente, por aqui, acham que os caras são somente drogas, bebidas, sexo e rock and roll.

Os shows da Rihanna e da Kate Perry demonstram o nível de profissionalismo desses artistas. Eu lembro do início da carreira delas, e ver em que transformaram seus shows em tão pouco tempo. E fazer aquele show num palco de um evento como o RiR ??? É diferente de montar o espetáculo num palco somente seu. Incrível. Tem que tirar o chapéu para a competência dessas equipes.

Esse ano ainda teremos PEARL JAM em novembro no Maracanã, e ROLLING STONES em fevereiro também no Maracanã.

That´s all folks !





Paulo Bouhid disse...

Sabia da vinda do "Nightwish", a banda finlandesa. Passei a admirá-los depois desse enorme tributo ao maior dos astrofísicos que já passou por aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=qfaX0vP7SI0

Jorge Carrano disse...

Acessei, Paulo.
Show de imagens e conceitos.

Paulo Bouhid disse...

"Ai de vcs que evitam (não ultrapassam) o horizonte"... simples assim.

Ana Maria disse...

Não curto hard rock. Assim como o Jorge, sou da época do rock balanço, do twist e do chá chá chá.
Beathes, Rolling Stones, Abba, Pink Floyd fazem parte de minhas seleções musicais. É meu cúmulo de ousadia, muito embora tenha um gosto musical bem eclético. Duvidam? Eu gosto até de alguns funkeiros. Pronto. Confessei.

Jorge Carrano disse...

Funk, Ana Maria?
Ainda bem que não deixarei bens para você, porque tenho filhos. Você está fora da linha sucessória. E nem precisa ir ao velório.

Freddy disse...

A música Sagan é um complemento do single Élan, lançado pelo Nightwish para ser trabalhada pela mídia. Antigamente a gente a chamaria "o lado B do compacto Élan".

Infelizmente, por escolha da gravadora ou da banda ou de ambos, uma música teria de ser excluída do repertório composto para o recém lançado CD "Endless forms most beautiful", cujo tema central é a Teoria da Evolução das Espécies. Optaram por excluir Sagan.

Não sei se foi boa escolha, porque Carl Sagan foi o mais famoso divulgador da referida teoria, transformando conceitos complicados em mensagens inteligíveis para leigos.

Recomento, para quem tem o hábito de assistir peças longas, acessar o YouTube e assistir uma das montagens não-oficiais da faixa "The Greatest Show on Earth". São cerca de 24 minutos ao todo, versão Nightwish da evolução das espécies. Escolhi o link de uma montagem que tem captions em inglês.

https://www.youtube.com/watch?v=uzPT9dGgeTs

O site Vagalume tem a letra toda em inglês, onde podemos ver claramente que a música se divide em 5 atos:
I. Four Point Six (prólogo instrumental)
II. Life
III. The Toolmaker
IV. The Understanding (instrumental)
V. Sea-worn driftwood

O mesmo vídeo que serviu de base para o clipe com captions acima apontado toca inteiro ao lado da letra na página do Vagalume, e seria uma outra opção para assistir essa longa peça musical. Link:

http://www.vagalume.com.br/nightwish/the-greatest-show-on-earth.html

Riva disse...

Tá vendo, Carrano ? Sempre falaei que temos que criar certos filtros mais severos naqueles que tentam se infiltrar no nosso meio ....... rsrsrsrsrs

Funk ali, digo, fui ali me enforcar ....

Freddy disse...

Lamentável meu esquecimento dos 110 integrantes de fã-clubes do Metallica que foram sorteados para ficar atrás no palco, sendo eventualmente paparicados pelos integrantes da banda.
É que tinha tanta coisa pra contar (sou prolixo) de cada uma que subtraí um monte de informação na hora de editar o texto final. Esse fato foi um plus no show do Metallica.
Ainda bem que Riva complementou.
<:o)

Freddy disse...

Outro aspecto levantado no comentário de Riva é a diferença entre um show em festival e um show dedicado. Não me restringiria a dizer que apenas a infraestrutura nos festivais é o mais complicado. Sim, é complicado! A iluminação é genérica, a decoração do palco é limitada, o PA é único pra todos...

Contudo, segundo testemunho de algumas bandas, difícil mesmo em festivais é saber que ali na frente tem milhares de fãs que, de repente, vieram para escutar OUTRO artista. E você, ali na frente deles, tem de se virar pra ser aceito. Até o repertório muda, em geral tocam composições de mais fácil apelo.

Paulo Bouhid disse...

Fantástico, Freddy, acabo de assistir o vídeo (The Greatest Show on Earth).

É impressão minha ou a narrativa é feita pelo Dawkins?

Lembrei que no filme "Contato" (vcs conhecem... escrito pelo Sagan e pela sua mulher, tb astrofísica), quando da seleção de quem iria na nave, é feita a pergunta à personagem da Jodie Foster: "O que vc perguntaria a essa suposta civilização alienígena, se vc a encontrasse?" E ela responde: "Como vcs conseguiram atingir esse nível de tecnologia sem se destruir?"

Jorge Carrano disse...

Estou boiando ... vou fechar o pub (rsrsrs)

Freddy disse...

Paulo, como não tenho o libreto do último CD do Nightwish (ainda não comprei) vou responder com copy/paste de um parágrafo da Wikipédia que o analisa:

"Diferentemente do antecessor Imaginaerum, que tratava de imaginação e fantasia, Endless Forms Most Beautiful aborda questões da ciência e da razão, focando especificamente nas teorias evolucionárias de Charles Darwin e Richard Dawkins - este último participou do álbum, citando passagens de livros escritos pelo próprio. Os livros de ambos os autores influenciaram faixas específicas do disco, como "Endless Forms Most Beautiful", inspirada por The Ancestor's Tale; e "The Greatest Show on Earth", inspirada por O Maior Espetáculo da Terra - As Evidências da Evolução. Algumas faixas, contudo, ainda abordam temas fantasiosos, como "Edema Ruh", inspirada pela obra O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss."

Portanto, sim, o próprio Richard Dawkins lê trechos de seu próprio livro.
<:o)

Riva disse...

Antes de assistir o video para poder entrar no debate, sem boiar, responderia a Freddy sobre a tal dificuldade : Carlinhos Brown que o diga, naquela chuva de garrafas há alguns anos no RiR, lembra ?? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Riva disse...

Bem, assisti e boiei em muitos nomes próprios, que não sei de onde vieram.

Mas o que percebi e assisti é quase uma analogia a "Ascenção, declínio e queda do Império Romano", substituindo o Império Romano pela Raça Humana.

A trilha sonora é feita primeiro, ou os caras criam a trilha sonora vendo as imagens ? Sim, dá para fazer das duas maneiras, se tivermos os temas bem definidos.

De qualquer maneira, há uns 50 anos, essa obra só seria possível à base de muito LSD, que substituiu a tecnologia rsrsrsrsrs.

PS : Freddy, qual é mesmo o nome daquela música que o Nightwish tocou no RiR, de forma acústica ?

Freddy disse...

Não raro artistas que antecedem os headliners da noite brincam e fazem pilhéria sobre todos estarem esperando a atração principal.

Tipo:
"- Alô, pessoal! Todo mundo aqui está esperando o Metallica, não?"
=> aplausos e assobios na plateia.
"- Pois bem, nós também! Somos fãs deles!"
=> aplausos mais ruidosos na plateia.
"- Enquanto a gente espera, que tal mais rock and roll?!"
=> aí o público já está mais macio, aplaude e a banda consegue terminar sem maiores percalços.

Jorge Carrano disse...

Ora vejam só. Noutro dia, nem sei mais se num post ou em comentários, estávamos falando sobre a reverência com que as pessoas, no Preservation Hall, ouviam os velhinhos tocando o mais puro jazz, num local pequeno, modesto, sentados no chão e se emocionando. Tudo por módicos US$ 3,00, para hora e meia de encantamento.

No show do Medina, 85.000 (é isso?) deliram com um som pesado, ruidoso, e muita, mas muita mesmo, mise-en-scène.

São coisas diferentes? Claro que sim. Fico com o jazz e me arrepio.

Freddy disse...

Riva, a música é The Islander, originalmente publicada no CD Dark Passion Play, quando a cantora era Anette Olzon. O clipe original do Nightwish é esse aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=x2sd8UMUaIk

No Rock in Rio, eles cantaram com o convidado Tony Kakko, vocalista da banda finlandesa Sonata Arctica. Confesso que não gostei (comparando com outros shows):

https://www.youtube.com/watch?v=u4pDP7MnYxo

Obviamente, entrando no YouTube e procurando "nightwish the islander live" você vai achar inúmeras filmagens amadoras, das quais eu recomendaria essa:

https://www.youtube.com/watch?v=LXKvo5A9e8Y

Freddy disse...

Riva,
a letra de The Greatest Show on Earth usa termos ligados à biologia e arqueologia, creio. Posso sugerir 2 versões no mesmo site, o Vagalume.

Letra com vídeo em tela pequena ao lado:
http://www.vagalume.com.br/nightwish/the-greatest-show-on-earth.html

Letra sem música, com tradução para português tosca, mas pode explicar alguns dos termos usados:
http://www.vagalume.com.br/nightwish/the-greatest-show-on-earth-traducao.html

Freddy disse...

Só por curiosidade...
Assistindo ao vídeo com letra de The Greatest Show on Earth, dei de cara com a frase:
Enter LUCA

Putz... Cocei a cabeça. Que p... é essa?
Santa ignorância,mas para isso existe a Wikipédia. E lá vamos nós!
Cara, pasmei. Dei de cara com um longo artigo sobre variações da teoria da evolução, quase deu nó mental!

Se tiverem a mesma curiosidade que eu, acessem (em português ou inglês, vocês escolhem).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_comum
https://en.wikipedia.org/wiki/Last_universal_ancestor

Boa leitura!
Isso dá conversa de maluco no Pub Berê!
<:o)

Riva disse...

Carrano, vaja bem (essa é ótima rsrsrs) ....

Não dá para imaginar um show/concerto/evento de jazz num ambiente grande. O som é muito intimista.
Imagino que no Preservation Hall deve ser sensacional ouvir jazz, ou até um blues acústico.
Imagina Eric Clapton ou um Dire Straits acústico, numa sala de 8x8 metros. Seria sensacional, em todos os aspectos, menos no comercial.

As grandes bandas de rock chegaram a fazer unpluggeds para a MTV, na década de 90. Tenho gravações assim maravilhosas. Quem estava lá ao vivo, vai carregar esse som para o resto da vida. Demais.

Mas eletrificado, como tem que ser tocado alto, muito alto, só em grandes ambientes, e para grandes públicos. E aí entra a engenharia para garantir a qualidade do som.

Quem foi nesse Rock in Rio teve o privilégio de ouvir um som bem alto, com ótima qualidade, no local. Atestado por amigos meus chatos no assunto.

Já fui em shows com a Isa com 120.000 pessoas (Queen), 100.000 (Rod Stewart), 90.000 (Tina Turner), 150.000 (Guns & Roses), e todos foram de arrepiar também.

Se você vier aqui em casa para uma violada acústica, mas com um baixo elétrico, vai ouvir um som agradável, com a vantagem de degustar um bom vinho, um whisky, ou uma cerva geladinha, tira-gostos da Tevere excelentes. Não é um Preservation Hall, é apenas um Riva´s Hall kkkkkkkkkkk.







Riva disse...

Freddy, LUCA foi um deles, mas teve outros nomes .... não, não quero saber ..... Anos 60 já passaram ....

Paulo Bouhid disse...

Jorge, sei que a votação foi encerrada e não mais se fala em um nome para o pub. Mas me ocorreu "PUB DO JOCA" (JOrge CArrano), nome bastante simpático & intimista, para poucos, e onde se pode falar até de futebol...

Jorge Carrano disse...

Paulo,
Nos primórdios da internet no Brasil, em especial em Niterói, meu filho recém-formado em engenharia de telecomunicações, participou da criação e montagem dos equipamentos do primeiro provedor da cidade (Nitnet).
Por essa razão, desde cedo tive meu endereço eletrônico. Sabe qual era? joca@nitnet.com.br.
Não pude escolher carrano@nitnet.com.br porque já era de meu filho.
Mas joca fica associado a capiau, roceiro, interiorano, matuto, não é?
Deixemos como está em homenagem a grande e saudosa Berê.

Freddy disse...

Só pra não deixar passar, participei da criação da internet no Brasil. A Embratel foi quem montou o primeiro nó de interligação do Brasil com o exterior. Todos os provedores, na época, se interligavam à Embratel como clientes. Cheguei mesmo a ser, por um breve período, chefe do núcleo que gerenciou essa implantação no Rio.
=8-)

Riva disse...

Só para não deixar passar também, sou apenas um usuário da Internet no Brasil. Não fui o primeiro a acessar, acho que devo ter ficado em 25.095.774º lugar.

Quanto ao JOCA, concordo com ambos. É e sempre foi um nome simpático, mas realmente lembra um capiau .... nada contra capiaus rsrsrs. Estou até vendo aquele chapéu amassado na cabeça do Joca !