31 de março de 2013

Cinquenta tons






Por
Carlos Frederico March
(Freddy)






AVISO: o texto a seguir pode ser considerado um "spoiler”. No jargão dos críticos de filmes e livros, pode ser traduzido como “estraga-prazeres”, ou seja, vou falar sobre partes de uma série de 3 livros, o que pode não agradar a quem os está lendo ou pretende lê-los.

Assim sendo, se não quiser saber de detalhes sobre a série “Cinquenta tons” de Erika Leonard James, pare por aqui!



Não é minha intenção contar a estória. Eu tinha uma ideia preconcebida altamente negativa sobre a série Cinquenta Tons por conta de trechos lidos aqui e ali e de comentários de outras pessoas, mas sem tê-la lido. Agora o fiz, os 3 volumes de uma vez.

Quero começar opinando que o fato gerador de frisson no mercado literário, que é a descrição explícita das inúmeras relações sexuais de um casal, foi o que menos me impressionou - estou acostumado a relatos mais pesados.

Qualquer filme mais picante mostra hoje cenas bem mais explícitas, muitas delas brutais e chocantes, que a descrição pormenorizada das incontáveis transas entre Anastasia Steele e Christian Grey. Quase todas são relações sexuais convencionais, de repente em lugares diferentes - o que não acrescenta nada. Poucas cenas envolvem variantes interessantes, algumas sádicas. No 3º volume, eu cheguei a pular alguns relatos sexuais para me focar no enredo.

Cinquenta Tons versa sobre um tema simplório: uma estória de amor com sexo explícito e, permitam-me, destinada principalmente ao público feminino. Homens em geral não gostam de ler romances nem de descrição poética de embates sexuais. Exceções há, por exemplo eu. Isto posto, vamos em frente.

Christian Grey (grey=cinza) se tornou um bem sucedido empresário com mania de controle absoluto e, por desdobramento de traumas de infância, com desvios comportamentais na área sexual. Ele só se satisfaz com submissão e tortura de suas fugazes parceiras - todas por consentimento devidamente assinado num contrato - ilegal, mas válido moralmente.

Usar como galã um jovem charmoso, extremamente rico, possuidor de carrões, jato, helicóptero, mansões e etc, é um recurso literário corriqueiro em romances, pois que povoa nossa leitura com sonhos de sedução, poder e glória. Seu desvio de conduta, entranhado em sua personalidade doentia, é o senão a ser resolvido ao longo da trama.

Anastasia Steele, uma moça pobre mas inteligente, ainda virgem e inexperiente, se vê envolvida nessa intensa relação por mero acaso do destino. Seduzida e jogada num conto misto de fadas e de horror, sexualmente excitante e fisicamente doloroso, passa a ter como meta de vida, através de seu sincero amor, a cura emocional de Christian.

Se tudo isso se parece com romances melosos, se o erotismo incluso não chegou a me cativar como novidade, o que então me atraiu na série? Sim, porque confesso que não sosseguei
enquanto não terminei o 3º livro.

A prosa em si foi um ponto. Normalmente sou meio difícil de seguir um livro, preciso de leitura e releitura para fixar detalhes, mas essa narrativa é tão suave e repetitiva que os pontos mais importantes são repassados periodicamente. Consegui chegar ao final sem ter de reler nada!

A estória é toda relatada do ponto de vista da personagem Anastasia, Ana para os íntimos.

E L James criou para tal uma tríade encantadora. Ana se refere continuamente a uma Deusa Interior e ao seu próprio Inconsciente. Seguindo o ritmo da trama, esses dois alteregos comentam o cotidiano de Ana de uma maneira deliciosa e surpreendente.

Gostei, em termos de ritmo e evolução, da maneira com que E L James trata psicologicamente o drama íntimo de Christian e de como Anastasia vai vencendo item a item suas resistências.

Se há um senão, acho que Cinquenta Tons peca um pouco talvez pela rapidez com que as eventuais crises são resolvidas. Água com açúcar, com pitadas de pimenta malagueta (rs rs).

Acho que E L James exagerou na quantidade de pimenta, quero dizer, de cenas de sexo. Já que o fez, poderia ter se aprofundado mais nas variantes sádicas, mas talvez tenha receado chocar mais do que já fez ao apresentar ao mundo um romance erótico, que alguns classificarão de pornográfico. Tendo optado por se conter, eu reduziria a quantidade de cenas, para não se tornar maçante.

Um recurso de narrativa que achei interessante, apesar de aumentar sobremaneira o número de páginas da trilogia, é apresentar inúmeras conversas via e-mail. Temos de nos manter atentos a todos os campos, desde remetente, horários e fuso, assunto e até assinatura, pois que são usados para exprimir emoções e criar tensão.

Outro recurso editorial que eu, pessoalmente, não conhecia é apresentar integralmente o 1º capítulo do volume seguinte após o término de cada livro.Você o lê e... se está gostando da estória, não vai querer perder a continuação por nada! Obviamente não ao final do 3º livro, que no entanto apresenta também duas novidades após o desfecho.

Primeiro, volta no tempo e relata um momento da vida de Christian Grey menino, que é parte fundamental da estória mas que não cabe no fluir da trama. É uma espécie de flash back, mas de uma cena não incluída na estória. Um complemento, lembra-me dos extras em DVDs.

Depois há a releitura de um dos capítulos iniciais. Como informei, toda a estória é escrita do ponto de vista de Anastasia Steele, contudo esse flash back nos dá uma nova versão do momento em que o destino põe os dois personagens principais frente a frente pela primeira vez. A mesma cena é recontada através do prisma de Christian Grey, o então arrogante, sádico e dominador empresário.

Em resumo, contrariando o preconceito inicial, gostei dos Cinquenta Tons, sejam de Cinza, mais Escuros ou de Liberdade. Fora o fato de ser uma trilogia com final feliz, o que muito me agrada seja em livros ou filmes, eu gosto de heroínas em romances, mais que de heróis. Quem me acompanha em textos e relatos diversos sabe de minha preferência por mulheres em tudo.

Anastasia Steele combina com essa minha faceta.

A série Cinquenta Tons abre um imenso filão literário. Tratado com inteligência, dosando a apresentação de cenas explícitas de sexo com a suavidade que as mulheres apreciam, creio que muitas outras obras se seguirão com sucesso similar.

Sexo é a mola que move o mundo. É por onde as sociedades e religiões tentam nos dominar e cercear, tornando tudo tabu e proibição desde tempos imemoriais. Saúdo portanto E L James por nos dar a chance de respirar um pouco de liberdade e de ter esperança de viver um futuro mais solto e libertino, alegre e sincero.

36 comentários:

Jorge Carrano disse...

Zecacomunista, personagem de João Ubaldo Ribeiro, também tem, a exemplo do Freddy, preferência pelas mulheres. Pelo papel político das mulheres.
Por esta razão, apoia vivamente os movimentos femininos, em especial o que está na moda, qual seja o de botarem os peitos para fora.
Como temos podido acompanhar, as mulheres, a troco de tudo e de nada, resolveram se mobilizar a protestar tirando blusas e expondo os seios.
Apoiamos e tomara que se estejam sempre engajadas e protestando.
Bem, algumas, no dizer do Zeca, precisam de pouca motivação para mostrar os bustos.

Freddy disse...

Um dos melhores romances que já li com mulher no papel de heroína é a série Angélica, a Marquesa dos Anjos. Pra quem se habilitar, são apenas 14 livros: 6 na primeira fase (Europa/Mediterrâneo) e 8 no Novo Mundo (colonização do Canadá). Ambientados na época de Luís XIV.
Já li 2 vezes e estou juntando forças para ler pela terceira vez! Não vi o filme.
Feliz Páscoa!
Freddy

Freddy disse...

Vão filmar 50 Tons. Há expectativa quanto à atriz certa para personificar Anastasia Steele. Falaram em Emma Watson (Hermione do Harry Potter) mas não creio que seja adequada, pelo que pude absorver da personagem principal nos 3 livros. Parece que a própria Emma já recusou.
Quem leu os livros e conhece cinema (não é o meu caso) pode palpitar.
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Como não li os livros, não tenho como opinar. Seria preciso conhecer o perfil da personagem.

Riva disse...

Fiquei curioso demais com o sucesso do livro, e comprei. Um lixo literário ....

Não dá pra entender "ler pornografia" hoje em dia, com tanto à disposição na web.
Na minha adolescência tinha que ser mesmo escrita, desenhada, fotografada .... mas hoje em dia ....

O livro não tem nada de conteúdo, muito mal escrito inclusive ...

Então a que se deve seu sucesso ? Basta olhar o perfil de quem está comprando .....

Vão fazer um filme com esse enredo fabuloso ? Por mim podem contratar a Rita Cadillac ou a Gretchen .... fica bem nivelado com a qualidade literária e plástica ....

Gusmão disse...

Se tem cenas de sexo explícito, dificilmente uma atriz conhecida aceitará o papel. Precisarão contratar uma destas que fazem filme pornô. Mas estou com o Riva, se não tem história (não li pois a Berenice não se interessou), não há elenco que segure, porque pornografia por pornografia a internet tem em abundância.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Mas há de ter uma explicação para o sucesso editorial. Os números são expressivos. Os livros venderam como pão quente.
E ainda são discutidos como aqui agora.
Por que será?

Riva disse...

Simples - pornografia, drogas e petróleo movem a economia do planeta.

Até a Rede Globo, aos pouquinhos, comendo pelas beiradas com suas "novelas", está introduzindo a pornografia na cabeça das pessoas que ainda não a tem.

Uma sociedade deprimida necessita de ..... álcool e ....drogas.

Freddy disse...

O conceito de pornografia está ligado ao momento histórico e às religiões praticadas na sociedade em que o sujeito vive. Custamos a ter capas de revista com mulheres nuas - eram pornografia. Cenas de sexo implícito hoje são mostradas na TV no horário nobre. No cinema, já há cenas de sexo explícito em filmes que não são mais considerados pornográficos, apesar de que muitas delas ainda são executadas por dublês, a evolução demora.

Hoje você compra um livro de nus artísticos na Amazon, mas na Nova Zelândia o renomado fotógrafo de ninfetas David Hamilton tem seus livros proibidos. O que uma brasileira faz no Carnaval e que é mostrado livremente na TV aberta pode dar prisão e chibatadas se realizado publicamente nos países islâmicos do Oriente Médio. Cada sociedade tem seus limites e eles dependem do momento histórico.

Pode-se criticar, sim, o nível de prosa literária de E L James. Eu tenho uma avaliação moderada porque minha cultura em literatura formal é limitada. Meus elogios e críticas estão aí no post e não fiquei impressionado com a descrição dos atos sexuais por já ter ultrapassado essa fase de pudor. Meu conceito de obscenidade é mais amplo (não falemos de política).

Para fechar: como já disse algum dia desses, ao escrever textos para serem publicados tenho de me expor a todo tipo de crítica. Inclusive as intencionalmente ferinas.

Abraços
Freddy

Jorge Carrano disse...

Peraí Riva.
A rede Globo é a responsável ou a culpa é da parte da sociedade que consome drogas e compra os livros do gênero 50 tons (também droga segundo você), que forma uma realidade, e que, por isso, acaba na ficção?
A Globo dirá que a ficção imita a vida.
O sucesso de vendas da trilogia cinza aconteceu sem propaganda na midia. Foi boca a boca. Logo, mecanismo natural da sociedade.

Gusmão disse...

Por que não desligamos a TV ou mudamos o canal? Não tem só a TV Globo.
Mesmo a chamada classe C agora tem TV por assinatura e lá tem animal planet, national geographic, e outras opções de cultura e diversão sadia.
O problema está na população, que gosta de baixaria, gosta de drogas, em todos os sentidos, e não só no de substantâncias proibidas.
A sociedade precisa melhorar e ai a TV irá melhorar.
Abraços

Riva disse...

Carrano,

Em nenhum momento eu disse que a GLOBO é responsável por qqer coisa.

A GLOBO está espertamente ($$) atingindo uma grande fatia da população, seus anseios, seu modo de ser, ou o modo que sonha ser mas não tem coragem de ser ...

O livro 50 tons de cinza idem .... chamar aquilo de literatura é como estuprar Gabriel Garcia Marquez, por exemplo.

Carrano, realmente seu blog é sensacional, espaço aberto a qqer pessoa e pensamento, mas novamente há uma estranha reação ao meu tipo de comentário. Quem se expõe escrevendo ou falando, tem que estar preparado para TUDO.

Freddy, por exemplo, sabe muito bem disso, por experiência própria.
Pede a ele para relatar sobre uma visita que fez ao West Gate, em Orlando, onde ele encerra um "debate" com uma vendedora, dizendo : "Vc não está preparada para atender clientes como eu."(fui testemunha desse debate).

A história se repete ....mas com papéis invertidos. A vida é divertida mesmo ....

De qualquer maneira, insisto : é um LIXO literário !

E para encerrar, Chocolate Audax vendeu bastante ontem, hein ?

Ana Maria disse...

Realmente vcs, homens, não entendem nada da alma feminina.
Não foram as cenas de sexo que fizeram o sucesso dos livros. Como o comentarista citou, elas são até fraquinhas pra época atual.
Não vou revelar o segredo do best seller do livro. Cabe a cada um procurar repensar seus conceitos sobre as mulheres. A única pista que dou é que o Roberto Carlos estourou este ano com uma musiquinha boba chamana "Esse cara sou eu."

Ana Maria disse...

Em tempo. A Globo(assim como outras emissoras)tem uma variedade de programas educativos e culturais.
Acontece que uma empresa privada tem obrigação de gerar lucros e atender os desejos de seus expectadores.
Assim, os programas edificantes e informativos são empurrados para horários pouco comerciais.

Jorge Carrano disse...

Pois foi o que pretendi dizer e parece não ficou claro.
A Globo programa e exibi o que tem quem assista (escravidão do IBOPE).
Logo, como acentuei, o problema está na sociedade, que assiste.

Riva disse...

Está ficando engraçado ... no fim todos queriam dizer a mesma coisa, mas com palavras e textos diferentes.

Mas o foco mesmo é o livro(s). Ana Maria nitidamente leu, tendo em vista seu comentário e a misteriosa pista para os homens. Mas não vai comentar o livro então ?

Freddy disse...

(1) Vou repetir comentário meu acima: (sic) “ao escrever textos para serem publicados tenho de me expor a todo tipo de crítica.” Ponto.

(2) Literatura é o uso estético da linguagem escrita. Pode se elevar ao estado da arte, mas não necessariamente. A literatura pode ser pobre, ou modesta. Como afirmam ser o caso dessa moça e eu reconheço isso, mas não ao ponto de execrá-la. Ela consegue expor seu argumento de uma maneira bem inteligível. O texto é fácil de ler. Nem todo mundo tem essa habilidade.

(3) Não creio que seja pornografia, drogas e petróleo que movem a economia. Mas acho, sim, que o mundo gira e sempre girou em torno de sexo e busca de poder.

(4) Gostaria que me indicassem os links na internet que levam a textos ou cenas de sexo que descrevam o affair de um casal que se ama. Sim, porque até hoje só tive acesso a baixaria de costumes e cenas chulas => isso sim é pornografia, com certeza!

(5) No entanto, as cenas de sexo dos Cinquenta tons (de cinza, mais escuros e de liberdade) descrevem um casal se amando, mesmo que de vez em quando deixem a emoção explodir - o que não significa baixaria. O que um casal apaixonado faz entre quatro paredes, se consensual, é considerado normal pela psicologia atual. Inclusive sado masoquismo.

(6) A estória, se excluir as cenas de sexo, é um romance despretensioso, mas interessante e bem feminino. A inclusão de sexo (não chulo) o moderniza e abre caminhos.

Abraços Freddy

Helga Maria disse...

Minha intromissão (ao invés de intervenção)é para dizer o seguinte: é preciso entender que para a mulher (não sei quanto aos homens), a cópula, o coito, como princípio e fim em si mesmo, não é o melhor da festa.
Poupo os leitores de detalhes, mas dou uma pista: romance, carinho, compartilhamento ajudam a conquistar o resto.
Helga

Ana Maria disse...

Li o primeiro volume e tenho os outros em e-book, sem nenhuma disposição para lê-los.
Concordei com o Carlos Frederico. O livro é bobinho. Me lembrei dos romances de M.Delly que líamos quando adolescentes.

Riva disse...

Agora começa a entrar a realidade, sem emoções .... começo a quase concordar com o Freddy, o que ele expos no item 6 ....quase concordar porque continuo com a mesma opinião, tendo lido apenas o 1º volume : muito fraco, e para mim, impressionante o fato de estar vendendo muito. Haja carência .....

Ana Maria não consegue ler a 1ª página do 2º volume ..... pra mim isso diz TUDO ....eu também nem penso em ler o 2º.

Mas gostaria de falar também sobre a pista misteriosa da Ana Maria : a música/letra do Roberto, para entendermos o sucesso do livro ...Esse cara sou eu ....

Olha, quem já viveu ou vive paixão por uma pessoa, sabe bem o significado desse tsunami de emoções.

"O cara que ama você do seu jeito" é muito raro, pelo simples fato de que ele deixa de ser ele para ser você. Ou está abdicando da própria forma de amar/se apaixonar, ou existe realmente uma conjunção de
planetas e está rolando uma incrível coincidência na forma de se dar, de sentir, de perceber, de tocar, de falar o que se quer ouvir, de tudo ..... isso não deve acontecer entre 95% dos casais.

E então, quando se escreve ou se faz uma música/letra sobre essa mágika (com K mesmo), o resultado é sucesso.

Quanto ao Roberto, a música é muito bonita ; a letra simples e objetiva.

Quanto ao livro .... um lixo.

Freddy disse...

Eu já imaginava que Riva só tinha lido o 1º volume. O enredo romântico se desenvolveu ao longo dos 3 volumes, de modo que ele não pôde julgar esse quesito. Além do que, pode ser que ele não aprecie romances de amor e está baseando sua análise apenas nas cenas de sexo.

Já lancei o desafio: quero que me indiquem links na Internet de filmes ou filmetes sobre sexo explícito que relatem uma relação comum, suave e romântica, de um casal apaixonado. Não tem, só tem baixaria e, concordo, pornografia - escrita e filmada.

Esse livro é uma das exceções. Bem escrito ou não, as pedras que lançam nele são fruto de reação contra o sucesso inesperado de alguém que teve a coragem de se expor.

Abraços
Freddy

Riva disse...

Vou pegar o gancho e finalizar : .... sucesso inesperado de alguém que teve a coragem de se expor .... para aqueles que não a tem. Então pleno sucesso junto a essas pessoas.E são muitas !

É como horóscopo : a pessoa que faz um horóscopo sabe que vai atingir muita gente. Para aquelas que ela conseguiu atingir, ela é o máximo ...vou lê-la sempre, acerta muita coisa comigo, etc, etc.
Para aquelas pessoas em que ela quase não acerta nada, é um embuste.

Sds

Ana Maria disse...

Nossa!! Estamos discutindo gosto literário?
Se e esse o caso, terei que me omitir.
Sou do tipo de pessoa que lê de tudo. De bula de remédio a revista de consultório médico.Também assisto programação variada na TV.
Também não tenho preconceito contra o sucesso . Se não gosto de um livro, não leio, se for programa de Tv, não assisto, mas, acima de tudo respeito o gosto alheio.

Freddy disse...

Alguém já leu "A Casa dos Budas Ditosos", de João Ubaldo Ribeiro para a série "Plenos Pecados"? O tema é Luxúria e o texto é decididamente pornográfico. Foi adaptado para o teatro por Domingos de Oliveira e representado num monólogo por Fernanda Torres. Houve recente reapresentação no Imperator (Rio de Janeiro), em dezembro/2012.

É uma abordagem totalmente libertina, contada (no livro) por uma senhora de 68 anos que fez de tudo o que você pode imaginar que se pode fazer de bom e ruim com sexo. Não, não me lembro de sado masoquismo. Mas incesto tem, ela amava o irmão. E tiranizava um tio safado que lhe dava mesada em troca de favores que ela nunca liberava de todo, deixando o cara semilouco.

Obviamente tem resenhas elogiando e outras execrando tanto livro como peça teatral, mas cito aqui como complemento ao debate (ou seria embate) sobre os 50 Tons. No YouTube tem uma entrevista com Fernanda Torres sobre a peça:

http://www.youtube.com/watch?v=TptoZcdQkec

<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

Sem entrar no mérito da qualidade literária de "A Casa dos Budas Ditosos", cuja encenação em teatro foi um grande sucesso, com a atriz mencionada, confesso ser admirador da obra de João Ubaldo Ribeiro. Gosto, especialmente, de "Viva o Povo Brasileiro".
Não perco suas crônicas dominicais n'O Globo.
Tenho um enorme respeito por sua (his) cultura. O homem fala, lê e escreve em latim e grego. É um dos textos mais corretos da língua portuguesa (no Brasil).

Gusmão disse...

Agora parece que o assunto é literatura.
Do Ubaldo gostei muito do "Sargento Getúlio", primeiro que li de sua autoria.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Reporto-me ao primeiro comentário, lá em cima, e coloco um link de protesto de hoje, com as mulheres de seios a mostra: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/em-atos-coordenados-feministas-protestam-de-topless-por-muculmana.html

Jorge Carrano disse...

E mais em :
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/04/ativistas-do-femen-brasil-protestam-no-bras-em-defesa-de-muculmana.html

Ana Maria disse...

Já foram relatados alguns protestos contra sabe-se lá o que, onde homens deixam as bundas ao léu. Assim como algumas mulheres protestam mostrando os seios.
Pode ser que essas pessoas esperassem apenas um motivo pra se desnudar. Vai saber...
No entanto declaro que essas pessoas não me representam. (por enquanto)rs

Ana Maria disse...

Li a casa dos Budas ditosos e não me choquei. A narrativa do João Ubaldo me prendeu mais. Ainda mais que tenho a mesma idade da velhinha tarada. rs

Riva disse...

Finalizando a minha mais recente finalização ..... é um lixo literário. Fim.

Freddy disse...

Vamos ver se entendi... O que esteve em avaliação não foi a referência a sexo explícito e sim a qualidade da prosa usada por E L James. Concordo, João Ubaldo Ribeiro é bem superior e tem uma bagagem razoável. E L James é marinheira de primeira viagem e agradece aos leitores no final do 3º livro, chega a ser patética.

A verdade dos fatos é que E L James vendeu "por causa" da descrição das relações sexuais, não há como negar. João Ubaldo vendeu pelo fato de seu escabroso tema ter sido parte da série "Plenos Pecados" que teve outros escritores de renome e de ter sido escrito por ele, João Ubaldo. Fosse "A Casa dos Budas Ditosos" escrito por algum "João Ninguém", desconectado da referida série, teria sido enquadrado em pornografia.

João Ubaldo é melhor escritor que E L James? Sem sombra de dúvida! No entanto a revista Times incluiu E L James em sua relação anual das 100 pessoas mais influentes no mundo, no ano de 2012. É pouco?

Abraços Freddy

Ana Maria disse...

Desculpe, Carlos Frederico. Não estou desmerecendo o sucesso da E L James. Caiu no gosto popular, atendeu aos anseios de grande parte dos leitores (principalmente leitoras). Não estivesse eu numa fase cética, talvez apreciasse mais o enredo.
Não é nada pessoal contra vc ou contra a autora Não gosto dos livros do Chico Buarque.Mas já li muitos dos títulos do Paulo Coelho. Pronto, falei.

Freddy disse...

Ana, eu não sou um bom leitor. Se me atrevi a comentar um livro que gostei, pode ser que o tenha feito com pouca bagagem literária. Mas aqui a gente pode tudo, até fazer de conta que entende!

Sendo bastante sincero, minha "praia" sempre foi ficção científica e fantasia, além de livros técnicos (principalmente astronomia e fotografia). Sou portanto bastante pueril em termos de literatura.

Não vou negar que o apelo sexual me atraiu - eu mesmo escrevo meus contos para consumo pessoal e intransferível, quis comparar.

João Ubaldo não me disse nada de novo nesse aspecto, E L James sim.
Isso porque João Ubaldo foi direto ao assunto e isso eu também faço, já E L James inseriu o sexo de maneira paralela a um argumento que poderia ter se desenvolvido sem ele. Gostei, vou tentar inserir esse aprendizado em meus toscos textos.

Grande abraço em todos.
Freddy

Riva disse...

Finalizando minha última mal finalizada finalização : 50 tons de cinza é um lixo literário, que consegue ter seu público (grande), como qualquer outro lixo ou coisa boa para se consumir.Depende da "ótica".

Tem para todos !

E Viva Gabriel Garcia Marques !!!

Jorge Carrano disse...

Está entrando em circuito o filme, como era de se esperar.
Vamos ver se prevalecerá o chichê : gostei mais do livro.