Atenção distraídos. Não escreverei sobre o Kama Sutra*, texto indiano sobre o comportamento sexual humano. Não mostrarei as posições referidas no livro.
Vou comentar minhas posições políticas, religiosas e filosóficas; e preferência musicais, cinematográficas, artísticas em geral, começando pelas ideologias políticas.
As posições que empre assumi, neste blog, custaram-me críticas, reprimendas e rejeições. Mas se tem uma coisa de que me orgulho, é exatamente o de assumir minhas posições. Pena que nem todos entendam que opiniões contrárias sobre certos temas, não tornam indesejável, desonrado, ignominioso ou desprezível aqueles que não estão afinados com seu pensamento. É necessário haver certa tolerância, debater as ideias num campo limpo, transparente e sempre de boa-fé.
Tenho amigos brizolistas. Não tinha o mínimo respeito pelo Brizola, mas debatia no terreno das ideias, sempre respeitando a opinião destes amigos (alguns fanáticos fundamentelistas). Acho, inclusive, que muito do que passamos nos anos obscuros da ditadura militar, deve-se ao papel tresloucado, irresponsável e covarde (porque depois figiu) que ele assumiu nos meses que antecederam a “revolução”.
Só este parágrafo acima, já deve ter me custado algumas censuras. Não vou nominar brizoleiros (piores que brizolistas) de meu ciclo, porque teria que dar direito de defesa e nem todos acessam este espaço. Logo, desconheriam que teriam sido citados.
Engraçado que para alguns sou “de direita”, só porque condeno o MST. Acho barbarismo, vandalismo, crime, destruir plantações passando trator, queimando lavouras, inutilizando anos de pesquisas genéticas em laboratórios de análises e desenvolvimento de espécies de produtos agricolas mais produtivas ou mais resistentes a intempéries e insetos.
Acho a meia dúzia de politizados que encabeçam o Movimento, manipuladores e aproveitadores da boa-fé de uma maioria de incultos que se iludem ante a possibilidade de obter pedaços de terra, invadindo propriedade alheia.
A lei maior garante o direito de propriedade e o judiciário tem que assegurar o exercício deste direito. O que falta é levar a sério a letra morta que está na legislação civil, que disciplina a questão da função social da propriedade, principalmente a rural.
Falta vontade política e disposição para fiszalizar os latifundios improdutivos, desapropriando, dentro da lei, e redistribuindo a quem da terra quer fazer bom uso.
Para outros, entretanto, sou “de esquerda” porque critiquei os militares pelo fato de não terem de imediato promovido eleições livres. Pior, perderam a maior oportunidade de sanear o país, combatendo com firmeza a corrupção, o fraude, o roubo. Poderiam ter implantado políticas sociais eficazes, promovido reforma política tão necessária e implementado a reforma tributária, com fixação de impostos socialmente mais justos, tributando o capital e desonerando a folha salarial.
Afinal, tinham um governo de força e, mais ainda, apoio popular num primeiro momento, e pífia oposição parlamentar – nem Congresso funcionando durante um bom período.
Mas não, perderam-se em perseguições políticas, priorizando defesa do estado, estatizaram a economia, o que significou programas posteriores de privatização danosos. Estabeleceram reservas de mercado que nos levaram a enorme atraso tecnológico, a tal ponto que devemos agradecer ao Collor seu julgamento sobre as “carroças” que eram os carros produzidos no Brasil. A reserva da área de informática nos deixou alguns anos defasados.
Os militares não só tomaram conta dos cargos públicos, como faz agora o PT e seus asseclas, como se alastraram nas empresas privadas. Na multinacional onde trabalhava na época, conseguiram encaixar um coronel na área de comunicação.
Tem até a piada que circulou na época em que os militares se encastelaram nos cargos públicos, nos conselhos da estatais e até em empresas privadas como disse acima, que era mais sou menos a seguinte. Conversavam duas freiras no pateo do convento, sobre a substituição da madre superiora, quando uma delas indaga “irmã sabe quem vai assumir o posto de madre superiora? “ Ao que a outra redarguiu: “Não sei não. Sói sei que é um coronel.”
Um pouco menos de força e autoritarismo, do que os militares, teve o presidente Lula recentemente. Sua aceitação e confiança popular davam a ele respaldo para um governo austero, sem transigência com a corrupção e a impunidade. Mas o que fez ele? Nada. Antes pelo contrário, permitiu (não viu, nem ouviu) que o mensalão se desenvolvesse no gabinete ao lado do seu no palácio do Planalto.
Tudo que o PT combatia quando oposição, faz agora em mais larga escala. Nada menos do que 5 ministros afastados por malversação de recursos, desvio de verbas, omissão e favorecimento a pessoas ou empresas.
Tudo que o PT combatia quando oposição, faz agora em mais larga escala. Nada menos do que 5 ministros afastados por malversação de recursos, desvio de verbas, omissão e favorecimento a pessoas ou empresas.
Sou ambidestro em política, estou a esquerda e a direita, pela definição consagrada, dependendo das medidas serem positivas, saneadoras, adequadas e justas, a meu juízo. Mas vejam como são as coisas. Renans, sarneys e rorizes, entre outros, me causam asco, engulio. Mas são aliados dos petistas e paparicados por estes.
* O Kama Sutra é popularmente conhecido como um livro que ensina, com ilustrações, posições para prática de sexo. Na internet tem sites que abordam o livro e que exibem os desenhos. Na Wikipédia, encontrei o seguinte:
“Kamasutram, geralmente conhecido no mundo ocidental como Kama Sutra, é um antigo texto indiano sobre o comportamento sexual humano, amplamente considerado o trabalho definitivo sobre amor na literatura sânscrita. O texto foi escrito por Vatsyayana, como um breve resumo dos vários trabalhos anteriores que pertencia a uma tradição conhecida genericamente como Kama Shatra.”
“Ao contrário do que muitos pensam, o Kama Sutra não é um manual de sexo, nem um trabalho sagrado ou religioso. Ele também não é, certamente, um texto tântrico. Na abertura de um debate sobre os três objectivos da antiga vida hindu - Darma, Artha e Kamadeva - a finalidade do Vatsyayana é estabelecer kama, ou gozo dos sentidos, no contexto. Assim, Darma (ou vida virtuosa) é o maior objetivo, Artha, o acúmulo de riqueza é a próxima, e Kama é o menor dos três."
“Kama é a literatura do desejo. Já o Sutra é o discurso de uma série de aforismos."
4 comentários:
Agora que conheço suas posições políticas, vou ao Kama Sutra.
Lá, pelo que sei, é indiferente se você fica à esquerda ou à direita, por cima ou por baixo.
É mais divertido e com a vantagem de que a gente sempre sabe o resultado final, diferentemente da política que nos frustra e decepciona com frequência.
Abraço
Gusmão
Gusmão,
Tanto faz que fiquemos à esquerda ou à direita, por cima ou por baixo, desde que ..... não fiquemos de costas ! rsrsrsrs
Sds TRIcolores.
Um adendo, caro Carrano e demais ....
Graças a um amigo querido de Niterói, no final da década de 80, não ingressei na política.
E ele também me fez rasgar toda a documentação de ingresso na Faculdade de Direito (já havia me inscrito).
O argumento dele foi simples, em ambos os casos : Paulo, conheço bem você. Vai ser morto em poucas semanas. Pensa na Isa e nas crianças. Sai dessa !
Por isso continuo vomitando em casa de vez em quando, mas com uma certa incômoda frequência ultimamente.
Um tinto e/ou um Red Label também ajudam a acalmar o coração.
Abraços
Paulo,
Meu receio é ficar desidratado de tanto vômito nos últimos tempos.
Abraço
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