23 de outubro de 2011

Novas tecnologias, velhos paradigmas

Por
Jorge Carrano
http://tauvirtual.com.br/pt/



Nos bastidores das empresas acontece uma interessante discussão em torno da liberação do uso de redes sociais no ambiente de trabalho.

De um lado, há os que alertam para os perigos desse acesso, como a perda de produtividade ocasionada pelo tempo que o empregado fica no seu Facebook ou Twitter. Além disso, destacam o risco de que essa atividade acabe por revelar segredos industriais, estratégias comerciais, ou até mesmo uma “opinião” sobre um cliente, com óbvios riscos para as atividades da empresa. Isso tudo é verdade. E acontece.

No outro extremo, há os que alegam simplesmente: não é possível controlar.

Se o computador na empresa bloqueia o acesso a sites e redes sociais – prática muito mais comum do que se imagina – o empregado pode bem usar seu celular para postar conteúdo ou comentar, curtir e “retuitar” nesses canais.

Com um agravante. Muitos participam das redes sociais fora do ambiente de trabalho, e essa participação “pessoal” pode ser confundida ou percebida como uma opinião da empresa para a qual aquele profissional trabalha.

Tenho dito que essa discussão, no entanto, é velha.

Ela já aconteceu em outros momentos de introdução de novas tecnologias no ambiente corporativo.

Aconteceu com o telefone/ramal na mesa de cada empregado. Diziam que seria usado para falar com os amigos e família, por exemplo. Depois, foi com o e-mail, que seria usado para “trocar receitas, repassar correntes e piadas com os amigos”.

O acesso à internet ainda hoje é também alvo de restrições. Imagine seu colaborador acessando um site de apostas on-line ou, pior, de pornografia…

Também o celular corporativo é alvo dessas preocupações com o risco de seu uso indevido.

Chegou a vez das redes sociais.

Infelizmente, querendo ou não as empresas, as pessoas vão usar cada vez mais esses recursos e a pior coisa a fazer é (achar que pode) coibir totalmente esse acesso.

Se por um lado é importante perceber que as conexões sociais são cada vez mais importantes no ambiente empresarial – hoje, quando você demite um funcionário, demite junto toda a rede de relacionamentos dessa pessoa – de outro é preciso ter regras claras.

Um código de conduta e um processo de treinamento podem ser os componentes iniciais do inevitável esforço de educação que todos - independente de seu nível na corporação – precisarão encarar até poderem dar suas “tuitadas” sem medo, mesmo que o chefe esteja ao lado.


Written by Jorge Carrano in: Comunicação Empresarial,Digital,Marketing
                                               

2 comentários:

Freddy disse...

Prezados Carranos

A propósito do tema lembro de exemplo em uma de minhas áreas de atuação, que é música. Existe um movimento caçando "piratas" que baixam músicas na Internet, com isso reduzindo a receita advinda da distribuição de direitos autorais. No entanto, é inevitável. E causou uma revolução na indústria fonográfica, com o encolhimento das grandes produtoras e distribuidoras.

No entanto, há um ganho, ainda hoje imensurável, referente à disseminação do trabalho dos artistas, principalmente aqueles menos conhecidos, muitos deles desprezados pelas mesmas grandes produtoras. Como aquilatar a valorização do antes obscuro "X" ao ver seu trabalho copiado e disseminado na rede? Seria um eterno desconhecido, hoje pode ter gente indo a seus shows, comentando com amigos o excelente trabalho. Isso gera ganhos. Como disse acima, difíceis de serem mensurados.
Abraços
Carlos

Freddy disse...

Ah, permitam-me falar sobre sexo, sempre um tabu... Testemunho pessoal. Eu não considero que tenha sido um mau empregado, trabalhei 32 anos na mesma empresa, terminando num cargo que não era de chefia, mas tinha importância estratégica no relacionamento entre empresas do ramo.
Pois bem... Por diversas vezes, descansando entre reuniões virtuais, estudos de casos, elaboração de planilhas imensas, naveguei por sites pornográficos menores (não aqueles barrados pela informática da empresa), enquanto meu parceiro de baia navegava em sites religiosos - era militante evangélico na vida particular.
Não considero que nenhum de nós dois tenha prejudicado a empresa por conta desses pequenos momentos de relax, desde que individuais e mantidos privados. Contudo, cada um à sua maneira e gosto.
Abraços
Carlos