Por conta de pesquisar sobre “Serro Bravo”, para saber se
existiria um lugar, no Brasil, com este nome, fui parar num blog da Fazenda
Serro Bravo, em Gravataí – PE.
Um curral da fazenda |
Em Serro Bravo, ficcional, nasceu Jerônimo, o herói do sertão,
que tinha como “fiel escudeiro” o Moleque Saci. Muito bom seriado radiofônico,
de aventura. Havia uma música, trilha da novela transmitida pela da rádio
Nacional, que resume o protagonista e sua vida de justiceiro.
Só para lembrar, eis a letra:
“Quem passar pelo sertão
Vai ouvir alguém falar
No herói desta canção
Que eu venho aqui
cantar
Se é pro bem, vai
encontrar
Um Jerônimo protetor
Se é pro mal, vai
enfrentar
Um Jerônimo lutador
Filho de Maria-Homem
nasceu
Serro Bravo foi seu berço
natal
Entre tiros e tocaias
cresceu
Hoje luta pelo bem, contra
o mal
Galopando está em todo
lugar
Pelos pobres a lutar
sem temer
Com Moleque Saci pra
ajudar
Ele faz qualquer valente
tremer."
(Ouçam na voz de Emilinha Borba:
https://www.youtube.com/watch?v=0ch97zBZpL4
(Ouçam na voz de Emilinha Borba:
https://www.youtube.com/watch?v=0ch97zBZpL4
Este programa entrou no ar em dezembro de 1952. Eu contava
então 12 anos de idade. E ficou no éter até o início dos governos militares, em
1964/66. Cerca de 14 anos consecutivos.
Mais tarde, pelo sucesso e repercussão, virou um gibi e um
filme que não lembro de haver assistido.
A revista em quadrinhos |
A canção não menciona Aninha, a namorada do herói, que era
interpretada pela radioatriz Isis de Oliveira, que tinha uma irmã que era nossa
vizinha, na Rua São Diogo.
Isis de Oliveira - radioatriz |
Isis de Oliveira era uma espécie de Regina Duarte do rádio.
Fazia, nas novelas radiofônicas, o papel da mocinha, da protagonista. Tinha uma linda voz.
Outro seriado, na mesma rádio Nacional, que tinha o prestígio
e audiência atual da Globo, na TV, era “As aventuras do Anjo”. O “Anjo” era um
milionário americano, que juntamente com seus empregados, "Metralha" e "Gorila",
combatia o crime.
Esteve no ar durante mais tempo do que Jerônimo, pois durou
17 anos.
Imagens colhidas no Google.
Imagens colhidas no Google.
17 comentários:
Pegou "pesado", Jorge... não perdia um capítulo de Jerônimo, que era apresentado logo após as histórias do tio Janjão!!!
Sem pesquisar, se não me engano "Jerônimo" era o Milton Rangel... depois pesquiso.
E acredite: lembro da letra toda da música!!
Também acompanhava as aventuras do "herói do sertão".
Acho que naquela época, com a televisão ainda engatinhando no Brasil, todos os meninos ouviam, pelas ondas da Rádio Nacional o seriado ambientado no sertão brasileiro, mas com matizes dos bang-bangs americanos.
Nossa primeira TV, da marca Admiral, foi comprada em 1955. Não, enganei-me, Admiral era a geladeira. O aparelho de TV era Emerson. Tempos depois substituído por um de fabricação nacional da marca Invictus. Todas com válvulas, que queimavam facilmente.E a Neyde Aparecida, garota-propaganda, apresentava comerciais ao vivo.
O seriado "Aventuras do Anjo" também era interessante.
Confirmado (lembrava do Cauê Filho tb):
"Na Rádio Nacional, a partir de 1952, de segunda a sexta às 18:30, os ouvintes viviam as aventuras do herói do sertão. Nascido na fictícia Serro Bravo, Jerônimo estava sempre empenhado em defender a justiça e a moral pelo Brasil afora. Milton Rangel dava vida a Jerônimo, Cauê Filho interpretava o seu inseparável amigo, o Moleque Saci."
Se me não falha a atribulada memória, lá em casa a sequência, na audiência no rádio, era a seguinte: como só tínhamos um aparelho de rádio, a partir da 17 horas, eu ouvia, na rádio Metropolitana, um programa intitulado "Pelas Esquinas de Beverly Hills" que executada jazz (basicamente as big bands). Depois minha mãe sintonizava na "Oração da Ave Maria", com Julio Louzada. Depois ela ouvia "O Direito de Nascer", novela líder absoluto de audiência no rádio; antes tinha "A Hora do Brasil" era assim que se chamava, este programa oficial que é transmitido em rede nacional até hoje; tinha o "Repórter Esso - o primeiro a dar as últimas", claro, de interesse de meu pai, se já estivesse em casa.
O último Repórter Esso:
https://www.youtube.com/watch?v=TVVbLWJOPmo
Paulo,
Lembra que nossos relógios eram "acertados" pelo horário deste noticiário televisivo?
Se alguém perguntava se a hora estava certa respondíamos "pode confiar foi acertado pelo Repórter Esso.
Abertura do Direito de Nascer: "O creme dental Kolgate, criador do mais belo sorriso e Palmolive, o sabonete de beleza da mais alta qualidade que existe, apresentam... O Direito de Nascer."
Eu também cheguei a acompanhar a novela de Jerônimo. Foi porque havia acabado de ganhar meu primeiro radinho de pilha (quase um tijolinho) e vivia com ele no ouvido. Mas não durou muito porque as pilhas acabavam rápido e logo o radinho foi para escanteio...
Por acaso não tinha uma novela chamada "O cavaleiro da noite"? É a que eu ouvia junto com Jerônimo.
<:o)
Não lembro de "O cavaleiro da noite", mas lembro que "O Anjo" era o Álvaro Aguiar!!!!!!!!!!!!
Tb não lembro de acertar o relógio, talvez pq não tivesse relógio!!!
Nessa última edição do Repórter Esso pelo rádio dá pra perceber que o locutor deve estar aos prantos, dando as notícias que marcaram os anos...
Caveira: "Chumbinho, apresente seu relatório..."
Os apresentadores que lembro de ter ouvido, foram Heron Domingues, Luis Jatobá, Gontijo Teodoro, Roberto Figueiredo. Não sei se nesta ordem.
No cinema, nos jornais, admirava a voz e o estilo do Ramos Calhelha. Acho que nunca apresentou o Repórter Esso.
Ouçam em: https://www.youtube.com/watch?v=FOru_t3JKBg
E o relógio da residência, Paulo? E o relógio de ponto, no local de trabalho?
A "Hora do Brasil" também tinha horário certo e rígido, mas quem ouvia? Só conheci uma pessoa que ouvia com atenção: meu sogro.
Paulo, não escrevi sobre esta fala (recorrente): "Chumbinho apresente seu relatório" porque pensei que ninguém lembraria (rsrsrs).
Depois de casado durante um tempo brincava com minha mulher, quando eu chagava, pedindo: apresente seu relatório. Para ficar a par dos acontecimentos da casa naquele dia.
Consegui resgatar na Wikipédia:
O Cavaleiro da Noite foi um seriado famoso da Rádio Nacional escrito por Aloísio de Oliveira, protagonizado por Roberto Faissal que fazia par romântico com Isis de Oliveira. A série contava as aventuras de um cavaleiro medieval defensor da lei e da justiça (ao estilo Zorro), que surgia repentinamente em face de qualquer perigo, sempre enfrentando o vilão Ferra Brás, interpretado por Gerdal dos Santos.
Segundo outra informação garimpada no Google (já que minha memória é fraca para essas coisas), havia 3 novelas consecutivas na Rádio Nacional no final dos anos 50 / início dos 60, todas patrocinadas pela Sidney Ross: O Cavaleiro da Noite (capa e espada), O Anjo (policial) e Jerônimo, o Herói do Sertão (caubói brasileiro).
Curiosamente, minhas lembranças captam O Cavaleiro da Noite e Jerônimo, mas não O Anjo. Na época eu tinha 8 ou 9 anos de idade, creio.
Do Repórter Esso lembro mais de Gontijo Teodoro. Quando vieram os outros eu já via menos TV, não fixei detalhes mas conheço os nomes citados. Lembro, sim, do comercial da Esso com as gotinhas: "só Esso dá ao seu carro o máximo (3 x), veja o que Esso faz!"
Não sei do que vcs estão falando ... não era da minha época ....
Acredito que todos saibam, mas não custa registrar. A palavra "ESSO" vem da matriz Standard Oil, cujo nome era abreviado S. O. (Ésse..Ô).
No Brasil a Standard Oil virou Esso Brasileira de Petróleo.
Foi o monopólio criado pela família Rockefeller que levou ao desmembramento da empresa por decisão do governo americano. Aí surgiu a Exxon e outras.
No Brasil também temos uma lei antitruste.
Excelente, Jorge Carrano! Parabéns!
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