31 de março de 2016

O McLuhan estava certo

O filósofo Herbert Marshall McLuhan tinha razão. Cultuado, por vezes mal compreendido, o canadense autor de vários livros sobre comunicação definiu irretocavelmente: “ O mundo é uma aldeia global”.

Referia-se às novas  tecnologias  que revolucionaram  os meios de comunicação.

Através desta  cena (no link) antológica, com participação do próprio, Woody Allen, outro gênio, tira o maior sarro:

Mas se o mundo é, nos tempos correntes, uma aldeia global, Niterói, há muito mais tempo, era um exemplo desta assertiva.

Antes da malsinada ponte, que provocou na cidade uma invasão de suburbanos e da zona norte do Rio, aqui todo mundo conhecia todo mundo.

Se eu não conhecia diretamente, conhecia alguém que conhecia, ou seja, tínhamos amigos comuns.

Já escrevi sobre isso aqui, em duas oportunidades pelo menos: falando de minhas tribos (com personagens comuns) e dos links de pessoas (umas te levam a outras).

Olha só o que ficamos sabendo no post anterior. O Paulo Bouhid chega de Teresópolis, sua terra natal, e em pouco tempo vai se enturmando, virando amigo e convivendo com pessoas com as quais, há muitos anos, posso até dizer sem estar mentindo, desde o século passado, eu me relacionava.

Caramba, lembrar do Carlinhos “Frigideira” foi demais. Faz 50, quase 60 anos, que não ouvia menção a este ex-colega do Liceu. Na época estava sendo introduzido nas escolas de samba um instrumento inédito: pequenas frigideiras. Delas tirava-se um som parecido com o do agogô, mas mais ritmado, que no compasso do samba confere um colorido ótimo.

Carlinhos, filho de desembargador de justiça, virou um apaixonado pelo “instrumento”, que executava muito bem. Muitas pessoas o viam, no Liceu, como excêntrico.

Não sei do paradeiro dele e tampouco do irmão, Luiz Gonzaga, que foi colega de turma no científico. Sentávamos no fundo da sala e brincávamos de fazer, a lápis e em folhas do caderno, pinturas surrealistas, e atribuíamos nomes a estas “telas”. Assim, uma moldura desenhada, limitando coisa alguma, virou “Vazio”.

Não lembro quem foi o artista que produziu esta obra de arte, se ele ou eu, mas os dois aprovamos a ideia e a execução.

Luiz iria fazer exame para ser oficial da aeronáutica, só que, se bem me lembro (farei 76 no próximo mês), ele iria tentar direto a Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos.

Eu tentei no ano seguinte a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, que na época estava instalada em Barbacena-MG.

A diferença era que, quem tinha o secundário completo, concorria direto para a Escola de Aeronáutica. Quem não tinha completado o segundo grau (tendo somente o ginasial) concorria para a Escola de Cadetes.

Todas estas coisas vieram a minha memória por causa do comentário do Paulo, citando o “Frigideira”, com quem ele conviveu vários anos depois.

Se cometi algum engano involuntário, peço perdão e agradeço correções de nomes e datas. 

3 comentários:

Jorge Carrano disse...

Há um Cel. Arthur Braga, considerado o eterno chefe da Esquadrilha da Fumaça, que não é o meu personagem Luiz Gonzaga.

Jorge Carrano disse...

Provavelmente nossa "arte" era muito mais abstracionista do que surrealista.

Jorge Carrano disse...

Não deixem de ler o post e o meu comentário, em:

http://calfilho.blogspot.com.br/2016/04/o-futebol-na-praia.html?m=1&_utm_source=1-2-2