16 de julho de 2011

Visita ao Vale dos Vinhedos - Parte I

Por
Carlos Frederico Marques Barroso March
Friburgo - RJ

A MOTIVAÇÃO


O Vale dos Vinhedos é uma região do Rio Grande do Sul que concentra boa parte das mais famosas (além de outras nem tanto...) vinícolas do país. Denominação de origem controlada, ela abrange cerca de 82 km2 cuidadosamente delimitados com parte dos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. Num ponto de vista mais restrito, turístico, costuma-se referir Vale dos Vinhedos como uma região concentrada e bem específica situada dentro de Bento Gonçalves, no entorno do trecho inicial da rodovia RS-444 (Estrada do Vinho) e da Via Trento, a alguns minutos do centro da cidade.

Visitante eventual, quando em turismo pelas Serras Gaúchas, habitualmente baseado em Gramado, sempre passamos por lá em épocas em que as parreiras estavam ou secas, ou com as uvas ainda em formação. Nosso desejo era visitar o Vale quando elas estivesse carregadinhas de uvas maduras e suculentas. Isso só seria possível entre o final de janeiro e início de março, na época da colheita.


Parreiras carregadas

A segunda meta era conhecer o máximo que pudéssemos de vinícolas importantes, a maioria das quais oferece degustação de seus produtos aos visitantes, sejam gratuitas ou com um custo simbólico. Chamo a atenção aqui para o comportamento das operadoras de turismo que operam na região. Só levam você àquelas que têm convênio e não me pergunte qual a vantagem que levam nisso. No esquema de excursão, em anos anteriores, fomos levados à Cooperativa Vinícola Aurora (diversas vezes!) e mais umas 4 ou 5 de pequeno porte, seja em Bento ou Garibaldi. Antes da viagem que ora descrevo, só visitei a Vinícola Miolo, provavelmente a mais bem instalada e com a melhor estrutura de atendimento aos visitantes, indo por conta própria - 2 vezes, é muito bonita.

No entanto, não há só a Aurora ou a Miolo, eis aqui uma lista daquelas associadas à Aprovale, muitas outras existem (cito Domno e Salton, bem conhecidas), mas que dá uma idéia da diversidade existente na região:

Interior Vinicola Aurora
Adega Casa de Madeira
Adega Cavaleri 
Adega e Vinhedos Dom Elisiario
Casa Graciema
Casa Valduga
Angheben Vinhos Finos
Chandon do Brasil
Cooperativa Vinícola Aurora
Família Tasca
Milantino Vinhos Finos Peculiare Vinhos Finos
Pizzato Vinhas &Vinhos
Vinhos Terragnolo
Vallontano Vinhos Nobres

Vinicola Marcos  Luigi





Vinhos Don Laurindo
Vinhos Finos Della Chiesa
Vinhos Larentis
Vinhos Michele Carraro
Vinhos Titton
Vinícola Almaúnica
Vinícola Boutique Lídio Carraro
Vinícola Calza
Vinícola Cavas do Vale
Vinícola Cave de Pedra
Vinhos Michele Carraro

Vinícola Cordelier
Vinícola Dom Cândido
Vinícola Marcos Luigi
Vinícola Miolo
Vinícola Torcello
Vinícola Toscana
Essas então foram as diretrizes principais: visitar o Vale na época da colheita e ter liberdade para circular nas redondezas, conhecendo o que fosse possível de vinícolas. Onde se hospedar, então? Bento Gonçalves tem uma boa rede hoteleira, mas há uma certa distância entre o centro da cidade e a principal parte do Vale, distância essa que é curta para quem está de carro, mas longa para quem depende de transporte diário. Terminei com 3 opções, por mera simpatia: o Hotel Spa Caudalie, nas dependências da Vinícola Miolo, a Villa Valduga na vinícola de mesmo nome e o Hotel Michelon, também ligado a vinhedos próprios.

O Hotel Spa Caudalie é bastante luxuoso, cercado de vinhedos e com um atendimento de primeira. Para quem deseja relaxar a caráter, há até ofurô de cabernet sauvignon, entre outras mordomias relacionadas a uvas e vinhos. O restaurante segue uma gastronomia de alto nível e a adega é bem variada, para não falar da vista maravilhosa.


Hotel Spa Caudalie, em frente à Vinícola Miolo



Hotel Villa Michelon segue um padrão turístico mediano e talvez seja o mais indicado para famílias, pois suas dependências são bem organizadas em termos de acomodação, gastronomia e lazer para adultos de todas as idades e para crianças. No entanto, a meu ver, está abaixo dos demais do Vale no que tange aos vinhos da casa. Opinião pessoal. Possui programação específica ligada a uvas e vinhos, mas não era bem o que eu queria.

Castelo Valduga
A escolha acabou recaindo na Villa Valduga . O complexo tem 5 pousadinhas temáticas junto ao castelo que faz as vezes de sede e ao lado da bela fábrica, 3 restaurantes, bar com internet, cinema, vinhedos, jardins... O preço era razoável para casal, o ambiente parecia romântico, eu conhecia alguns vinhos interessantes da Vinícola. O fator primordial, contudo, foi a constatação de que a Casa Valduga patrocinaria um evento chamado "Festa da Vindima", aberto a todos (sob pagamento) mas priorizado em relação aos hóspedes da Villa. A festa ocorria justo no período desejado (final de janeiro a início de março) e sua programação era muito interessante, preenchendo todos os meus requisitos, inclusive financeiros.

Casa Valduga - vista do terraço do castelo


O pacote oferecido habitualmente pela Villa Valduga é de 5ª a domingo, com uma programação bem definida incluindo visita interna, passeio e curso de degustação, sendo que nesse período específico havia o opcional de participação na Festa. Por conta de nossos planos pessoais, escolhemos estender a reserva até a 3ª feira seguinte: 5 pernoites, em vez de 3.


Pousada Duetto

Por questões de localização dentro da Villa, optamos pela Pousada Duetto, o que afinal se revelou uma boa escolha, apesar de que podemos garantir que qualquer uma delas atende aos padrões confortáveis de hotelaria. Os veículos, para quem for de carro, têm vaga coberta apenas sob a Pousada Excellence. A pequena piscina e o indispensável quiosque para churrasco (afinal é o Rio Grande do Sul) ficam ao lado da Pousada Arte.




Pousada Premium



Pousada Gran Reserva
 
Pousada Arte e quiosque



 Fotos: todas as fotos ilustrativas referentes a Casa Valduga,  são do autor do texto. As demais, Aurora,  Michelle Carraro e Marco Luigi  foram obtidas no Google.













10 comentários:

Gusmão disse...

Esta região é muito bonita mesmo, vou curtir refazer este passeio com o Carlos. Conheço um pouco o RGS e já estive numa FENAVIN.
Espero pela equência da história.
Abraços
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Gusmão, meu caro.
A vantagem que tenho é que já pude "degustar" a continuação da viagem, pois que os textos já estão no "prelo" para publicação na sequência. Acompanhe pois vale a pena.
Quanto a FENAVIN, foi uma de minhas maiores frustações. Se eu fosse dono de butique de vinhos ou delicatessen, ou mesmo distribuidor, talvez valesse a pena visitar o feira para fazer negócios.
Mas como mero visitante curioso, foi uma decepção. Os stands, no geral, eram pobres. Os das vinicolas maiores um pouco mais bem cuidados.
Mas a degustação, para visitantes, é feita em copos de pástico. E convenhamos que beber vinho em copo plástico é de doer. E na temperatura ambiente, que na época do ano era muito quente. Logo a temperatura de serviço não era ideal.
Muita dança típica, mas com grupos amadores, um horror!
Espere a continuação da narrativa, pois será bem interessante.
Abraço

Helga Maria disse...

Sou de família de colonizadores, meus avós são de origem bávara.
Nasci lá e amo aquela terra. É outra realidade.
Em relação a vinhos prefiro os brancos suaves alsacianos porque morei algum tempo naquela região européia que já foi alemã e agora é francesa.
Helga

Jorge Carrano disse...

Helga, saúdo sua chegada ao blog, pois não tenho lembrança de te-la encontrado aqui.
Sei que o Sul foi colonizado, basicamente, por açorianos, italianos e alemães.
Este somatório de culturas deu um caldo muito bom.
Quanto ao seu gosto pelos alsacianos, deixarei por conta do Carlos Fredrico que é o nosso expert na matéria.
Seja bem-vinda!

Gusmão disse...

Ué! Cadê a parte II?
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Caro Gusmão,
A segunda parte será publicada amanhã, segunda-feira; a terceira na quarta-feira e, finalmente, a quarta parte na sexta-feira.
Acompanhe pois o texto é interessante e as fotos são lindas.
Abraço

Gusmão disse...

Por que não publica as 4 partes de uma vez?
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Gusmão,
Trata-se de uma estratégia editorial, para obriga-lo a nos visitar diariamente (hahahaha).
Falando sério, é uma adequação aos habitos dos visitantes eventuais e seguidores; e com base estatística.
A segunda parte já está no ar.
Abraço

Helga Maria disse...

Sobre o comentário de voces, de que não sou visitante habitual, é porque só recentemente uma amiga me mandou um link do blog, a propósito de um post sobre confeitarias, no mês de junho.
Por curiosiodade naveguei no blog e encontrei posts antigos sobre viagens, que é um tema de meu agrado.
Mas confesso que atulmente leio cada vez menos blogs, estou preferindo o Facebook. Tenho vários amigos que têm blog e já não acompanho como antes.
Mas gostei desta narrativa.
Sucesso para voces.
Helga

Jorge Carrano disse...

Helga,
Pelo menos uma vez ou outra dê o ar de sua graça, para opinar, criticar, sugerir ou complementar
com informações adicionais o que não tenha sido abordado nos posts.
Obrigado