13 de julho de 2011

Os ambulantes

Atualmente chamamos de ambulantes, vendedores que estão fixos num determinado local, na via pública. Alguns com meros tabuleiros expondo suas mercadorias, outros instalados em barracas, com ou sem autorização das autoridades constituídas.

Na verdade esta denominação violenta a língua, pois contraria até mesmo o significado idiomático, segundo o pai da matéria, o tio do Chico, o popular Aurélio.

Vejamos: ambulante

[Do lat. ambulante.]
Adjetivo de dois gêneros.
1.Que anda:
Parece um defunto ambulante.
2.Que não permanece no mesmo lugar; que vai de terra em terra, ou de rua em rua; ambulativo, errante, erradio: músico ambulante;
ator ambulante.
3.Que funciona em local não fixo:
biblioteca ambulante. ~ V. cabide — e vendedor —.
Substantivo de dois gêneros.
4.Vendedor ambulante (q. v.)

E a atividade é perniciosa, pois lamentavelmente, se por um lado pode ser a alternativa para, por exemplo, deficientes físicos exercerem alguma atividade rentável, por outro lado abriga uma gama variada de atividades ilegais, muitas das vezes com o beneplácito da fiscalização. Assim é que vendem produtos roubados, por vezes falsificados e muitas vezes fruto de contrabando.

Rua do Ouvidor,
centro do Rio de Janeiro

Emporcalham as calçadas, atravancam o trânsito dos pedestres, sonegam impostos e prejudicam o comércio legalmente estabelecido com uma concorrência desleal.

Na verdade estamos falando dos camelôs, denominação que é um galicismo.

Um camelô ou vendedor ambulante – inadequadamente - é o nome comum dado aos vendedores de rua, do comércio informal ou clandestino, com banca improvisada, em especial nas grandes cidades. A denominação é inadequada pois se ficam em pontos fixos nas calçadas, então não seriam ambulantes, pois como vimos no Dicionário, ambulante é exatamente o oposto, ou seja, aquele que NÃO permanece no mesmo lugar.

A palavra, como dito, é um galicismo, que provém de camelot, (em francês, vendedor de artigos de pouco valor). E também neste particular a denominação não condiz com a realidade de nossos camelôs que vendem até aparelhos eletrônicos.

Sei que a legislação se refere a camelô como se ambulante fosse, mas quem disse que as leis estão sempre corretas?

Pessoalmenete coloco a tividade, que entendo predadora, que só contribui para o caos urbano não agregando nenhum valor, no mesmo patamar de outras coisas que me irritam, tais como motocicletas e mochilas.

Dos irmãos March (não confundir com Marx)*, porque amigos tolero, de um, o gosto por motos, do outro, o gosto por mochilas.

Filho caçula e irmã também estão liberados para uso de mochila, porque educados. O Carlos também é.

Quem compra de camelô está contribuindo para a receptação de mercadoria roubada, contrabando e sonegação fiscal para dizer o menos.

* http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Marx

Fotos: Google imagens

2 comentários:

Gusmão disse...

Eu não compro em camelô. Além de tudo vendem mercadorias ordinárias fabricadas na China.
Quase tudo contrabando mesmo.
Abraço
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Pois é, Gusmão. E quem compra sem Nota Fiscal não tem nem como reclamar e trocar coisas defeituosas.
Camelôs são uma praga a ser combatida e não estimulada comprando deles.
Valeu!