No cinema são recorrentes enredos que desenvolvem erros de julgamento. Muitas vezes os filmes que enfocam cenas de tribunais, nos conduzem por uma certeza quanto a inocência do personagem. Torcemos pelo veredictum de inocente, quanto mais não seja porque o protagonista, advogado de defesa, foi vivido por ator que admiramos. Ou porque a tese foi brilhantemente defendida.
E o que pode acontecer? Encerrada a sessão de julgamento, comemorações a parte, um diálogo ou uma cena do filme, deixam claro que o réu era culpado, para decepção do advogado que o defendeu, e principalmente para nós assistentes. Na ficção o tema já foi bastante explorado.
Na vida real também experimentamos surpresas e decepções e vemos nossos julgamentos apressados transformarem-se em dúvidas e até arrependimentos.
A decepção é muito grande quando nutrimos admiração e respeito por determinada pessoa, louvamos seus méritos e aplaudimos seus resultados e depois ficamos sabendo que tudo foi conseguido graças a fraudes, comportamentos ilícitos.
Exemplo deste caso seria o nadador Cesar Cielo, campeão olímpico e mundial, recordista mundial dos 50 m e dos 100 m livre, e maior nadador da história do Brasil; Cesar Cielo está envolvido em um caso de doping pela substância furosemida.
Agora empresário de outros atletas e dono de restaurante em São Paulo, Cielo, se confirmado o doping, será personagem de uma das maiores decepções que vivenciarei. Será que o restaurante chamado "Original da Granja", administrado pelo Cielo é confiável. Será que é original mesmo? E da granja?
No caminho inverso, Dominique Strauss-Kahn, todo poderoso do poderoso FMI, acusado de tentativa de estupro por uma camareira de hotel em Nova Yorque, que chegou a ser preso e libertado sob fiança para ficar em prisão domiciliar, e que todos julgávamos culpado, burro e de mau gosto, porque a tal camareira é uma baranga, talvez seja inocente (pelo menos desta acusação).
A camareira de hotel que acusou Dominique Strauss-Kahn de crimes sexuais seria uma prostituta e, depois do suposto incidente, teria falado com um amigo, traficante preso, sobre a oportunidade de lucrar com a denúncia.
Um investigador informou que a promotoria deve arquivar as denúncias contra Strauss-Kahn numa audiência judicial dentro de duas semanas, ou talvez antes, por causa das sérias dúvidas que pairam sobre a credibilidade da suposta vítima.
Culpados ou inocentes?
Fotos: Google imagens
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