15 de julho de 2011

Os lugares por onde andei

Este titulo, lugar comum, já utilizado à exaustão por poetas, cronistas e compositores, aqui no caso terá um complemento, ficando assim: os lugares por onde andei, como pessoa jurídica.

Sim porque muitos dos lugares onde estive, inusitados, exóticos, remotos, só fui por dever de ofício, a trabalho.

Litoral de Icoaraci
O que eu faria em 1968, por exemplo, em Icoaraci, distrito de Belém, no Pará, relativamente perto da ilha de Marajó, com quem mantém travessias diárias de balsa. Iria comer uma boa peixada – e isto tinha mesmo lá – ou tomar suco de açaí?

Na verdade fui porque a empresa onde trabalhava construiu um fábrica às margens da rodovia que liga Belém ou citado município de Icoaraci.

Esta mesma empresa também construiu no município de São Lourenço da Mata, em Pernambuco, outra fábrica, com incentivos fiscais da SUDENE. A de Icoaraci, também gozava de incentivos pois estava na área da SUDAM.

A diferença é que São Lourenço da Mata, na época,  1966, nada tinha, nem a peixada e nem o açaí.


Interior do Leite

A vantagem é que por causa desta viagem profissional, por conta da pessoa jurídica, pude conhecer Recife e Olinda, comer muita lagosta, conhecer um excelente restaurante em Recife, chamado Leite, onde havia um pianinho, ao vivo, fazendo música de fundo para os comensais.

São Lourenço fica na estrada que liga Recife a Limoeiro, e bem perto, coisa de 15 Km de Recife.

Tirem as crianças da sala pois vou comentar coisas impróprias nos parágrafos a seguir.
Em todas as cidades, com raríssimas exceções, os anfitriões, sejam os gerentes locais, sejam os responsáveis pelo empreendimento, além de me levar a bons locais, mais requintados, ou típicos, para comer à mesa, pela boca, também costumavam me levar para comer na cama, não mais pela via oral.

Nem sempre eu comia, mas olhava bem o que havia nas "vitrines". Para esgotar este assunto de uma vez e poder trazer as crianças de volta, informo ter conhecido boates, inferninhos e casas de tolerância famosas em diferentes lugares por onde andei. Conheci a boate Carimbó, em Belém, o Dragão Verde em Porto Alegre, e a mais importante casa de encontros (rendez-vous) que havia na época, frequentada por políticos, empresários, além, claro, de quem não sendo nem uma coisa nem outra, como eu, pudesse pagar o preço cobrado pelas bebidas e pela companhia das mulheres.


Casa da Eny
 Falo da Casa da Eny*. Uma da mais respeitadas e louvadas cafetinas, em seu estilo mais clássico. Ninguém atirava pedras na (G) Eny.

A casa ficava em Baurú, interior de São Paulo, cidade que também deu nome a um dos mais famosos sanduíches (veja receita original no rodapé).

Comi, pela boca e sentado à mesa, um prato que jamais pediria de moto próprio, espontaneamente: muçuã. Trata-se de uma pequena tartaruga que era encontrável nos rios da amazonia. Servida no próprio casco, no restaurante do Circulo Militar às margens do rio que corta a cidade de Belém.

Muçuã

Sim passei alguns dias em Belém, por conta do trabalho em Icoaraci, que dista cerca de 20 Km da capital.

O muçuã  é uma pequena espécie sul-americana de tartaruga de água doce que se alimenta especialmente de peixes, girinos, insetos e algas.




Receita original do sanduiche bauru: A receita do sanduíche Bauru, como se elabora na cidade, é originalmente a seguinte: pão francês, rosbife, fatias de tomate, rodelas finas de picles de pepino e queijo branco derretido na água



* Quem quiser saber mais sobre a casa da Eny, entre aqui:  http://www.google.com.br/search?q=casa+da+eny&hl=pt-BR&rlz=1R2ADRA_pt-BRBR417&biw=1024&bih=540&prmd=ivns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=6eoeTsflDcTTgQfE4vitAw&ved=0CD8QsAQ


Todas as fotos são encontrávei no Google


6 comentários:

Gusmão disse...

Aaqui em Niterói, tiivemos a "churrascaria" da Rua Desembargador Lima Castro, e na Rodovia Amaral Peixoto, as casa do Beto e da Dinah.
Nada que se comparasse a Casa da Eny, frequentada até pelo Janio Quadros.
Eram bons tempos em que as mulheres vinham até sua mesa e com aquela voz lânguida pediam: "paga uma cuba, bem?!"
Abraço
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Gusmão,
No Catete e em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, tinha várias casas.
Mas prefiro chamar atenção, no post, para a muçuã e para a traíra, sem espinha, cortada em toletes. Agora tem moqueca também.
Abraço

Carlos Frederico disse...

Em minhas andanças por São Paulo capital, nos idos de 1975, observei um detalhe curioso. Eu, por conta de economia, ficava nuns hoteizinhos de 1 estrela no centro, indicados pelos colegas. Você não subia com uma mulher de programa nem pagando ao porteiro! Era para manter a moralidade das modestas casas. No entanto, num de 4 estrelas, o garçon nos apresentou o "cardápio" de moças em plena mesa. Isso me aconteceu tb em BH, num respeitável 3 estrelas bem no centro.

Jorge Carrano disse...

O Gusmão e o Carlos deram mais ênfase a parte da narrativa que fala de mulheres, em especial de prostitutas, quando na verdade este era apenas um pequeno apêndice.
Peço-lhes que seja dada mais atenção ao que se come pela via oral. hehehehe, ou kakakaka, ou tsk, tsk, tsk.
Abraços para ambos.

Gusmão disse...

E eu não estava falando de peixe?
Piranha é o que?
Abraço
Gusmão

Freddy disse...

Tá bom, não falemos de piranhas.
Quando ao Bauru, eu conheço sua receita "traduzida", ou seja, fatia fina de filé (ou outra carne macia) com queijo prato derretido, mais alface e tomate no pão francês.
Não conheço Belém, na verdade cidade alguma da Região Norte, nem dos Matos Grossos.