8 de julho de 2011

Inverno bissexto

No Rio de Janeiro – área metropolitana – não faz frio de verdade. Ou melhor, corrigindo, faz frio moderado, em alguns anos. Nunca nada comparado ao que faz nas serras gaúcha e catarinense.

Diria que os cariocas, e fluminenses da baixada, de Niterói e de São Gonçalo, temos inverno bissexto. Em alguns anos mais rigoroso, com cara mesmo de inverno para nossos padrões, e em outros aquele inverno mentiroso, que “dá praia” para os mais chegados em banho de mar. Puloveres e suéteres não saem dos armários.

Este ano de 2011, com temperaturas atingindo até 12 graus (acreditem), estamos num ano bissexto de inverno, no Rio. Pensei que o frio que estou sentindo pudesse ser atribuído à idade, agora já mais avançada. Mas vejo pessoas muito mais jovens reclamando da friagem. E o suéter, com cheiro de naftalina, voltou ao guarda-roupa diário.

Sou friorento, prefiro o calor se tiver que optar. Embora entenda que temperaturas oscilando entre 22 e 24 graus sejam as mais civilizadas.     

Nunca peguei temperaturas muito baixas, em invernos profissionais, com carteirinha de frio intenso, neve. Inverno de verdade, daqueles que podem matar, nunca peguei nem mesmo na Europa ou Serra Gaúcha, eis que nunca viajei para o velho continente no inverno (nem no verão, por outras razões). Sempre viajei na primavera ou, preferencialmente, no outono. Então a temperatura mais baixa de que me lembro foi de 5 graus, em Viena. Mas esta temperatura baixíssima, para mim, de 5 graus, peguei também em São Paulo, numa madrugada na Estação Rodoviária.

Dizem que no Natal a cidade de Gramado é linda, e a julgar por imagens disponíveis deve ser mesmo. Prefiro o chopp na área externa de um bar da Rua Coberta, do que o chocolate quente numa casa especializada.

Mas frio não é comigo, mesmo considerando que apetece chocolate quente com canela, fondue, e que os vinhos ficam mais saborosos.  Ainda prefiro o verão, a sunga, pé descalço, chopinho ou cerveja bem gelada, que evapora na garganta ao primeiro gole. E mulheres mais a vontade. Menos elegantes, por certo, mas mais interessantes.

Já são passados 3 dias com influência de massa polar, tomando sopa no jantar, e não sou urso, que pode hibernar.

Dizem que é bom para dormir, mas pergunto: e para acordar? Dizem que é bom para comer, e pergunto: para no verão fazer dietas e frequentar academias para perder o peso?

Vou parar por aqui, pois os dedos estão ficando duros. Lá fora está fazendo 15 graus. Brrrrrrr!


Fotos de fondue e Gramado, e ilustração do sol, obtidos no Google.

10 comentários:

Carlos Frederico disse...

Prezado Carrano
Eu adoro frio.
Parêntesis: parece que o meu corpo não, mas isso é outra estória...
Gramado é minha opção anual de passeio, geralmente no Natal Luz (verão) mas algumas vezes fui em meia estação e consegui ver neve na manhã de 16 de setembro de 2011. É, eu estava na Cascata do Caracol na hora do ataque às Torres Gêmeas...
Mas o que quero dizer é que adoro frio. Já fui a Bariloche só pra andar na neve, nos passeios ao Chile fiz questão de visitar Portillo e Valle Nevado.
E comprei a casa em Friburgo por causa do frio. Só que de vez em quando o clima exagera. Tomar café da manhã numa cozinha a 10 graus é um ato de coragem absoluta. É, porque numa casa sem aquecimento de manhã cedo a coisa beira o terror, mesmo pra quem gosta de frio como eu! Lá o sol só banha meu telhado a partir das 9. Até lá, mesmo vendo o céu azul, a temperatura interna ainda é a da madrugada.
Mas eu gosto.
Ontem mesmo estava em Petrópolis a 14 graus, garoa fina, andando na rua apenas com um pulover sobre a camiseta. E boina, minha atual marca registrada!

Carlos Frederico disse...

Carrano, o assunto é vasto, vou fazer mais uns comentários.
Eu vivi em Munique de maio a dezembro de 1977 de modo que peguei desde a primavera, verão até o final do outono. A partir de novembro, a neve começou de leve e próximo ao dia de ir embora já se andava sobre neve acumulada nas ruas. Cenário de Natal.
Tinha dias que eu ia pelas ruas olhando pra cima, para deixar a neve bater no meu rosto! Chegava no trabalho que nem Papai Noel, barba branca - e dura - de gelo!

Sobre o Natal Luz de Gramado, é um passeio que recomendo a todos, de todas as idades. É uma época maravilhosa numa cidade que nem parece Brasil. Eventos de excepcional beleza atraem público de várias faixas etárias. Só é ruim pela quantidade imensa de turistas, mas nem tudo é perfeito, certo?
Pelas minhas contas, acho que irei pela 13a vez neste ano, sendo meu 7. Natal Luz. Qualquer dia desses me torno guia em Gramado!

Jorge Carrano disse...

Carlos Frederico,
Concordo inteiramente com você sobre Gramado nem parecer Brasil e acho reazoável que seja sua opção preferencial em termos de turismo interno.
Acho mesmo que é das poucas cidades brasileiras que tem boa infraestrutura turística, ai incluídos rede hoteleira, restaurantes com boa comida e bom atendimento, bons locais para passeios e, o mais importante, o povo parece estar preparado para nos atender, com edução, solicitude e eficiência.
Alíás que toda a região serrana é muito bonita e com atrativos, com suas vinículas, cafés coloniais, etc.
Até mesmo a pequena Nova Petrópolis tem seus encantos. Nosso amigo Ricardo dos Anjos, que de vez em quando faz aparições comentando aqui no blog, gosta tanto de Nova Petrópolis que está pensando em vender a casa de Teresópolis, onde reside, para mudar pra lá, trocando uma serra por outra.
Abraço

Jorge Carrano disse...

Prezado Carlos Frederico,
Quanto ao inverno/frio que é o tema do post, acho até bonitas algumas paisagens das montanhas nevadas, mas só para ver em fotos ou DVDs. Bariloche, por exemplo, com gente esquiando, só vejo em DVD que comprei lá quando do passeio pelos lagos andinos (no verão).
Só de ver a neve caindo começo a espirrar (rsrsrs).
Abraço e obrigado pelos comentários.

Gusmão disse...

Minha prima diz que pegou menos 8 graus (-8º) em recente viagem a Santiago, no Chile. O problema para quem quer ir esquiar é a poeirada do vulcão, que está interditando aeroportos.
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Por falar no vulcão, assisti ontem, no telejornal, que a cidade de Bariloche está tomada pela poeira, prejudicando o turismo.
Subi uma vez de teleférico até o alto do Cerro Catedral, mas as pistas de sky estavam com o solo aparente pois não havia neve...felizmente. Ainda assim, senti um baita frio, em pleno verão, período de carnaval.
Nem pinguin suporta muito frio. De vez enquando aparecem aqui em nosso litoral em busca de águas mais quentinhas.
Abraço aos caros visitantes do blog.

Anônimo disse...

Só para constar. Hj, 08 /07/2011 às 2 horas da tarde os termômetros marcavam 10 graus na Várzea, em Teresópolis. Este é um dos bairros mais quentes da cidade.

Carlos Frederico disse...

Sinto muita pena dos moradores de Bariloche. É uma das mais lindas cidades do mundo, rivaliza com muitas famosas da Suíça e Áustria e está ali, a nosso alcance.
Eles vivem de turismo de inverno, basicamente de brasileiros, e nos tratam muito bem. Uma ocorrência dessas destruiu toda a programação de 2011, quem puder se aguentar até 2012 sobreviverá, quem não, falirá.
Torço para que eles sobrevivam, é um de meus destinos favoritos.

Jorge Carrano disse...

Inteiramente de acordo, Carlos, com relação a Bariloche, aliás, como eles andam dizendo, brasiloche, tal a invasão de brasileiros nos últimos tempos.
Tendo ouvido este comentário lá, respondi dizendo que é um revide pela invasão argentina em Búzios e Camboriú.

Jorge Carrano disse...

Depois deste verão de 2014, mudei de opinião.
Que calor é este gente?
Quero os 10 graus da Várzea em Teresópolis.