11 de julho de 2020

PRÁTICAS, HÀBITOS E COSTUMES QUE PERMANECERÃO


No Rio de Janeiro, no dia 2 último, primeiro dia de autorização para reabertura de bares e restaurantes, o que se viu foi o total desprezo de frequentadores pelas normas de convivência em vigor, que estabelecem o distanciamento social, inclusive o simples dever de utilização de máscara.

No bairro do Leblon, na rua Dias Ferreira e outras, as pessoas se aglomeraram nos bares, os quais em alguns casos ocupavam além da calçada defronte, faixa da pista de rolamento de veículos, atravancando o trânsito. Era como se o mundo fosse acabar no dia seguinte.

Vejam as imagens da total falta de apreço destas pessoas pelas regras, pelo bom senso, pela educação e respeito ao próximo.

Muito provavelmente as surubadas continuam acontecendo e, claro, sem uso de máscaras, pois parte substancial  da brincadeira depende das bocas.

Aguarda-se o judiciário se manifestar, provocado pelos promotores de eventos do gênero, que à falta de um protocolo definido pelo mundo acadêmico, composto por  infectologistas, epidemiologistas, e assemelhados, as organizam sem critérios cientificamente aceitos, ponderando que a coisa mais bisonha e bizarra que alguém poderia propor seria organizar uma surubada.

Alerto que a degustação deste pinot noir (uma das mais nobres castas viníferas) não está proibida. Já a prática física continua não recomendável segundo a OMS.


Passada a pandemia – coisa que ansiamos – o que restará sedimentado nos usos e costumes?

O home office, por exemplo, revelou-se eficiente em vários setores da atividade profissional e funcional. Advogados, contadores, despachantes e outros podem atender aos seus clientes remotamente, com utilização dos meios eletrônicos disponíveis, tais como WhatsApp (em mensagens de texto e contato de vídeo), endereço eletrônico, ou o mero contato telefônico, tudo através do smartphone. Uma impressora completa o kit que permite o trabalho remoto.

Muitas empresas de grande porte estão satisfeitas com os resultados obtidos com o trabalho à distância e manterão, por certo, esta fórmula mesmo depois da pandemia, nem que seja para parte de sua equipe.

Para os assessores de gabinetes parlamentares, os tais das rachadinhas (nos três níveis), esta rotina será um achado. Ficarão livres de denúncias de que não frequentam os gabinetes onde estariam lotados.

Lavar as mãos com água e sabão é um hábito que já deveria ter sido incorporado ao nosso cotidiano. Claro que para tanto será necessário que toda a população, inclusive as periferias e comunidades localizadas nos morros, disponha de água encanada.

As máscaras, no sentido figurado, sempre existiram e continuarão a existir enquanto alguns artistas e jogadores de futebol ficarem deslumbrados com o sucesso, por vezes efêmero.

Já as de pano, usadas como barreiras físicas para vírus, fungos ou bactérias, deveriam ser usadas sempre que venhamos a contrair gripes e resfriados, ou quaisquer outras doenças capazes de contaminação pelas vias respiratórias.

Deveria ser um item de posse natural, assim como o preservativo, também conhecido como camisinha, que deve estar sempre na bolsa ou no bolso porque nunca se sabe ... vai que ...

Os orientais, em especial os japoneses, desde há muito cultivam este hábito. A necessidade criada pelo coronavírus não foi novidade ou desconforto para eles, que estão num nível de educação e respeito no convívio social muito acima do nosso.

Alias que educação, lato sensu, é uma das nossas grandes carências. Seja a caseira, desde o berço, seja a formal nas escolas e universidades. Não temos nem mesmo um ministro idôneo, sensato, equilibrado, isento de preconceitos, sem paixão ideológica exacerbada, capaz de dialogar com contrários, então o que esperar como resultado?

O Bozonaro no seu processo de tentativa e erro terá a quarta oportunidade de acerto. Na área da saúde desistiu da terceira tentativa, deixou por lá o general que já estava na equipe que acabou um provisório definitivo.

Quando seremos uma Coreia do Sul, em matéria de ensino?

A educação caseira, doméstica, transmitida de pais para filhos está em franca e progressiva degradação. Claro que existem exceções, mas a regra geral é desoladora. As mães não têm tempo para educar, ocupadas que estão em seus afazeres profissionais, nos mais diferentes setores do serviço público e atividades privadas.

As mulheres que há vinte anos ao chegarem aos estádios com seus maridos, namorados ou amigos perguntava quem era a bola, agora comandam as resenhas esportivas e comentam atuação de jogadores.

As grandes aglomerações, no Brasil do carnaval, do futebol, dos bailes funk, dos protestos contra e favor do Bozonaro, jamais serão controláveis.

As lives, espero, não devem frutificar. Isto é mais uma esperança, um desejo,  do que uma previsão.

Compras pela internet já vinham crescendo e deverão crescer ainda mais um pouco. Para alguns itens de consumo é uma comodidade, sem dúvida. Quando houver maior seriedade e responsabilidade dos fornecedores, aumentará a credibilidade no recurso que pode vir a se consolidar. 

Enquanto tal não ocorre a solução é recorrer aos juizados especiais,  intitulados no passado de pequenas causas e com base no Código de Defesa do Consumidor, pedir reparação material e moral.

Por fim informo que não há comprovação científica de que a cloroquina pode minorar os efeitos dolorosos de unha encravada e que seus efeitos colaterais contraindicam seu uso também como contraceptivo. 

Nota: 
1) Acabara de escrever o post foi divulgada a nomeação do novo ministro da educação, o quarto deste governo.

2) Matéria sobre aglomerações em bares no Rio de Janeiro.
https://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-promete-fiscalizar-mas-barra-sextou-com-bares-cheios-clientes-sem-mascaras-um-dia-apos-noitada-no-leblon-1-24515473

4 comentários:

Jorge Carrano disse...


IMPERDíVEL

Conversa com Bial, de ontem.

https://gshow.globo.com/programas/conversa-com-bial/episodio/2020/07/11/videos-do-episodio-de-conversa-com-bial-de-sexta-feira-10-de-julho-de-2020.ghtml

Riva disse...

Vai normalizar e tudo será como antes. Deve demorar um pouco para as empresas e o comércio se recuperarem, e tal qual outras ondas, senoides, tudo será como antes, como sempre foi, vai virar História.

RIVA disfarçando o nervoso de amanhã disse...

Vou comentar, mesmo sabendo que dificilmente alguém vai voltar num post publicado há alguns dias pra ler comentários. A intenção é deixar registrado meu depoimento para o futuro.

Estamos todos plugados na TV, mas não na TV como TV. Numa tela onde podemos assistir aos filmes do NETFLIX, AMAZON, videos do YOUTUBE. TV aberta vai morrer.

Hoje minha nora alemã disse que no 1º semestre já assistiu 6 séries do NETFLIX e leu 13 livros. Eu, que lia 2 livros por mês, estou agarrado no celular e no laptop e, acreditem, não li 1 página sequer de livro nenhum (na verdade só tenho 1 para ler). Acho até que estou com uma estranha dificuldade de ler .... kkkkkkkkkkk.

O iPhone emite um relatório semanal do que vc fez de entretenimento no aparelho, e meu filho descobriu que assistiu a 20 horas de Youtube na semana !

Isso vai ficar, porque com o aumento do home office em nossas vidas, teremos muito mais tempo para esses atrativos, sem perder tempo indo e voltando para o trabalho. Isso se chama QUALIDADE DE VIDA, para quem souber como aproveitar bem essa mudança radical em nossas vidas.

Ginástica, leituras, filmes, música, namorar, tomar um vinho mais cedo, enfim, estamos caminhando a passos largos para mais tempo para nós mesmos, e para compartilhar com quem gostamos de estar.

A pandemia também nos mostra um lado bom, imperceptível na nossa correria habitual e insana.

Se você conhece a TEORIA DO CAOS e viu o filme EFEITO BORBOLETA, sabe do que estou falando.





Jorge Carrano disse...


Como a intenção do Riva, acima, é de deixar um registro, vale informar que o jogo de amanhã, por ele aludido, será o da decisão do Campeonato Carioca, versão 2020, a ser disputado entre Fluminense e Flamengo.

O favoritismo do Flamengo é enorme, mas em futebol nunca se sabe, né?

Como diria o filósofo são onze contra onze dentro do campo (rsrsrs).