27 de julho de 2015

Jogos Pan-Americanos 2015 – Toronto – Canadá

A festa/solenidade  de abertura foi chinfrim. E a de encerramento, ontem, foi chatíssima. Boring, boring,  boring.

A organização não foi perfeita, com algumas deficiências bem claras. Não havia imagens disponíveis relativas a todas as competições (as emissoras de TV lamentaram muito, e nós também), algumas transmissões foram de nível amadorístico (esportes sem tradição no Canadá), algumas falhas de planejamento e controle durante disputas, enfim não merece nota 10. Sobretudo em se tratando de um país de primeiro mundo.

O nível das arbitragens foi fraco, mas aí o problema não é somente do organizador. Entretanto, a falta de recursos tecnológicos para corrigir falhas de arbitragem foi problema canadense. Por exemplo o desafio (challenge) no voleibol, amplamente utilizado, não havia no ginásio das finais masculina e feminina. Uma vergonha.


Tocou ou não  no bloqueio?

Mas nas quadras, tatames, piscinas, estádios e pistas o Canadá foi muito bem, fez bonito. O mais representativo foi a vitória do basquete feminino sobre a seleção dos USA,  o que nunca havia ocorrido antes, e valeu o lugar mais alto do pódio, com o hino executado.

E o segundo lugar no resultado geral foi muito digno. Respeitável e elogiável.

O Brasil conquistou menos medalhas de ouro  (que são as que importam, afinal), do que na edição passada em Guadalajara, no México, quando conquistamos 48 douradas. Agora foram 41.

Estamos regredindo. No Rio de Janeiro, em 2007, ganhamos 52 medalhas de ouro. Em, 2011, em Guadalajara, 48 e agora em Toronto 41. Na próximo Pan-Americano, pelo andar da carruagem não chegaremos às 40.

E se no Pan foi assim, imagina nas Olimpíadas com as potências esportivas europeias e asiáticas competindo.

No quadro geral ficamos na terceira posição, atrás de USA e Canadá, mas na frente de Cuba. Cuba que, diga-se de passagem, também vem piorando seu desempenho.

Basquete, campeão
Boas surpresas foram o basquete masculino e o handebol tanto o masculino quanto o feminino. No atletismo desempenho muito fraco. Tirante um ouro nos 5.000 feminino, nada muito relevante conseguimos, porque a medalha de bronze nos 4X100 para homens deveu-se à sorte.

E o voleibol masculino perdeu incrivelmente, de virada, para a Argentina, que parecia morta no quarto set, quando colocamos cinco pontos de frente e permitimos a reação. Era para liquidarmos em 3X1, mas faltou equilíbrio emocional.

Futebol feminino, campeão
No futebol as mulheres foram bem e conquistaram o ouro. Mas os marmanjos do sub-22,  que integram  equipes profissionais, até no exterior, foram eliminados pelo Uruguai, perdendo por 2X1 (lembrei de 1950).

Quem ainda disser, ou mesmo pensar, que temos o melhor futebol do mundo, ou é um imbecil, ou nada entende do esporte, ou está à soldo da CBF.

No mundial sub-20 perdemos a final; na recente Copa América perdemos vergonhosamente, e agora no Pan ficamos com o bronze e lamba. Ainda assim parindo um ouriço para ganhar do "poderosíssimo" Panamá na prorrogação. Pode isso?

Luan e Bressan
Esse Panamá é aquele país que jamais disputou uma copa e deu canseira na fase classificatória quando, perdendo por 3X0, chegou ao empate e quase vira sobre o Brasil com a zaga formada por Alan e Bressan, que jogam em timecos do Rio. Não falo dos clubes, e sim de suas equipes atuais.

Em resumo, se já estava um pouco preocupado com a figura que faríamos nas Olimpíadas, aqui no Rio de Janeiro, agora tenho a certeza que até esqueceremos o vexame dos 7X1.

Espero que economicamente seja interessante para a cidade  e quanto ao aparelhamento urbano deixe-nos algum saldo positivo, porque os pódios nossos atletas verão de longe.

Se queimar minha língua (ou as pontas dos dedos aqui utilizadas), ficarei feliz.

18 comentários:

Riva disse...

Não acompanhei os jogos Pan. Na verdade nunca me interessei.

Não vejo nenhum sentido nessa despesa para uma cidade, assim como não vejo nenhum sentido em gastos para realizar uma Olimpíada, uma Copa. Deve ser aproveitado o que a cidade (com a grana do cidadão de lá) puder disponibilizar. Se não serve, um abraço, procurem outra cidade.

Mas aí surgem os ratos e ratazanas com a verborragia do vamos fazer, melhorar a infraestrutura da cidade, etc, e a conta vem depois para a população .... massacrante !

Aqui a conta está chegando. Elefantes brancos que têm um enorme custo operacional, vazios no campeonato Brasileiro. E vai piorar, com o custo para as Olimpíadas.

Nosso nível de Educação e Saúde é uma vergonha, e consequentemente nos esportes também.

Estou realmente me lixando para as Olimpíadas aqui - preocupação mesmo é com a segurança de Niterói, que vai ser invadida pelos vagabundos de lá.

Quero saber é das contas do TCU ..... 40 bilhões em pedaladas .... esse sim, um esporte em que somos campeões mundiais !!!! Mas ainda não faz parte das Olimpíadas.

Quero ver também as eleições federais, estaduais e municipais todas na mesma data e mesmo ano, para o país tentar produzir alguma coisa durante os 4 anos entre eventos.

Jorge Carrano disse...

Riva, que joga de forma vigorosa, entrou de sola.
De minha parte acho que está na regra do jogo democrático. Estou parcialmente de acordo.

Jorge Carrano disse...

Os cubanos são bons na corrida. Na corrida para fora dom país.
Alguns aproveitaram e se mandaram:

http://espn.uol.com.br/noticia/530639_cerca-de-30-atletas-cubanos-desertaram-durante-jogos-pan-americanos

E querem sabe, se eu fosse atleta brasileiro daria um jeito de pedir asilo ao Canadá.

Jorge Carrano disse...

No voleibol perdemos todas. Duas vezes, no mesmo dia, para os USA. No Gran Prix e no Pan-Americano. Isto as meninas, porque entre os marmanjos foi pior, perdemos a final para a (hmmmmm) Argentina.

Riva disse...

Ok, posso ter exagerado, mas é o que realmente penso e sinto. Os esportes sempre foram abandonados no Brasil pelo governo e pela iniciativa privada.

Não temos essa cultura, essa educação, não enxergamos o esporte como vetor de qualidade para a vida das pessoas e consequentemente para o desenvolvimento social da população. Então, o resultado será sempre desanimador.

Insisto em que o 7x1 tem um significado muuuuuuuito mais amplo do que um resultado de uma partida de futebol. Ele representa a distância quântica do Brasil para a Alemanha em QUALQUER assunto que se ponha na mesa do Berê Pub.

Já disse certa vez que tenho vários amigos, que são amigos dos meus filhos. E isso se deve a uma liga, um visgo que existe entre nós em virtude do futebol dos garotos no Instituto Abel, por anos e anos. Eu mesmo fui treinador deles por 10 anos seguidos. Então estou sempre com eles, em eventos, aniversários, ncontros casuais, etc.

Dois desses casais saíram do Brasil recentemente : um para o Canadá (estão próximos a Toronto) e outro para a Austrália. Segmentos ? Engenharia, medicina e academia de jiu-jitsu.

E muitos outros planejam ir embora .......

Obrigado PT, de nada !

Jorge Carrano disse...

Pois é, Riva, como comentei adredemente, faria como os cubanos, se houvesse uma chance de ficar por lá.
E que pena não ter menos uns trinta anos. Meu objetivo de vida seria morar em um país civilizado. Quando se é mais jovem tem-se esperança. Quebrei a cara.

Jorge Carrano disse...

Para os amantes de futebol, como espetáculo, como arte, sem paixão clubística, as férias estão acabando no futebol europeu. No dia 2 de agosto tem a decisão, em jogo único, da Supercopa da Inglaterra, em Wembley, com o clássico londrino Chelsea x Arsenal. A rivalidade entre José Mourinho e Arsene Wenger é um dos ingredientes deste confronto.
No caso eu tenho uma leve paixão clubística, não parecida como a que tenho pelo Gigante da Colina, mas vale assistir independentemente da torcida.
Bom estádio, que estará lotado, dois bons elencos que embora em início de temporada (será o primeiro jogo oficial de ambos), mostrarão futebol competitivo e de bom nível técnico.

Riva disse...

Morar em um país civilizado ...... para onde eu iria, se conseguisse esquecer minhas raízes, e deixar para trás meus filhos ? Sim, porque filhos deixam os pais para trás, mas o inverso .....

Well, superando isso, seria com certeza algum lugarejo nos EUA, na Nova Inglaterra ou na California.

Sem ser EUA ? Nova Zelândia.

Freddy disse...

A maior dificuldade para o imigrante é a receptividade pelo novo país. Por motivos que desconheço, já que brasileiro recebe todo mundo bem, o estrangeiro é sempre visto como tal na maioria dos países de 1º mundo. Mais cedo ou mais tarde você acaba discriminado em algum aspecto, nem que seja no simples cotidiano. Alguém conhece um canto aprazível onde isso não aconteça?

Riva disse...

Depende de tanta coisa, muitas de vc mesmo, como se apresenta ao local, de quem se aproxima, etnias do bairro, etc.

Sei que existem casos estranhos em vários lugares, mas eu, pessoalmente nas minhas relações, conheço muitas pessoas que se deram super bem para onde foram viver : Argentina, Nova Zelândia, Tailândia, Austrália, várias cidades americanas, Espanha, Inglaterra, Portugal, etc. Meu filho Breno, p.e., morou muito tempo em Estocolmo e em Ljubljana, e tb em Cambridge, e só fez amizades.

Já por aqui .... recentemente encontrei uma amiga que não conseguiu se socializar em uma cidade do sul.

Kayla disse...

Gente, uma passadinha rápida para marcar presença. Estou fora dos limites da tecnologia, o que no Brasil não é difícil.
Discordo do Sr Riva. Não me ligo em competições mas parece que só no Brasil elas significam prejuízo e corrupção. No primeiro mundo - tão distante de mim - já existe infraestrutura e tudo funciona.
Copas, olimpíadas e outras festas ajudam a motivar os jovens para o esporte.
Falando em exílio, em asilo e outras fugas, meu destino seria uma praia ensolarada no Caribe, pra viver de luz. ashuashuashuashua.

Jorge Carrano disse...

Que bom que regressou, Kayla. Foi tudo bem na viagem? Aproveitou bem? Depois, via e-mail, conta as novidades.
Contamos com sua participação nos debates da mesa do Berê Pub.

Riva disse...

oi Kayla !!!!!! seja bem vinda de volta !

Olha Kayla o que a cidade de Boston fez. Plebiscito e resultado foi NÃO queremos nos candidatar às Olimpiadas.

É assim que deve ser feito, com a participação da população no projeto de melhorias da cidade, e seu respectivo custo, pois é a população que vai pagar.

Alguém nos perguntou se queríamos, quais os benefícios e quanto custaria ? Vc vai ver a quantidade de obras inacabadas e desnecessárias. Infelizmente sim, no Brasil está assim.

Bjs ! Volte sempre.

Jorge Carrano disse...

Sabe porque o resultado foi não, Riva? Por causa dos açorianos que são muito sovinas (rsrsrs). Foi só um chiste porque Boston tem também uma expressiva população de brasileiros.

Paulo, num estado democrático, república federativa, o povo participa via câmaras municipais, assembleias legislativas e congresso nacional. Se escolhemos errado os resultados são errados.

Os membros do legislativo, nos três níveis, como regra geral, vendem-se aos executivos respectivos.

Freddy disse...

Aqui nenhum plebiscito jamais resultará na melhor opção - só por mero acaso.
A maioria de nosso povo (a massa) não tem condições culturais para julgar uma questão e votar bem.
Estamos lascados, infelizmente.

Riva disse...

Boston concentra o maior número de hermanos nos EUA.Inclusive na Copa de 94 foi a cidade escolhida para a Argentina, em função disso.

Aqui realmente estamos ferrados, mesmo envolvendo o povo num plebiscito. Tudo está ou dá errado ... que fase !

Andando ontem por Niterói quase fomos atropelados 2 vezes por ciclistas. Uma por "nossa culpa", pois a ciclovia é mão dupla, e só olhamos para um lado. E a outra porque ciclistas não respeitam sinais de trânsito. O sinal fechou para os carros, atravessamos, e eles não pararam. Nessa confusão pedestres x ciclistas, meu filho caçula quebrou o braço ontem à noite no calçadão de Icaraí - ele é ciclista.

Meu filho que mora na Antuérpia disse que tanto na Bélgica quanto na Holanda, motocicletas podem usar as ciclovias. Imagima se liberarem aqui !!!!

E para fechar, futebol :

GUERRERO já é o 2º maior ídolo da história Daquele Time do Mal. Só perde para JOSÉ ROBERTO WRIGHT. (fecha o pano de chão)

Freddy disse...

Testemunho de amigo meu que está sempre na Holanda: é sobre ciclomotores.
Eles têm uma velocidade máxima permitida de 40km/h e uma determinada faixa para trafegar.
Se você é flagrado acima da velocidade máxima, paga uma pesada multa e seu ciclomotor é apreendido. Dependendo do quilate da infração, danos causados ou reincidência, ele pode ser devolvido ao dono prensado do tamanho de uma maleta. Se você não cumpre a lei não tem o direito de possuir um ciclomotor. Simples assim.

Aqui o veículo da autoridade (seja policial ou da administração pública) infringe a lei trafegando em alta velocidade e parando em locais proibidos, só para demonstrar a tal "otoridade".
Vergonhoso.

Jorge Carrano disse...

Importação de técnicos e atletas:

http://espn.uol.com.br/noticia/533414_para-nao-fazer-feio-em-casa-brasil-importa-treinadores-e-atletas