26 de julho de 2015

No correr da pena

É dar liberdade ao pensamento e deixa-lo fluir naturalmente. As ideias, opiniões e lembranças vão aflorando, e através, agora, do teclado do laptop e não mais como no passado com a Parker 51 ou teclado da Remington Rand, vão sendo registradas.


Herdei de meu pai a Remington e também a caneta, que já foram repassados para meu primogênito.


Nunca me dei bem com caneta tinteiro, como de resto nem com lápis ou esferográfica. Minha caligrafia é um horror. Um misto de preguiça e de falta de "cadernos de caligrafia" no primário.

Quando escrevo à mão ninguém consegue ler. Muitas vezes nem eu mesmo se passado algum tempo (rsrsrs). Risos envergonhados (rsrsrs).

Tive, anos mais tarde, uma Olivetti portátil como a da foto. Aliás que ainda a conservo no escritório.

Além da caneta Parker, herdei de meu pai um isqueiro Zippo e dois pares de abotoaduras. Tudo repassado para meu filho mais velho, para que ele não tivesse que aguardar meu óbito.

Falo só de pequenas coisas materiais herdadas. Não me refiro aos dotes de caráter, responsabilidade e integridade moral que me legou. E que imagino ter também transferido para meus filhos.

Deixei de fumar em 1982, na Semana Santa, de estalo e sem recaída. Daí que o isqueiro perdeu a função e as abotoaduras saíram de moda com as camisas de punho duplo (quem lembra delas?)

Recentemente o Jorge (o primogênito), ia a uma festa em traje a rigor e me telefonou: "pai, você tem uma gravata borboleta?" Respondi: tenho duas (daquelas de nó pronto) assim como dois cravos de lapela e dois lenços de seda para o  bolso do smoking.

Os mais jovens não sabem que antigamente, anos 1940 e 1950, havia bailes de formatura de curso ginasial, com traje a rigor, ao som da orquestra de Waldir Calmon, nos amplos  salões da Associação dos Empregados do  Comércio, na Av. Rio Branco, no Rio e Janeiro.

Outra famosa orquestra na época era a Tabajara, comandada por Severino Araújo. Eram tão disputadas pelos diferentes colégios para seus bailes de formatura,  que as agendas comemorativas dependiam da disponibilidade das orquestras. Não lembro se Ed Lincoln já disputava  a preferência dos formandos.

Às escondidas dos pais, moças e rapazes tomavam cuba-libre (run com Coca-Cola).

Nos bailinhos caseiros, nas casas do(a)s colegas de escola, dançávamos os boleros que eram sucessos com  Gregório Barrios e Lucho Gatica, nas gravações da orquestra "Românticos de Cuba". Ou da orquestra de Ray Connif, na eletrola hi-fi.

Deixando o passado e voltando ao presente, penso com meus botões que sentido faz a execução de hinos nacionais  nas cerimônias de entrega de medalhas de competições internacionais (Olimpíadas, Pan Americano, mundiais, etc).

Muitos dos atletas vencedores nasceram em países diferentes e ou se naturalizaram, ou adotaram a nacionalidade da mãe por opção.

As razões nem sempre, geralmente não, têm raízes patrióticas. O atleta é de nível médio e não teria índices para competir, por exemplo, pelos USA. Então faz opção pela nacionalidade da mãe - jamaicana - e com isso vira atleta de ponta daquele pais caribenho.

Esse exemplo citando a Jamaica é infeliz. No que se refere a corridas, de curta e média distâncias, os velocistas jamaicanos são excelentes. Os naturais do pais mesmo.


O Brasil anda naturalizando atletas de polo aquático o que nos permitirá ter uma equipe forte nas Olimpíadas do ano que vem. Nosso time é quase todo de gringos. Leiam:
http://observatoriodoflu.com.br/noticias/2015/06/from-brazil-selecao-de-polo-aquatico-aposta-em-gringos-e-levanta-debate-sobre-naturalizacoes


No tênis de mesa feminino temos uma chinesa naturalizada  e até medalhista no Pan. No basquete masculino temos na equipe o americano Larry Taylor, nascido em Chicago, também naturalizado brasileiro.

Em muitos casos fica até  constrangedor para o atleta no pódio não saber cantar o hino do país que representou. Então pergunto para que o hino? Que sentido faz?

Um esgrimista que conquistou medalha de bronze para o Brasil, agora no Pan, sequer fala português.

No que respeita a técnicos desde há muito eles são importados pelo Brasil. Na ginástica (o russo Alexander alexandrov) , no basquete (o argentino Rubén Magnano), no volei (lembram do coreano Young Wan Sohn?) e assim por diante. Relembrem acessando o link:

Acho que estamos preparando o planeta para competições interplanetárias. Terra contra Marte, por exemplo.

Espero que não apareça um terráqueo querendo a nacionalidade jupiteriana (rsrsrs).


Imagens: todas as fotos foram obtidas via Google.

4 comentários:

Jorge Carrano disse...

Ben Johnson, canadense da Jamaica, velocista famoso, perdeu-se por doping.

a seleção feminina de voleibol americana, tem uma jogadora de tripla nacionalidade: nigeriana, canadense e americana. Nasceu no Canadá, de mãe nigeriana e naturalizou-se americana. Qual é o coração que bate forte de verdade?

Ontem o Brasil conquistou a medalha de ouro no basquete feminino. Foi muito engraçado na entrevista feita pelo repórter da SportTV, após s o jogo. Tanto o técnico (argentino) Magnano , quanto o jogador (americano) Larry Taylor falando com forte sotaque de suas línguas de origem.

Acho que estamos nos preparando para competições interplanetárias, quando a naturalidade dos atletas, aqui na Terra, será irrelevante.

Quando o futsal começou a se espalhar pelo mundo, teve um campeonato mundial no qual mais da metade dos países participantes tinha jogador brasileiro naturalizado.

Mal comparando, é como ter orgasmo com o pênis do outro.

Riva disse...

Nesse viés das etnias que compõe uma equipe esportiva, recoloco aqui a minha não identificação com os times da CBF que vestem a amarela. São atletas brasileiros, mas que não têm nenhuma identificação com a torcida brasileira pela falta de exposição - há exceções.

Eu não consigo torcer, não me identifico com eles, não me emocionam, não tenho ídolos ali.

Imaginem então quando daqui a alguns anos tivermos estrangeiros naturalizados por ali ! Novos tempos, as novas gerações até aceitam, eu não.

Lembro de um time de futebol de salão da Espanha, campeão mundial, que tinha uns 10 brasileiros !

Voltando a fita do post, também tive a minha Remington que embolava as teclas quando eu teclava com rapidez (estou sentindo o cheiro dela, sim, ela emanava um cheiro), que tínhamos que aproveitar o outro lado da fita. Também tive e Olivetti portátil, bem melhor, mais macia e amigável.

Quanto a canetas, adoro ! Tenho quase uma coleção de canetas-tinteiros - Parker, Sheaffer, Continental, importadas, etc. Muitas esferográficas e muitas lapiseiras. Até os dias de hoje, quando viajo, trago algumas.

Comprei recentemente 3 lindas na Alemanha, marca Stabilo, mas ainda não consegui alguém para trazê-las - estão com um dos meus filhos por lá. E é muito caro despachar. E pelo Correio, não sei se chegam.

Comprei antes do NATAL uma caneta na República Tcheca ,,, chegou há 2 semanas !!

Freddy disse...

E pensar que no 1º mundo todos compram de tudo pelo correio... Com direito a troca ou devolução sem sustos...

Quando em Munique, 1977, tive acesso a um grosso manual de itens para venda pelo correio (não tinha internet, certo?). Você comprava literalmente todos os itens necessários para fazer uma CASA de madeira pelo correio, inacreditável! Fora móveis, eletrodomésticos, ferramentas, eletrônicos, etc etc etc.

Aqui a mais recente experiência foi um DVD duplo. Veio da Alemanha com rapidez. Chegou em São Paulo, foi para um centro de triagem em Curitiba (até hoje ainda não sei por quê). Depois de semanas veio para um depósito no Rio de Janeiro e só então entrou na fila para entrega em Niterói. Pouco mais de 2 meses. E comparado com a caneta tcheca foi pouco, não?
=8-(

Freddy disse...

Eu fiquei com a Remington de papai, que tinha até o case de couro e madeira original. Um idiota na mudança pegou-a pela alça e, obviamente, a alça rasgou. Por sorte no tombo só quebrou a embalagem. Hoje ela é item de decoração em meu closet.