13 de julho de 2015

ESCALERES AO MAR



Por
RIVA






A matéria não é minha, capturei-a do Facebook de amigos. Acho que todos deveriam ler e debater.

Atrevo-me a compartilhá-la e a criar um título.

O título vem da minha desesperança de uma solução que não passe antes pelo naufrágio. Os sobreviventes ficarão responsáveis pela reconstrução.

Boa leitura ... 
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[Uma boa definição para o comportamento da Grécia foi apresentada por Ronald Reagan, quando este definiu que o Estado "é como um bebê: um canal alimentar com um enorme apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra".

Não é equilibrado pensar que um país onde existam aposentados com menos de 55 anos que custam mais de um bilhão de euros por ano possa ter suas contas públicas em orde
m.

Fora isso, a Grécia tem um governo caro e obeso, que já chegou a ser dono de seis mil empresas públicas com servidores ganhando 14º e 15º salários e aposentadoria integral.

A Alemanha não está na situação em que está porque sua seleção nacional foi campeã do mundo ou porque os alemães bebem muita cerveja, mas porque é um país onde se trabalha muito, gasta-se dentro das possibilidades e o governo não comete loucuras em nome de um populismo viciado em pesquisas de opinião.

Países europeus, como Portugal. Espanha, Itália e a Grécia pegaram muito dinheiro emprestado, gastaram mais do que podiam e acabaram com suas contas em frangalhos. Um italiano ou português médio gosta de andar numa BMW, passear nas férias, trabalhar poucas horas por dia, se aposentar cedo e viver de crédito.

O que Angela Merkel basicamente disse e fez desde que estourou a crise européia - que, diga-se de passagem, não atingiu a Alemanha - é que eles vão poder continuar andando de carrão, passeando nas férias e utilizando crédito, mas para isso terão que aprender a trabalhar e a gastar como alemães. Caso contrário não contem com o dinheiro destes.

Claro que a recessão é um fardo para qualquer país, ainda mais para a Grécia que já está em recessão há tempo demais, porém o governo grego deve ter em mente que continuar gastando o dinheiro dos outros da forma que bem entende não é uma medida de soberania, mas de pilantragem.

Com a vitória do "não" no plebiscito que decidiu se os gregos aceitariam ou não mais medidas de austeridade, a Grécia passou o seguinte recado: gaste mais do que tem, peça emprestado e não pague, convoque um referendo, decida dar um calote e depois chame isso de "dignidade".


Chamar os credores de "agiotas" e logo em seguida pedir mais dinheiro não é uma atitude sequer coerente, quanto mais digna. Por isso mesmo foi assustador ver um ministro grego na CNN dizendo basicamente que não pretendiam adotar medidas de austeridade e ainda assim queriam mais dinheiro dos credores, o que é mais uma prova de que o socialismo transforma países em manicômios.

O problema é que agora os socialistas da Grécia vão descobrir que até para assaltar banco alguém primeiro precisa ter colocado o dinheiro ali. Inclusive o governo já estuda fazer um confisco de 30% dos ativos depositados no país, ou seja, regimes de esquerda são maravilhosos quando não é você o assaltado. 


Quando forem sacar dinheiro no banco, ao invés de notas de euro os gregos vão receber panfletos da UNE e exemplares da Carta Capital.

E sabe no que tudo isso te diz respeito? Todo esse caos na Grécia começou com governos gastando mais do que podiam e uma olimpíada sugando dinheiro. Agora adivinhem o resto.


O Brasil hoje tem 23 mil cargos comissionados, funcionários públicos ganhando muito mais do que a média salarial do país e se aposentando com condições melhores, o governo custa caro e é ineficiente, fora que se recusa a enxugar a máquina, preferindo soterrar quem produz em impostos e burocracia. 

Fora tudo isso, o Brasil também conta com uma máfia sindical e uma esquerda totalmente descoladas da realidade, exigindo sempre mais, tal qual uma das pontas do bebê descrito por Reagan. 

Junte todos os pontos e não será difícil imaginar o que sairá pela outra ponta: um presente de grego.]

Marcus Vinicius Motta



Nota do editor: se o autor por qualquer razão que nem precisará explicar não quiser seu texto aqui reproduzido, eliminaremos de imediato.

Acrescentaríamos à percuciente análise, frase de outra estadista, do mesmo nível de Merkel: "O problema com o comunismo é que um dia o dinheiro dos outros acaba."Margaret Thatcher

Leiam sobre a negociação com credores:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/eurogrupo-inicia-reuniao-e-admite-dificuldade-na-negociacao-com-grecia.html

15 comentários:

Jorge Carrano disse...

A Grecia terá ajuda dos demais países da comunidade europeia, mas terá que fazer os ajustes.
Votar a favor do calote apenas demonstrou o lado "Zorba, o grego" daquele povo alegre, festeiro e irresponsável.
Aqui no Brasil, situação semelhante também nos levaria a opção pelo calote.

Jorge Carrano disse...

Mas foi um parto doloroso, leiam:

http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/lideres-da-zona-do-euro-chegam-acordo-para-crise-da-grecia.html

Freddy disse...

O final do texto é bastante preocupante.
A carapuça nos cabe muito bem como país.
Uma grande diferença, que não sei se ajuda mas ao menos existe, é que aqui não vem se agindo por baixo dos panos, o caos é debatido detalhada e abertamente. Fica (acho) mais fácil evitar a derrocada final.
Infelizmente quem está mandando está alinhado com a máfia sindical e a esquerda delirante.
=8-/

Jorge Carrano disse...

Tenho lido criticas de teóricos, ideólogos de esquerda, açoitando a postura de Angela Maerkel neste episódio.
O que assisti, com meus olhos, depois da II Guerra, foi um país com várias cidades destruídas, dividida ao meio num rateio entre vencedores, que teve que indenizar vítimas do nazismo, e hoje é a maior potência econômica da Europa.
Não foi fazendo festa e quebrado pratos depois das refeições que os alemães chegaram onde estão.

Freddy disse...

A Alemanha recebeu ajuda - acho que do Plano Marshall - e trabalhou duro para se reconstruir. Fê-lo sob olhares atentos dos "aliados", que a queriam forte para peitar a influência comunista logo ao lado, mas também contida porque todos conhecem o potencial de seu povo.

Curiosamente 2 dos 3 maiores perdedores da 2ª Guerra Mundial estão entre as maiores potências econômicas mundiais: Alemanha e Japão. A Itália também não está mal na foto.

Eu poderia, talvez, comentar algo de meu testemunho (base 1977) quanto ao modus vivendi do povo alemão, pois percebi algumas coisas interessantes no seu cotidiano.
;-)

Jorge Carrano disse...

A palavra chave você empregou, Freddy: trabalhou.
E ajuda é o que os gregos vêm tendo faz tempo. Não querem dar contrapartida.

Riva disse...

ITALIA não está mal não .... está MUITO mal !

Freddy disse...

Aproveitando para dar um pitaco do que eu presenciei em 1977, estudei nas dependências da Siemens AG em Munique. Em paralelo com o curso, via as pessoas pra lá e pra cá em suas atividades normais do trabalho na empresa - que é privada.
Bem, à exceção dos turnos de fábrica, o expediente começava às 8:30 e o pessoal emburacava em suas tarefas. Paravam 1 hora para almoço, quando muitos tomavam o copinho de meio litro de cerveja pra acompanhar, prática rotineira na cidade. Às 17:30 fechavam a mesa e... só pensavam no trabalho no dia seguinte às 8:30. Nada de hipocrisia de hora extra pra mostrar serviço.
O segredo era que, enquanto no posto de trabalho, caíam dentro e só conversavam sobre as tarefas. A eficácia era elevada, os resultados apareciam. Mas fora do horário do expediente, a vida segue! Todos tinham família, hobbies, lazer, descanso...
Simples assim.
<:o)

Jorge Carrano disse...

No Brasil não tem hipocrisia de hora extra para "mostrar serviço". O brasileiro gosta de hora extra para complementar renda, para compensar salário baixo.
Afirmo isto como regra geral. Claro que tem circunstâncias especiais de mercado aquecido ou fraco, como agora, quando ao contrário as jornadas estão sendo reduzidas. E com a nova MP a redução da jornada propiciará redução do salário.

Riva disse...

Discordo geral ! .... e explico.

Sempre fui extremamente organizado e eficiente (modéstia à parte), ou seja, conto na palma de 1 mão as vezes que precisei fazer hora extra para completar um trabalho, isso em mais de 40 anos de trabalho.

E sempre fui rotulado de funcionário público, aquele que sai religiosamente na hora. Não esqueço os olhares atravessados de dezenas de colegas de trabalho porque sempre saí no horário, e sei que muitos que ali ficavam, ficavam por medo de sair ou para puxar o saco do chefe. E já fui discriminado por isso algumas vezes.

Nunca esquecerei um colega em SP que ficava no escritório todo dia após o horário, e depois descobri que ele simplesmente não queria ir para casa, por problemas no casamento.

Eu não. Sempre quis sair para ter tempo de jogar meu tênis, meu futebol, tocar piano ou violão antes do jantar, tomar uma, enfim, viver !!

Registro que se precisassem realmente de mim para alguma "virada", podiam contar comigo, mas raramente precisei.

Já a complementação de salário com hora extra, o Fantástico ontem mostrou o porque : ROUBO !! #simplesassim na maioria das vezes, aquele Brasil Bandido que menciono sempre.

Quanto aos comentários do Freddy sobre a Alemanha 77, acho que ainda é assim. Um dos meus filhos trabalha na Bélgica, e a cultura é praticamente a mesma da Alemanha.E é assim mesmo, como ele relatou.

Mas desvirtuamos do foco do post :

E NÓS, PARA ONDE VAMOS ? E EM LÁ CHEGANDO, O QUE FAZER ?

Freddy disse...

Hoje em dia tem gente que trabalha em casa, a qualquer hora, pois é contactada por celular, o maldito celular! Principalmente em pequenas empresas. Meu genro é um desses. Ontem mesmo, em pleno churrasco de domingo, em determinado momento estava conversando com alguém sobre serviço. Abominável! Fazem-no para manter emprego, não é para ganhar mais.


Riva disse...

No caso do seu genro, Freddy, é diferente, pelo que conheço das características em trabalho anterior. É aquele cara que na mesa de almoço fala de trabalho, no bar, em encontros sociais, de bobear vendo um jogo no Maraca.



Freddy disse...

Respondendo às perguntas do autor do texto:

Para onde vamos? Para o brejo.

Lá chegando, o que fazer? Ficar atolado na lama.

A menos que o destino dê miraculosas voltas, e às vezes acontece, o mal deve vencer a curto prazo. Destruir é muito mais fácil que construir, de modo que numa hipotética guerra civil, mesmo que branda, a classe instruída tem poucas chances. Não se compromete o suficiente, por falta de prática.


Jorge Carrano disse...

Excelente apreciação:

http://lucianoayan.com/2015/07/10/alexis-tsipras-toma-mijada-do-ex-primeiro-ministro-da-belgica/

Jorge Carrano disse...

A Grécia começou a pagar a conta.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/grecia-pagou-dividas-atrasadas-e-nao-esta-mais-inadimplente-confirma-fmi.html