7 de abril de 2014

Piscou, perdeu!



Por
Carlos Frederico March
(Freddy)









A rapidez de uma aurora

Era a manhã do dia 10 de novembro de 2010 e eu, por algum motivo qualquer, acordei cedo. Já estava aposentado, mas depois de determinada idade a gente acorda uma ou mais vezes durante uma noite de sono... Como é hábito, olhei pela janela e pasmei!  

Peguei a  máquina compacta mais próxima de mim (Panasonic Lumix TZ3, com lente zoom  Leica de 10x) pois não daria tempo de ficar escolhendo equipamento, e corri ao terraço para observar melhor o espetáculo e fotografá-lo.


Hora: 05h 16min 16s
A coisa prometia ser rápida, o sol já estava nascendo. É importante que observem a hora em que cada foto foi batida, para testemunhar a rapidez da coisa. 

Em pouco mais de 3 minutos todo o padrão de nuvens já havia se modificado, criando detalhados reflexos em tons de laranja e amarelo, além de uma brilhante risca por onde já se vislumbrava o céu azulado.

Hora: 05h 19min 48s

Então, por mero instinto, resolvi olhar para o lado oposto do sol. Em geral nada acontece longe do horizonte nascente ou poente, mas de novo pasmei! Por algum motivo havia gotículas de vapor d’água e um fragmento de arco-íris se formava. Não sei se dá para ver, mas era um arco-íris duplo, a segunda seção bem tênue.


Hora: 5h 22min 31s

O Sol já começava a despontar no leste. O arco-íris enfraqueceu, mas ainda dá para ver a segunda seção do mesmo.

Hora: 05h 23min 36 s


Finalmente, o Sol nasceu! Bem baixo ainda, jogando sua luz avermelhada sobre os prédios mais altos e esmaecendo de vez o arco-íris. E assim o espetáculo terminava, exatos 11 minutos depois de eu ter tirado a primeira fotografia.

Hora: 05h 27min 16s




Créditos:
Fotos do acervo do autor.

8 comentários:

Jorge Carrano disse...

Espera aí, Freddy. O espetáculo é bonito, você conseguiu belas fotos, mas falar em piscar de olhos para um acontecimento que leva exatos 11 minutos para ocorrer, já é licença poética.
Isso seria rápido na Bahia, para os baianos, no ritmo de Dorival Caymmi (rsrsrs).

Helga Maria disse...

Imagine este sunrise num cenário rural e não urbano.
As montanhas ao fundo, um lago em primeiro plano.
Helga

Jorge Carrano disse...

Na verdade Helga, lato sensu, a estrela é o sol. Embora seja, também, no sentido restrito.
Mas admito que o cenário compõe muito a apresentação da vedete (o sol).

Freddy disse...

O português é uma língua engraçada, assim como o alemão também tem suas extravagâncias, misturando masculino e feminino.

O Sol é uma estrela.
A Lua é um satélite.
A Terra é um planeta.
Um asteroide é uma rocha espacial.
Um portão é uma entrada.
Um bebê é uma criança.

=8-) Freddy

Ana Maria disse...

Creio que deve ser muito difícil transmitir em palavras o sentimento experimentado pelo autor do Blog. A sequência de fotos é quase poesia.

Ana maria disse...

Em tempo. Refiro-me ao autor do post.

Freddy disse...

Obrigado, Ana. De fato há sequências que me emocionam muito. Apesar de auroras e crepúsculos serem os bais banais temas fotográficos, quando a gente testemunha um especial é enlevante.
Enquanto morador de uma cobertura em Icaraí (acabei de vendê-la) era hábito ficar no terraço olhando os crepúsculos, quando flagrava um mais especial. Fotografei dezenas deles.
Auroras foram mais raras. Questão de probabilidade: estar acordado e estar acontecendo a aurora adequada. Essa foi uma delas.
Abraço
Freddy

Freddy disse...

Quanto ao tema do post é mais difícil de explicar em poucas palavras, apesar da gozação do Carrano.

Fotografia é luz. Fotografar o mesmo tema dezenas de vezes em situações variadas de iluminação significa fazer dezenas de fotos diferentes.

Li sobre um cara que todo dia fotografava a árvore em frente à sua loja. O lugar era daqueles em que as folhas caíam no outono, nevava no inverno, chovia de vez em quando... Bateu 7.000 fotos dela. Ocorreu-lhe então fazer um livro com as melhores imagens de sua árvore. A mesma árvore!

Onde quero chegar? Que você olha uma cena e lhe parece bonita. Vai pegar sua câmera para fotografá-la e quando olha de novo... nada! Mudou a luz, uma nuvem se interpôs ao sol, a cena teve os personagens alterados... Quem fotografa animais e bebês sabe muito bem do que estou falando!Quantas vezes perderam aquela cara linda ou aquela pose especial entre percebê-la e pegar a câmera?

Com relação a auroras e crepúsculos, nas dezenas de vezes que os flagrei espetaculares, deixei metade escapar porque o minuto ou dois que perdi correndo para pegar a câmera mudou tudo!

Talvez, para agradar ao Carrano, "Piscou, perdeu!" possa se referir melhor às fotos de pets e bebês do que a crepúsculos e auroras, mas deu para entender o cerne da coisa, não?

Abraço
Freddy