1 de dezembro de 2014

Os septuagenários

Meu filho – e meus netos – assistiram o show de Paul McCartney, no dia 26 de novembro, último desta turnê pelo Brasil, realizado na Allianz Arena, novo estádio do Palmeiras, em São Paulo.

Vista do estádio novo do  Palmeiras (Allianz Arena) antes de ficar lotada, assim que entraram

Porque foram assistir em São Paulo - se residem em Niterói -  é uma história longa e que não vem ao caso e objetivos deste post.

Segundo seu relato, depois, por e-mail, a idade média dos presentes, avaliada assim a olho, era de 30 anos. Claro que meus netos e alguns outros poucos jovens adolescentes baixaram esta média.

O repertório apresentado foi o clássico, com ênfase nos sucessos dos Beatles (Hey Jude, Let it Be, Yesterday, Eigh Days a Week, Something e outros).

Os preços internos, cerveja, refrigerantes e comestíveis absurdamente elevados.

Muita chuva na cidade naquele dia. Ficaram encharcados, enfiando os pés em ruas alagadas, mas adoraram – inclusive os netos - e repetiriam a maratona. Desordem na entrada, com filas intermináveis e pouca informação. Mas, repetiu, valeu a pena e justificou cada centavo.

Por que estou escrevendo sobre isso agora? Por causa do comentário dele de que a idade média do público era de 30 anos. Para assistir a um setentão.

Modéstia à parte, os setentões são de uma geração que deixou marcas importantes  em todos os setores da atividade humana. Inclusive os reis.











Olhem só uma pequena amostra dos septuagenários que ainda vivem e brilham, são celebridades e ainda atraem as pessoas, de  uma  forma ou outra.

Francis Hime, Edu Lobo, Marcos Valle, Gilberto Gil, Caetano Veloso...



E esse intruso aqui nesta galeria (KKKKK)

25 comentários:

Jorge Carrano disse...

Não inclui os falecidos e alguns roqueiros da mesma geração, por não estar familiarizado com os nomes.
Mas êta geração boa, sô!

Paulo Bouhid disse...

Meu caro Jorge, na sua apresentação aqui no Engenhão (Rio), fui com meus filhos, noras e um sobrinho... a pedido deles!!

Eles tiraram de letra, mas pra mim foi uma maratona. Fomos numa van alugada, chegamos lá em torno das 16:30h, fila virando vários quarteirões, abertura dos portões às 17:30, início do show às 21:40h.

Mesmo estando na arquibancada lateral (em cadeiras), não havia como ficar sentado. O show dele é extremamente contagiante. E é isso mesmo: a idade média estava aí pelos 30 e pouquinhos anos!!! Cheguei em casa às 2 da matina, mas valeu cada segundo (me recuperei em menos de uma semana...).

Uma dica pra quem quiser ganhar um trocado com os shows do velho Macca (descoberta pelo meu +velho): a terceira música é, SEMPRE, "All my loving". Pode checar.

Abs.

Jorge Carrano disse...

Meu filho, por e-mail, sobre o comentário do Paulo:
"KKK, foi mesmo."

Jorge Carrano disse...

A gargalhada foi sobre "All my loving", ser a terceira música apresentada.

Riva disse...

Sei que lá tem um fortíssimo componente de emoção, da presença "próxima" do cara, do que ele significa.

Vimos pela TV parte do show, antes do Multishow cortar a transmissão, e escrevi no Face e no Twitter a minha imensa decepção com a sonoridade da banda do Paul, que de poucos anos para cá abandonou a fidelidade à sonoridade dos Beatles, quando as músicas são dos Beatles.

Beatles primavam por uma impressionante simplicidade sonora, de garage mesmo, até se impressionarem com a tecnologia aplicada nas gravações de uma banda chamada The Beach Boys. Fizeram o mesmo, com muita competência, mas ..... na época era impossível reproduzir toda aquela obra ao vivo.

Então .....

Ainda acho que vou ver o Paul cantando no Faustão, para minha tristeza.

Paulo Bouhid disse...

Espero que não, Riva, mas que o David Gates ("Bread") já apareceu no Raul Gil, já... achei por acaso no Youtube...e me entristeci!!!

Paulo Bouhid disse...

O vídeo do qual falei acima... o RG sequer sabia quem era o David Gates e os sucessos da banda "Bread":

https://www.youtube.com/watch?v=F1Ju11ZOXDg

É bem verdade que talvez essa heresia possa ser creditada ao "Roupa Nova", que foi quem o levou lá.

Riva disse...

Meu Deus .... não sabia disso .... fui ali no canto chorar ......

Jorge Carrano disse...

Quando vocês dois pararem de falar grego (rsrsrs), irei acrescentar que o único que conheço e é, portanto, meu guitarrista favorito- Eric Clapton - ainda não é setentão (somente em março próximo).
Esse Gates aí, é parente do Bill ?(rsrsrs).

Paulo Bouhid disse...

Jorge, vc fala que o Eric Clapton é seu guitarrista favorito por ter esquecido do Mark Knopfler...

Dá uma olhadinha neste solo, finalizando "Sultans of Swing":

http://mais.uol.com.br/view/gpmfjs0i1j6p/mark-knopfler--brincando-com-a-guitarra-04021C3560D88113A6?types=A&



Jorge Carrano disse...

Ouvirei o solo sugerido, Paulo.
Mas deixa eu explicar uma coisa. Meu guitarrista preferido já foi o Stanley Jordan. E tive vários outros que frequentam ou frequentaram a praia dos blues.
O Clapton entrou no rol menos por seu rock e mais porque sola e interpreta (canta) blues com alma de negro, embora britânico branco.
Meu negócio é (ou era) jazz. O pessoal mais antigo aqui no blog sabe que de rock ouvi um pouco de Pink Floyd, de Dire Straits e de Supertramp, por causa de meus filhos que compravam os discos e ouviam muito lá em casa.
Mas valeu a dica do Mark Knopfler.

Riva disse...

Do Mark Knopfler eu gosto demais do Brothers in Arms.
Em termos de harmonia, difícil algo como Brian May (ex-Queen) e Dave Gilmour (Pink Floyd).
Mas eu fui muito impactado pelo Hendrix e pelo Page (ex-Led Zeppelin) .... enfim ....

Os setentões não arrasam à toa. Arrasam porque são bons demais, e pertencem a uma geração que teve muitos motivos para criar ... inigualáveis na minha leitura musical.

O THE WHO inicia tour com os 2 remanescentes - Daltrey e Townshend. Dois amigos estão indo a Londres semana que vem para o show no O2 ...

Aqui ? .... por enquanto nada .... acho que vou ter que ir nos EUA para ver isso de perto, antes de partir do Planeta Azul ! rs

Paulo Bouhid disse...

Sei que a impressão e a admiração por um ou por outro artista, em grende parte se deve ao que conhecemos dele, e acho que "conhecemos" todos.

Mas a partir do momento em que vc assiste, in loco, a apresentação de cada um, entra um outro componente que é a sua empatia com o público (em última instância, com você).

O velho Macca é o de sempre, além de um baita profissional, cativa qqr um em seus shows com suas brincadeiras. Nunca assisti um show do Dire Straits, ou mesmo do Mark Knopfler solo, mas quem assistiu o do Eric Clapton em seu último tour aqui pelo Brasil, saiu completamente decepcionado: ele entrou, tocou/cantou, saiu... sem, nem mesmo, direito a bis. E isso pesa... e como!

Jorge Carrano disse...

Bom dia, Paulo!
Eu acabo me repetindo, sempre. Noutro dia mencionei, de novo, o que penso sobre o homem e sua arte.
Sem discordar de sua opinião sobre a presença física, a empatia, o jeito contagiante, acho que o homem sempre está aquém de sua arte.

Freddy disse...

Falar de música é complicado, dado que implica em gostos. Não bastasse, tenho imensa dificuldade em reverenciar o passado com exagero, pois que procuro curtir o presente. Por quê? Talvez porque tenha gostado tanto de ficção científica que não faria sentido não usufruir do que existe hoje, cerca de 50 anos após eu ter os mais delirantes sonhos de progresso e fantasia. Isso dá um post...

Bom, voltando ao tema, diria que olhando de longe a música do século XX sofreu um choque de mudanças na década de 60, dissecou até onde dava a harmonia e sequências melódicas na década de 70, saturou e caiu no mundano na década de 80. Da década de 90 em diante, passou a usar o que aprendeu com essa “revolução”. Daí ser costume ouvir uma banda de rock de 2014 e dizer:
“- Ah, isso é cópia de Fulano, ou Sicrano” - geralmente referenciando gente das décadas de 60 ou 70.

Sim, acredito. A veia criativa secou, o povo hoje trata é de usar os conceitos adquiridos nas décadas de ouro (60 e 70) para compor, mas usando para tal recursos tecnológicos da atualidade. Se procurar elementos inovadores, há pouco o que acrescentar, admito. Mas não deixa de ser música, e muitas vezes boa música.

Digo mais. O que para muita gente é desanimador e frustrante, para mim é o céu: o uso da sonoridade atual na execução de peças musicais, qualquer que seja sua origem ou época! Ah, se Bach tivesse uma pilha de sintetizadores à mão, o que não faria??
<:o) Freddy

Paulo Bouhid disse...

O que vou mostrar a vcs é dos anos 70, a banda ("Wallace Collection") da qual gostava bastante.

Mas ouçam isso e me digam se o refrão não é um plágio escarrado da "Dança dos Cisnes"... nunca vi ninguém reclamar:

https://www.youtube.com/watch?v=_wFMY0r7X-w

Paulo Bouhid disse...

Ooops!!!!!!!!!!! Eu quis dizer "LAGO dos Cisnes"....

Freddy disse...

Sim, todo mundo na época sabia disso. No entanto, parece-me que todas as músicas do período clássico já são domínio público por lei. Você pode clonar o que quiser, se tiver cara de pau pra isso.
<:o)

Unknown disse...

POXA,
ESQUECEU DE COLOCAR O PRIMEIRO DE TODOS, O QUE ABRIU AS PORTAS PARA OS DEMAIS PARA O ROCK, PARA AS CAMISAS COR DE ROSA OU VERMELHAS (HOMEM QUE ERA HOMEM NÃO USAVA TAIS CORES), O DANCAR DESCONTRAÍDO E TANTAS COISAS MAIS, MUITAS NÃO TÃO POSITIVAS, COMO DROGAS, INFELIZMENTE.
POREM, QUANDO TIVER UM TEMPINHO, NÃO DEIXE DE INCLUIR UMA FOTO DO ELVIS, QUE ABSOLUTAMENTE NÃO MORREU, E QUE FOI O GRANDE ÍDOLO PIONEIRO, TENDO NOS BEATLES GRANDES FÃS. EU TINHA UM DISCO (QUE COISA VELHA, HEIN?) COM ELES NO INÍCIO DE CARREIRA, E NUMA DAS FAIXAS O JOHN LENNON CANTA IGUALZINHO AO ELVIS...
AH! ADOREI A INCLUSÃO DA FOTO DO GRANDE CARRANO, QUE NÃO ERA ROQUEIRO MAS SEMPRE RENDEU ÓTIMAS AUDIÊNCIAS... KKK
BETH

Unknown disse...

PIOR DO QUE A POSSIBILIDADE DE VER O PAUL MACARTNEY NO FAUSTÃO FOI JÁ TER SENDIDO A TRISTEZA DE SABER QUE O JOHNNY MATHIS ESTAVA, JÁ HA ALGUNS ANOS ATRÁS, CANTANDO EM CHURRASCARIAS NO RIO DE JANEIRO.
ENTRE UMA GARFADA E OUTRA, UM "A CERTAIN SMILE"... TRISTE.
BETH

Jorge Carrano disse...

Querida Beth,
O Elvis teria entrado, seguramente, se fosse vivo. O escopo do post era reverenciar somente setentões vivos.
Quanto ao Johnny Mathis em churrascaria, com o pessoal falando alto e discutindo futebol endosso sua tristeza.

Para aqueles que não entenderam a piada, ou trocadilho, as minhas audiências eram no juduiciário (rs).

Riva disse...

Alguns mitos não caíram nessa baixaria de caçar níqueis.

Temo pelo Paul, pela sua agenda, pela periodicidade, e pior, pelo som atual .... vai acabar no Faustão ou no Esquenta !!

ELVIS é mito, ídolo eterno de muitos deles ... até o Led Zeppelin tocou Elvis em suas memoráveis apresentações.
Tenho fotos dos Beatles boquiabertos na 1ª fila em show do Elvis !! E fotos deles na casa do Elvis .... arrepiantes ....

Estou muito inclinado a ir à AMERICA ver um dos shows da tour do The Who, que deve ser sensacional. Sou um eterno saudosista dos Anos 60 .... tattoo eterna !!



Freddy disse...

Ter respeito pelo passado e não deixá-lo morrer é indispensável para a preservação de uma cultura.
No entanto, li em algum canto que curtir demais, entusiasticamente, o passado é indicativo de que a vida atual está pior...
<:o)

Jorge Carrano disse...

Tudo em exagero trás em si um erro.
Seja a vaidade, seja o culto da personalidade, seja o louvor ao passado, seja a paixão pelo clube, tudo enfim.

Riva disse...

eu, hein .....
ruim é não poder curtir as coisas boas que nos marcaram, sejam relembranças ou não .....

Arrego ! FLUi