Adiante explicarei melhor - para os que não estão
familiarizados com estes dois personagens - quem são eles.
Para os iniciados em política já adianto que os comparo
apenas até a página três. Um deixou a presidência da república de seu país com
baixa popularidade e não se reelegeu. Já o outro acaba de deixar a presidência
do seu país com alta popularidade.
Walesa é polonês. Era eletricista em um estaleiro, e iniciou
carreira política a partir de lutas sindicais, durante o domínio soviético na
Polonia. Teve a coragem de organizar um sindicato livre, desvinculado do
controle soviético, e conseguiu eleger-se presidente.
Ganhou o Nobel da Paz, entre outras honrarias internacionais.

O outro citado é nosso vizinho, com origem rural e
participação em guerrilha, o que lhe custou 14 anos de prisão, e chegou à presidência
da república no Uruguai.
Foi um dos mais populares presidentes
de seu país e deixa agora o poder com elevado índice de aprovação e prestígio
político.

Medidas aparentemente populistas, mas que seriam de sua própria
natureza e formação austera, segundo analistas políticos, tais como doar parte
de seu salário para instituições filantrópicas, andar de Fusca, dirigindo ele
mesmo, e morar num pequeno sítio nos arredores da capital, fazem parte das medidas
que tanto agradaram e seduziram os uruguaios.
Seu prestígio internacional é muito bom, porque algumas
medidas aprovadas durante seu governo repercutiram em todo o mundo: legalização
da maconha, do aborto e da união homoafetiva.
Como faço o mais das vezes, vou explicar porque falo deles
neste post. Ambos frequentaram as páginas de órgãos de imprensa neste final de
semana. E, claro, li as matérias.
O líder polonês, citado em Veja, por causa de uma frase corajosa,
bem alinhavada, que encerra uma verdade definitiva: “O capitalismo pode ser problemático, mas todos crescem quando adotam
regras corretas. Nenhum país socialista funcionou. É uma utopia desnecessária.”
Diga-se a propósito, que Walesa é uma ótimo frasista e autor
de metáforas geniais, senão para todo mundo, pelo menos a meu juízo.
A melhor delas ele construiu durante um entrevista concedida
ao Pedro Bial, ao tempo em que este era um bom jornalista, repórter político, e
não o narrador de voyeurismo no qual se transformou.
A entrevista (com a metáfora) está no link que colocarei
abaixo, mas em síntese é a seguinte, comparando a missão dele na Polonia, com a
intenção de Lula de implantar o
socialismo no Brasil.
Disse ele, mais ou menos (a integra está no link):
Implantar o socialismo num país capitalista é fácil. É como se você resolvesse fazer uma peixada utilizando um aquário. Basta acender o fogo embaixo. E nem precisa temperar porque já tem as plantinhas lá dentro.
Já o inverso é mais complicado. Implantar num pais socialista
ideias e políticas capitalistas, exige montar o aquário. Buscar a água, os
peixes, as plantas.
Perdoem-me o entusiasmo, mas é GENIAL!
Vejam e ouçam (Fátima Bernardes e Pedro Bial, no Jornal Nacional) a supracitada entrevista:
2 comentários:
Lula, para nossa infelicidade, comprou o "aerolula" para se exibir mundo afora e tomou gosto pelo Romanée-Conti. Consta que enriqueceu, trilhando caminho oposto ao de Mujica.
No ocante à metáfora do Walesa, o que ele - Lula - fez, foi esculhambar o "aquário", desorganizando e maquiando os índices da economia e nos levando a um crescimento pífio, enquanto os demais países do grupo BRIC, conseguiam fantásticos resultados.
Temos riquezas, solo fértil, muito sol e, ainda, água. Faltam-nos se não grandes estadistas, pelo menos gestores capazes e honestos.
Como nem tudo que reluz é ouro, na França também teve um blefe. Leiam em:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/05/nicolas-paul-stephane-sarkozy-de-nagy.html
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