19 de novembro de 2011

Lojas de Departamentos - Shoppings





Fico intrigado porque, no Brasil, lojas de departamentos - Magazines - que foram bem sucedidas, viraram referência e tiveram prestígio, não resistiram  a algumas transformações ou não foram bem administradas e acabaram por encerrar atividades. Algumas falidas por completo. Algumas  destas firmas, com origem no exterior, sucumbiram com a chegada dos Shoppings Centers, foi isso?

O conceito dos shoppings realmente é a mesmo das lojas departamentalizadas, ou seja, vendem uma variedade grande de produtos, num grande espaço físico, mas de um só endereço. A diferença e penso que isto pesou muito, é a área de estacionamento. Imaginem estacionar no centro de São Paulo, para fazer compras no Mappin, ou na cinelância no Rio, para ir a até a Mesbla, por exemplo.

O Mappin, desde 1937, realizou os sonhos de consumo da classe média alta, vendendo novidade e lançamentos.
Foi uma loja de departamentos tradicional do Brasil, com sede na cidade de São Paulo, com o nome oficial de Casa Anglo-Brasileira S/A. Com origens em 1774, na cidade de Sheffield, na Inglaterra, foi trazida posteriormente para o Brasil pelos irmãos Walter e Hebert Mappin.
Durante os 86 anos em que atuou em São Paulo, foi uma das pioneiras do comércio varejista. Faliu ao final do anos 1990.
Vejam as imagens abaixo e ao lado:
                                                     
A Sandiz, pertencia ao Grupo Pão de Açúcar, até 1987,  quando foi vendida ao grupo holandês Susa, que é ligado ao grupo Vendex. Em Niterói, funcionava no prédio e terreno onde hoje está o Bay Market, ao lado da estação das barcas, na Rua Visc. do Rio Branco. Encerrou suas atividades no inicio da década de 1990. A denominação deriva das iniciais dos nomes de família do controladores: Santos Diniz (Grupo Pão de Açúcar).
No Orkut tem uma comunidade "eu zuava na Sandiz"

A Mesbla foi uma cadeia de lojas de departamentos que iniciou suas atividades em 1912, como filial de uma firma francesa, e teve sua falência decretada em 1999.

A Mesbla tinha filial em Niterói, e hoje também é parte de um shopping, no caso o Plaza, ao qual se liga por uma passarela. No Rio de Janeiro, no Passeio Público, o prédio era encimado por um relógio tido como pontual.
Orgulhavam-se seus funcionários em afirmar que a Mesbla só não vendia caixões funerários, que são para os mortos; para os vivos tinham todas as mercadorias, desde botões até automóveis, lanchas e aviões.

Já a Sears funcionou num endereço famoso na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, até 1992, quando encerrou as atividades. Quando os americanos se retiraram, em 1983, o controle passou para um grupo holandês.
A Sears, Roebuck and Company é uma rede de lojas de departamentos americana sediada em Chicago. A rede foi fundada no final do século XIX. Possui lojas nos Estados Unidos, Canadá e México.


Eletroradiobraz, vista interna
A Eletroradiobraz nem chegou ao Rio. A firma  nasceu nos anos 40, no Bairro do Brás, na Av. Rangel Pestana, próximo da estação ferroviária e da Confeitaria Colombo no Largo da Concordia, na cidade de São Paulo.
Começou como loja consertos e depois de venda de eletrodomésticos, em São Paulo. Quando resolveu diversificar e vender outros artigos, inclusive alimentícios, perdeu-se por completo. A rede (eram várias lojas populares) acabou adquirida pelo Grupo Pão de Açúcar que em seguida o fechou.


No exterior, ainda pontificam grandes Magazines, como os abaixo:


Galeries Lafayette é uma loja de departamento francesa. A loja principal da fica na Boulevard Haussmann em Paris, e é conhecida como Galeries Lafayette Haussmann e tem 10 andares.

Em 1893 dois primos abriram uma loja na esquina da rue La Fayette e da Chaussée d'Antin, em Paris. Em 1896, a empresa havia crescido e comprou todo o prédio n°1 da rue La Fayette. Em 1905 os prédios n°38, 40 e 42 da boulevard Haussmann e n°15 da rue de la Chaussée d'Antin também foram comprados e incorporados à loja. Tem como slogan: "Ici, la mode vit plus fort." ("Aqui, a moda vive mais forte.")

A Harrods é a mais luxuosa e exclusiva loja de departamentos do mundo, localizada na rua Brompton Road, Knightsbridge, Londres. O lema da Harrods é Omnia Omnibus Ubique - "Todas as coisas, Para todas as pessoas, Em todo lugar". Muitos de seus departamentos, incluindo o  Food Hall (restaurantes de várias cozinhas), são famosos em todo o mundo.



El Corte Inglés é uma cadeia espanhola de lojas de departamento. Conta com mais de cem localizadas em todas as importantes cidades espanholas. A expansão internacional do grupo começou em 2001 em Portugal, com a abertura de uma grande loja em Lisboa, seguida  de outra unidade em Vila Nova de Gaia.

Tem como slogan "Não se conforme com menos, não lhe custará mais."



A loja de departamentos KaDeWe foi uma das primeiras do gênero a ser aberta em Berlim. Inaugurada em 1907, desde o começo já contava com uma grande variedade de produtos. A filosofia da KaDeWe sempre foi basear o seu comércio em artigos de primeira categoria e nas grandes marcas. A Kaufhaus des Westens (popularmente conhecida como KaDeWe) está instalada em uma área de 20.000 metros quadrados. Lá se encontra uma grande variedade de produtos e serviços, tais como moda, cosmética e iguarias do mundo inteiro. 

16 comentários:

Freddy disse...

Grandes lojas que trazem do passado memórias que imaginávamos esquecidas! A Sears de Botafogo marcou minha infância.

Em termos de experiência pessoal, eu citaria uma grande loja alemã: a Kaufhof, em especial uma de suas filiais, plantada em Marienplatz tendo como papel de parede a belíssima Rathaus e seu carrilhão.

Minha relação com ela é emocional mas isso não desmerece seu tamanho nem variedade de departamentos. Foi por nós frequentada em talvez 70% dos dias em que moramos em Munique. Para chegar ao curso tinha de saltar em Marienplatz e, antes de ir pra casa, sempre cabia uma comprinha no mercado do subsolo.

Eu e todos os colegas da Embratel que participavam do treinamento na Siemens naquele ano de 1977, mais nossas respectivas esposas, cansamos de andar pra lá e pra cá com as indefectíveis sacolinhas do Kaufhof. Foi inventado o verbo "kaufhofar" para explicar o fenômeno!

Abraço
Carlos

Helga Maria disse...

Conheço a Galeria Kaufhof, em Berlin, na Alexanderplatz. Os setores de frios, embutidos e bebidas é bem sortido. Não conheço a Galeria Kaufhof em München, na Marienplatz.
Abraços
Helga

Jorge Carrano disse...

Cara Helga,
Obrigado pela visita e comentário, mas estou certo que o Carlos Frederico vai criticar o München, ao invés de Munique.(rsrsrs).
Bom final de semana para ambos.

Freddy disse...

No mercado do subsolo da Kaufhof tinha um setor de temperos em bisnaguinhas tipo pasta de dente que deveria ter bem uns 5m de largura e várias prateleiras. Não dava nem pra começar!
Estou vendo imagens do centro de Munique no Google Maps e a nostalgia aumenta a cada minuto! Parece que estou lá, andando por aquelas ruas de meu passado...
http://www.google.com/maps/imgnav/static/html/lookaround.html?photoId=746705&hl=pt-BR

Abraço
Carlos

Jorge Carrano disse...

Helga,
Se você voltar ao blog ou ainda estiver ai, utilize o link que o Carlos forneceu. Assim ficará conhecendo a praça (ou revendo) e o telhado da loja da Kaufhof, em Munique.
Ele já havia me enviado o link em e-mail, sugerindo a visita.
Abraço

Freddy disse...

Esse link é fantástico, passeia-se por todo o centro de Munique porque o Google Maps permite que você rode, amplie, etc.
Eu revi (de cima) o Viktualien Markt, tipo camelódromo de culinária, com artigos do mundo todo em dezenas de barracas muito bem montadas.
Abraço
Carlos

Gusmão disse...

Interessante mesmo, os antigos magazines possuiam departamentos (setores) de diferentes tipos de produtos, tais como caça e pesca; eletrodomésticos; cine, foto e som; cama, mesa e banho, etc, inclsive espaço gourmet, com lanchonete.
Mesmo conceito dos shoppings que oferecem uma gama de produtos e serviços, só que através de diferentes lojas individuais, de proprietários distintos. E ainda diversão e alimentação.
Acho que a diferença, como disse o Carrano, é a questão do estacionamento.
Aqui era chic comprar na Sears. Assim como é comprar em alguns shoppings.
Abraços
Gusmão

Freddy disse...

Eu também partilhava da tese do estacionamento, mas não sei se vale para Harrods ou Galeries Lafayette. Eu não conheço nem uma nem outra, logo nada posso dizer. Lembrei-me da Macy's em New York, em situação similar.
Será que não tem a ver também com administração?
Abraço
Carlos

Jorge Carrano disse...

Bem, com base em minha experiência na área de administração, colocaria outros elementos, como por exemplo os custos de infra-estrutura (ainda se escreve com hifem?). Peguemos o departamento de compras das lojas de departamentos: precisam ter compradores especializados, para atender vendedores dos fornecedores de confecções, masculina e feminina (com características próprias), que conheçam tecidos e tendências de moda; eventualmente precisariam de estilistas. Para os setor de copa e cozinha (louças, cristais, panelas, etc) a mesmo coisa, é necessário equipe de compradores para atender fornecedores, discutir preços e prazos de pagamento. E os compradores não têm autonomia total, as compras precisam ser aprovadas, dependendo do volume do negócio, por supervisores ou gerentes. E assim sucessivamente. A área financeira, por sua vez, tem que ter uma boa estrutura, para controlar as vendas a crédito, fazer aplicações financeiras, e, mais importante ainda, pagar aos fornecedores, e o volume de transações de compras é grande, considerando a diversidade de produtos, talvez mais de mil itens).
E para vender, quase a mesma coisa, são vendedores especializados (quem vende um barco, não sabe necessariamente vender um fogão, ou um arranjo floral. Há um custo elevado com segurança, limpeza e manutenção.
Num shopping, tirante as grandes lojas, chamadas de âncoras, os pequenos lojistas, compram eles mesmo, pagam e recebem e apenas supervisionam as vendas de comissionados. Os custos estruturais são diluídos entre todos (segurança, limpeza, etc).
Acho que isto faz uma diferença grande. Sei lá. Não tenho números, falo apenas por dedução.
De qualquer forma, o comércio chamado de rua,, ainda tem sua vez. Haja vista a Oscar Freire em São Paulo, a Moreira César aqui em Niterói, e Barão da Torre ou Garcia D'Ávila, no Rio.
Mas hoje não é dia de trabalho, logo, deixemos as falências dos magazines de lado.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Bem, com base em minha experiência na área de administração, colocaria outros elementos, como por exemplo os custos de infra-estrutura (ainda se escreve com hifem?). Peguemos o departamento de compras das lojas de departamentos: precisam ter compradores especializados, para atender vendedores dos fornecedores de confecções, masculina e feminina (com características próprias), que conheçam tecidos e tendências de moda; eventualmente precisariam de estilistas. Para os setor de copa e cozinha (louças, cristais, panelas, etc) a mesmo coisa, é necessário equipe de compradores para atender fornecedores, discutir preços e prazos de pagamento. E os compradores não têm autonomia total, as compras precisam ser aprovadas, dependendo do volume do negócio, por supervisores ou gerentes. E assim sucessivamente. A área financeira, por sua vez, tem que ter uma boa estrutura, para controlar as vendas a crédito, fazer aplicações financeiras, e, mais importante ainda, pagar aos fornecedores, e o volume de transações de compras é grande, considerando a diversidade de produtos, talvez mais de mil itens).
E para vender, quase a mesma coisa, são vendedores especializados (quem vende um barco, não sabe necessariamente vender um fogão, ou um arranjo floral. Há um custo elevado com segurança, limpeza e manutenção.
Num shopping, tirante as grandes lojas, chamadas de âncoras, os pequenos lojistas, compram eles mesmo, pagam e recebem e apenas supervisionam as vendas de comissionados. Os custos estruturais são diluídos entre todos (segurança, limpeza, etc).
Acho que isto faz uma diferença grande. Sei lá. Não tenho números, falo apenas por dedução.
De qualquer forma, o comércio chamado de rua,, ainda tem sua vez. Haja vista a Oscar Freire em São Paulo, a Moreira César aqui em Niterói, e Barão da Torre ou Garcia D'Ávila, no Rio.
Mas hoje não é dia de trabalho, logo, deixemos as falências dos magazines de lado.
Abraços

Gusmão disse...

Você leu O Globo, ontem? Na revista encartada aos domingos tem uma reportagem sobre a Mesbla.
Abraço
Gusmão

Paulo disse...

Apenas 2 comentários sobre o interessante post do Carrano :
1
Comprem e devorem A MAGIA DOS SHOPPINGS, de PACO UNDERHILL .... excelente !
2
Trabalhei 2 anos na CONTAX, onde era a Mesbla, como Gerente de Manutenção Corporativo (todos os sites no Brasil). Não existe mais do que 2 pessoas hoje que entendem e que sabem fazer a manutenção do incrível mecanismo do relógio da torre no Passeio - inclusive acertar as horas e minutos. Hoje, a caminho do trabalho, olhei para ele e marcava 12:30h, quando era 08:45h ... imagino que estão desesperados atrás de um dos 2 mecânicos que sabem ajustar o mecanismo !!! rsrs

Unknown disse...

A foto do Mappin se refere a copa de 1966 e não da copa de 70.

Jorge Carrano disse...

Obrigado, Unknown.
Pela visita e pelo esclarecimento.

Jorge Carrano disse...


SEARS pede falência, nos USA, neste final de 2018.

Lamento!

Jorge Carrano disse...



Matéria em:

https://oglobo.globo.com/economia/sears-primeira-rede-dos-eua-ser-loja-de-todas-as-coisas-pede-concordata-23155958