26 de novembro de 2011

Carlos é plural?

Por
Carlos Frederico M B March


Sobre o blog "Banalidades e nem tanto" - dia 24 de novembro - pensei cá comigo que os comentários dariam um post inteiro e é o que estou fazendo! Até porque meu nome Carlos foi citado ao final, pela simples razão de ter um "s" e fazer pensar num plural - quiçá não confiável (?! => rs rs).

Sim, decerto sou plural, já diagnosticado como um de meus maiores problemas de personalidade numa avaliação psicológica profissional realizada em gerentes na Embratel, quando eu ainda trabalhava lá.

Segundo o avaliador, pessoas como eu com múltiplas capacidades têm enorme dificuldade em focar algo na vida, com medo de descartar o restante. A um garoto que saiba apenas jogar bola ou anotar jogo do bicho, pode-se encaminhá-lo a um centro de treinamento e o cara, quem sabe, pode virar um Neymar.

Eu, infelizmente (na visão desse avaliador), busquei a profissão de engenheiro por ter habilidades em física e matemática, assim como poderia ter seguido carreira como pesquisador em física - curiosamente minha habilidade número 1 num teste vocacional no ensino médio. Sou astrônomo amador por conta desses mesmos predicados, de modo que leituras em astrofísica e cosmologia fazem parte de meu cotidiano, como hobby.



Horsehead Nebula in Orion








Tenho dotes artísticos que se revelam na música e na fotografia. Sou pianista (curso técnico, concluído em 1968), com toda a parafernália de cursinhos correlatos e dou minhas cacetadas no violão e guitarra.




O autor em um de seus pianos eletrônicos

Também sou fotógrafo profissional formado pelo New York Institute of Photography (2001). Já estudei desenho em 1991, percebi a habilidade mas não a desenvolvi seriamente.



Rosa em Gramado-RS (2004)



Tenho também certos dotes literários, parece que essa faceta em nossa família é genética. Escrevo romances para consumo pessoal - por conta de temas porno-eróticos e abordagem de alguns tabus, considero-os inadequados para publicação. Participei de um grande romance de ficção científica/fantasia escrito com meu irmão Paulo numa interessante parceria, cada um escrevia um capítulo alternadamente. Ficamos meses (anos) nessa esgrima intelectual, foi emocionante. Como acabou abordando intimidades da família, é também inadequado para publicação - não tanto pelo conteúdo, mas pelo entendimento que seria restrito a quem vivenciou nosso passado pessoal.

Disse-me também o tal avaliador que, ao lado disso tudo, eu também daria um excelente psicólogo, ou diretor de cinema, ou de teatro, desde que escolhesse um rumo e o perseguisse com afinco. Não o fiz... Apesar de ser plural, fixei-me na engenharia como ganha-pão, no entanto sem grande empenho ou foco - como vaticinado, tanto assim que apesar de gerente por 16 anos não galguei postos na Embratel por absoluta falta de ambição.

Hoje sou apenas um humilde aposentado (ou vagabundo, na avaliação dos atuais governantes), ora procurando uma atividade prazerosa - aderente a alguma dessas diversas habilidades citadas - que, quem sabe, possa complementar uma decrescente aposentadoria.

Dito isso, passemos aos temas abordados no post em pauta: "Banalidades e nem tanto".

Sobre efeito de vulcões e exploração de petróleo, não há como "ficar um vazio". A Terra é imensa perto de que "perde" por conta de erupções ou consumo irrefletido de recursos . Pontualmente poderá faltar petróleo porque são necessárias eras geológicas inteiras para formá-lo, algo que nos afetará mas não ao planeta.

Grandes terremotos realmente modificam o eixo terrestre pelo deslocamento de massas internas: um "pentelhésimo" no jargão popular, nada que possa ser percebido por nós. E o aquecimento global pode aumentar o nível dos oceanos, sim. Metros, suficientes para arrasar todas as atuais cidades das orlas marítimas. Não é à toa que comprei uma casa na serra, em Nova Friburgo (rs rs rs).

O Big Bang é apenas uma teoria que se encaixa em modelos físico-matemáticos e por isso passou a ser aceita pela comunidade científica. Mas convenhamos, parece mesmo uma imensa bobagem. Como pode todo o Universo nascer de um ponto, um nada de energia infinita? E com que objetivo, já que parece se ampliar "forever" em direção a um nada diametralmente oposto, uma imensidão vazia e gélida... Por quê? Pra quê?

Adão e Eva? Maçã e serpente? A única coisa que parece certa é que eles eram negros africanos. E praticavam incesto de todas as maneiras conhecidas.

Pra finalizar, muitos dos maiores cérebros não são americanos de modo que, para se manter na crista, os EUA estimulam e até bancam a vinda de estrangeiros, pretendendo concentrar lá o saber. No entanto, a Internet e as redes de busca estão aos poucos globalizando a informação, de forma que cedo ou tarde a hegemonia (artificial) americana será derrubada.

Se sou anti-americano? Tenho com os EUA uma estranha relação de amor e ódio. Ao mesmo tempo que não gosto da maneira arrogante como eles se jactam de serem os mais poderosos do planeta, gosto de ir lá e usufruir das benesses. É como frequentar o McDonald's. Já soquei balcão, sacaneei atendentes robotizados, baguncei processos de atendimento, mas continuo a entrar lá e comer os sanduíches...

Fotos do acervo do autor

11 comentários:

Gusmão disse...

Excluindo as saudações tricolores, concordo com a Ana Maria. Caso se trate de inquietude do espírito, Carrano, e como ela disse você anda a procura de verdades absolutas, também sugiro que relaxe.
Concentre-se no trivial, nas “banalidades”, para ficar no título do post que deu origem a esta troca de opiniões e experiências pessoais.
Por meu turno quero mesmo é saber se o da Estrela Solitária, meu glorioso, irá se classificar para a Copa Libertadores e quem matou Salomão Ayala (é assim que se escreve?).
Abraços
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Vocês pensam que estes questionamentos, dúvidas e angústias terminaram?
Ledo engano. Aguardem o post de amanhã, do Paulo March, e verão que a chegada da idade sexagenária pode provocar busca por respostas.
Gusmão, eu e você já passamos pela fase.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Ah! Gusmão,
Tem o seguinte. Via mail, a Ana Maria me mandou o seguinte recado:
[Visto que vc anda cheio de indagações filo-teosóficas, mando a frase do Arthur Schopenhauer:
"Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência."]

Jorge Carrano disse...

Se é para debater ideias, então vamos lá, Carlos.
Não sou americanista. Porém não posso deixar de admitir o seguinte:
um dos pontos que você ressaltou, qual seja a importação de mentes brilhantes, é responsável pelo sucesso e crescimento do país. Não foram, nunca, xenófobos. Todos que tenham algo a acrescentar são bem-vindos nos USA.
E as universidades americanas serão, com toda a universalização que a internet propicia, ainda durante muito tempo, os grandes centros de excelência em pesquisa.
Meus parcos dólares sempre foram investidos em viagem pela Europa, em face da cultura e da história, quesitos nos quais o velho continente é imbatível.
Mas nos terrenos da ciência e da tecnologia, os USA serão ainda e por muitos anos o Eldorado para o mundo acadêmico.
Vou te dar um exemplo, num caso mais banal, mais simples, que demonstra a diferença de mentalidade do brasileiro.
Quando o voleibol começou a crescer, veio para o Brasil um técnico coreano, competente, que conseguiu muito êxito com uma equipe mineira (Minas Tênis Club), na década de 1980. Quando foi cogitado para a seleção, foi torpedeado pelos técnicos nacionais, capitaneados pelo Bebeto de Freitas (que tem alguns méritos), porque era estrangeiro. E todas as previsões dele (chamava-se Young Wan Sohn) se concretizaram. Jogador de vôlei tem que ser alto, forte e ter concentração mental (de preferência apreender a ler). Credito a ele 90% dos feitos do vôlei nacional.
Somente recentemente, depois de anos de fracassos e vergonha em Olimpíadas, estamos admitindo a contratação de técnicos estrangeiros, para a ginástica feminina, para o pólo aquático e, fiquei pasmo, com um argentino no basquete.
Em todos os campos de atividade humana, imigrantes tiveram oportunidades de crescer nos USA. Dois exemplos clássicos: Arnold Alois Schwarzenegger e Heinz Alfred "Henry" Kissinger, que chegou a Secretário de Estado da maior potência mundial.
A relação seria imensa, se fosse falar de atores e atrizes, de compositores e músicos. De matemáticos, físicos e químicos, com Nobel.
O pais é, como sempre defini, desde menino, PROFISSIONAL.
Mas não gostaria de viver lá. Prefiriria Londres.
Abraço

P.S: dá uma olhada em http://blogs.lancenet.com.br/volei/2011/10/05/homenagem-do-minas-ao-tecnico-young-wan-sohn/

Freddy disse...

Caro Carrano,
Eu jamais perderia meu tempo discutindo ações brasileiras sejam lá em que campo forem, ainda mais compará-las a países do primeiro mundo. Foi visitando a Holanda em 1977 que comecei a ter vergonha de ser brasileiro. O tempo não melhorou esse sentimento, pelo contrário.
Tive muito mais chance de conviver com europeus (morei lá) que com americanos (apenas visitei) e foi na Europa que aprendi a olhar os yankees com reserva. Percebi que nossa mídia é americanizada e que somos blindados contra boas notícias que venham do velho mundo. A Internet veio a melhorar um pouco isso, mas ainda tem o dedo americano nos mecanismos de busca.
Elogiamos Boeing e menosprezamos AirBus e as russas. Ouvimos falar da NASA, mas desconhecemos o dia a dia da ESA. Elogia-se o tamanho do Museu Smithsonian mas não o do Deutches Museum em München, provavelmente maior.
O americano tem um ufanismo exacerbado, eu mesmo fui por um tempo assinante de uma extinta revista aeroespacial chamada Final Frontier. Dava-me raiva ler os arroubos patrióticos em textos que deveriam ser apenas técnicos.
Em revistas de ciência americanas temos de engolir o uso frequente do sistema de medidas inglês, quando a comunidade científica deveria usar apenas o métrico. Os caras chegam ao abuso de querer impor o inglês na pronúncia de palavras em latim.
Não, não sou chegado a americanos. Mas usufruo deles.
Abraço
Carlos

Paulo ou Paulus disse...

Carrano, sua análise foi "perfect".

Carlos, há quantos anos vc não passeia por uma calçada de qualquer país da Europa? Conversa com algum nativo, frequenta bares, conversa com pessoas por lá ? Idem em relação aos EUA.

Estou perguntando isso, pq para mim é MUITO importante ir lá, vivenciar, frequentar, conversar, tirar suas próprias conclusões, e comparar com artigos da mídia. Sem ir lá, não tem valor para mim ....

Estou começando a achar que deveríamos marcar um encontro com TODOS em algum lugar legal, focado em um tema que escolhêssemos aqui no BLOG ... o que acham da sugestão ? E nos conheceríamos pessoalmente.

Eu ia finalizar o post com um questionamento pessoal, mas acho que seria extremamente pesado, ou mal interpretado ...rsrsrsr

sds TRIcolores

Jorge Carrano disse...

Carlos,
Começo com a piada, mas que encerra uma verdade. Os americanos adotam a filosofia da galinha. O que ela faz assim que bota o ovo? Cacareja um bocado, anunciando aos quatro ventos que é dela o ovo no ninho. (rsrsrs) O que há de errado nisso?
Ufanar-se de seus pais e sua história, suas conquistas nos campos sociais e econômicos, e mesmo militares, é para quem pode.
Os USA tornaram-se independentes (para valer) em 1776. Nós em 1822, pouquíssima diferença num contexto histórico. Entretanto, quanta diferença, não? Inclusive quanto ao destino dos índios. Algumas das razões seriam exatamente o abrir portos aos migrantes, de todas as origens, credos e cor de pele (Pelé foi um exemplo), no ter uma Constituição enxuta, clara e objetiva, de comemorarem o 4 de julho com muita festa, bandeiras desfraldadas e orgulho patriótico. Nós torcemos pelo feriadão.
Não vou ficar fazendo apologia dos USA, até porque não seria o melhor advogado para o país.
Tirante New Orleans (jazz, gospel e adjacências) e Vermont (paisagem rural) nada me atrái lá. Por coincidência os dois locais têm dedo frances na colonização. Vermont vem de verts monts.
Abraço

Paulo disse...

e complementando,,,,quase esqueci ,,,,
EMBURRECER É PRECISO, PARA SER MAIS FELIZ

abrs a todos

Jorge Carrano disse...

Não tem escapatória. Acabo de receber a VEJA. E com ela um suplemento especial, que é um guia de compras em ... Nova York.
Aí, Paulo. Sei que você gosta muito da cidade.
Abraço

Paulus ou Paulo disse...

Carrano, acrescentaria na sua lista :
Yellowstone, Grand Canyon, a região de New England, a costa TODA da California, Lake Tahoe inteiro, os canyons de Salt Lake City, a lindíssima e charmosa Philadelphia, Chicago, a mini NY, as fronteiras de Minesotta com o Canadá e seus 2.000 lindíssimos lagos, as fakes La Vegas e Orlando com toda a sua energia e alegrias, um paraíso chamado Hilton Head Island que tive o privilégio de conhecer em 2008, o lindíssimo condado de Poughkeepsie em NY State, o deserto de Mojave .....CARACA ????? o que mais ???

Jorge Carrano disse...

Porque Erasmo adotou o nome Carlos.

Vejam e ouçam a entrevista:

http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/marianagodoyentrevista/videos/ultimos-programas/erasmo-carlos-rusga-que-tive-com-roberto-carlos-nao-foi-pela-wanderlea

(copy and paste)