24 de maio de 2011

A volta para o caos urbano e a "civilização"

Vendi a casa para um major, logo promovido a tenente-coronel. Começou bem. Ao que eu saiba está contente, e decorridos 13 anos do fim de minha aventura no campo, ainda mora lá.

bar rústico
Consegui vender, no pacote, alguns móveis e utensílios os quais não teria onde colocar no apartamento onde iria morar. Primeiro porque eram coisas rústicas adequadas ao ambiente da roça, mas que ficariam deslocadas no apartamento em Niterói. Segundo pelas dimensões de alguns destes móveis, como sofá e poltronas. E o bar e as banquetas? Porque toscos, não harmonizariam com coisa alguma num ambiente urbano. Erika, minha nora que é decoradora de interiores e designer ficaria horrorizada.

O que sobrou doamos para alguns moradores do local, para os quais algumas daquelas tralhas serviriam bastante.

Perdi, evidentemente, algum dinheiro na aventura, posto que vendi o imóvel ao mesmo preço que paguei, tendo entretanto feito uma grande reforma que envolveu desde a estética (reparo da alvenaria e pintura) até a infra-estrutura, como instalações elétrica e hidráulica. Jardim formado e parte do terreno gramado. Canil refeito.

Enfim, investi na reforma tanto quanto paguei na compra.

Foi um sonho que não deveria ter se realizado, como muitos outros que tive ao longo da vida.

É por isso que hoje, quando não consigo alguma coisa que aspirava, racionalizo, como dizem os psicólogos, pensando que não era para ser pois não daria certo, não seria para o meu bem.

O fato é que escolhi mal o local para meu refúgio no campo, comprei um imóvel cheio de vícios ocultos e, o mais grave, não tinha preparo para a vida semi-rural. Acho mais difícil a adaptação de um ser urbano à vida no campo, do que um matuto ruralista se adaptar na cidade.

Onde já se viu arrancar os pés de caruru que brotavam espontaneamente em minha horta orgânica, se eles teriam um papel importante a desempenhar no processo.

Hoje, depois de ler matéria publicada pela amiga Esther Bittencourt, em seu blog, sei que o caruru é uma “planta amiga”. Sei até que em alguns lugares é conhecida como bredo.

Mas nem tudo foi problema como explicitado em "Casa no campo" e "Vida na roça" posts publicados recentemente.

momento de ócio
 Devo admitir que estabelecemos uma nova rotina, diferente de tudo quanto estávamos acostumados. E desfrutamos um ócio merecido, depois de anos em São Paulo.









Wanda na sacada do atelier

Wanda teve, enfim, seu atelier, não com alunos como a princípio imaginávamos, mas criou algumas boas telas, inclusive umas 3 ou 4 vendidas na feira dominical de artesanato no Campo de São Bento, em Niterói.

vista parcial da feira de artesanato (Campo de São Bento - Niterói)














Bill não entendendo o que eu fazia sentado no chão


 Eu tive meu cão, ótimo amigo. Há quem prefira o whisky, que como dizia o poetinha é o cão engarrafado.

4 comentários:

esther disse...

querido amigo,

disse num artigo, a marina colasanti, que existem duas alegris na vida: comprar um sítio e depois vndê-lo. eu, que vivo numa chácara modesta, num condomínio rural, há 17 anos ainda não me cansei da vida no campo. e faria tudo de novo. deve ser o sangue dos ancestrais judeus que me corre nas veias.

beijo

Jorge Carrano disse...

Esther querida amiga,
Que bom que você veio corroborar minha afirmativa de que tem cabedal para falar de vida campestre, do alto seus 17 anos de experiência.
Evidente que exagerei quanto a falar de tentativa de vida rural, eis que na verdade não cheguei a ter um sítio ou chácara, senão uma casa com bom quintal.
Se e quando tiver uma recaída, e decidir voltar a viver no interior, não prescondirei de sua assessoria.
Beijo

Carlos Frederico disse...

Carrano,
Confesso que não fui tão longe e comprei imóveis em Friburgo, primeiro como veraneio (1989, 1994) e agora como moradia de aposentado (2007). Todos em condomínio (rs rs). Acho que não teria força vital para encarar um sítio, por mais bonito que fosse... Tenho um amigo que comprou uma casa enorme num terreno de 8000m2. Fiquei cansado só de olhá-lo trabalhando para manter aquilo tudo lindo, só que ele gosta... Eu tô fora!

Jorge Carrano disse...

Prezado Carlos Frederico,
Sítio bom é o dos amigos. Assim como piscina. É bom para desfrutar mas terrível para cuidar.
Obrigado pela visita e comentário.
Abraço
Carrano