A palavra título, inglesa, foi entroduzida em nossa lingua via informática, a exemplo do que aconteceu com deletar. E ganhou uso mais abrangente. Já ouvi alguém dizer que se encarregaria da solução de um problema, pois tinha “um link” no Tribunal de Justiça. Lógico que continua no sentido de conexão, mas porque dizer que tem um link se poderia ter dito que tinha ligação.
São os estrangeirismos invadindo nosso vocabulário do cotidiano. Eu, por exemplo, se não gostar de uma frase aqui formada, posso deleta-la, mas numa conversa com um amigo, não preciso dizer “deleta o que eu falei”, devendo, isto sim, dizer esquece, ou, “apaga o que falei”, pois foi impensado.
Esta digressão talvez não fosse necessária, mas achei melhor faze-lo, para ficar claro que o link aqui mencionado, nada mais é do que unir pessoas e fatos. Ligar pessoas diferentes, com fatos comuns aos mesmos. Mesmo que apenas numa citação literária.
É o caso, por exemplo, do Jorge Luiz Boges, Luis Fernando Veríssimo, Louis Armstrong, Elizabeth Taylor, W. C. Handy, Ricardo Wagner Carrano e John Jakes.
Louis Armstrong |
É o caso, por exemplo, do Jorge Luiz Boges, Luis Fernando Veríssimo, Louis Armstrong, Elizabeth Taylor, W. C. Handy, Ricardo Wagner Carrano e John Jakes.
Elizabeth Taylor |
Borges, de quem conhecia apenas algumas coisas esparsas, voltou às minhas leituras frequentes, porque meu filho Jorge adquiriu as “Obras Completas” do mui merecidamente festejado escritor, em 4 volumes.
Em “História Universal da Infâmia”, que é de 1935, vindo a ser um de seus trabalhos mais conhecidos, na história “O Atroz Redentor Lazarus Morrel” ele se refere a importação de negros africanos, como causa a que devemos infinitos fatos, citando entre outros, o nascimento do blues, em especial de W. C. Handy, filho de escravos, que como sabem aqueles que têm um mínimo de informação sobre aquele gênero musical americano, irmão do jazz, é o compositor de “St.Louis Blues" e de "Memphis Blues".
Ora, vejam a coincidência, neste último domingo, dia 15 de maio de 2011, o Veríssimo, em sua coluna n’O Globo, publicou a crônica, sob o título de "silogismos sujos", mencionando como exemplo de silogismo, a conclusão de que como a importação de negros africanos, deu à civilização ocidental muito mais cor e rítmo, como o samba e o jazz, logo foi bom existir escravatura.
lavoura de algodão |
trabalho escravo |
E onde foi que surgiram, como músicas de protesto, as work songs, que originaram o blues e, depois, lavadas para o interior dos templos, spirituals, senão básicamente nas lavouras de algodão, no sul do EUA.
Borges alude, ainda, na obra e conto supracitados, à música “Go Down Moses”, que é um clássico spiritual, gravado muitas vezes, mas que tem na versão emprestada por Louis Armstrong, a interpretação definitiva fora da igreja. Este spiritual, é encontrável no álbum "Louis and the Good Book”, juntamente com outros registros do gênero.
personagens da minissérie |
O canal TCM (TV por assinatura), estreou no sábado, dia 7 deste mês, a minissérie, "North & South", da BBC, uma das maiores superproduções da história da TV que conta a história de George Hazard (James Read) e Orry Main (Patrick Swayze) que se tornaram amigos enquanto estudavam na academia militar de West Point. O caso é que um deles vem de uma família abastada do Norte dos Estados Unidos, enquanto o outro é egresso das plantações do Sul, com uma família que tem escravos. Assim que chega a Guerra da Secessão, em 1861, estes dois amigos acabam sendo colocados em lados opostos do conflito.
Uma das estrelas que fazem participação nesta série Norte&Sul, é Elizabeth Taylor, no papel de uma dona de bordel; e este conflito, pano de fundo da história de John Jakes, ou seja, a Guerra da Secessão, ou guerra civil americana, foi citada por meu primo Ricardo Wagner, de quem eu conhecia a existência, mas não tinha a menor idéia de que morava, há anos, na Carolina do Sul, estado americano onde tudo começou. Neste mesmo estado mora Orry Main, um dos personagens da série.
Assim, em curto espaço de tempo, localizei, via internet, o primo que mora na Carolina do Sul, estado onde se originou a guerra civil, com o ataque ao Fort Sumter, localizado em Charleston, naquele estado.
O Ricardo informa no post já publicado aqui no blog, que técnicamente a Carolina do Sul não fica exatamente no sul do país, ou, nas palavras dele, “A Carolina do Sul é um estado fisicamente localizado no Sudeste, mas chamado de “Sulista”.
No mais, quem puder deve assistir a série "North &; South”, no TCM, ouvir o álbum (tem em CD) “Louis and the Good Book”, ler Jorge Luiz Borges e Luis Fernando Veríssimo, sempre, ver a Elizabeth Taylor em qualquer filme onde ele tenha atuado, e, porque não, ler o post em
Na arte: literatura, cinema e música, a guerra de Secessão não acabou.
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