25 de maio de 2011

Minissaia, calça justa e decote generoso

Hoje caminhava a minha frente uma jovem, sei lá, vinte e cinco anos? Chamou minha atenção a calça justa que vestia, que denunciava uma daquelas protuberantes bundinhas, durinhas, e pernas bem torneadas.

calça justa
Confabulei com meus botões qual seria a razão por trás daquela escolha, a justificar a calça tão apertada. Difícil, certamente, de vestir e, suponho, nada confortável para usar. Assim, descartei praticidade e conforto. Moda? Não, era um jeans comum.

Restou a alternativa que ela, no fundo, queria ser vista, admirada, apreciada. A dúvida seria por quem: homens ou mulheres. Ela queria ser objeto de admiração e cobiça dos homens, ou queria matar de inveja as outras mulheres pelo corpo escultural. Bem, nos dias que correm não se deve descartar a possibilidade de que queria impressionar outras mulheres não para que a invejassem pela forma física, mas sim para que a cobiçassem para fins luxuriosos. Vai saber.

minissaia


calça colante
Minissaias e decotes ousados, que permitem apreciar, com certa profundidade, a anatomia feminina, sempre despertaram em mim um cuidado enorme, um policiamento grande, para não ser flagrado olhando acintosamente. Sempre o faço de soslaio, disfarçadamente, porque se apanhado olhando ficaria rubro de vergonha. Mesmo desconfiando que se eu não olhar, estarei fazendo uma desfeita e causando uma decepção à mulher. Afinal, imagino que ela gostaria de ser admirada.

Todavia, sempre fui o que, na falta de outra palavra, diria cavalheiro, discreto no olhar.

Afirmo que sempre, pois me lembro de um episódio quando eu tinha não mais do que 9 anos e vi, pela primeira vez, uma mulher despida. Inteiramente despida.

Foi assim: brincávamos nas fraldas do Morro da Penha, onde morávamos, eu e o Sidney, filho da mencionada mulher. Ele pisou em um caco de vidro e talhou o pé; com alguma profundidade, eis que o sangue jorrou de imediato. Corremos para a casa dele, a primeira da vila onde morávamos, para que fosse socorrido. Entramos na casa, ele gritando de dor e de susto pelo sangue que deixava um rastro atrás de nós.

O barulho da porta abrindo abruptamente e o choro do Sidney, despertaram a atenção e, por certo, o cuidado da mãe, quanto ao que poderia estar acontecendo com seu único filho.

Só que ela estava no banho e veio até sala despida como sói acontecer, trazendo nas mãos a toalha que provavelmente pretendia enrolar no corpo. Só que, na aflição do momento, ela estava mais preocupada com o filho do que com sua nudez.

Vai daí que me assustei com aquela mulher grande (não gorda), de coxas grossas, seios fartos, cabelos lisos e escorridos (ela era cabocla), com água pingando. Uma floresta de pelos pubianos que camuflava a genitália. Se hoje, com a grosseria reinante, diria que parecia uma aranha caranguejeira. Tipo Claudia Ohana, para quem viu na Play Boy.
Fiquei muito mais encabulado do que ela. Não que ela pretendesse se exibir. Mas sim porque tinha algo mais importante porque se preocupar. 
Lana Turner

Ava Gardner

Aquela visão me acompanhou durante alguns poucos anos, até a puberdade. E sabem o que aconteceu? O episódio para mim foi tão acabrunhante, fiquei tão envergonhado, embora inocente, que jamais ousei, na fase das homenagens que fazíamos nas solitárias práticas sexuais, pensar na mãe do Sidney. Era mais comum me possuir (licença Martinho)* em intenção de Ava Gardner ou Lana Turner, que só conhecia das telas, e não mais do que as pernas.



Ou seja, levei ao extremo minha discrição, minha vergonha pelo ter visto a mulher nua num momento de descuido justificável,  nunca utilizando aquela visão para alimentar libido.



*Martinho da Vila, na composição “Ex-amor”, celebrou o ato, de forma elegante, nos seguintes versos:

“Quando a saudade bate forte, é envolvente
eu me possuo e é na sua intenção
com a minha cuca naqueles momentos quentes
em que se acelerava o meu coração”

4 comentários:

Carlos Frederico disse...

Fica frio, Carrano...
Eu tentei ser fotógrafo de modelos. Estudei, fiz alguns books e me lembro de uma vez em que, ao flagrar no visor o deslumbrante traseiro de uma amiga de Flávia em close, fiquei com vergonha de fazer o click e o guardo apenas na memória. O trabalho foi "bem comportado".
Tive de abandonar a carreira antes de começar... Ou ela ou o casamento...

Jorge Carrano disse...

Para quem não conhece o amigo e colaborador Carlos Frederico (com post aqui publicado), a Flávia a qual se refere é uma de suas (his)filhas.
Por sinal, salvo engano, vascaína.
Bom saber que não sou o único encabulado nestas situações embaraçosas.
Abraço

Carlos Frederico disse...

Sim, Carrano, eu, minhas duas filhas e minha esposa somos todos vascaínos. O detalhe é que Mary (esposa) se tornou vascaína mais ou menos em 1997, por influência de todos nós. Ela era flamenguista e virou a casaca!

Jorge Carrano disse...

Um bride a Mary. Prevaleceu o bom senso.
Casaca! Casaca! Casaca! Zaca, Zaca!!!
Parabéns a toda a família.
E tem mais o seguinte, Carlos. Se a pesquisa fosse feita somente entre nossas famílias, o Vasco teria, disparado, a maior torcida do Brasil.
Na minha, mulher, filhos, noras e netos tocemos pelo Trem Bala da Colina.
Não tenho nem um urubú por perto.
Abraço
Carrano