22 de novembro de 2014

Obviedades, inutilidades e desperdícios

Querem coisa mais idiota que comentário de arbitragem durante as transmissões das partidas de futebol? Eu digo qual é. É a critica de arbitragem a qualquer momento.

Pensem comigo:

No tempo do rádio, sem o recurso da imagem para tirar a prova, vá lá que o Mario Vianna da vida, com seus berros tipo “banheeeira” ajudavam-nos a ter ideia do acerto ou não na anulação do lance.

Ainda assim, algumas vezes discordávamos da opinião do árbitro travestido de comentarista ao assistirmos, mais tarde, ao videotape da partida. Porque um componente forte do futebol, o mais forte, é a paixão do torcedor.

E é muito difícil analisar com isenção, distanciamento, um lance duvidoso. In dubio o juiz errou contra “nosso” time. Ainda é assim,  mesmo com os infinitos recursos tecnológicos. Algumas decisões são absolutamente subjetivas. Exemplo? Mão na bola ou bola na mão.  O movimento do braço foi intencional, foi um ato reflexo ou um movimento antinatural, como agora inventaram?

É briga e discussão pra muitos metros entre torcedores de equipes adversárias. Cada qual terá sua visão e não haverá opinião de juiz aposentado que faça com que alguém admita a decisão equivocada.

Se a gente ousa discordar do ministro Lewandowski quando ele absolve alguns safados, porque não iremos discordar dos Arnaldos de plantão nas diferentes emissoras de radio e TV?

Quem acompanha futebol, gosta e tem um clube preferido, tem conhecimento mínimo das regras. As imagens atualmente disponíveis dão a exata medida do ocorrido. Nunca, a não ser para os retardados  mentais, a imagem mostrada de vários ângulos terá menor importância do  que a palavra de um juiz qualquer.

Até porque este mesmo juiz, ora critico de arbitragem, ao tempo em que atuava nos gramados de certo cometeu vários erros de interpretação e julgamento. Ou não?  Você dirá que sim, ele errava  mas quando ele apitava não dispunha dos recursos que hoje existem. Não eram acessíveis para os juízes.

Esta bem, mas pensa um pouquinho só. Os recursos que hoje ele tem (slow motion, câmera de 360º, linha imaginária de impedimento, chip na bola, etc) também estão disponíveis para nós telespectadores.

Logo, pra que preciso da opinião do comentarista de arbitragem?

Eu pretendia enumerar outras inutilidades e ou desperdícios de talento ou tempo, mas a questão do comentarista de arbitragem  de futebol ficou muito grande. Daí que sobre critico de cinema, horóscopo de jornal, “olho mágico” na porta do apartamento, plaquinha "não pise na grama", e outras bobagens falarei de outra feita.

A menos que você, caro leitor, queira enumerar algumas coisas que repute absolutamente dispensáveis por desuso, por serem bizarras, por não terem proveito ou eficácia.

Voltando ao futebol. Se o comentarista afirmar que o juiz errou ao anular o gol, algum tribunal dará ganho de causa ao clube que recorrer alegando a opinião do juiz aposentado que deu uma opinião pessoal?

Em casos de indisciplina (agressão, injuria, etc) se o tribunal desportivo pune, independentemente do juiz do jogo haver ou não consignado a falta, é com base nas imagens e nos depoimentos dos envolvidos.

Então faço a pergunta final: qual a utilidade da opinião do comentarista?
a) Deixa-lo mais irritado se foi contrária a sua opinião e prejudicial ao seu time;
b) Você ficará aliviado, conformado com o gol mal anulado a favor de seu time, porque  o comentário confirmou a marcação do juiz.
c) Não serve para porr...caria nenhuma.

11 comentários:

Freddy disse...

Acabei de bolar um "pano de fundo" moderno para jogos de futebol: uma banda (o estilo você escolhe). Ela ficaria assistindo o jogo e tocando soft quando o jogo estivesse morno, começaria um crescendo e tocaria fanfarras nas jogadas agudas na área! O gol poderia ser acompanhado por uma apoteose sonora!
Dá no mesmo que ouvir os comentaristas imbecis. Ou aqueles, como Galvão, que fica ostentando seu saber completamente alheio ao que acontece em campo, a ponto de deixar de narrar um gol recentemente!
<:o)

Freddy disse...

Aproveitando assunto levantado, o que mais me irrita no futebol atual é o tribunal desportivo ter prerrogativas de julgar a posteriori um atleta por indisciplina ou violência através de arquivos de imagens colhidas num jogo, mas ser impotente para mudar o resultado de uma partida por um gol anulado ilegitimamente (como aquele do Vasco contra o Flamengo, com o 4º árbitro que nem um ogro olhando o lance e não vendo a bola entrar 33cm).
=8-(

Ana Maria disse...

Deveria ser a opinião técnica, imparcial, de um especialista. Mas não é por acaso que o árbrito nos esportes é chamado de juiz.
Como diz o provérbio antigo: "cada cabeça uma sentença"
Duro mesmo é ter que aturar a opinião de narradores donos da verdade.

Jorge Carrano disse...

Caro Freddy,
À luz do direito o que deveria ocorrer é o seguinte, relativamente às intervenções dos tribunais desportivos no respeitante à disciplina.
Se o árbitro marcou a infração (falta ou toque de mão), tendo punido ou não, com cartão, não caberia ao Tribunal voltar a julgar o lance.
A utilização de imagens só deveria acontecer nas hipóteses em que o juiz não viu a infração e por isso não sinalizou. Ou fingiu que não viu. Todavia, se o juiz viu e puniu, ou simplesmente viu e mandou a jogada seguir claramente, então o Tribubal não deveria interferir, porque isto corresponde a ação de terceiro na arbitragem, e com uso de tecnologia, o que ainda não é possível. Seria o caso, então, de um auditor do tribunal estar acompanhando a partida e com recurso de imagem (congelada, slow motion, etc), comunicar-se com o árbitro e alertar. E isso não se aplica no futebol (ainda).
Agora julgar erros de arbitragem (de fato ou de direito) é o papel do tribunal. Por isso ocorrem absolvições e/ou agravamento da pena prevista no regulamento.

Riva vendo o Vasco disse...

Acabem com a maldita regra do IMPEDIMENTO e o futebol será muito mais bonito, menos injusto, com menos erros.

Não existe essa maldita regra na praia, no society, no salão, no racha .... se vira para marcar o cara.

O resto se corrige com tecnologia simples e regras fixas de punição, como na Europa, que não necessita de tribunais.

O primeiro passo para as mudanças é arrasar com a atual estrutura corrupta da FIFA.

Freddy disse...

Uma paradinha para rever o lance num tablet ou laptop à beira do gramado, oficialmente colocado na mão do moderador do jogo, poderia ser um avanço. Mais de uma vez o juiz voltou atrás num gol ou num penalty depois de consultar um auxiliar. Por que não dotar esse auxiliar de tecnologia?

A FIFA está jurássica, o futebol inteiro deveria ser reformulado, a começar pelo tamanho de campo, de meta, número de jogadores, etc. Comparem o preparo físico dos atletas no final do século XIX e agora, início do XXI. Mudou tudo!

Sugestões: 4 tempos de 25 minutos, lateral com pé, abolição do impedimento, uso de tecnologia para mediar polêmicas. Multa cavalar ao jogador que tirar a camisa ao comemorar um gol. Quem ele pensa que está pagando seu salário?

<:o)

Jorge Carrano disse...

Não sei não. Mudança de regras é um negócio mais complicado. São tantas as opiniões e sugestões que seria impossível obter um consenso.
O Platini, por exemplo, está sugerindo um cartão azul, que puniria o jogador por alguns minutos. E cinco substituições.
No futsal, por exemplo, os jogadores podem entrar e sair no curso da partida (também no volei e no basquete). A divisão em quatro tempos também é interessante, com intervalo maior entre o segundo e o terceiro, como no basquete.
A utilização de recursos eletrônicos acabará sendo aprovada, mais dia menos dia.
Agora cá para nós, eu escolherei outro esporte para me divertir porque o futebol terá outro formato inteiramente diferente.
Quando vejo Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, por exemplo, além de alguns outros poucos, acho que não temos que mexer em nada.

Freddy disse...

O cartão azul é longamente esperado. O cara sai para esfriar a cabeça por uns minutos, p.ex. 10.
A divisão em 4 tempos já existe numa formatação tosca, que é a parada técnica aos 20 minutos, adotada em alguns certames e, mais recentemente, a parada para hidratação. Bastaria que ela fosse estendida a uns 10 minutos em vez de 2 ou 3.
Não gosto do procedimento de entra-e-sai de alguns esportes, acho que no futebol ele só atrapalharia.
É, há ideias e controvérsias, mas aos poucos as melhores devem ir ganhando adesões e sendo implementadas.
<:o)

Jorge Carrano disse...

Sem mexer nas regras é possível melhorara o futebol no Brasil.
Uma boa providência seria profissionalizar árbitros de futebol. Atuariam organizados, por exemplo, numa ONG, ou Cooperativa, algo assim, independentemente de federações. Poderiam, e deveriam, contratar juizes estrangeiros. Os mais velhos devem lembrar que já tivemos árbitros estrangeiros apitando no Brasil, inclusive em campeonato carioca.
Os técnicos de futebol deveriam fazer cursos profissionalizantes, também. Aprenderiam um pouco fisiologia, psicologia, liderança, táticas, etc.
A formação dos atletas, desde as categorias iniciais, deveriam envolver ética e moral, além é claro, de disciplina tática. Deviam ter cuidados especiais com saúde e preparação física.
Os dirigentes, bem estes são um capitulo a parte, assim como nossos políticos. Precisariam ser pessoas preocupadas não apenas com seus interesses e conveniências, mas sim com objetivos dos clubes.
Esse assunto daria um compêndio, porque eu precisaria explicar cada uma das minhas propostas.
Outros esportes mudaram regras desde que eme entendo por gente. Por exemplo no basquete não havia o arremesso de três pontos. No volei os sets eram de 15 pontos mas havia a tal da vantagem que levava as partidas a situações monótonas de ninguém pontuar. Até mesmo no tênis em face da altura dos jogadores e da potência dos saques, já há quem defenda ou a elevação da rede ou a utilização d pisos que diminuam a velocidade da bola. Ou quem sabe, fabricar bolas de material diferente, mais macio.
O futsal mudou suas regras. Pode ser que algumas adaptações sejam necessárias. Mas tem muita coisa a ser feita antes ou concomitantemente.

Riva frustrado com a megasena disse...

Usamos o cartão azul no campeonato de masters do ABEL, há pelo menos 10 anos,com ótimo resultado - 5 minutos fora do jogo.
E olha que lá tem boleiros mesmo, juízes federados apitando, e juízes aposentados, como Luis Carlos Felix. E todos aprovaram o cartão azul.

Outro ponto é vc pagar para ver 90 minutos de bola rolando, e na média, não dá 55 minutos !! Absurdo.

Se eu fosse juiz de futebol, todo jogo, independente de quem fez cera ou não, dava mais 15 minutos de jogo em respeito à torcida.

Quanto à evolução do preparo físico, estudos demonstram que o futebol já deveria ter 10 jogadores de cada lado, e não 11, para ficar mais solto, mais bonito.

Enfim, é tanta coisa ..... e a FIFA só corrompendo !

Jorge Carrano disse...

Leiam: o dono da verdade.

http://espn.uol.com.br/post/462002_fabio-santos-estava-com-braco-aberto-juiz-errou-ao-nao-marcar-penalti-a-favor-do-gremio