16 de novembro de 2012

Ano novo, vida nova


“Às 11 horas deste dia 31 de dezembro de 1964, da era cristã, de portas e janelas abertas, na casa nº 65 da Rua 25 de março e na presença das testemunhas adiante nomeadas e assinadas...”

Foram estas, pouco mais ou menos, as palavras do Juiz de Paz ao celebrar a cerimônia do meu casamento civil.

O que ficou bem vivo em minha memória foi a referência “às portas e janelas abertas”, o que na hora me pareceu algo bizarro. Mais tarde, no curso de direito (que eu ainda frequentava quando casei), fiquei sabendo que esta era uma imposição prevista no Código Civil.

A lei, no caso o Código Civil, exigia que o casamento fosse  realizado em Cartório, com portas e janelas abertas, em cerimônia pública e na presença de duas testemunhas. Era possível, porque disposto na lei, realizar a cerimônia em outro prédio que não o Cartório, inclusive particular, obedecido o mesmo ritual das "portas e janelas abertas" e, neste caso, com a presença de quatro testemunhas.


Assinatura do registro civil. Atrás, de pé,  os padrinhos/testemunhas
Dai que os meus “padrinhos” e os da Wanda, dois casais, eram na verdade testemunhas.

A casa 65,  da rua 25 de Março, em Cachoeiro de Itapemirim, não mais existe. Foi posta no chão e deu lugar a uma praça. Ficava na cabeceira de uma das pontes sobre o rio que dá nome a cidade – Itapemirim.

Beijo para foto

Nosso casamento, entretanto, resiste ao tempo e estamos prestes a completar 48 anos no próximo dia 31 de dezembro.

O casamento religioso foi realizado às 18 horas do mesmo dia e na mesma cidade de Cachoeiro de Itapemirim.




Após a cerimônia na igreja da Consolação

Lá, em Cachoeiro (grafado assim, no masculino), há praticamente 48 anos (falta pouco mais de um mês), todos comemoravam o final do ano; eu o começo de uma nova vida, agora partilhada com  minha mulher, que se tornaria mãe de meus filhos.

O ano de 1964 teve turbulência política. Revolução militar e derrubada do governo João Goulart. Para mim foi um ano perfeito, porque inclusive o movimento militar, naquele momento e nos moldes em que ocorreu, sem derramamento de sangue, eu apoiava inteiramente.

Não viveria bem numa república sindicalista, de orientação stalinista como pretendiam Goulart, Brizola e outros  articuladores de menor exposição na mídia.


Brinde dos 40 anos

Mas, voltando ao casamento e ao dia 31 de dezembro, registro que é sempre um dia muito festivo para mim. De fazer tintim com minha mulher, como há 48 anos.



Quando completamos 40 anos de união, os filhos organizaram, de surpresa, uma comemoração. Contrataram  bufê, alugaram tendas, encomendaram  bolo e tiveram uma enorme dificuldade para convidar as pessoas que pretendiam estivessem presentes.


Comemoração dos 40 anos. Na foto, de blusa amarela, meu filho homônimo.

Ou as pessoas não foram localizadas na cidade, pois muita gente viaja neste período, ou se escusaram mas não puderam comparecer por compromissos familiares, o  que é compreensível.

Por isso já estou planejando para os 50 anos (Bodas de Ouro), uma viagem para o exterior, em nova lua de mel.

Sobre isto, lua de mel, uma curiosidade: casei em 1964, mas a lua de mel teve início no ano seguinte, 1965. Sim, porque tendo casado em 31 de dezembro de 1964, com a festa se estendendo até às 2 da manhã, somente em 1º de janeiro de 1965 pudemos viajar. Logo, no ano seguinte.

Nota do autor: 1)tive que fazer dois ternos, um para a cerimônia civil e outro, mais clássico (tipo jaquetão), para o casamento na igreja; 2) a casa da rua 25 de março era a residência de meus sogros; 3) as fotos do casamento foram escaneadas e depois "trabalhadas" pelo amigo, seguidor e colaborador do blog, Carlos Frederico ou  Freddy, como assina.

14 comentários:

Gusmão disse...

Ué, eu estava lendo a saiu do ar.
Agora retornou.
Não me surpreendo, porque também estou casado com a Berenice há muitos anos.
Somos exceção meu caro. Hoje a maioria das pessoas não casa, e quando casam a união dura muito pouco.
Cumprimentos antecipados. Não fui convidado para a comemoração dos 40 anos (rs)
Abraços

Jorge Carrano disse...

A provável explicação é que enquanto tomava o café matinal liguei o notebook para baixar e-mails e ver como ficou o post publicado (deixei programada a publicação) e verifiquei um pequeno equívoco. Acho que quando selecionei e puxei o texto para correção, ele saiu do ar. Só pode ser isso. Ou então falha do Bill Gates ou Steve Jobs.Um dos dois.

Quanto a durabilidade do casamento, acho que nem somos tão exceção assim. Aqui mesmo no blog, os colaboradores mais assíduos, como você mesmo e os irmãos Carlos e Paulo March, respectivamente Freddy e Riva, estão casados há muitos anos (com as mesmas mulheres, como eu).

Quanto ao convite para os 40 anos, digo que você não foi cogitado, mas o Paulo March foi, porque alguém (acho que da NOCE, onde ele andou especulando)informou ao meu filho que era meu cliente e bastante próximo. Você não era, na época, ainda.
Meus filhos, como eu mencionei, organizaram de surpresa e para selecionar convidados valeram-se de informações e agendas antigas.
Depois, mais tarde, fizeram um balanço me informando que muita gente não foi localizada pelos telefones disponíveis ou não podiam comparecer por viagem e outros compromissos já assumidos. E verifiquei que o Riva constava da lista original.
Grato pelos cumprimentos.
Abraço

Anônimo disse...

Não casei de papel passado (é assim que se escreve?). Mas tenho uma união estável e feliz. Talvez o "casamento" estragasse a relação.
Você está a caminho do ouro e eu ao da prata.
Saudações
:D Fernandez

Jorge Carrano disse...

Tenho muitos amigos e parentes que não casaram.
Mas são casados pelos sentidos listados no Aurélio, inclusive figurados: Aliança, união.
4.Fig. Combinação, harmonia.
Os que conheço vivem em harmonia, combinam e são felizes.
Desejo paz e harmonia em sua relação.

Freddy disse...

Dizem que para um casamento durar, o ideal seria que o marido fosse surdo e a esposa cega!

Brincadeiras à parte, o amor é fundamental. Depois, a disposição em passar por cima das dezenas ou centenas de situações onde rusgas se fazem presentes, por divergências naturais. Hoje em dia, época do imediatismo, na terceira rusga o casal já acha que não combina.

Um estudo sério sobre qual é a situação mais razoável, se aturarmos as divergências por décadas ou mudar de parceiro a cada 7 anos (tempo estimado para aparecerem as grandes crises), ainda não chegou a um resultado conclusivo.

A questão da prole se resolveu, a sociedade se adaptou. Hoje em dia o que mais tem é criança com 3 pais e 2 mães, ou algo parecido. Difícil daqui pra frente será atender a requisitos de incesto, tal a diversidade de situações que as pessoas vão se deparar...

No mais, vida longa e próspera para nosso amigo Carrano (não consigo chamá-lo de Jorge) e Wanda, é o que lhes desejamos.
:-) Freddy

Jorge Carrano disse...

Obrigado, Freddy.

Anônimo disse...

Não venham com 4 pedras nas mãos, quero apenas dizer como o filho pródigo de Cachoeiro: são tantas emoções!

Jorge Carrano disse...

Com efeito, se é o mesmo Anônimo dos últimos dias, temos sido um pouco impiedosos nas respostas aos seus comentários. Mas você há de convir que motivos não faltaram.
É verdade que o Roberto Carlos é tido e havido como o filho pródigo, o mais badalado, de quantos nasceram em Cachoeiro.
Por outro lado, os mais elitistas reputam Rubem Braga (escritor, jornalista)como o filho mais importante da terra.

Ana Maria disse...

Vou copiar o Rock in Rio.

CASAMENTO DO JORGE : EU FUI.

Riv4 disse...

E lá vamos nós, rumo aos 50 anos de casados !!!! (4 pontos de exclamação, pois sou TETRA).

Abraçasso

Jorge Carrano disse...

Na mesma data Riv4?

Riv4 disse...

Nossa data é 29 de janeiro, mas estamos ainda longe dos 50. Juntos há 42 anos, e casados há 35.
abrs

Márcia Regina Cabral disse...

Meu querido primo, quero colocar duas coisa que você não citou que aconteceram neste ano de 1964: eu ,sua prima Márcia, nascia em fevereiro deste ano (1964) e outro fato marcante...que apesar da pouca idade, nem um ano de vida, fui ao seu casamento. Mas infelizmente não pude assistir a cerimônia pois tive desidratação e fiquei de "molho".Bom pelos meus cálculos e minha própria idade você pode vir comemorar os 53 anos felizes aqui comigo comendo uma bacalhoada tradicional da família e todas as iguarias tipicas desta celebração. Eu também me lembro da Bisa Ana e participei de muitas celebrações com ela, apesar da pouca idade. Queria muito relembrá-las com você e a família. E para constar Viseu é lindo!!!!! Bjs

Jorge Carrano disse...

Bem-vinda, Márcia, a este espaço.

Obrigado pela visita virtual e pelo tentador convite.

Com efeito em 31 de dezembro iremos comemorara os 53 anos de casados.

Vou aguardar que você me envie imagens e comentários sobre a cidade de Viseu, para publicar à guisa de posts.

Beijo