9 de agosto de 2011

Notas de Crédito (Credit Rating) e sua credibilidade

Por:
Ricardo Wagner  S Carrano
South Carolina - USA


As classificações de crédito existem nos EUA em todos os niveis, ou seja, não apenas para paises como para empresas, governos estaduais, prefeituras, mas também para a pessoa fisica. Neste caso é chamado de “credit score”, e é administrado por agências que não a que se encontra no epicentro de mais essa dor de cabeça para o governo do EUA.

Lamento, mas neste post não vou citar nominalmente pessoas ou empresas , por motivos que você que está em dia com seu acompanhamento da crise economica  há de entender.

Como eu dizia, quanto a “nota de crédito”, no caso da pessoa fisica, é de domínio publico que este mecanismo estranho pretende quantificar o tamanho do risco para quem vai te emprestar dinheiro para qualquer coisa (carro, casa, credito educativo, cartão de crédito, etc….) e assim financeiras e bancos te oferecem taxas de juros melhores ou piores quanto você precisa de empréstimo. Certo ?

Não ! Errado. Porque é também de domínio público, só que não sai na midia, que quando você financia algo como um carro, e o vendedor vem e te diz que o custo total, prestação vai ser X por causa do seu “credit score” ou nota de crédito, se você aceita e assina como um bobo (fool), a agência que foi consultada vai ganhar uma comissão por informar o seu “risco” à instituição financeira com a qual você estáfechando negócio, e a financeira irá maximizar o lucro na operacão, em outras palavras, a instituição financeira não é obrigada a seguir este critério, mas sempre que se vai comprar algo a credito o "bla, bla bla" é o mesmo, e já aconteceu comigo, varias vezes, mas vou exemplificar contando a vez que eu comprei meu último carro financiado em 2009. Não se trata de que eu sou mais esperto ou mais inteligente que ninguém é prática geral se você como eu disse, não quer ser feito de bobo pelos “genios da rua da parede” …

No meu caso, fui aos sites especificos de busca de automóveis (concessionárias e afins) fiz algumas anotações, selecionei, alguns, trocamos e-mails e, como me mostrei interessado, fui direcionado a preencher um formulário on line com meus dados para que o vendedor fizesse sua proposta, e pronto. Não ! Com as propostas de uns 4 ou 5 você tem como voltar a eles e barganhar, e assim o cara que quer mesmo a venda te oferece algo com bom preço, independente de nota de crédito, pois como disse não obriga a nada, e as próprias agências dizem isso, quando obviamente lhes é conveniente.

No caso de paises, o mecanismo é obviamente mais complexo mas, pretende obter exatamente o mesmo efeito, e sempre consegue. Em 2008 com a recessão, várias empresas de grande porte do setor financeiro receberam dinheiro do governo (na verdade dinheiro do contrbuinte) com o objetivo de evitar as suas falências para que o sistema financeiro não se “desestabilizasse”, e isto é também de domínio publico, como também o fato de que estas mesmas empresas “quebradas” tinham todas, sem exceção, a maior nota de crédito possivel dada pela agência que se encontra no epicentro de mais essa dor de cabeça para o governo do EUA.

Durante uma CPI do Congresso Americano que acabou em “pizza”, pois ninguem foi responsabilizado por nada, apesar de se saber que varios participantes destas “operações” são, digamos, homens “da casa”, os representantes da agência de classifição de crédito informaram ao atônito Congresso que a nota para os “quebrados” era a maxima porque isso se tratava apenas de uma “opinião”, e tenham a certeza de que esse expediente foi, é e será novamente usado.

Concluo este post com uma pergunta, que denota a incerteza, mas que fortalece a minha opinião já dita aqui neste blog, de que vamos viver ainda varios anos de estagnação econômica nos EUA. Fica para cada um pensar porque uma agência de crédito, que é uma empresa americana, e que tem, possivelmente, parte no cenário acima descrito, rebaixa a classificação de seu próprio país, se sabe que os fatos acima citados são de domínio publico?










Nota da editoria: o autor do texto não sugeriu e não previu ilustrações, que foram colocadas pelo blogueiro para que os menos informados saibam, com toda clareza,  de que e de quem o post trata. A foto do automóvel , que pertence ao Ricardo Wagner - tanto o veículo quanto a foto - faz parte do acervo do blog; as demais foram colhidas na rede mundial, em especial no Google.

5 comentários:

Gusmão disse...

Ao que parece o autor do post não é apenas mais um brasileiro vivendo nos Estados Unidos. Ele encarnou o espírito americano e o “american way of life”.
Já havia demonstrado bom conhecimento de usos e costumes americanos em outros posts.
Muito oportuna e explicação sobre a importância das avaliações das agências.
Elas sinalizam o que e para quem? E rebaixar o grau do próprio país é um tiro no pé mesmo. Não é em dólar que eles faturam ?
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Tem razão, Gusmão, o Ricardo Wagner está morando lá há muitos anos. Segundo me relatou em mensagem privada, lá como aqui, é difícil escolher políticos com verdadeiro espírito público. Os parlamentares são também mais preocupados com seus interesses pessoais ou partidários. Ficou patente na queda de braço suicida entre republicanos e democratas no episódio do aumento do teto de endividamento. Aprovaram um remendo que certamente precisará ser remendado.
Obrigado por participar.

Anônimo disse...

Esta crise econômica americana vai tornar o pais menos atraente para os brasileiros e alguns que estão lá perderão emprego.
Estou errado?

Jorge Carrano disse...

Não sei o que o Ricardo dirá, mas eu penso que você tem razão apenas parcialmente. Concordo que o mercado de trabalho americano está menos atraente.Para mão-de-obra sem grande qualificação. Até porque, no Brasil, em alguns setores, há escassez de trabalhadores e os níveis salariais, levando em conta o enfraquecimento do dolar já não são tão defasados.
No caso do primo, e outros que têm uma especialização, não deverá haver grandes mudanças na politica de emprego nos EUA.
E, além do mais, ele tem um diferencial: fala português. Acredite se quiser, na área dele, isto tem grande valor hoje em dia lá nos EUA, exatamente pela importância que o nosso país está conquistando aos olhos do mundo.
Tudo tem um lado bom e um lado ruim. A questão é sempre saber se posicionar para ficar no lado bom.
Volte sempre.

Carlos Frederico disse...

Eu não ia comentar porque não entendo nada de economia e muito menos de política.

No entanto, não faz o mínimo sentido o rebaixamento do grau de investimento da maior potência do planeta por eles mesmos, com profunda repercussão na economia mundial.

Pra mim aí tem segundas e mesmo terceiras intenções... do próprio governo americano...

Abraço
Carlos