29 de agosto de 2011

Comentando o noticiário recente

Não sou dono da verdade. Ninguém é, segundo infiro em Friedrich Wilhelm Nietzsche . Abri o texto com esta frase, para dar margem as eventuais discordâncias, que respeitarei.

Ora, eu acho babaquice, nacionalismo barato e bairrismo sem sentido, a execução de hinos, nacional e estadual, nas partidas do campeonato brasileiro, em alguns estádios, tudo fruto de legislação estadual.

O que se verifica é uma total desatenção, desinteresse e desrespeito quando da execução dos hinos, sejam ao vivo por bandas locais, civis ou militares, sejam através de gravações.

A bizarrice já começa na transmissão televisiva. O locutor Luis Roberto, da Globo, no outro dia, de forma solene, interrompeu o que dizia e verberou: “vamos curtir o hino nacional”. Ora, não sabia que o hino era uma curtição. Será que ele entra em transe quando o ouve?

Já foram registradas situações, em que o Hino foi tocado bem antes do início da partida, para evitar atrasos nas transmissões, ou nas quais um dos times estava entrando em campo, e o símbolo nacional foi encoberto pelas vaias dos torcedores.

Os jogadores ficam pulando discretamente ou balançando as pernas, de maneira justificável, pois o aquecimento é fundamental. E convenhamos que ficar mais de 5 minutos parado (dois hinos) depois de ter se aquecido no vestiário, é tudo o que o jogador não quer, sob pena de lesão muscular. Alguns fazem mímica bucal, eis que não conhecem as letras, mas como as câmeras estão em cima, é preciso disfarçar.

O público, salvo algumas honrosas exceções, apupa, entoa hinos de seus clubes, grita palavras de ordem e acena para as câmeras que passeiam pelas arquibancadas. Inutilidade total. Haveria a crença de que seria possível dar formação cívica aos atletas e ao público? E não me venham com comparações, do tipo que nos Estados Unidos isto também acontece antes de grandes eventos.


Já que falei em narrador esportivo, não posso deixar de falar de Galvão Bueno. Tem alguém mais chato e exibido na TV? Fala “mais que a boca”, como se dizia. Li recentemenet em revista da TV, um comentário de um telespectador e eleitor da revista reclamando da transmissão da solenidade de sorteio das chaves da Copa de 2014: “ele falava tanto que não era possível entender o que os apresentadores (da cerimônia) anunciavam”.

E uma celebridade ouvida pela coluna do Ancelmo Góis, instado a votar numa pesquisa “meu ouvido não é pinico”, respondeu: Galvão Bueno (foi o historiador José Murilo de Carvalho).

Sem contar, vocês lembram, o blog “Cala a boca Galvão”, que fez sucesso da internet.

Sobre a tal pesquisa de coisas ruins de ouvir, que o Anelmo chamou de “Meu ouvido não é pinico” , vale destacar outras respostas com as quais concordo. Por exemplo, do Nelson Motta: “uma dupla de sertanejos, evangélicos ou ecológicos”. Qualquer uma.” Ou ainda a resposta do escritor Antônio Torres: “Todos os dias agradeço aos céus por termos agora uma presidente parcimoniosa em suas falas”. Realmente melhoramos no quesito falas. Ganhamos em quantidade (menos) e qualidade (melhor).


Antigamente, muito antigamente, anos 1960, eu ainda estudante de Direito, aprendi que para ser ministro do Supremo Tribunal Federal, era preciso ter ilibada conduta e notável saber jurídico. Com o passar do tempo, estas premissas foram abandonadas e até aviltadas. Agora, entretanto, principalmente depois que o PT assumiu o governo está havendo partidarização da Corte e, neste momento, um caso explícito de protecionismo. Vejam vocês que com a aposentadoria da ministra Ellen Gracie (que dignificou a migistratura), abriu-se uma vaga. Sabem quem é séria candidata ao cargo, de suma relevância no mundo jurídico e para a sociedade? Respondo: uma doceira. Sim, parece que uma das favoritas é uma ministra do STM (tribunal militar), encarregada dos acompanhamentos e das sobremesas nos churrascos no Alvorada, no governo do ex-presidente. E quem pilotava a churrasqueira era o marido dela, general do exército. Tudo uma panela, ou espeto, já que falamos de churrascos.

Sabem porque o Eike Batista continua impávido, embora tenha perdido recentemente 20 bilhões de reais? Mais precisamente 19, 8 bilhões? Simplesmente porque a imprensa que divulga a notícia, não faz a ressalva de que ele não realizou prejuízo, na medida em que não vendeu suas ações. O que se registrou foi apenas uma diferença numérica. As ações dele em seu conjunto, valiam a preços de mercado, xis reais e passaram com a queda nas cotações, a valer xis menos 20 bilhões. Mas são só números, por enquanto.


Os humoristas têm a enorme capacidade de fazer crítica social e de costumes, numa síntese impressionante. E nos fazem rir de coisas sérias, seja no cartoon ou charge, seja na piada, seja na crônica, seja na simples frase de efeito.

Vejamos como exemplo o Bruno Drummond, em seu espaço “Gente Fina”. A situação expressa em desenhos é a seguinte: uma madame toda empiriquitada esta sendo serviada de chá por uma doméstica (vestida a carater, com avental e touca) e diz - ela patroa – “a crise é internacional, Jurema, terei de suspender a viagem para Ibiza, adiar a reforma do apartamento em Paris, vender um dos pôneis da Alicinha... e cancelar o aumento de R$ 20,00 (vinte rais) que te prometi. Como diria Nelson Rodrigues “a vida como ela é”. Mas com inegável humor.

Praia de Muriqui

Muriqui

O muriqui – primata – não o Muriqui, distrito do município de Mangaratiba, é forte candidato a virar símbolo das Olimpíadas de 2016. Concorre com o mico-leão-dourado. Ambos são encontrados na mata atlântica e estão na lista das espécies mais ameaçadas do mundo. O mico-leão-dourado, ainda tem um inimigo a enfrentar na natureza. Seu parente próximo, o mico-leão-da-cara-dourada, introduzido acidentalmente na Serra da Tiririca, tornou-se uma ameaça para eles - micos dourados - eis que competem por espaço. Os da cara dourada simplesmente, encontráveis em Pendotiba (Niterói), serão capturados e gradualmente removidos para o sul da Bahia, onde poderão viver sem ameaçar a vida de outros primatas e recuperar a espécie, também em extinção.


Fotos: Google imagens



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