Estou em Niterói, em abril de 2011. Fixados local e época, posso afirmar, sem medo de erro, que 80% dos homens, na faixa etária entre 15 e 45 anos de idade, utiliza e tem a mochila como um complemento essencial.
Observando, constato nas ruas, nos meios de transporte, nas escolas, nas universidades, no fórum, onde seja, que principalmente os homens, mas também algumas poucas mulheres, aderiram definitivamenete à mochila.
Enquanto me dirijo ao escritório, caminhando pela manhã, vejo o desfile interminável de passantes usuários de mochilas. A maioria das mulheres prefere enormes bolsas que levam penduradas no ombro, quase equivalentes a uma mochila.
Os padrões, cores, tamanhos, claro, variam, mas os mochileiros são muitas legiões.
Os padrões, cores, tamanhos, claro, variam, mas os mochileiros são muitas legiões.
O que fico me perguntando é o que estas pessoas, principalmente, como disse, homens, carregam no apetrecho, ou, no dizer baiano, breguete.
Cruzando com um que porta uma mochila enorme e estufada de tão cheia, e aparentemente pesada, por exercício mental imagino tratar-se de um peixeiro. Se fosse, estaria carregando um cação, dois robalos, cinco tainhas, três badejos e uns cinco quilos de corvina.
Um outro, de terno e gravata, que entra no elevador do Fórum, leva uma menor, mas igualmente cheia. Deve conter, imagino como diversão, todos os códigos: civil, penal, tributário, florestal e os mais existentes, e, ainda, os estatutos: dos idosos, do desarmamento, da infância e juventude, da pequena e média empresa, enfim, pelo menos metade das mais de milhão de normas legais vigentes no país.
Um outro caminha levando a casa completa nas costas. Tá certo, exagero. Mas pelo menos um guarda roupa completo ele leva: uma dúzia de camisas, três calças, cuecas, meias, lenços e sapatos. Coisa pouca, apenas para uma semana.
Santo deus! Que será, efetivamente, que estas pessoas levam às costas? São mochilas grandes, geralmente cheias e pesadas.
Bem, isto não é da minha conta. Mas é da minha conta, porque incomoda, a falta de educação generalizada destes usuários de mochilas. Safanões e empurrões são comuns em elevadores, ônibus e barcas.
Quando se viram nos elevadores, quando caminham no corredor do ônibus e, pior, quando tiram suas mochilas para sentar, invariavelmente esbarram nos vizinhos.
Gosto e imaginá-los caindo e, como já estão com a cangalha nas costas, nunca mais conseguirem se levantar, vivendo de quatro para o resto de suas vidas. E irão se adaptar bem, pois nasceram para quadrúpedes.
Meu filho caçula, professor concursado em Universidade Federal, também ele usuário de mochila, não deve concordar com minha implicância contra os mochileiros.
Todavia, compreensivo e tolerante, abro minhas exceções: para filhos e netos o uso está liberado.
Quousque tandem mochileiros...*
* Quousque tandem abutere Catilina patientia nostra? ou, Quo usque tandem abutere Catilina patientia nostra.
A frase acima é a primeira do primeiro discurso do romano Cícero contra Catilina em 63 A.C., quando o famoso orador era Cônsul Romano.
3 comentários:
Por favor, estenda sua autorização para uso de mochilas. Suas sobrinhas e até sua irmã são adeptas destas "cangalhas" Aliás, para seu contrôle, nela carrego Notebook e seus acessários, Cds, livros, roupas e necessaires. Respeitado o peso recomendado, são mais adequadas para proteção da coluna. Por outro lado, se a maioria da população utiliza este equipamento, será que é vc que está marchando no passo certo?
Ana Maria,
Com efeito, neste post, não deixei claro que minha implicância não é com a mochila, que até entendo útil e prática.
Como este assunto é recorrente, estou suguro que em outras entradas deixei bem explicitado que implico com os usuários MAL EDUCADOS.
Como conheço a educação das sobrinhas e da irmã, elas não são alcançadas pela crítica e restrições de uso.
Obrigado pela visita, apareça mais vezes.
Beijo
Ana Maria,
Leia, por exemplo, os posts publicados em 1 de abril e 24 de agosto de 2010, publicados, respectivamenete com os títulos "continuo achando" e "coisas abomináveis"
Beijo
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