26 de abril de 2011

Joio e trigo

Queixas do pai
Devo ter tido algumas queixas de meu pai. Não consigo lembrar de nenhuma em especial, porque com o tempo elas de diluíram, fruto da melhor compreensão dos fatos e a experiência de ser pai. As queixas, mágoas ou raivas, se o caso, foram inteiramente sobrepujadas pela saudade.
De uma coisa estou absolutamente seguro. Uma queixa nunca tive e não terei. Ele, torcedor do Flamengo, nunca tentou me influir, deixando-me livre para optar pelo Vasco.
Agora a explicação para a abordagem deste fato.
Vinha caminhando pelo calçadão, na minha frente um casal, ele empurrando um carrinho de bebê. No sentido contrário um homem, certamente amigo do casal, fez meia-parada e comentou, “que menino bonito, como se chama?”.
O pai emendou rapidamente: - Lucas... é vascaíno.
Ora, o que teria motivado a qualificação, tão sem sentido naquele momento?



A força da mídia
Numa crônica dominical o Artur Xexeo, falou sobre aqueles que seriam os melhores sorvetes do mundo. A ênfase, claro, era para os italianos.
Mandei um e.mail, através do qual, sem desmerecer os italianos – seria heresia - elogiei o da Confeitaria Gerbaud, em Budapeste.
Na crônica seguinte, ele fez alusão a minha mensagem, para grifar que a matéria, despretensiosa, acabou na Hungria.
Uma socialite, minha cliente, telefonou marcando uma consulta, na qual deixou evidente que o propósito era especular até que ponto eu seria íntimo do Xexeo, posto que entre perguntas de algibeira, sempre retomava a conversa sobre minha opinião publicada pelo celebrado cronista.
Ainda por conta da publicação de minha opinião na coluna, meu filho, de mesmo nome, recebeu ligação de uma amiga, jornalista, que queria algumas dicas sobre o leste europeu, já que estava de viagem marcada para a região. Coitado, meu filho, inocente quanto a repercussão de minha opinião sobre sorvetes, ficou sem entender a razão pela qual sua amiga o imaginava capaz de dar boas informações sobre o equivocadamente denominado leste europeu.

O que é bom é eterno
Verifico, feliz, que “O pequeno príncipe”, que freqüentava a lista dos mais vendidos nas últimas semanas em posições secundárias, chegou ao topo.
Desbancou os sucessos editoriais efêmeros, pontuais, tais como “Querido John”, “Diário de uma Paixão” e A última Música”, todos de um certo Nicholas Sparks.
Que bom constatar que o ser humano, contrariando Millôr, poderá dar certo.
O livro do Saint-Exupéry é sem dúvida um clássico da literatura. Ia acrescentar infanto-juvenil, mas estaria equivocado. É um livro definitivo, embora o estigma de ser leitura das misses.
A maioria delas sequer teve em mãos o livro. Mas era “in” mencioná-lo como livro predileto.
Assim como no Liceu, em Niterói, nos idos anos 1950,/1960, ninguém lera o livro uma única vez. Todo mundo já lera duas vezes, ou estava lendo pela segunda vez, agora nas entrelinhas.
Não obstante todo este folclore em torno da obra. Ela é indispensável, nas linhas e entrelinhas.

Dilma versus Lula
Torço muito pela presidente Dilma. Lógico que os brasileiros, de todos os matizes políticos, de todas as crenças, temos que torcer pelo bem do país.
Mas a torcida tem um aspecto especial neste momento. Afastar o fantasma de um possível retorno do Lula. Vontade não lhe falta e, se a presidente Dilma vacilar, ele acaba se elegendo.
Por enquanto a restrição que faço à presidente, é por um motivo de somenos importância.
Seria normal ela querer reafirmar a condição de mulher e denominar-se presidenta, se, como diz o João Ubaldo, ela também adotasse a forma feminina ao se referir genericamente a condição de governante. Ela quer ser chamada de governanta?
Certamente não.

Aécio Neves
Interessante o comportamento, até mesmo de adversários políticos, no episódio da transgressão, de natureza grave, de norma da lei de trânsito.
Com efeito, dirigir com a carteira vencida é falta grave. Sem contar a recusa de se submeter ao teste do bafômetro.
Mas até mesmo o senador Lindberg Faria, achou baixaria explorar o fato politicamente. Segundo ele, “poderia acontecer com qualquer um”.
A deputada Cidinha Campos, igualmente, comentando em seu programa, disse achar sensacionalismo barato esta exploração. Ressaltou ser adversária do partido do senador, mas entende que ele é bom caráter, e o fato repercutiu por causa da condição dele.
“Por que não foi divulgada a lista de todos os flagrados pela mesma infração?”. Perguntou.
E Zeca Pagodinho, brincando, disse “não dirijo, só bebo”. E acrescentou ser fã do Aécio.
Ou seja, Aécio, o mais carioca dos senadores mineiros é queridinho dos gregos e troianos.

Arsenal
O príncipe Harry, futuro cunhado da Kate, é torcedor do Arsenal.
O Arsenal, aliás, não tem torcida, tem platéia. É assim que seus torcedores se comportam no estádio – Emirates – como uma platéia de teatro municipal. Já o “Big Willie” parece ser torcedor do Aston Villa Football Club, sediado na cidade de Birmingham, sendo, no passado, um dos mais vitoriosos da Inglaterra. O clube foi fundado em 1874 e foi um dos membros fundadores do Campeonato Inglês em 1888.
O Arsenal, que era um clube amador, de uma fábrica de armamento, profissionalizou-se em 1891.
Tradição é isso aí.

PSD
Alguns dos fundadores/integrantes deste novo partido, já passaram por sete diferentes siglas. São parlamentares itinerantes em matéria de ideologia. Estarão do lado de quem oferecer mais.
Chama o Gastão, não é Jaguar?

Trem bala da Colina
O atual time do Vasco, apelidado de Trem Bala da Colina, está muito longe de se equiparar ao Expresso da Vitória dos anos 1940 e 1950. O Expresso ganhava tudo. O time atual ainda tem que provar seu valor. Conseguirá?

2 comentários:

Ricardo disse...

Pergunta: Vasco, quanto ao titulo Sul Americano de 1949 (se nao me engano).
A algums anos atraz li que a diretoria da epoca tentava uma especie de reconhecimento ou unificacao deste com a atual Libertadores. Como e' que isso ficou ? Foram em frente ? Obrigado, Ricardo.

Jorge Carrano disse...

Caro primo,
Com efeito o Vasco conseguiu que a Federação Sul Americana reconhecesse aquele título, conquistado de forma invícta. Em razão disto o Vasco tem 2 títulos de Libertadores.
Bons tempos, viu Ricardo?
Aquele time era sensacional. Não foi por outra razão que na Copa de 1950, 9 dos jogadores de nossa seleção jogavam no Vasco, sendo que 5 deles titulares absolutos: Barbosa, Augusto, Danilo, Ademir e Chico.
Abraço