Se você é um profissional liberal, entrega a um cliente em potencial para que ele possa fazer contato.
Ele é permutado entre empresários e/ou executivos, num ritual oriental, em seminários, congressos ou encontros de negócios. A finalidade é darem-se a conhecer e abrir canais de comunicação.
É entregue pelo contato de empresa (gerente, supervisor, ou mesmo vendedor), quando comparece a uma entrevista previamente agendada, na qual irá tentar vender ao big boss, produtos ou serviços da empresa que representa.
Políticos utilizam. Muita gente usa e precisa. Mas há casos em que o cartão seria mais do que desnecessário, seria inútil, absurdo, até mesmo risível só de pensar.
Quer um exemplo? O Papa, o que faria com um cartão de visitas?
Hipótese um: Vindo ao Brasil, ao chegar no Rio de Janeiro iria procurar o Cardeal Arcebispo e, ao chegar à casa de sua eminência reverendíssima, entregaria seu cartão ao mordomo que viesse recepcioná-lo e pediria que fosse anunciado. Hipótese dois: Em visita a Londres, iria o Papa até Buckingham e entregaria no portal do palácio o seu cartão pedindo para verificar se a rainha poderia recebe-lo.
Hipótese três: o Papa recebe Lula, no Vaticano, em encontro privado, e na saída deste ao término da visita, o Papa lhe entrega o cartão de visita com o comentário: “me liga para marcarmos uma cervejada”.
Ao que tudo indica um Papa não precisa de cartão de visitas, não é mesmo?
Mas existem outras inutilidades que nos afrontam e nos impingem, e como ninguém reclama vão se consagrando e arraigando.
Existem muitas destas inutilidades, mas uma que me irrita em especial é a função de comentarista de arbitragem. Ora, quem acompanha futebol conhece as regras. Ademais, hoje em dia as transmissões nos oferecem um festival de imagens, tomadas de vários ângulos, e são utilizados recursos eletrônicos que permitem demarcar a linha do impedimento, ou a distância da barreira em relação a bola, nas cobranças de faltas.
Ainda assim alguns árbitros aposentados comentam o lance, muitas das vezes de forma apaixonada, explicitando bairrismo, contrariando a imagem e , várias vezes, a sua (your) opinião pessoal.
E de que vale a opinião do comentarista de arbitragem? O juiz do jogo altera o que marcou? Invalida um goal porque o Arnaldo Cesar da vez tem opinião diferente?
As opiniões destes comentaristas não servem, sequer, como depoimentos de defesa em tribunais de justiça desportiva. Já imaginou, num julgamento, o advogado de defesa do jogador agressor, expulso da partida, dizer para os auditores que “foi injusta e expulsão”, segundo a opinião do José Roberto Wright?
E nas discussões das segundas-feiras, ninguém que tenha visto o jogo confia mais na opinião do comentarista do que na sua própria.
Quando eu pensava que a inutilidade do comentário de arbitragem era o limite da falta de imaginação das emissoras de TV, vem a Globo e inventa umas historietas, sob o título de “Paixão do Torcedor” que me irritam pela inutilidade, falta de graça e idiotice. Ainda bem que aproveito para fazer xixi.
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