Hoje se comemora o aniversário de nascimento daquela que é considerada, por muitos, a melhor intérprete de jazz e blues de todos os tempos - Billie Holiday - apelidada Lady Day, por Lester Young, band leader com quem gravou mais de 50 canções.
Segundo os próprios músicos, a voz de Billie era um instrumento; o mais expressivo e sensual que o jazz conheceu, o mais emocionante e arrasador.
“Nascida Eleanor Fagan Gough, na Filadélfia, em 7 de abril de 1915, foi criada em Baltimore por pais adolescentes. Quando nasceu, seu pai, Clarence Holiday, tinha quinze anos de idade e sua mãe, Sarah Fagan, apenas treze. Seu pai, guitarrista e banjista, abandonou a família quando Billie ainda era bebê, seguindo viagem com uma banda de jazz. Sua mãe, também inexperiente, frequentemente a deixava com familiares.
Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os sofrimentos possíveis. Aos dez anos foi violentada sexualmente por um vizinho, e internada numa casa de correção para meninas vítimas de abuso. Aos doze, trabalhava lavando o chão de prostíbulos. Aos quatorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição.”
Estas informações estão disponíveis no Google (Wikipédia), mas se a sua curiosidade vai além de querer saber que ela nasceu na Filedélfia, foi criada em Baltimore (Maryland), e que morreu aos 44 anos de idade, em New York, em 17 de julho de 1959, pode comprar o livro biográfico, lançado pela Editora L&PM Pocket, de autoria de Sylvia Fol, com tradução de William Lagos. Ou, se você domina bem o inglês, pode ler sua autobiografia, publicada com o título deste post.
Leia a aseguir uma ementa da obra de Sylvia Fol:
"Negra, pobre, prostituída, vulnerável e com uma voz lânguida e vigorosa,Billie Holiday (1915-1959) – desde as ruas do Harlem até as mais prestigiosassalas de espetáculo – lutou a vida toda para se impor. Sexo, álcool, drogas,Lady Day queria experimentar tudo. Foi no palco, cantando músicas que se tornariam clássicos, que ela viveu a única experiência verdadeira do amor. Seu nome virou sinônimo de jazz, e sua vida – numa época em que a população dos Estados Unidos estava dividida entre brancos e negros – foi um caminho para a liberdade".
Além da banda de Lester Young, cantou com as big bands de Artie Shaw, Count Basie, Duke Ellington e Teddy Wilson, e apresentou-se ao lado de Louis Armstrong. Foi uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, em uma época de segregação racial nos Estados Unidos, nos anos 1930.
Muitos tentam qualificar sua voz, como etérea, flexível, levemente rouca. Eu sugiro ouvi-la e perceber a emoção em cada palavra, em cada verso. Segundo ela mesma : “Ninguém canta como eu a palavra ‘fome’ ou a palavra ‘amor’. Sem dúvida porque eu sei o que há por trás destas palavras”.
Sua característica mais marcante, que me chama a atenção, é que, deliberadamente, atrasava um pouco o fraseado, resultando num estilo interpretativo inconfundível.
No cinema foi representada por Diana Ross, com roteiro adaptado de sua autobiografia, publicada em 1956, com o título de Lady Sings the Blues. Estou seguro que se tivesse sido a Etta James, por exemplo, a retrata-la, teriam obtido um melhor resultado. No álbum "Mystery Lady", Etta James presta um homenagem a Lady Day, cantando canções de sua autoria, como "Don't Explain", ou que a dama da canção consagrou. Recomendo sem reservas.
Billie morreu de overdose, como dezenas de outros artistas que você conhece de cor, em especial do mundo do jazz.
Como visto, não acrescentei nada de novo; vale como informação sobre a biografia lançada pela L&PM Pocket e, principalmente, por traze-la à lembrança. A melhor maneira de homenagea-la é ouvi-la. Escolha sua canção preferida.
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