3 de junho de 2015

Fotografia ainda é um hobby?




Por
Carlos Frederico March
(Freddy)







Eu andei cismando sobre esse assunto já faz tempo. Na verdade, desde que comprei minha primeira câmera fotográfica digital, em 2003. Era uma Canon G5.

O que faz um hobby ser legal, em paralelo com os resultados que você obtém - que é a meta ou razão de ser do hobby - é a aquisição paulatina de mais itens, a modernização de outros, uma atividade de renovação e ampliação que dá um prazer danado.

Vêm-me à memória hobbies como: modelismo em geral - aviões, trens, carros, motos, barcos, etc; coleções diversas - selos, moedas, chaveiros, guardanapos, soldadinhos de chumbo, etc; carros antigos, fotografia, pintura, desenho, escultura... A lista é imensa.

O HOBBY DA FOTOGRAFIA, COMO COMEÇAVA

Vamos exemplificar com fotografia, que vem bem ao caso. Quando comecei, nos idos de 1977, o pretenso fotógrafo amador  começava comprando uma câmera compacta e já tratando de se informar sobre qual o sistema no qual iria investir.

Existia o filme de 35mm e o de rolo, deixando de lado formatos especiais para máquinas de campo, de negativos/positivos individuais. Briga de cachorro bem grande! Se você fosse seguir carreira profissional, era bem adequado pensar logo no médio formado, e as opções eram Mamiya, Yashica, Rolleiflex, Hasselblad...

Se a intenção era apenas hobby, mesmo que com alguma pretensão mais séria, a gente optava pelo formato 35mm. Ambos os formatos (médio e 35mm) permitiam o uso de pequenas bobinas de negativos (para produção de cópias em papel) e de diapositivos (os slides, para projeção em tela) em diversas configurações (ISO e balanço de cor) facilmente encontráveis.

A gente podia optar pelas máquinas compactas de lente fixa ou pelas reflex, nas quais poderíamos trocar as lentes de acordo com nossas necessidades. No caso de opção pelas reflex, a escolha da marca era crucial. Como cada uma tinha seu sistema de encaixe particular, depois que você aderia a uma marca era quase certo ter de permanecer nela o resto da vida. As mais procuradas eram Nikon, Canon, Olympus, Pentax, Minolta, correndo por fora Yashica, Ricoh, Konica e a mãe de todas elas, a alemã Leica. Essa corria por fora só por causa do preço, pois em termos de qualidade era a melhor de todas!

Eu optei, depois de muito conversar com quem entendia, pelo sistema de câmeras reflex da Canon. Ainda na Alemanha, comprei minha primeira câmera SLR (Single Lens Reflex), uma AE-1 toda preta (cor rara na época) com a “lente normal” de 50mm/1.4. E a magia do hobby então começou!

Para fazer fotos amplas, de largas paisagens e de interiores, a gente precisava de comprar grande angular - eu comprei orgulhoso uma Canon 28mm/3.5. Se quisesse “puxar pra perto”, teria de investir em teleobjetivas. Antes só havia as teles fixas, mas logo começaram a aparecer no mercado as primeiras tele-zooms, que permitiam escolha da distância focal. Só que as “de marca”, que no meu caso teria de ser Canon, eram muito caras. Havia, contudo, alternativas.

As chamadas “third party” atuavam nesse ramo, produzindo lentes que encaixavam nas diversas marcas tradicionais mas custando às vezes a metade do preço, ou até menos! Vivitar, Tokina, Tamron, Sigma, eram algumas das mais conhecidas. Minha primeira tele-zoom foi uma Tamron 80-250/3.8-5.6 com adaptador para Canon que era linda e visualmente impactante.  Em português mais claro, “puxava” até 5 vezes em relação à lente normal de 50mm. Só 5 vezes? Sim, e era muito!

USUFRUINDO DO HOBBY

Então tinha os filtros! Era a continuidade da diversão! Uma orgia de pequenas compras, que mantinham nosso interesse aceso! Cada lente tinha a sua rosca de acessórios com tamanho adequado, seguindo uma série “lógica” (em milímetros): 37, 40, 43, 46, 49, 52, 55, 58, 62, 67, 72, 77, 82 e 95. E os filtros eram fabricados para inúmeras finalidades.

Tinha UV (para filtrar a névoa que atrapalhava as fotos de longa distância ou simplesmente proteger o elemento frontal das lentes), Skylight (para adequar o azulado de fotos a céu aberto), 81 para “esquentar” as cores dos dias cinzentos, 85 para “esfriar” a luz das lâmpadas incandescentes de interiores... Tinha os de efeitos especiais, como por exemplo desfoque do entorno, multiplicadores de imagem, facilitadores de close-up, efeito estrela, arco-íris... O que você imaginasse alguém fabricava!

Dos que mais me agradavam tinha o polarizador (altera a estrutura de reflexos) e os que transformavam a temperatura de cor (fluorescente, incandescente, lâmpadas photoflood, etc), pois os filmes mais comuns eram para fotos à luz do dia. Fotografar com um desses à luz fluorescente era conseguir fotos verdes! Ou se fotografasse sob lâmpadas incandescentes, saía tudo amarelado.

A quantidade de combinações - ação do filtro x diâmetro da rosca - era imensa! Com o passar do tempo e troca de equipamentos fui adquirindo lentes com roscas de 52mm até 77mm, e com isso aumentando meu lote de filtros e acessórios (p.ex.: pára-sol). Olha só no que deu!
 
Minha caixa de filtros, hoje inúteis

Já falei das unidades de flash? Na época as câmeras não as tinham embutidas no corpo (que ganharam o apelido de cobra-flash), havia apenas unidades de flash separadas. Em diversos tamanhos, alcances, ângulos de cobertura, com uma ou 2 lâmpadas... De repente a gente tinha um pequeno, pra caber na bolsa de viagem, e um grande, para usar em ambientes controlados, ou para fotos especiais.

AUMENTANDO O ACERVO

Não raro, e era parte do prazer do hobby, você se apaixonava por uma nova tele-zoom, ou por uma grande angular extrema. Qual comprar primeiro dependia obviamente de condição financeira. Depois de adquirida, eis que se voltava novamente à questão dos filtros: você deveria tê-los para encaixar na nova rosca.

Chegava a hora de trocar de máquina por uma mais nova, fato inevitável na nossa sociedade de consumo! No meu caso em particular tinha de ser da Canon para manter a compatibilidade com o parque de acessórios e lentes que eu vinha colecionando... Depois da primeira AE-1 (que eventualmente foi furtada no Rio mas comprei outra), comprei outras Canon: T50, T70 (duas delas).

Subitamente veio a era do auto-foco, verdadeiro furor que levou de roldão todos os sistemas anteriores de foco manual, por mais elaborados (e caros) que fossem.  A Canon, diferente de outros fabricantes, fez uma opção radical: trocou o “mount” das novas lentes. Quem tinha o parque antigo de lentes Canon de foco manual, danou-se (meu caso!).

Foi um momento em que eu poderia, de fato, optar por mudar de marca. Tive de começar tudo de novo, com respeito a lentes! Mantive-me fiel à Canon, por motivos que nem me lembro mais. Comprei os modelos EOS Elan II-e e EOS Rebel 2000. Alguns filtros e acessórios puderam ser aproveitados no novo sistema, mas as lentes foram todas novas.

Em tempo, antes que conhecedores reclamem. A Nikon optou por manter o “mount” anterior, compatibilizando o acervo de seus adeptos com os novos corpos de câmera auto-foco. Claro que as lentes antigas só focavam manual, mas você não as perdia.  Contudo, por ter se mantido fiel às lentes anteriores, a Nikon demorou a ter funções nas lentes que a Canon tirava de letra, já que montara todo um sistema de última geração.

Bom, não vem ao caso. O que quero concluir  com essa parafernália de nomes e siglas, desconhecidas de quem não é fotógrafo, é que a gente tinha todo um universo pela frente para ir colecionando. A cada dia um novo acessório, uma nova lente, um novo filtro, um flash mais poderoso ou mais amplo, um novo corpo de câmera.

Dava prazer olhar aquilo tudo cuidadosamente guardado em diversas gavetas e maletas. Vez por outra eu tirava e arrumava tudo sobre uma mesa, para arejar e evitar fungos. O hobby não se resumia a tirar foto (sua função primordial, admitamos). Era gostoso pesquisar, comprar e colecionar equipamentos e acessórios! As fotos a seguir mostram uma parte de meus itens adquiridos ao longo dos anos. Alguns dos que não têm mais utilidade alguma ficam arrumados dentro de uma estante que eu chamo de “museu”.

Canon T70, lentes e acessórios diversos

Filmadoras Super-8 e VHS-C, AS-1 submarina, EOS Elan IIe, etc

O FIM DE UMA ERA

Foi-se a era analógica, entrou a era digital - e não sobrou mais pedra sobre pedra!

Compra-se hoje uma câmera de médio porte na faixa de mil e poucos reais com zoom de 50 vezes e grande angular extrema. Tem ajuste automático de branco, nada de filtros para compensar a iluminação. A própria câmera já tem opção de dezenas de efeitos, alguns deles impossíveis antigamente, como tirar uma foto preto e branco com apenas uma cor a mais (vermelho, verde, azul, você é que escolhe).  

Para ter essas funcionalidades todas com um equipamento 35mm similar ao que eu tinha quando comecei, talvez tivesse de juntar dinheiro equivalente a um carro importado. Existiu no mercado uma tele-zoom Leica que aproximava apenas 32 vezes que vinha com um VW Fox (correspondente na época ao nosso Voyage) de brinde. Falo sério!! 

Vejam que estou comparando tudo isso a uma Sony corriqueira (HX300, para exemplificar com uma que eu possuo). Como ainda luto para manter minha condição de hobbyista, escolhi um modelo que aceita filtro de rosca 55mm e para-sol, raridade no mercado atual. Sua lente Carl Zeiss Vario-Sonnar T* com zoom óptico de 50 vezes seria simplesmente impensável ($$$$) no mundo analógico de alguns anos atrás.

Sony HX300 c/ pára-sol opcional

Junte a ela um computador com um programinha qualquer de edição e você realiza ajustes que nem conversando pessoalmente com o fotógrafo editor, num estúdio profissional de antigamente, ele ia conseguir te atender! Girar, cortar, mudar cores, avivar tons, o que você quiser, ao alcance de uns cliques de mouse ou de um dedo arrastado.

Querem um exemplo? A foto mostrada a seguir jamais teria sido conseguida com uma câmera de filme. A Sony HX300 usou uma função interna que tira vários quadros em rapidíssima sucessão (no caso foram 6), depois os processa com um sofisticado programa que compensa tremido, iluminação de primeiro plano, iluminação de segundo plano, balanço de luzes e cores.  Apresenta a você o resultado em cerca de 3 segundos.  
 
Igreja de São Pedro, Gramado-RS
Ah, sim, ao vivo eu mal podia ver a igreja toda, de sorte que foi até difícil centrar a imagem no visor, saiu um tico tortinha... A iluminação era apenas os 2 holofotes ao rés do chão, não chegava luz ao topo da torre. E foi foto a mão livre, sem tripé!

Todo um hobby, toda uma existência de aquisição de gadjets, de acessórios, filtros, lentes, unidades de flash, filmes especiais, montadores de slides, tudo inútil! Aqueles caras que adoravam ficar horas dentro de um quartinho escuro para fazer suas próprias edições num caro ampliador, já eram! As pequenas câmeras permitem dezenas de opções de foto e você escolhe uma. Pronto!

Sim, faltou abordar a questão que envolvia aquisição e processamento dos rolinhos de filme e da guarda de negativos e slides. Tudo museu! Milhares de fotos hoje cabem num único cartão do tamanho de uma unha, podendo também ser arquivadas em computadores, HD externo, CD, DVD, Blu-Ray. Há quem confie no armazenamento em nuvens (ainda não é meu caso). Nesse caso, nem em casa mais as fotos ficam.

CONCLUINDO

Vamos resumir? Todo um aparato de milhares de reais mais um estúdio profissional de fotografia e vários empregados (necessários para editar, ampliar, atender você no balcão), tudo isso na palma de sua mão por algumas centenas de reais. Nem precisa ser um “trambolho” como a HX300 acima mostrada. Eu mesmo tenho da Sony modelos que cabem no bolso e que fazem a mesma coisa, apenas com capacidade de zoom bem menor. Minha “pequena notável” Sony WX80 tiraria a mesma foto da Igreja, se eu a tivesse usado para tal.

É fato que o objetivo de captar imagens permanece. A mídia que você usa é que mudou. Os smartphones vêm substituindo câmeras fotográficas e filmadoras com resultados surpreendentes. Não bastasse, permitem que você mande para seu parceiro a léguas de distância um filmete em HD ou uma foto batida, editada e com “caption” em minutos. Segundos. Piscar de olhos.  

Ainda uso conceitos de composição e iluminação aprendidos em meu curso de fotografia profissional e todos temos à nossa disposição alguns recursos que não tínhamos antes, como o usado na foto da Igreja de São Pedro acima. Essa é a parte boa da alta tecnologia. Quem é mais paciente usa programas de edição, desde os simples até os bem sofisticados, que exigem estudo profundo e dedicado. Diria que isso veio em parte substituir o que antigamente era o trabalho em estúdio escuro.

Contudo, que graça tem agora? Sinto que o glamour da fotografia acabou. Tudo o que eu descrevi nos parágrafos iniciais e que faziam do ato de fotografar um verdadeiro e gratificante hobby, no sentido mais completo da palavra, se perdeu na era digital!

A gente passava horas, dias, meses, “namorando” novas lentes, filtros, duplicadores, macro-converters, flashes especiais, novos filmes... Hoje? Troca-se a minicâmera. Ou o smartphone. Mesmo os programas de edição mais acessíveis aos leigos cada vez mais são inúteis, pois as funções principais já vêm embutidas nas câmeras, tablets, smartphones... Basta escolher uma e pronto!

É isso! Não apenas fotografia, mas alguns outros excelentes hobbies de antigamente deixaram também de fazer sentido nos tempos modernos. Desapareceram com a tecnologia atual, reduzidos a pó. Em contrapartida, novos hobbies nasceram por se tornarem viáveis. Alguém poderia dar exemplos?
  

Créditos:
Fotos do acervo do autor 

15 comentários:

Jorge Carrano disse...

O smartphone facilita fotografar tudo e todos a toda hora, não é? E a moda dos "selfies"?
Por que os slides caíram em desuso?

Anônimo disse...

Tenho saudades dos lambe-lambe. Em Niteroi anda existem?

Jorge Carrano disse...

O tema do post é fotografia como hobby. De qualquer forma a resposta a sua pergunta é sim, parece que ainda tem um que trabalha no Jardim de São João.
Quando garoto fazia foto 3X4 com eles para caderneta escolar e outros documentos. Pedia-se com fundobranco, conforme exigência legal.

Freddy disse...

Carrano, slides nunca foram muito bem vistos pela massa. Davam sono ao serem passados (rs rs). Sua maior aplicação era profissional e, efetivamente, foram muito usados mesmo depois da proliferação das câmeras digitais. Só quando a qualidade dos chips, em termos de quantidade de pixels e consistência de cor, superaram a inerente aos filmes químicos, é que os profissionais pararam de usá-los.

Freddy disse...

Curiosidades sobre a 1ª foto das lentes (a do cãozinho):

A grande lente mostrada em pé é uma Tamron 80-250/3.8-5.6 citada no texto como sendo minha primeira tele-zoom. Na verdade, é a segunda igual à primeira, que foi furtada junto com minha primeira Canon AE-1. Consegui-a através de meu falecido colega Ulysses (o do post da guitarra única), que tinha uma igualzinha à minha e aceitou me vender.

Uma vez eu a estava portando durante um de meus passeios internos na Pousada do Rio Quente quando passou por mim um fotógrafo oficial do hotel guiando um grupo para fotos com uma câmera comum. Todos olharam pra mim, que a tinha pendurada a tiracolo, admirados. O fotógrafo olhou para mim e me disse entredentes: “- Você está a fim de me sacanear...”

O grande flash que está sobre a Canon T70 ainda tem uso. Foi tão caro que o vendedor da B&H não queria me vender, achando que era flash demais pra pouca máquina. Tive de convencê-lo de que sabia o que estava fazendo. Era o único da Canon com um alcance extraordinário, eu o queria assim mesmo apesar de não usar sua função rádio controle.

Uma vez bati com ele uma foto do carnaval da Rua Nóbrega à noite lá de cima do terraço de minha ex-cobertura. Correspondia ao 17º andar. Flash porreta esse! Hoje em dia qualquer câmera de 500 merréis tira a mesma foto, melhor e sem flash...

=8-) Freddy

Freddy disse...

Curiosidades sobre a 2ª foto de equipamento:

A filmadora super-8 foi comprada na Alemanha em 1977. É uma Canon 814XL muda (ou seja, não grava som). Custou-me uma pequena fortuna. Pouco depois comprei uma com som, mas menos bodosa. Essa segunda super-8 foi furtada junto com outros itens aqui no Rio.

A Canon EOS Elan IIe foi a mais espetacular câmera de filme que eu comprei e resisti vendê-la mesmo quando ainda valia alguma coisa. Quando passei a acreditar de verdade no sistema digital ela já não valia mais nada e foi pro museu. A grande lente nela afixada, apesar de encaixar nas novas digitais SLR da Canon, falha com frequência assustadora no clique, dando mensagem de erro.

Bacaninha era a submarina Canon AS-1, que foi muito usada nas piscinas da Pousada do Rio Quente enquanto eu ainda usava câmeras de filme. Foi pro museu! Hoje já há excelentes digitais submarinas de diversas marcas de renome (Canon, Olympus, Pentax, Nikon). Não só submarinas, mas all-weather. Suportam frio, calor, choque, mergulho, queda... Pra quem pratica esportes radicais, é uma pedida!

<:o) Freddy

Freddy disse...

Apesar de criticar, eu acabei envolvido pelo hobby e comprei uma DSLR Canon, com lentes intercambiáveis à moda antiga. A Canon manteve a compatibilidade de “mount” entre as auto-foco antigas e as novas digitais. Mas essa compatibilidade é teórica. Lentes antigas que possuo não funcionam ou funcionam com ressalvas e erros. Por isso acabei comprando duas lentes pra ela. Hoje está simplesmente guardada. Um investimento bem alto sem uso a não ser quando quero usar um das lentes compradas, com absurda amplitude angular e aplicação restrita a arquitetura de interiores e, moderadamente, de exteriores.

Quase não saio com a digital Sony HX300 mostrada. Como andar com uma coisa dessas por aí? Quando muito, uso minha “pequena notável” Sony WX80 ou outras mais antigas, que se se roubadas não me farão grande falta.

Sim, passei a usar amiúde o celular para fotos!
<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

Valeu, Freddy!

Riva disse...

Minha primeira câmera foi adquirida na 1ª viagem aos EUA em 1969, com aqueles cubos de 4 flashes que explodiam e derretiam ao tirar a foto. Só comprei para documentar a viagem, e como era caríssimo revelar, comprar flashes, acho que só bati umas 30 fotos.

Hoje, em qualquer viagem bato 700 fotos ! rsrs.

Influenciado por meu irmão Freddy, adquiri uma Canon em NY, em 1979, por uma grana, acho que custou uns 500 dólares. Tinha freio ABS, airbag, ar condicionado, câmbio automático, super lentes e velocidades mil, era tanta coisa para ajustar, que quando eu estava pronto, "o passarinho tinha voado" !

Desisti em pouco tempo, vendi a criatura, e como vibrei quando surgiu o tal foco automático, sem regulagens diversas, pequenas.

Quando veio a foto digital então, caramba ! Que felicidade !! Nada mais de rolos, ASA, revelações, guardar negativos, etc, etc.

Com certeza deve ter sido horrível para um cara que curtia a parafernália toda, mas para um fotógrafo amador viajante como eu, a chegada dos smartphones com câmeras e aplicativos diversos é o estado da arte ! rsrsrsrs.

A tecnologia tem o lado bom e tem esse lado aí, que "mata" nossos hábitos e hobbies mais antigos.

Quando eu tinha banda de rock, entre 82 e 85, era um desespero a afinação dos instrumentos, antes dos ensaios e shows. E nós tínhamos um guitarrista, o Caneca, já falecido, que tinha dificuldades no processo de afinação. Nunca esquecerei uma tarde de ensaios, em que ele levou 45 minutos para afinar a guitarra.

Olha, surgiu então o afinador eletrônico, onde vc afinava uma guitarra em alguns segundos ! Vocês não imaginam a nossa alegria quando adquirimos um ! kkkkkkk.



Jorge Carrano disse...

Saudades de minha Kodak Instamatic - Xereta. KKKKK

Freddy disse...

Novos hobbies?
- Filmagem com drone
- Novos esportes radicais (a tecnologia permitiu uso de tecidos e peças infinitamente mais leves e resistentes que outrora)
- Fazer música sem saber tocar um puto instrumento, usando apenas programas de computador

Hobbies inviabilizados ou demodé?
- colecionar revistas, livros, LPs, CDs, DVDs
- desenhar e pintar à mão (tem crase?)

Concordam? Discordam?

Riva disse...

Freddy e demais, não sei mais nada, para onde isso vai ...

Agora adultos voltam a comprar lápis de côr para colorir cadernos de imagens vendidos em jornalheiros (ou jornaleiros ?) ... na minha infância, isso era coisa para crianças !

Lojas colocando bacias com água para os cães matarem a sede, e na verdade, para agradar os clientes, cada vez mais saindo de casa com seu cães. Nos EUA está a maior febre de pubs e bares com admissão dos cães.

Hoje acabei de ler o livro FUTEBOL & GESTÃO do Jackson Vasconcellos. Nunca gostei dele, mas o livro traz informações impressionantes sobre a gestão de alguns clubes de futebol da Europa .....posso afirmar que estamos anos-luz distantes de uma gestão nesse nível, ainda mais com a corrupção que nos impacta. O 7x1 é o resultado disso.

Matéria para mais um post !

Vasco acaba de levar um gol com segundos de jogo !!


Ana Maria disse...

Ah! Sou do tempo e espaço onde hobby era colecionar figurinhas Eucalol.

Riva disse...

Acho que as novas gerações não têm hobby. Parece ter sido um hábito que foi abandonado.

Hoje o foco é a prática de esportes diversos e navegar navegar navegar, mas não em águas, na web mesmo, seja com um laptop ou com o smartphone.

Lido muito com amigos dos meus filhos, na faixa dos 29 aos 35 anos, e não conheço nenhum que tenha algum hobby. Meu neto tem 16 anos, e também não tem nenhum.

O hobby morreu mesmo ?

Freddy disse...

Ainda está por ser elaborado um estudo sobre como será o comportamento social e emocional da geração atual daqui a alguns anos. A que mais me preocupa é aquela que está nascendo hoje já com um smartphone na frente do berço pra ir se distraindo.

Como serão seus valores, suas metas, sua visão do outro?
Sim, porque a maioria se encolhe dentro de si mesmo e vive um mundo quase autista. É bem mais fácil deletar um colega numa rede social do que encará-lo de frente e discutir a relação, como era antigamente.
Como está sendo forjada a personalidade desse tipo de gente?

Preocupa-me mais ainda porque essa geração é que cuidará de nós se chegarmos a uma idade mais avançada. Já somos considerados ofensores da economia mundial por estarmos demorando demais a morrer. Seremos também deletados?