24 de junho de 2015

Choque em alta voltagem





Por 
Rodrigo March
(Jornalista)







Muita gente critica quem fala mal do Brasil, que não valoriza o país, principalmente quando volta de viagem. Mas fica difícil não fazê-lo ao retornar da Europa e dos EUA.
Na minha terceira incursão ao Velho Mundo, dessa vez para Portugal, à exceção pela gastronomia confesso que não criei muita expectativa, talvez até por um certo preconceito com os colonizadores.
Mas a terrinha não deve em nada em civilização para os vizinhos do continente. Porque o Brasil, na minha opinião, não vai muito além da sua exuberância natural e da hospitalidade. Então, só de pisar em uma faixa de pedestres e ver que os carros param, já me sinto em outro estágio, da mesma forma que ainda me causa boa surpresa ficar do lado direito da escada rolante para os mais apressados subirem.
E o que falar do transporte público variado e pontual? E do tapete das estradas? Mas a educação mesmo de se priorizar o pedestre ou de deixar o mais ansioso passar, por exemplo, é algo que não se constrói em curto tempo.
Também não entrei na seara da segurança pública, da sensação carioca de que a qualquer momento pode-se levar uma facada em um coletivo.  
Enfim, voltar da civilização é um choque. E, quando ela vem acompanhada, de um desbunde de gastronomia, história e beleza, o choque ao voltar é em alta voltagem!


Mosteiro dos Jerônimos  - Lisboa
Foi uma viagem bem planejada para Lisboa (2 noites), Cascais, Sintra, Óbidos (1 noite), Tomar (1 noite), Aveiro, Viana do Castelo (1 noite), Barcelos, Braga (1 noite), Guimarães e Porto (3 noites), nessa ordem.


Aveiro

Rio Douro
Dez dias e não lembro de um restaurante que não tenham gostado, mesmo os que entrei no escuro. De um tratamento inadequado, haja vista a fama grosseira dos portugueses que me falaram.


Camarões tigre
Espetada - lulas e camarões
Sem dúvida, a gastronomia foi o que mais me marcou e correspondeu à minha alta expectativa nesse caso. Gastava cada euro com comida e bebida com prazer, pela primeira vez na Europa sem converter, o que é um feito para um pão duro como eu.

Tenho outras prioridades de viagens, até porque o dinheiro é curto e não dá para ficar repetindo país sem conhecer outros destinos importantes. Mas Portugal certamente retornará à minha lista.

Nota do editor: Rodrigo é filho da Isa e do Riva. Sobrinho do Freddy. Amante de corridas, já participou de provas em Santiago (Chile), Buenos Aires (Argentina ), e no Brasil participou, por três vezes, da volta de Florianópolis.
Alguém poderá perguntar quantas legiões têm os March, pois vários deles colaboram com o blog. Eu diria que menos do que eu gostaria,  porque a Isa ainda não enviou ainda uma receita de um quitute, com segredo (truque) da família, de origem portuguesa. Mas não perco a esperança. Dá uma força, Riva.

24 comentários:

Jorge Carrano disse...

De ontem para hoje, durante toda a noite, a cidade do Porto está em festa. Comemoram, se não mudaram os costumes, o dia de São João, o santo mais festejado na cidade.
Estava lá, por mero acaso, em 2004, no dia em que o Futebol Club do Porto conquistou a Champions League. Foi uma euforia só.
Do outro lado do Douro fica Vila Nova de Gaia, onde estão estabelecidas as caves do famoso vinho fortificado.
O Rodrigo tem razão quanto ao que se come e o que se bebe por lá, como de resto em todo o país. Não muito distante do Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, fica a tradicional casa onde são feitos os verdadeiros “Pasteis de Belém”.
Portugal merece ser visitado.

Freddy disse...

De todos os países em que comi na Europa, o que mais me agradou foi Portugal. Contudo, não há muita novidade neste comentário, dado que boa parte de nossa culinária - no sentido de como preparar alimentos - tem origens lusitanas.

Quanto ao choque da volta, já o senti em 1977, depois de morar (diferente de passear) na Alemanha por 7 meses.
Não há como não sentir. A diferença é colossal.
Viver no Brasil sempre foi ruim, o que temos de bom se refere à geografia e belezas naturais. Não me lembro de uma época sequer (nem li nada de positivo relacionado a eras passadas) em que viver aqui tenha sido bom.
=8-/
Freddy

Riva disse...

As festas de São João estão em quase todos os cantos de Portugal, segundo Rodrigo me contou. E quando ele chegou, seria feriado de Santo Antonio no dia seguinte.

A viagem dele, que ajudei a planejar, foi muito legal, visitando e curtindo as culturas locais, num prazo muito curto. De repente ele ainda comenta ou faz outro post detalhando mais a viagem.

Muitos dizem que Portugal é muito pequeno, e é mesmo, mas tem tanto para ver e curtir que ou você fica por lá uns 30 dias ou faz 2 viagens, que é o que vou fazer, e Rodrigo também já disse que voltará.

Tanto ele como eu não conhecemos os detalhes da Serra da Estrela nem o sul de Portugal. E é o que faremos da próxima vez - entrar pelo Porto, descer rente à fronteira espanhola até o Faro, e voltar pela costa atlântica até Lisboa.

Ora, pois, pois !

Ana Maria disse...

Pelo visto o jovem Rodrigo é inegavelmente da família March. Escreve bem, gosta de relato de viagens e dá preferência aos programas gastronômicos. rs
Espero lê-lo outras vezes neste espaço.

Alessandra Tappes disse...

Filho de peixe, peixinho é!!!

Mais uma leitura prazerosa aqui.





Jorge Carrano disse...

Comunicado:
O blogueiro ficou sem acesso a internet, desde a madrugada de terça-feira, por problemas no provedor. Estamos utilizando a conexão existente em outro local. Podem ocorrer, até regularização na prestação de serviços da Oi, algumas interrupções nas moderações de comentários e publicação de novos posts.

Correções:
Equívocos do editor, em suas notas, foram retificados a pedido do Autor. Ele informa ser "corredor" e não "maratonista"; e ao contrário do colocado nas notas, correu três, e não duas vezes a prova em Florianópolis.

Paulo Bouhid disse...

Quando em Portugal, gostei muito deste restaurante:

https://www.youtube.com/watch?v=09mG6J_2EWM

Riva disse...

Em 1969, quando fui pela 1ª vez aos EUA, com 16 anos, a volta foi muito difícil mesmo. Lembro de ficar sentado no meio-fio da calçada em frente de casa, olhando para o nada. Chamava isso de choque anafilático ! rsrsss.

Mas era por outras circunstâncias. País fechado pela ditadura militar, e chegando lá, muitas coisas me emocionaram ou deslumbraram, e cito algumas, que só conhecia pelos filmes que víamos no Brasil:

- TV com imagem a cores, não existia ainda no Brasil, e com mais de 100 canais
- portas automáticas nas lojas, que abriam quando vc pisava naquele tapete preto
- as máquinas de cigarros (eu já fumava), com aquelas marcas de desejo de todos nós
- comprei meu 1º e cobiçado tênis All Star
- as lojas de discos, com tudo aquilo que a gente ouvia no programa do Big Boy, mas que só chegava nas nossas lojas 6 meses depois
- a famosa caixa de correios americana - nunca tinha visto uma ao vivo !
- as casas sem muros ou cercas
- NEVE !!! nevou quando eu estava lá ... nem sonhava ver neve. Fizemos um enorme boneco de neve na 1ª vez, e não sei porque, batizamos o cara com o nome Walker
- algumas bandas de rock meio famosas pelo Brasil, eram bandas que tocavam em bailes lá, em universidades, sem grande alarde. Foi assim que me deparei um dia na frente do Greatful Dead, com Jerry Garcia (já falecido) na minha frente. Trocamos cartas por uns 5 anos
- a visita à chama eterna no túmulo do Kennedy, em Washington

No caso do Rodrigo, ou seja, de hoje em dia, o choque em alta voltagem infelizmente é por outros motivos. É pela distância em anos-luz sobre civilidade, preservação da cultura, educação, segurança e infraestrutura.

Impressionante como paramos no tempo e no espaço nos últimos 15 anos, e
tenho dúvidas em relação à nossa recuperação em relação ao chamado 1º mundo.

Riva disse...

Correção rsrs : os equívocos não foram do editor, e sim meus, que dei as informações sobre o Rodrigo.

Em relação a maratonista ou não, parece ser o fato de que a maratona tem 42 km, e o Rodrigo fará a sua primeira maratona em breve. Ele já fez meias maratonas, de 21 km, bem como a São Silvestre parcial (não lembro a distância percorrida).

Talvez ele dê mais informações sobre isso. Ele e sua esposa fazem parte de um grupo muito legal aqui em Niterói, determinados mesmo em relação às corridas - se quiserem, acessem o blog http://3namaratona.blogspot.com.br/

Freddy disse...

A citada parada no tempo nos últimos 15 anos vai entrar para a História como o maior pecado do PT, o que causou o maior dano ao Brasil como nação.

Nossa ascensão ao bloco chamado de BRIC e depois de BRICS foi quase que uma honra internacional, o reconhecimento da força emergente de nossa economia. Putz... Rússia e China, mais Índia... Parecia que "agora nóis vai!"

Ledo engano... Rússia, Índia, África do Sul (o S de BRICS) e, principalmente, China, deslancharam ou estão deslanchando. E nós? Perdemos todo esse tempo em maracutaias internas, corrupção na busca do poder, descenso social, caminhando célere para uma ditadura do proletariado...

Maldito seja o PT e sua corja de corruptos!
(é assim que nosso blog manager gosta, não?)
=8-(
Freddy

Jorge Carrano disse...

Não é que goste, Freddy, é isso que eles merecem: a maldição e o fogo do inferno, já que você crê é católico.

Riva disse...

O duro nisso tudo são os xenófobos, que ainda não apareceram por aqui, ufa !!! ... e que acham isso tudo um exagero, veja bem, não é essa dimensão toda, etc. Nosso BRASILLLL ..... !!!

Eu só digo uma coisa : façam essas crianças voltarem para as salas de aula, valorizem nossos professores por 100 anos, e talvez recuperemos tudo que perdemos. O resto vem na cauda desse cometa, chamado EDUCAÇÃO.

Enquanto isso não acontece, curtam suas curtas viagens ao 1º Mundo, quem puder.

Rodrigo March disse...

Q bom q gostaram do texto. Quando puderem dar um pulo lá no blog... Sobre a minha preparação e de dois amigos para a nossa primeira maratona, no dia 26 de julho.

http://3namaratona.blogspot.com.br/

Jorge Carrano disse...

Visitei o blog, Rodrigo. E vi, na postagem "De malas prontas para... treinar", as fotos do treinamento em Portugal.
Desejo-lhes boa maratona, em 26 de julho, com muito fôlego e poucas bolhas nos pés (rs).

Volte, quando quiser, ao blog, visitando apenas ou colaborando com posts.

Riva disse...

26 de JULHO já era uma data super especial para mim, pois é a data de aniversário da minha querida avó CAROLINA, que cuidou de mim na infância, na impossibilidade da minha mãe, em virtude da sua cegueira.

E foi nessa data que PAULINHO nasceu, nosso terceiro filho.

E agora, o desafio da 1ª Maratona na vida do Rodrigo, os 42 km. Acompanhamos sua intensa dedicação em cuidados especiais com alimentação, exercícios, e em treinamentos para essa prova, independente de resultados.

Jorge Carrano disse...

Parabéns ao Paulinho, o único de seus"meninos" que conheço pessoalmente. Muita saúde, paz e alegrias.

Freddy disse...

Visitei o blog , Rodrigo.
Maneiro, mas fico cansado só de ler (rs rs rs).
Brincadeirinha. Parece que - pra quem pode - correr acaba viciando. Sei lá, essas substâncias todas que a química corporal vai fabricando no processo devem ser legais e a pessoa quer aquilo de novo.
Conheci um sujeito numa academia especializada (Fit Center) que havia sofrido algo e estava em recuperação cardíaca. Ele usava a esteira em frente à que eu habitualmente usava e frequentava mais ou menos na mesma hora. Ele corria 42 minutos TODO dia! Como se estivesse chupando sorvete! E não era novinho não, algo em torno de 50 anos.
=8-)

Rodrigo March disse...

Valeu pela força. Carregarei a família nas costas! rs

Riva disse...

Tomara que o Rodrigo encontre tempo para passar por aqui com comentários e outros posts. Foi legal ! E que venha a maratona ! rs

Jorge Carrano disse...

Será bem-vindo. Aguardemos!

Rodrigo March disse...

Tio, realmente é viciante! É a tal da serotonina...

Riva disse...

Garçon, traz um Red Label cowboy, por favor, porque esse papo de vícios dá um debate legal aqui no Berê.

Jorge Carrano disse...

Red Label está em falta. Tem Steinhaeger.Vai encarar? E unhas de caranguejo para cortar.

Riva disse...

Dispenso .....traz por favor um guaraná batido com leite condensado mesmo.

Unhas de caranguejo é muito bão, mas traz o alicate senão é impossível !

Profª Raquel : é senão ou se não ? Obrigado, de nada.