7 de julho de 2014

Contaminar esporte com nacionalismo é equívoco

Analisada sob a ótica da legitimidade de defesa da pátria, a falta cometida pelo jogador Zuñiga, da Colômbia, mesmo que intencional, deve ser relevada e colocada na conta de que vale tudo na defesa dos interesses nacionais do país.

Vejamos parte da declaração dele: “Não fui para a jogada esperando que ele fraturasse a coluna, estava defendendo minha  camisa, MEU PAÍS.” (destaquei meu país, para ressaltar).

Na defesa do país tudo é válido? Usar napalm é censurável, bomba nuclear também, mas quais são os limites numa guerra? É como surubada. É difícil estabelecer regras.

Etiqueta e boas maneiras cabem nos esportes, mas não em disputas envolvendo nacionalismo, e em orgias sexuais.

Já vi, no tênis, no voleibol e em outras modalidades de esporte, o jogador acusar uma bola fora (ou dentro)  ou um toque nas pontas de seus dedos, no melhor estilo fair play.

Mas no futebol não me lembro de qualquer caso significativo. Antes pelo contrário, lembro é do Felipe (goleiro do Flamengo) dizer que “roubado é melhor”, ou o ex-jogador Dé, agora comentarista, jactar-se de ter feito um gol atirando uma pedra de gelo desviando o curso da bola para dentro do gol.

Na Europa, em especial na Inglaterra, cujo campeonato acompanho há algum tempo, já assisti cenas dignas de encômios. Algumas estão na internet quando se busca “fair play” no futebol.

Vejo grande repúdio à simulação, em casos de faltas dentro da área ou  contusão para ganhar tempo e esfriar o adversário.

O jogador Eduardo da Sila, brasileiro naturalizado croata, que esteve aqui nesta copa, quando jogava no Arsenal, sofreu restrições da própria torcida dos gunners, por simular uma penalidade máxima.

Segundo alguns, uma das razões (existem muitas outras) para dificuldade de difundir o futebol (soccer) nos USA, de sorte a torna-lo paixão nacional, é que ao contrário de outros esportes o futebol não permite a sinceridade, a verdade, a honestidade durante  competição.

Li na coluna do Ancelmo Gois uma declaração de jornalista americano, nos seguintes termos: “Atletas americanos são normalmente honestos em campo, isso não acontece no futebol”.

E uma advogada e jornalista, também americana,  teria sido mais radical ainda: “Qualquer aumento de interesse pelo futebol só pode ser sinal da decadência moral do nosso país.”

Esta é a visão de uma elite cultural/intelectual nos USA, o futebol é coisa menor, que admite a farsa, a fraude, a simulação, a mentira. Ou seja, não admitiria a honestidade a que estariam acostumados os atletas americanos. Estão mesmo?

No futebol não cabe a decência? Não cabe a honestidade? Seria como desfilar de anjo numa procissão de prostitutas?

Sobre a falta cometida no Neymar tenho duas palavras a dizer. Joguei futebol no tempo de estudante. Já calcei chuteiras e disputei torneios e olimpíadas escolares.

Nunca joguei bem tecnicamente, deficiência que supria com muita luta, muito empenho, muita energia. Não adiante tentar mentir porque alguns amigos daquela época, ainda vivos (para minha alegria) e leitores ocasionais do blog saberiam que estou mentindo e reprovariam meu comportamento.

E acompanho futebol, com muito interesse e prazer há anos.

Ditas as “duas palavras” (rsrsrs), ou seja, joguei futebol e acompanho regularmente, posso afirmar que será impossível apurar se houve ou não intenção do Zuñiga, eis que apurar o “animus” do agente é a grande dificuldade para capitular uma falta ou um crime, como doloso ou culposo.

Só ele mesmo, o jogador colombiano, sabe. O histórico dele, o curriculum, não é de um troglodita, jogador violento. Mas no calor de uma disputa tudo pode acontecer.

Outra coisa é o seguinte. Um zagueiro, um defensor, um marcador, não gosta de ser humilhado, tripudiado com uma caneta (bola entre as pernas), um chapéu ou pedaladas.

A reação será sempre de entrar mais duro, com mais vigor. Assisti no Maracanã atitudes incríveis, de agressão mesmo, casos dignos de registro de ocorrência na delegacia, por causa de firulas, como embaixadinhas e canetas, feitas por hábeis jogadores diante de zagueiros limitados e de sangue quente.

Certa feita um jogador, cujo nome omitirei porque está vivo e atuante nos meios de comunicação, fez uma graça diante do Moyses, então no Vasco; o zagueiro entrou forte e o derrubou. Não satisfeito o “beque” (zagueiro de área), com o adversário caído, deu-lhe um chute na cabeça. Era o sangue quente e a índole que se manifestam no calor da batalha. Falo por experiência própria, embora amadorista e descompromissada com patriotada, na disputa muitas vezes somos mais ríspidos  e agressivos do que  fora de competição.

Não estou defendendo (e nem acusando, o colombiano). A falta foi clara, mas a intenção de causar dano físico ao Neymar não quero acreditar, porque se assim fosse possível provar, seria caso de banimento do esporte.

Fair play no futebol, sob todos os aspectos, só com a modificação genética do bicho homem. O combate ao racismo tem ambição menor e é mais palatável.

Futebol é jogo para homem dizíamos, nas peladas infantis jogadas na rua São Diogo ou no campo do Vianense. Os críticos esportivos falam em jogo de contato físico, logo alguns atropelos, ombro à ombro, são normais.

Agora aferir os limites de força é subjetivismo. “Isso pode Arnaldo?” É coisa para quem nunca jogou futebol, pois quem jogou sabe muito bem. Eu tenho minhas próprias convicções. Por mim comentarista de arbitragem teria que viver dos proventos de aposentadoria.


Absoluta inutilidade na TV.

28 comentários:

Freddy disse...

Hmmm...
Também não vejo como a FIFA poderá aquilatar se o crime foi doloso ou culposo, no caso do Zuñiga. Futebol é jogo pra macho e de vez em quando sobra uma chuteira na cabeça, cotovelo no olho, chute no saco ou um pisão no tornozelo.

Temos os fatos: Neymar apanhou durante o jogo todo. Se esse “juiz” tivesse bem mais cedo coibido a violência generalizada com adequada distribuição de cartões amarelos, provavelmente não teríamos chegado ao trágico desfecho.

Sobre a qualidade do futebol como esporte honesto, bem... Alemães e holandeses adoram futebol e são países com sociedades bem avançadas, uma delas rígida e a outra liberal. Ingleses adoram futebol e são extremamente circunspectos (hooligans à parte). Todos esses povos estão acostumados, desde a tenra infância, a cumprir leis, normas, regras.

Portanto, a teoria americana para explicar porque o futebol não grassa lá dentro me parece hipócrita. Adoram box e, agora mais ainda, UFC. Quer mais estupidez que isso?

Lamento por Neymar, foi azar. Em pouco mais de tempo na Europa ele ganhará a devida massa muscular e... perderá na mesma proporção sua habilidade, mas é o caminho natural para sua sobrevivência.

=8-/ Freddy

Jorge Carrano disse...

Na Colômbia, em especial nas redes sociais, está havendo contestação quanto a responsabilidade pela fratura sofrida pelo Neymar.

A tese é a seguinte: “Na imagem diagnóstica de sua lesão perfeitamente se observa que a fratura é o suficientemente longe do golpe recebido do jogador da seleção da Colômbia, Camilo Zuñiga. A fratura é na raiz do dorso e o golpe é no centro do mesmo”, defende a tese colombiana.

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/copa-2014/em-defesa-de-zuniga-colombianos-questionam-origem-da-lesao-de-neymar-culpam-queda-durante-comemoracao-de-gol-13159193.html#ixzz36mdQn5t0

Freddy disse...

Concordo plenamente com o questionamento do local da fratura, algo já havia me chamado a atenção quando da repetição das imagens. O pouco que conheço de anatomia me diz que ali não é a 3ª lombar.
Não posso afirmar nada com relação ao que a motivou.
=8-/
Freddy

Freddy disse...

"Seleção é a pátria de chuteiras".
Há quanto tempo isso não é mais verdade no futebol? Temos craques espalhados pelo mundo e já houve caso de atletas se recusarem a defender sua seleção por interesses profissionais (pessoais). Outros mudam de nacionalidade para serem escalados...

No entanto, ao assistirmos Olimpíadas essa frase volta a fazer sentido. A cerimônia das bandeiras sendo erguidas, o hino, o cara com a mão no peito, demonstrando orgulho em defender seu país... O quadro de medalhas, pretendendo demonstrar superioridade relativa entre as nações...
Complicado...
<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

Hitler, pretendia mostrar a superioridade da raça branca, ariana, nas olimpíadas de 1936, realizada em Berlim, e se deu mal.
Jesse Owens contrariou o Führer conquistando as medalhas mais importantes no atletismo.
Logo esse negócio de mostrar superioridade em competição esportiva é babaquice. A Suécia sequer se classificou para disputar a copa aqui no Brasil. Muito menos a Islândia. E nem por isso deixam de ser nações respeitadas, pela civilização e padrão de vida de seus cidadãos. A Suiça caiu fora na chave de grupos e é um pais exemplar em alguns aspectos.
Os japoneses perderam no campo de futebol, mas ganharam em educação, civilidade e boas maneiras, limpando a sujeira nos locais ocupados por eles nos estádios.
Isso é bom exemplo para o mundo.
Pátria de chuteira não passa de uma boa frase.

Ana Maria disse...

Realmente, pelo menos nos países latinos, o futebol é uma demonstração de virilidade. Meu falecido cunhado, zagueiro nas peladas da juventude, defendia encontrões e chutes pela posse da bola.
Em 1994, durante a Copa, o nosso jogador Leonardo, que na vida privada era um gentleman, deu uma cotovelada covarde que quebrou o nariz de um jogador americano.
Não acredito que o colombiano tenha desejado uma lesão séria.

Jorge Carrano disse...

Bem lembrado, Ana Maria.
E tem mais deste mesmo Leonardo (niteroiense). No ano passado pegou uma severa sansão disciplinar (mais de ano de suspensão, porque depois de uma partida de seu clube na França, deu um safanão no juiz a caminho do vestiário. Ele era dirigente do PSG.

Jorge Carrano disse...

A CBF cobrou, os torcedores brasileiros reclamaram, mas a Fifa não vai punir o colombiano Zúñiga pela falta no jogo pelas quartas de final que tirou Neymar da Copa do Mundo. Nem o jogador, nem o árbitro espanhol Carlos Velasco, que não marcou falta no lance, preferindo aplicar a lei da vantagem, sofrerão qualquer sanção da entidade.

Leia mais em http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/fifa-decide-nao-punir-colombiano-por-falta-que-tirou-neymar-da-copa.html

Riva disse...

Independente da cultura de cada país em relação à "Pátria de Chuteiras" e ao "cai-cai" dos sulamericanos, do padrão de arbitragem nos diferentes continentes, independente da postura das diversas mídias, existe um órgão regulador e responsável pelo futebol no Planeta Terra, a FIFA.

A FIFA, como outras diversas Federações Mundiais, tem pleno poder e grana para implementar tecnologia e regras que apurem e punam severamente toda e qualquer anomalia dentro e fora dos campos, pelas federações filiadas - isso abrange seus clubes, dirigentes e atletas.

Precisa dizer mais o que ? Além de incompetente, é retrógrada e pior, CORRUPTA.

Resultado só pode ser o que todos estão assistindo.

Jorge Carrano disse...

Acabo de ler a notícia do falecimento de Di Stéfano, seguramente um dos três maiores jogadores argentinos de todos os tempos e provavelmente um dos dez melhores de todos os tempos no mundo.

Jorge Carrano disse...

Encontrei na rede uma matéria, assinada por Luiz Flávio Gomes, professor e jurista, que discorre de maneira muito mais percuciente do que eu o fiz no post, sobre a falta de jogo cometida em Neymar.
Está em http://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/126482520/neymar-fora-da-copa-houve-crime?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=newsletter

Todavia, neste mesmo endereço encontrei um comentário que subscrevo integralmente. Ei-lo:
"Milhões são doados, dívidas perdoadas, trilhões desviados para paraísos fiscais, falta de verbas para dar o aumento justo aos aposentados, falta verba para educação, saúde, moradia, milhares de obras superfaturadas, doentes morrendo nas filas do SUS por falta de tratamento, mas nada disso é crime! E o crime do momento é o Neymar ficar fora da copa? Brasileiro, vai ser idiota lá na casa do car%&#*."

Jorge Carrano disse...

Para os mal informados. No endereço a seguir tem um filmete sobre a carreira do "Flecha loira", hoje falecido em Madrid.

http://espn.uol.com.br/video/423847_adeus-di-stefano-idolo-do-real-madrid-voou-alto-no-futebol-relembre

(selecione e cole na barra do navegador)

Riva disse...

E acaba de ser preso o diretor executivo da MATCH, com a polícia dizendo ser o cabeça da máfia dos ingressos.....ah, tá ....

Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim,
Um ingresso, dois ingressos, mil ingressos assim .....

Jorge Carrano disse...

O jogador Eduardo da Silva, mencionado no post, que é vascaíno declarado, acaba de assinar contrato com o Flamengo.
Torcia por ele quando atuava (bem) no Arsenal, até que fraturou o pé e ficou mais de um ano sem jogar.

Freddy disse...

Discussão cansativa essa...
Fred, chegou sua hora! Vista a camisa do Amarildo de 1962 e bola pra dentro!
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

O jogador francês Matuidi escapou por pouco de levar um cartão vermelho nas oitavas de final, na partida diante da Nigéria, quando deu uma entrada ríspida num adversário.
Entrevistado disse : “Não vou mudar nada em meu jogo, levando cartão amarelo ou não, não fico pensando em cartão amarelo. Isso é um sonho para nós.... etc.
Matuidi teve sorte de só ter sido advertido com o cartão amarelo, pois a entrada dele, muito forte, no jogador Ogenyi Onazi, tirou o nigeriano de campo com fratura na tíbia, o que vai deixar o jogador da Lazio (Itália) por seis meses fora dos gramados. Sabendo das consequências, o francês se desculpou e disse que tinha sido “mais imprudente do que maldoso”.
Também não recebeu, da FIFA, qualquer punição adicional.

Riva disse...

Impressionante pesquisa revelada pelo GLOBO, com 12.000 entrevistados, aponta que quase 50% TORCERÃO PELA ALEMANHA hoje !

Não sei quantos torcedores Daquele Time do Mal foram entrevistados, mas de qqer maneira o resultado é assustador. Vamos ver na hora do jogo.

Mas uma coisa parece realmente acontecer : cada vez mais a seleção perde identificação com o país, na minha leitura, em função de quase todos não jogarem por aqui, e pior, sendo treinado por técnicos europeus, perderam as características do nosso futebol.

Para o resgate do nosso futebol alegre e ofensivo, eu não convocaria nenhum jogador que joga fora do Brasil.

Freddy disse...

Pessoas que são fanáticas torcedoras de futebol (por seus times ou pela seleção), no calor da contenda se esqueceram do início de tudo, há menos de um mês atrás.

Já repararam que ainda não vê a quantidade de flâmulas e bandeiras em carros e janelas como se via em copas anteriores, ainda mais essa sendo no BRASIL ?!

Já esqueceram do "Não vai ter copa" e de outras inúmeras manifestações que aliam a produção do evento a mamatas, corrupção, superfaturamentos, manobras políticas e sei mais o quê? Gente como eu que queria ver o Brasil fora desde o início para fazer o povo se ligar em outras coisas que continuam acontecendo por baixo dos panos?

Não, meus caros, esse pessoal não desapareceu nem mudou de opinião. Apenas houve uma pausa por bom senso (faz parte da cidadania receber bem os turistas) e por repressão policial e militar, mas não podem nos impedir de continuar torcendo contra.

A seleção pode não ter nada a ver com isso e não tem, mas uma derrota mudará o foco da alegria das pessoas. Pessoas em estado de êxtase por vitórias ficam meio que anestesiadas por um tempo e isso no presente momento é ruim. Derrotadas e tristes, elas voltarão a perceber com a rapidez necessária que temos eleições logo ali na frente.

Não torcemos pela Alemanha, torcemos pela derrota do Brasil seja lá pra quem for, aqui e agora. Depois, na Rússia ou no Qatar, a gente recupera isso tudo.

Abraços
Freddy

Riva disse...

Eu entrei no clima da Copa, me contagiei, como sempre, acho realmente a Copa das Copas, pela proximidade, pelas reportagens e programas da nossa mídia, pelos jogos muito bons, times ofensivos, grande gols, pelas polêmicas, por tudo.
E não quero que o Brasil perca de jeito nenhum, mesmo não reconhecendo nesse grupo uma representatividade do nosso futebol.
A única derrota que não me faria muito mal seria numa final contra a Holanda. Hoje tem que ganhar !!!!!!
As consequências de uma derrota numa final contra a Argentina seriam irreversíveis eternamente, aquele tipo de coisa que não tem reparo...não quero viver pra ver isso.

Jorge Carrano disse...

Falta pouco, mais precisamente 3 horas e 30 minutos.

Freddy disse...

Vou me redimir, acho que fui por demais enfático.
Sem esquecer todos os benefícios de uma derrota da seleção (posição bem sedimentada dentro de mim desde o início), vou assistir ao jogo como mero espectador. Nem torcendo contra nem a favor, apenas vendo o futebol.
Falta 1 hora e meia.
Que vença o melhor.
Abraços
Freddy

Jorge Carrano disse...

Confira seu relógio (rsrsrs): 15 horas 29 minutos.

Paulo Bouhid disse...

15:43

Freddy disse...

Tomarei mais uma Paulaner Münchner Weissbier, com batatas fritas para acompanhar.
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Sensacional, Paulo Bouhid!

Jorge Carrano disse...

Exemplo clássico de nacionalismo no futebol. Trata-se do time de Bilbao, no País Basco:
http://espn.uol.com.br/noticia/485790_em-meio-a-polemica-de-racismo-time-100-basco-e-branco-faz-1-gol-negro-da-historia

Jorge Carrano disse...

Não existe mais futebol inglês:

http://espn.uol.com.br/noticia/557104_del-bosque-critica-predominancia-estrangeira-na-premier-league-nao-ha-mais-futebol-ingles

Jorge Carrano disse...

Bom exemplo. Será que no Brasil daria certo? Ou iria virar festival de funk?

http://espn.uol.com.br/noticia/566525_clube-alemao-bate-recorde-de-publico-em-festa-natalina-no-estadio