18 de setembro de 2013

Senso de oportunidade ou oportunismo?

Fui fazer o recadastramento eleitoral. Não que eu tenha  disposição para votar, principalmente agora que não sou obrigado. Como disse em tom de pilhéria, para meu filho,  agora não votarei, mas de título novo.

A questão é que estou com agendamento para renovar passaporte e como neste país não se pode confiar em regras e normas, vai que me exigem o titulo novo. Pelo sim, pelo não, fui fazer o recadastramento.

O que me leva a escrever sobre o fato foi verificar como algumas pessoas têm o senso de oportunidade. Ou são oportunistas, dependendo do ângulo de avaliação.

O que me pareceu uma iniciativa  bem-sucedida, e bem sacada, foi que na saída do Caio Martins, local que escolhi para o ato, havia um cidadão, com um pequeno balcão sobre o qual havia duas máquinas de plastificação. Bem no caminho, passagem obrigatória para quem já estava  indo embora de posse de seu novo titulo.

No dia em que fui o atendimento estava  tranquilo, sem filas, fluindo bem. Além do procedimento ser simples e rápido havia vários atendentes, E ainda tínhamos, eu e minha mulher, a prioridade pela idade. Pelo menos cinco atendentes para as prioridades.

Voltando ao oportunista, pela módica quantia de R$ 2,00 você poderia, ali mesmo, ante de colocar no bolso, dobrando ou amarrotando o novo titulo, platifica-lo para melhor proteção.

Deve ganhar uma boa grana, a julgar pelo interesse de quase todos que deixavam o Estádio. Só não digo que demorou mais plastificar do que fazer o novo título porque como mencionei eram duas as maquininhas de plastificação  e os plásticos, como sói acontecer numa linha industrial bem montada, já estavam cortados e empilhados no tamanho certo. Era só enfiar o documento entre as duas folhas de plástico, e enfiar na máquina para soldar nas extremidades.

Outras iniciativas na mesma linha, pode-se observar quando o trânsito engarrafa, por exemplo, e surgem do nada os vendedores de biscoito. E bastam os primeiros pingos de chuva para que surjam os vendedores dos malsinados guarda-chuvas chineses.

Soube por um dos muitos corajosos/fanáticos que foram a primeira noite do Rock in Rio, que  alguns frequentadores levavam garrafas térmicas com café e chá, sabe-se lá de que erva, vendendo em copinho plástico.

Havia gente, nas vizinhanças, alugando vaga para estacionamento.

As pessoas se viram. Mas as vezes a iniciativa é mal-sucedida. 

Lembro bem que na Copa de 1986, época em que depois dos jogos do Brasil íamos todos comemorara na praia de Icaraí, fazendo um verdadeiro carnaval, hábito este iniciado em 1970, com a conquista do tri-campeonato, meu filho Ricardo (então com 16 anos) e mais dois amigos da escola, resolveram comprar umas caixas de Brahma, colocar num isopor com gelo e vender na praia.

O lucro seria bem interessante, equivalente a 200% do investido. E mercado certo. E as chances do Brasil conquistar o título eram boas.
Era um timaço

A eliminação precoce da nossa seleção frustrou o empreendimento. 

Mas as famílias beberam bastante cerveja para afogar a dor da perda.

7 comentários:

Anônimo disse...

Esta seleção já havia perdido em 1982. Não se poderia esperar resultado de vitória.
Foi vacilo confiar.
João Carlos

Freddy disse...

O Zico estava presente, não podia mesmo dar certo...
Abraços
Freddy

Jorge Carrano disse...

KKKKKKKK!!!
Tirou da minha boca, Freddy.

Riva disse...

Postei no Facebook sobre essa barraquinha na saída do Caio Martins. Vc não deve ter percebido, mas ela está DENTRO da propriedade (antes do portão), e energizada pela infra elétrica do ginásio.
O cara não dá NF do serviço, e tudo isso na cara do TRE !
Vc tem dúvida de quem está por trás disso ???????

Quanto à seleção de 86, graças a Deus não ganhamos. Seríamos anestesiados por uma euforia efêmera, às vésperas das eleições ... lembra das promessas não cumpridas pelo PMDB ?

Jorge Carrano disse...

Parabéns Riva. Muito bem observado. Não falei desta utilização indevida de bens públicos de forma particular porque fugia ao escopo do post: oportunidades de negócios.
Da mesma forma que não falei da ilegalidade dos camelos que vendem os guarda-chuvas ou os biscoitos. Os tais guarda-chuvas são contrabando, na maioria dos casos, e, pasme, segundo comentam à sorrelfa, por vezes são produtos apreendidos que entram no mercado via os próprios fiscais com utilização de terceiros. Santo Deus!!!
Mas seu comentário foi muito oportuno, São várias as transgressões no caso da platificação.

Freddy disse...

Esqueceu de dizer que transgride também quem plastifica a carteirinha ou compra o guarda-chuva no camelô.
A tal lei da oferta e da procura, que justifica a compra via camelô, é produto da mentalidade capitalista, na qual a busca do melhor uso de seu dinheiro deve ser a qualquer preço.
Coitado do Gerson...
=8-/
Freddy

Freddy disse...

Voltando ao calçadas livres, estou forçando a memória para ver se me lembro de ter visto algum camelô nas ruas de Gramado-RS...
Da última vez que apareceram aqueles ambulantes que vendem capa de chuva e adereços para Natal Luz, o povo reclamou que não tinha mais aquelas boinas com luzes piscando, nem aqueles brinquedinhos maneiros. Eles argumentaram que não lhes foi permitido vender - nem como ambulantes - produtos ilegalmente importados...
Fecha o pano!
<:o)
Freddy