27 de fevereiro de 2012

Coincidências

Já narrei em    http://jorgecarrano.blogspot.com/2011/02/potenza-basilicata-italia.html   que o avô de Wanda - Felice Campagna -  nasceu na comuna de Picerni, na província de Potenza, capital da Basicata.

Por outro lado, meu biavô, Carlo Michele Carrano, nasceu na comuna de Tramutola, na mesma província de Potenza, capital da região da Basilicata.

Ambos, avô de Wanda e meu bisavô, migraram para o Brasil, e não se conheceram nem lá na Itália e nem no Brasil.

Algumas gerações depois, eu e Wanda, descendentes destes dois carcamanos (latachos) de Potenza, nos conhecemos em Cachoeiro de Itapemirim e viemos a nos casar, já lá se vão 48 anos.

Coincidência remota, a origem dos ancestrais em Potenza.

Ontem, revendo os arquivos que meu pai deixou, encontro uma fotografia na qual ele está, no Palácio do Ingá, em Niterói, sede do governo do antigo Estado do Rio de Janeiro, ao lado de algumas esposas de políticos, secretários estaduais e parlamentares.

Ao centro Dna. Glorinha, esposa do gov. Miguel Couto Filho, no lado direito, de terno claro, Fernando Carrano
Vê-se, ao centro, de vestido estampado, a esposa do então governador do estado – Miguel Couto Filho – e na extrema esquerda Dna. Ismélia, esposa do vice-governador - Roberto Silveira.

Onde a coincidência? No mesmo ambiente, recinto do Palácio do Ingá, três anos depois algumas estudantes de Cachoeiro de Itapemirim – ES, foram recebidas pelo já então governador Roberto Silveira e por sua esposa. Entre estas estudantes, minha mulher Wanda (de cujo álbum de solteira pincei  a foto).


De saia xadrez, ao centro, Dna. Ismélia,  esposa do governador Roberto Silveira, mãe do atual prefeito de Niterói
Nesta segunda foto, ao centro, a já então primeira dama, Dna. Ismélia, esposa de Roberto Silveira. Wanda, de roupa clara (vestido de bolinhas), aparece à direita na foto.

Coincidência de lugar onde feitas as fotos.


Notas complementares:
Alguém há de querer saber porque o governador do estado e sua esposa recebem um grupo de estudantes de Cachoeiro de Itapemirim, que fica no Espirito Santo. Explico. Roberto Silveira, ao contrário do filho, atual prefeito de Niterói, tinha carisma, desenvoltura e ambição política. Ambição legítima de vir a ocupar cargo de expressão nacional. Num primeiro momento, quem sabe, uma vice-presidência. No futuro, vai saber, a presidência da república.
Seu plano, até onde sabíamos (eu era, digamos, lider estudantil) estabelecia que ao final de seu mandato como gevernador, seria candidato a deputado federal, para ganhar visibilidade  nacional.
Ainda em seus planos, contar com apoio do vizinho Estado do Espirito Santo. Por conta disto, via DER-RJ, colaborava com Camilo Cola, cuja empresa de ônibus interestadual precisava de favores do governo fluminense (o asfaltamento do trecho entre a cidade de Campos e o limite entre os Estados do Rio e Espirito Santo levou anos, o que afugentava outras empresas interessadas na concessão da linha Niterói-Vitória).
Ainda como parte deste plano de se projetar no Espirito Santo, o governo do estado oferecia facilidades de intercâmbio entre estudantes de Niterói e Cachoeiro de Itapemirim (onde ficava a sede da Viação Itapemirim, do Camilo Cola).
As estudantes capixabas que aparecem nas fotos, ficaram hospedadas no Ginásio do Caio Martins, em Niterói, com as despesas custeadas pelo governo.
Por outro lado, algumas delegações de estudantes de Niterói visitaram Cachoeiro de Itapemirim, com passagens fornecidas como cortesia pela Viação Itapemirim. Numa desta viagens, por conta da disputa de uma olimpíada interestadual, em Cachoeiro, acabei por conhecer a Wanda. Quatro anos depois nos casamos.
Com potencial político para aspirar a presidência, a médio e longo prazo, havia dois jovens em ascensão, no mesmo partido (PTB, não este vergonhoso que aí está): o próprio Roberto Silveira e Fernando Ferrari, este com base no Rio Grande do Sul.
Como sabem Roberto Silveira faleceu tragicamente, num desastre de helicóptero, sem levar adiante seus anseios políticos.
Meu pai já era falecido quando casei.

Roberto Silveira, Dna. Ismélia e a delegação de estudantes

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