Por Ricardo Augusto dos Anjos
"O dizer do pensar somente se acalmaria em sua essência quando ele se tornasse impotente de dizer, o que deve ficar inexprimido"(Martin Heidegger, in A Experiência do Pensar)
Nem se deve exprimir o re-dizer que é o impulso do dizer sobre o mesmo dizer.Formulado sem fórmula. O dito pelo não-dito. Da ação nem se cogita, porque lama.
Enfim, não ir além do que ainda não se foi. Bom mesmo é sossegar, parar no esboço, ou apagar as linhas desse esboço. Nessa volta, no movimento bem interior do apagar é que se capta a verdade. Ignorando-se como começou. (Ricardo dos Anjos, in Reflexões do Acima)
10 comentários:
Bem-vindo, de novo, Ricardo.
Obrigado por me confiar seu texto poético e me permitir compartilha-lo com os amigos, seguidores e visitantes eventuais do blog.
Abraço forte, tchê!
Caro Ricardo,
Eis a leitura feita por uma jovem, talentosa jovem, cujo nome manterei em sigilo até que ela me autorize a divulga-lo, se o caso.
""O dizer do pensar somente se acalmaria em sua essência quando ele se tornasse impotente de dizer, o que deve ficar inexprimido"(Martin Heidegger, in A Experiência do Pensar)
O dizer do pensar, pode ser o próprio pensamento, suas opiniões e conceitos. Este, só ficaria verdadeiramente calmo ("essência") quando não conseguisse mais dizer aquilo que não deve. Ou seja, o pensamento só se tranquilizaria quando falasse tudo que tem em mente.
Nem se deve exprimir o re-dizer que é o impulso do dizer sobre o mesmo dizer.Formulado sem fórmula. O dito pelo não-dito. Da ação nem se cogita, porque lama.
Exprimir o re-dizer é falar sobre aquilo que já foi dito, apresentar novas versões ou mesmo complementar uma antiga, porque pode ter sido formulado sem fórmula (inventado); dito mais escondido... algo assim. Eu traduziria como: não "bata na mesma tecla", não fique repetindo em cima de um mesmo tópico, pois este pode ter sido criado, dito de formas distintas e se vc for executar essa mudança, vai dar errado ("lama").
Enfim, não ir além do que ainda não se foi. Bom mesmo é sossegar, parar no esboço, ou apagar as linhas desse esboço. Nessa volta, no movimento bem interior do apagar é que se capta a verdade. Ignorando-se como começou. (Ricardo dos Anjos, in Reflexões do Acima)
Esse é mais fácil. Significa deixar as coisas fluírem naturalmente, deixar o tempo passar, não vá além. Apenas viva o que está ao seu alcance, mesmo que seja um esboço. Afinal, quando se apaga o esboço, sobra a verdade. É como uma redação: vc escreve um rascunho, esboça e quando isso some, fica o texto bonito e bem feito."
Abraço
Caríssima Jovem Sem-Nome (lembram do sorvete?),
Eu, nômino; você, anônima; que me anima pela percepção da percepção hermenêutica da hermenêutica dos mistérios do Ser de que Heidegger se ocupa. De sua(dele)Floresta Negra existencial.
Grato pelo privilégio de sua leitura da minha leitura do filósofo alemão,uma simples observação apriorística em escrita automática, num fôlego só.
Ah, anônima criatura, manifeste-se,saia das sombras,desmergulhe, venha à tona, nem que seja com pseudônimo, que assim você quase se materializa e fica ainda mais intrigante a tentativa do deslinde.
E saiba que, na minha opinião, você promete. E como!
Querido Ricardo,
A jovem tem nome e sobrenome (honrado). E não era intenção dela manter-se no anonimato. Apenas, por humildade ou sabedoria (ou sábia humildade)preferiu comentar em email que me enviou ao invés de faze-lo no blog.
Como disse não estou autorizado a divulgar seu nome, mas se ela, vindo a este espaço, achar que posso dar publicidade a sua (her) leitura do filósofo e do poeta certamente que o farei.
E irei me jactar.
Abraço
Confesso total incapacidade de entendimento. Sobre o que mesmo estão falando? :D Fernandez
Ricardo,
Acabo de receber Alvará liberatório.
Trata-se de minha neta Juliana, de 15 anos recentemente completados, mas que já ensaia escrever poesias.
Abraço
Anônimo (ou Fernandez),
Estranho, né. Pra não entender melhor (risos) acesse o link : http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger
Garanto que vc vai ficar confuso com mais propriedade rs.
Como diria Paulo, deu nó mental. Infelizmente hoje estou de Lei Seca mas, assim que for liberado, voltarei a ler o texto, já que careta não deu... Nem texto nem comentário!
rs rs
Abraço
Carlos
Carrano,
Já desconfiava pelo tom de corujice ao apresentá-la anônima: "uma jovem, talentosa jovem"... senti uma certa proximidade.
Peça a Juliana que me envie algumas de suas poesias, embora profetize que ela, além de poeta, será certamente uma ensaísta e/ou crítica literária.
Parabéns à guria (como se diz por aqui)... Ah, só não digo que a Ju tem a quem puxar, que é pra não inflar mais o seu ego, amigo!Há perigo de explosão ou implosão rs
Essa merecia um debate ao vivo, regado a queijos e vinhos .... sensacional ! ... não conhecia esse texto. Não sei se devo ler ... rsrsrs
Sds
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