O avô da Wanda - Felice Antonio Campagna - nasceu na comuna de Picerni, na província de Potenza, capital da Basilicata.
Meu bisavô - Carlo Michele Carrano - nasceu na comuna de Tramutola, na província de Potenza, na Basilicata. Eram, portanto, vizinhos bem próximos
Mas foram necessárias três gerações e viagens para o Brasil, para que os Carrano e os Campagna se conhecessem e unissem suas famílias.
Não teria sido melhor se tivessemos nos conhecido por lá? Pelo menos estaria transacionando em euro, e muito mais perto dos Brunello di Montalcino, da ilha de Capri, da Costa Amalfitana, do David de Michelangelo, da moda milanesa, do Museu do Vaticano, da Toscana, dos Chianti e de tudo mais de bom que a partir de Rômulo e Remo a península da bota nos propicia.
Estou falando por falar. Quem me conhece sabe que efetivamente amo a Itália, mas se não fosse brasileiro gostaria de ser inglês.
Voltando aos Campagna, quero falar um pouco de meu sogro João Campagna, já falecido, que nasceu, e lá trabalhou até a adolescência, na Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina – MG. Hoje, parte do território da Colônia forma o Bairro do Onça, se não me engano. Com a palavra os mineiros.
Com pouca instrução formal, era amante das letras e recitava de memória enormes trechos de O Melro, poema inserido na obra “A velhice do Padre Eterno”, de Guerra Junqueiro. Jamais consegui entender o porquê de sua admiração pelo poema. Bem, coerentemente, ele não gostava de padres e da igreja.
São muitas as histórias contadas ou vividas por ele, e se não tinha cultura, tinha conhecimento, adquirido este na dura vida que levou. Seus conceitos, digamos, folosóficos eram bem controvertidos, mas instigantes.
Por exemplo. Dizia preferir o ladrão ao burro. E explicava:
“Se você tem uma horta bem cuidada, cercada, o ladrão de verduras vai pular a cerca, roubar alguns poucos pés de alface e, pulando a cerca de volta vai embora. Já o burro, derruba sua cerca, come vários pés de alface e enquanto come uns vai pisoteando outros. Na saída, ao invés de ir embora pelo local da cerca que derrubou, derruba outro pedaço causando com isto enorme prejuízo. O ladrão levou alguns pés de hortaliças. O burro comeu uns, pisoteou outros e ainda estragou a cerca.”
“Se você tem uma horta bem cuidada, cercada, o ladrão de verduras vai pular a cerca, roubar alguns poucos pés de alface e, pulando a cerca de volta vai embora. Já o burro, derruba sua cerca, come vários pés de alface e enquanto come uns vai pisoteando outros. Na saída, ao invés de ir embora pelo local da cerca que derrubou, derruba outro pedaço causando com isto enorme prejuízo. O ladrão levou alguns pés de hortaliças. O burro comeu uns, pisoteou outros e ainda estragou a cerca.”
E agora, o que dizer, quem é mais nocivo, o ladrão ou o burro? Na política os dois são uma desgraça. Não é não?
4 comentários:
Adorei! Principalpmente este pensamento filosófico de meu bisavô! Fiquei curiosa para saber outros! Bjs
Oi, Ju
Contarei mais sim. Ele era uma figura e tanto.
Beijo do vô.
E não é que temos tantas e tão representativas figuras dos 2 espécimes em nossa politica !!! Abraços Jorge.
O meio político é uma fauna rica nestes espécimes mesmo, Neide.
Grato pela visita.
Abraço
Jorge
Postar um comentário