30 de setembro de 2011

Politicamente correto e outras idiotices

Mal amadas, barangas e recalcadas; desocupados, imbecis e fracassados; todos perdedores e frustrados, resolveram aparecer na chamada mídia, ganhando minutos de fama, inventando fantasmas e ofensas, e atribuindo à alusão de coisas corriqueiras, banais do dia-a-dia, deficiências e características pessoais, o caráter de politicamente incorreto.

Agora nos privam não só de apreciar a boa forma, a plástica bem cuidada, da Gisele  Bündchen, como proíbem seja retratada com humor, uma situação absolutamente corriqueira na vida de casais.

Você perguntará se ocorre com todos os casais, e responderei parafraseando Nelson Rodrigues: não, só entre os normais.

Se você, leitor, nunca fez as pazes com sua mulher e perdoou-lhe pecadilhos ou equívocos, depois dela sair do banho, fresquinha e perfumada, e deitar ao seu lado na cama, inteiramente relax, então me perdoe mas você é viado e não sabe.

Se você, leitora, nunca usou de sudução, de sensualidade, para dissuadir seu marido a fazer alguma coisa ou convence-lo a adotar isto ou aquilo, então você não conhece as armas que tem, ou não sabe usa-las.

Babaquice da grossa este negócio de politicamente correto ou ofensivo, levado ao extremo.

Ontem, em conversa com minha irmã, ela me dizia que ainda tem os discos com as gravações das histórias infantis “Branca de Neve e os 7 Anões” e “João e Maria”, interpretadas por Carlos Galhardo e Dalva de Oliveira, e que é um pena se perder estas preciosidades. Cogita localizar quem possa fazer a migração do “bolachão” de vinil, para outra midia mais moderna (pen drive, MP3, etc).

Ai a conversa evoluiu para o seguinte. Será possível, no futuro, executar as gravações para crianças? A respostas, pelo andar da carruagem, é negativa, eis que não se pode mais falar em anão, senão em deficiente vertical (ou coisa que o valha) e até a bruxa não poderia ter a enorme verruga no nariz, pois deveria ter cuidado dela para não virar um câncer. Pode uma coisa dessas?

Enquanto convivemos com inúmeras mazelas sociais, descalabros na condução de políticas públicas, problemas reais que precisam de soluções urgentes, ficam estes idiotas fantasiando.

A educação no país é risível, não sabemos aferir aproveitamento porque as provas são manipuladas, e há vazamento de informações. O índice de aproveitamento escolar do brasileiro é um dos mais baixos no mundo.

Em todos os níveis o sistema educacional é precário. De novo, a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, não chegou a 15%.

Enquanto isso o Ministério da Educação adota livro que admite grafias e concordâncias que violentam o idioma e sua gramática. Monteiro Lobato é censurado. E vários outros absurdos do gênero.

É nisso que dá a criação de dezenas de ministérios, secretarias especiais, agências reguladoras e mais uma infinidade de cabides de emprego público; essa gente tem que fazer alguma coisa: então fazem bobagens.

Ora, vão se catar.

Já abordei esta questão em http://jorgecarrano.blogspot.com/search?q=neguinho+ e encerro este indignado post com citação de trecho de matéria que me chegou como sendo assinada por Luiz Antônio Simas (Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio).

Vejam que surrealismo:

“Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil.

Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.”


Gisele Bündchen
Imagem da campanha




Nota do editor: pode ser que ainda existam imagens da campanha, com a Gisele, em:









10 comentários:

Gusmão disse...

Pesquisei no Google para etender melhor a questão da interdição do anúncio comercial, e encontrei várias matérias jornalísticas. Selecionei uma, que transcrevo:
"A nova campanha de lingerie de Gisele Bundchen para a marca brasileira Hope está a gerar controvérsia no Brasil. No vídeo, Gisele usa os seus atributos físicos - e os da própria lingerie, claro - para não entrar em problemas com o marido por lhe ter batido com o carro e estourado com o limite do cartão de crédito. O slogan é: "somos mulheres brasileiras - use o seu charme" e baseia-se na ideia que há duas formas, uma certa e uma errada, de dar más notícias ao companheiro...
Ora quem não gostou muito do anúncio foram os membros da Secretaria dos Direitos para as Mulheres, da Presidência da República do Brasil, que, após algumas queixas, consideram que o comercial contém "conteúdo discriminatórios das mulheres', ao encorajá-las a usar o seu 'encanto' para controlar as reações dos seus parceiros."
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/video-de-gisele-bundchen-em-lingerie-pode-ser-interdito-no-brasil=f677399#ixzz1ZSfJIGIN

Tem razão o blogueiro, é muita falta do que fazer. Pior, estas mulheres da tal Secretaria para os Direitos das Mulheres, não têm nenhuma experiência de vida conjugal.
Que bobagem!
Gusmão

Jorge Carrano disse...

Pois é, quem gostou foi a Hope, fabricante da lingerie. Tiveram uma repercussão maior do que a esperada com a veiculação do comercial na TV.
Foi notícia nas emissoras d rádio, na imprensa e na Internet.
Burrice não tem limites, e é isso que me torna intolerante com ela - a burrice.

Freddy disse...

Gusmão tem razão: a penetração do comercial ficou muito maior com a polêmica.
Quanto aos demais descalabros descritos pelo Carrano, ele está com toda a razão. São tantos que nem tenho como comentar, apenas lamentar que eu esteja vivenciando uma época de hipocrisia extrema.

Freddy disse...

Correção: quem comentou a penetração do comercial foi o Carrano. O Gusmão dissertou sobre o impacto do caso em vários setores. Estou meio desligado, ligado no Rock in Rio, daí meio distraído na hora de digitar...

Jorge Carrano disse...

Por falar em Rock in Rio, que fenômeno interessante este “festival” de música e outros entretenimentos, hein?
É uma coisa inexplicável para mim. Meu filho Jorge, avesso a multidões, que não vai a praia ver queima de fogos, não vai assistir jogos em arquibancada, não gosta nem de procissão... foi ao evento, andou de ônibus, entrou em fila para poder lanchar, coisas impensáveis na sua rotina.
Quanto a mim, depois de ver na TV, nos noticiários, flashs da apresentação do Stevie Wonder, morro de arrependimento de não ter feito companhia a ele neste dia.
Aquele coral da multidão, cantando junto, foi sensacional.

Teve bandas de seu agrado, Carlos?

Freddy disse...

Carrano... Festival tem atrações que transcendem o mero gosto por determinada banda. O "clima" gerado pelos fãs, a festa em si, o cenário, os "micos"...
Eu gosto do Metallica, mas não iria a um show dele (nem assisti pela TV). Elton John é um de meus compositores preferidos - sim, quando executadas por outros suas músicas ficam melhores, ao meu ver.
Do conforto de minha sala, diverti-me à larga com a Ke$ha bebendo sangue, festival tem sempre essas coisas bizarras. Assisti inteirinho o da Ivete Sangalo, tinha certeza de que a moça ia arrebentar por sua qualidade. Aprecio a Joss Stone, mas seu repertório é soul demais pro meu gosto.
O Steve eu não vi, mas sei que ele é um mega-star, não ia deixar por menos. Lenny Kravitz foi num crescendo e ao final me vi pregado na TV.
Do que falta, só estou aguardando o Evanescence (heavy metal c/mulher cantando - rs rs).
Pra resumir, disso tudo que tocou aí: tenho alguns CDs do Elton (e de tributo a ele); do Metallica 1 CD e 1 DVD (c/ uma orquestra sinfônica junto); da Joss 1 CD e 1 DVD; do Evanescence tudo (incluindo piratas); e é só, meu caro. Muita coisa que tocou ou vai tocar eu conheço por tabela (filhas).
Abraço
Carlos

Jorge Carrano disse...

Deus do céu!!! O que é aquilo? Acabo de ver, no jornal, a cara de Irany Lopes, ministra chefe da Secretaria Especial das Mulheres, que proibiu a veiculação do comercial com a Gisele. Ela - Irany - não guarda qualquer semelhança com uma mulher, logo, não pode ter experiência pessoal no uso da arma da sedução.

Freddy disse...

Ontem (03/10/2011) eu finalmente vi o comercial no canal 42. Nada demais. É até meio insípido como peça publicitária.
Tem gente que adora aparecer em cima dos outros, é o que finalmente concluo dessa celeuma toda...

Abraços
Carlos

Jorge Carrano disse...

É o que mencionei, Carlos, falta do que fazer. É muita gente sem ocupação no governo; então fazem bobagens do gênero. Lembra que outra desocupada proibiu Monteiro Lobato, porque seria preconceituoso?
A Hope teve quadruplicada a procura por franquias. Resultado acima de qualquer expectativa. E as vendas aumentarão, por certo.
A propósito, você viu a cara da chefona da Secretaria encarregada dos direitos das mulheres? Você pode imagina-la de lingerie?
Pois é!
Abraço

Gusmão disse...

"Duas coisas são infinitas: O universo e a estupidez humana.
Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta". Albert Einstein

É, a estupidez não tem limites mesmo.
Gusmão