Gegê |
"Bota o retrato do velho outra vez,
Bota no mesmo lugar,
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar"
Os direitos trabalhistas conferidos aos trabalhadores foram as marcas predominantes de seu governo.
Por pressões políticas, matou-se. Deixou uma carta-testamento que a despeito de seu caráter de despedida da vida, é um primor de política.
Disse Getúlio Vargas em sua carta, aqui numa parte:
"Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história".
Nada sei sobre Alan Garcia, ex-presidente peruano. O que sei, agora, é que ele teve a dignidade que falta aos nossos políticos corruptos, que esgotam todos os recursos previstos em lei, patrocinados por brilhantes (e caros) advogados, defendendo suas liberdades. Mesmo sendo culpados.
Alan Garcia, como os samurais, não conseguiu viver com a desonra. Belo exemplo.
Também ele deixou uma carta-testamento. Ei-la em trecho:
"Vi outros desfilarem algemados, guardando a sua miserável existência, mas Alan García não tem por que sofrer essa injustiça e esse circo, por isso deixo aos meus filhos a dignidade das minhas decisões, aos meus companheiros um sinal de orgulho, e o meu corpo como uma amostra do meu desprezo aos meus adversários, porque já cumpri a missão que me impus".
De pé:
2 comentários:
Suicídio ainda foge à minha compreensão.
Não me julgo capaz de julgar.
Certamente, Riva, para nós ocidentais fica difícil a compreensão.
Para não ir muito fundo, sugiro que você leia um livro que fez muito sucesso há décadas passadas: Xógun, de James Clavell. Além da abordagem dos costumes, a trama é muito bem escrita e prende a atenção.
A questão da honra, entre samurais e os de suas linhagens, é primordial em suas vidas
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